11 de fevereiro de 2013

EM LAS VEGAS BLITZBOKKES VENCEM E LINCES DESAPARECEM

Os Blitzbokkes venceram o Las Vegas Sevens derrotando na final a Nova Zelândia por 40-21, num jogos em que os All Blacks acordaram tarde e não conseguiram responder ao melhor trabalho dos sul-africanos.

O mais significativo desta vitória e da forma como decorreu a prova, é que não há vencedores antecipados, e os vencedores de hoje, podem muito bem estar na penumbra, no próximo torneio.

Em cinco torneios que já tiveram lugar esta época, cinco vencedores diferentes marcaram bem o equilíbrio que existe, com as Fiji a vencerem na Austrália, a Samoa a levarem a Taça no Dubai, A Nova Zelândia com a coroa na África do Sul, a Inglaterra dominando na Nova Zelândia, e hoje a África do Sul a conquistar os Estados Unidos da América.

Os All Blacks dominam o ranking com mais 23 pontos que os segundos, os Blitzbokkes, graças a três segundos lugares e um terceiro, o que lhes dá 96 pontos na tabela.

Veja os resultados completos das finais, e o ranking oficial após Las Vegas, lembrando que o Circuito prossegue no próximo dia 22 de Março em Hong Kong.


A PARTICIPAÇÃO PORTUGUESA - ENTRADA DE LINCE, SAÍDA DE SENDEIRO
Foi confrangedor assistir ao último jogo de Portugal em Las Vegas, frente à pobre equipa do Uruguai, que pode assim regressar ao seu país com a honra lavada, por ter vencido quem tão bem se tinha portado na sexta-feira.
Na verdade é absolutamente inadmissível que a nossa representação nacional tenha produzido as exibições que levaram às sucessivas derrotas frente às Fiji, à Espanha e ao Uruguai.

A questão é simples e põe-se em poucas palavras.
Quem jogou como os Linces jogaram na sexta-feira, contra a Escócia e contra a Inglaterra, não pode dizer, em jeito de desculpa, que não sabe, não consegue, e não tem experiência.
 
Aquele conjunto que esteve em Las Vegas demonstrou claramente que sabe, que consegue e que tem maturidade para o fazer.

Então o que se passa com esta equipa, que não venceu nenhum jogo em nenhuma etapa, que não fosse no primeiro dia de prova?
Não nos vamos alongar em palpites, nem vamos indicar culpados ou vítimas, mas não podemos deixar de dizer que algo está mal, e é obviamente na gestão dos recursos e na falta de liderança.

O JOGO COM O URUGUAI - QUE EQUIPA FOI AQUELA?
Acreditamos em todos os jogadores que estiveram em Vegas, mas é notório que ao longo dos meses e dos últimos quatro torneios, Frederico de Sousa tem dado minutos sucessivos de jogo a um conjunto alargado de jovens, a quem, em Las Vegas, confiou a constituição da equipa nos quatro primeiros encontros.

Então como se explica que perante o único adversário com quem não podíamos perder - o Uruguai é uma equipa de terceiro plano - Frederico de Sousa tenha trocado quatro jogadores na equipa inicial - Francisco Vieira de Almeida, Pedro Bettencourt, José Vareta e João Lino?
E deste quatro três foram utilizados na segunda parte, quando o desespero se apossou do banco português, não se podendo argumentar que estivessem lesionados ou cansados.
Foi uma decisão que se provou errada, e que dificilmente terá justificação.

Foi atrevida a aposta num VII base tão jovem, mas foi uma aposta ganha
Então como caracterizar a desconstrução da equipa a que assistimos no domingo?

O que parece é que a direção da equipa não pode estar apenas nas mãos de Frederico de Sousa, que tendo melhorado muito sob um ponto de vista técnico desde que foi atirado aos Linces, continua a não ser o gestor que a equipa precisa, e o novo manager não é o peso que seria necessário para equilibrar a equipa técnica - porque um manager tem que fazer parte da equipa técnica, colaborar na gestão dos recursos, na elaboração dos programas, e não pode ser um mero carregador de equipamentos.

Como resultado das nove derrotas desta dupla jornada, Portugal está agora na última posição do ranking (entre as equipas residentes) com o mesmo número de pontos da Espanha, e foi ultrapassado pela Escócia, Inglaterra, Estados Unidos, Canadá e Austrália.
Recorde-se que antes de Wellington, Portugal ocupava a nona posição na tabela.

Os Linces têm agora pela frente a difícil tarefa de conseguir subir pelo menos dois lugares e deixar três equipas atrás de si na classificação, nos três próximos torneios - Hong Kong, Japão e Escócia - para fugir ao torneio de competência que terá lugar em Londres, correndo o risco de perder a condição de equipa residente do Circuito, com todos os benefícios, desportivos e financeiros que advêm daquele estatuto.

Vamos ver se a decisão da FPR em pôr os ovos todos na cesta do Mundial de 2015, não resulta num completo fiasco, sem Mundial de 2015, nem Jogos Olímpicos de 2016...

Veja a ficha do jogo de hoje, compare com as fichas de ontem e de sexta-feira, veja o resumo da participação dos jogadores em Las Vegas e no conjunto de todos os torneios desta época, e tire as suas próprias conclusões.




4 comentários:

Anónimo disse...

- Péssima gestão de jogadores, por parte da equipa tecnica.
- Quanto aos resultados globais do torneio, como se pode entender que a equipa do Quénia, finalista injustamente vencida em Wellington, perca todos os jogos em Las Vegas? Andará mãozinha da(s) máfias de apostadores orientais nestes torneios?

Anónimo disse...

«A questão é simples e põe-se em poucas palavras.
Quem jogou como os Linces jogaram na sexta-feira, contra a Escócia e contra a Inglaterra, não pode dizer, em jeito de desculpa, que não sabe, não consegue, e não tem experiência.»

Concordo... em parte. Quem ler o seu post poderá ser levado a pensar que o jogo com a Inglaterra e com a Escócia é que fazem o standard do jogo dos linces... ora, infelizmente não é. O standard destacado nestas World Series tem sido a derrota: em 5 torneios realizados Portugal fez 25 jogos, ganhou 6 e perdeu 19. O que nos correu melhor (o único com saldo positivo) foi o de Port Elizabeth: ganhámos 3 e perdemos 2. Este standard também é muito inconstante relativamente aos nossos adversários: não perdemos sempre com equipas de maior nível nem ganhamos sempre a equipas de nível inferior. O que podemos dizer, em termos concretos é que o resultado contra a Inglaterra, apesar de ter sido um belo jogo, foi muito mais por demérito dos próprios ingleses do que por simples superioridade dos Linces. Talvez isto explique a derrota com o Uruguai e não nos surpreenda com as derrotas dos próximos torneios.

Anónimo disse...

Parece que todos se esquecem que Portugal foi a ultima equipa a apurar-se para o Circuito Mundial.É teoricamente a pior equipa de todas as presentes pelo que qualquer vitoria é um feito. Quanto ao futuro vamos ver. Vai haver muita tristeza por nos mantermos como Selecção Residente. No fim é que se verá.
Estão a ser muito injustos com aquele grupo de miudos. Espero que não vos ouçam e que continuem a trabalhar.

Anónimo disse...

Já viram desporto com maior aleatoriedade que os Sevens. Haverá muito poucos certamente. Claro que se uma equipa é nitidamente superior a outra isso não se coloca. Mas em equipas semelhantes, um simples falhanço naqueles 7 minutos pode alterar tudo. Não há tempo para retificar. Uma simples decisão dum atleta que num jogo normal não tem muitas consequências, nos Sevens pode alterar tudo. Por isso deixem-se de grandes consignados quanto ao futuro, porque o que fica globalmente é que temos uma das 12 melhores equipas mundiais. O resto são dores de corno, ou de cotovelo, se não querem ser ofendidos.