24 de fevereiro de 2013

CAMINHO PARA LONDRES CONTINUA ABERTO

Os Lobos cumpriram a sua obrigação e venceram a Bélgica por 18-12, num jogo que deixou à beira de um ataque cardíaco, todos os que a ele assistiram.

Dois ensaio, um em cada meio tempo, e três pontapés, deram a Portugal a primeira vitória no Europeu de Nações depois de seis derrotas consecutivas - a última vitória tinha acontecido em Março de 2012, contra a Espanha, em Coimbra.

Esta vitória permite que continuemos a sonhar com o apuramento para o Mundial 2015, apesar de não ser fácil que isso venha a acontecer pela classificação direta (depois das derrotas frente à Geórgia e à Roménia) mas sim pela via da repescagem, reservada para o terceiro classificado no biénio 2013-2014.

Nervosismo, precipitação, tomadas erradas de decisão, erros técnicos, tudo se juntou para que a ansiedade aumentasse, com o correr do jogo, dentro e fora do relvado.

E aquilo que tinha condições para ter sido uma memorável exibição e um resultado com direito a vénia, acabou por se transformar num verdadeiro suplício, mesmo até ao último minuto de jogo, com a imagem do passado recente e dos pontos que sofremos nos últimos minutos dos dois últimos jogos a atormentar toda a gente.

Recorde-se que o ensaio da vitória romena em Lisboa foi obtido aos 75 minutos, e o ensaio que nos tirou o ponto de bónus em Tbilissi aconteceu aos 79 minutos...

Uma equipa que defende como Portugal defendeu - recordo um momento, aos 18 minutos de jogo, em que partindo duma situação, dentro dos nossos 22, com a bola em poder dos belgas, e sempre com eles a tentarem desenvolver movimentos de ataque, Portugal os obrigou a recuar mais de 50 metros, até perderem a bola - e que acaba a permitir uma perfuração pelo zona central do terreno que por milagre e falta de imaginação do adversário, não destruiu as nossas esperanças por mero acaso, tem que rever a sua capacidade de concentração por forma a que seja impecável durante os 80 minutos do jogo. Não pode ter deslizes, nem dar baldas ao adversário.

E que dizer duma equipa que consegue instalar-se nos 22 do adversário durante longos períodos, da primeira e da segunda parte, com a posse da bola em formações ordenadas, e é sucessivamente enganada com a rotação que o adversário provoca na mesma, e é incapaz de controlar a saída da bola daquelas formações e sistematicamente perde a bola, mais por inépcia do que por intervenção do opositor?

Quem, como nós, esperava ver Portugal desenvolver um jogo ao largo, com forte participação das linhas atrasadas, fica surpreendido quando vê que isso quase não aconteceu, e interroga-se quanto à efetiva capacidade ofensiva da equipa...

Apenas para ilustrar, quando o momento foi devidamente aproveitado - e Pedro Leal acabou por reconhecer esse momento em três ocasiões - Portugal marcou dois ensaios...

Mas ganhamos, e podemos assim continuar a sonhar!

E a vitória foi inteiramente justa, apenas pecando pela escassez de pontos obtidos, não tendo o adversário demonstrado capacidade para fazer mais do que fez até agora - incomodar o adversário e ficar à espera que ele cometa algum erro.
E não conseguir vencer por larga margem um adversário que não apresentou soluções, que é manifestamente de um nível inferior, é preocupante.

Mas talvez esta vitória tenha quebrado o enguiço, e permita que os Lobos consigam manter o que fizeram de bom e corrigir o que esteve mal.
E, mais importante, que consigam fazer o que sabem fazer, e que saibam escolher os momentos de o fazer, conservando, assim, em aberto, o caminho para Londres.

Antes de passarmos ao Boletim do Jogo, e aos quadros de resultados e classificação, gostaríamos de mostrar um outro quadro, para o qual se chama a especial atenção de quem possa fazer com que o que está errado fique certo - se é que essa pessoa existe...

Em três jogos neste Europeu, as partidas em que Portugal participou, forma dirigidas uma vez por um árbitro galês (Roménia), uma vez por um árbitro georgiano (Geórgia) e uma vez por um árbitro romeno (Bélgica), e que mais nenhum jogo do Europeu foi dirigido por árbitros não oriundos de países do Torneio das Seis Nações...

Acresce a este fato, que para os próximos jogos estão já escolhidos e nomeados todos os árbitros, sempre de países do Seis Nações, com excepção do árbitro do Espanha-Portugal, que não está ainda nomeado ( em 24 de Fevereiro, às 07,00 horas).

Veja o quadro dos árbitros com indicação da nacionalidade e do (nome):

E agora sim, vamos ao Boletim de jogo, quadro de resultados e classificação atual do Europeu de Nações.


Veja todos os resultados de Portugal, no mini-site exclusivo dos Lobos.

Fotos: Miguel Rodrigues

17 comentários:

Anónimo disse...

Todos aqueles que ontem assistiram ao jogo, conseguiram constatar o peso que julien bardy e jacques le roux tem quando jogam(algo que não aconteceu devido a lesão), o que não deve acontecer pois numa seleção se um jogador importante se lesiona, deve ter-se um que consiga de certa forma tentar igualar o seu desempenho. Acho que Portugal estava com optimas melles mas pecando sempre na manutenção da bola, aliás durante todo o jogo Portugal não demonstrou o seu nível habitual no que toca a manutenção da bola, talvez por alguma ansiedade e nervosismo por saber a importância deste jogo, algo que já não deveria acontecer. Samuel Marques é um óptimo jogador mas mostrou muito nervosismo, notou-se a sua falta de internacionalizações talvez herrol brain deva rever samuel marques como primeira escolha por enquanto. Juan Severino é um jogador muito possante que ontem esteve aquém daquilo a que fomos obituados a ver, não tendo o sangue frio necessário para aguentar a bola na melle ou quando tinha de sair a jogar, talvez se deva começar a pensar em algum dos jovens talentos portugueses para asegurar a posição de numero 8, não retirando todo mérito merecido a Juan Severino. Mesmo Portugal não sendo uma seleção composta toda ela por jogadores profissionais, não devem acontecer certos erros no manuseamento da bola, tais como muitas bolas para o chão e passes nem sempre com a qualidade necessária para uma equipa que tem a ambição de Londres 2015. Acho que a linha atrasada teve bons momentos em contra ataque mas por vezes nem sempre recorrendo bem ao jogo ao pé. Espero que no próximo jogo demonstrem o nível a que fomos habituados com algumas boas exibições ao longo destes 5 anos do rugby português, e por vezes tentem jogar com mais cabeça e menos coração mesmo sabendo que foi o coração que fez os Lobos irem tão longe.

Anónimo disse...

Alguém me pode explicar o que estavam a discutir após aquele quase ensaio da Bélgica na segunda parte? (Aquele em que o jogador que ia marcar ensaio pôs os dois pés fora)

Manuel Cabral disse...

Anonimo das 18:04
Boa questão!
Já após a publicação do texto, recebi resposta a essa questão, e o que se passou foi que os belgas fizeram, aos 17 minutos da primeira parte, a substituição tática do seu pilar nº 1.
No início do segundo tempo, os belgas quiseram fazer com que esse jogador voltasse a entrar, mas como não havia substituição por razões médicas, isso não poderia acontecer.
Então, fizeram esse jogador vestir uma camisola diferente, com um número diferente, e pretendiam enganar todo o mundo procedendo à troca...
Chegaram mesmo a fazê-lo, com a concordância do bandeirinha romeno, mas o Comissário alemão e os árbitros 4 e 5 (a Filipa Jales e o Paulo Duarte, se não estou em erro) detetaram o problema com o nosso manager e deu-se então a tal discussão.
Faz recordar o que se passou em Bruxelas no início dos anos 90, quando os belgas defrontaram os Sub-18 portugueses com uma equipa de sub-20.
Acabaram por perder por fc, mas só depois do torneio, impedindo que Portugal fosse qualificado para o Grupo A...
Felizmente desta vez foram detetados a tempo - esperemos que o comissário alemão tenha feito um relatório sobre a questão...

Anónimo disse...

quem sao os jovens talentos para assegurar a posição de n.º 8?

Anónimo disse...

É verdade que o Bardy faz muita falta e que o Jacques e o Girão são excelentes jogadores, mas alguém pode qustionar a qualidade do Beco, do Vasco ou de Severino, para não falar do Laurent. Temos excelentes terceiras linhas mesmo a nível internacional. Temos jovens muito promissores mas isso mesmo promissores que ainda têm muito que aprender, tal como o miudo luso descendente que jogou com os estudantes franceses. Nesse sector não temos problemas.

Anónimo disse...

Não jogámos grande coisa é verdade, mas a Bélgica só perdeu por 4 com a Geórgia e empatou com a Espanha, o que confirma que são uma equipa que não deixa jogar.
O 9 belga era muito bom!

Anónimo disse...

Mas este jogo tivemos pois o Juan Severino teve imensas dificuldades em manter a bola na melle e quando saía de 8, se bem me recordo na primeira parte no contacto perdeu a bola e na segunda parte houve uma vez que qaundo saiu de 8 para o fechado foi logo para fora do terreno de jogo. Mas acho que onde a avançada pecou mais foi na apoio ao portador da bola onde perdemos por várias vezes rucks que tinham a obrigação de ser ganhos, Exemplo jogada individual do penha e costa na segunda parte muito bem executada, e a seleção simplesmente limito-se a observar a jogada perdendo o ruck e a opurtunidade de se acampar nos 22 adversários.
Exemplos de jovens promessas a número 8 Martim Bettencourt CDUP, Vasco Fragoso Mendes Direito, Francisco Sousa Cascais, Salvador Vassalo Cascais 7/8.

Great_duke disse...

Eu não percebo foi por que razão se continuou a insistir nas saídas do 8 depois de várias bolas perdidas...

Anónimo disse...

o cabé e o morais (sim, apesar de não aparecer em publico, é uma realidade que o morais é um dos treinadores desta selecção, há meses...) vão encontrar algum luso-descendente a jogar na sibéria para jogar a 8, depois inventam uma leisita qualquer, e aparece a jogar os play-offs do campeonato pela grande agro

Anónimo disse...

tstFraco jogo de Portugal, contra uns belgas muito fraquitos. Tinhamos obrigação de ganhar com ponto bónus, mas com tantos erros cometidos...já foi uma sorte termos ganho!
Continuamos sem nº 9 e nº 10, e se continuarmos a insistir no Pipoca a 10, não vamos a lado nenhum.
2 questões:
1ª quem foi que disse que o Samuel era chutador?
2ª o que fazia o Aguilar no banco de Portugal?

Anónimo disse...

Não podemos esquecer António Aguilar em 2015 terá 37 anos, acho que esta é a altura certa para começar a apostar em jogadores mais novos, não retirando todo o mérito merecido ao António. João Correia terá 36. Gonçalo Foro 33. Juan Severino 34. Murré 36. Vasco Uva 33. Pedro Leal 30 Gonçalo Uva 30. Tiago Girão 30. São peças fundamentais nos dias de hoje mas que daqui a dois anos irá ter algum peso, pois dos 30 para cima a idade mesmo que se tente combater em contrário irá fazer diferença.

Anónimo disse...

As bolas perdidas nas formações ordenadas foram mais que muitas, 5 ou 6 (como é possível?) Falaram tanto do Samuel Marques, mas não vi o jogador que o faziam, aliás muito fraco...ele e Beco falham duas placagem crucias no jogo que contra qualquer outra equipa eram ensaios certos(e um pontape rapido de 22 a entregar a bola ao adversario que não se entende.Depois Aplleton recebe uma bola de um ensaio que podia ser marcado pelo próprio Penha e Costa, com uma auto estrada a sua frente dá a Appleton, que apesar disso poderia ter marcado e nao o faz porquê?? leva a bola na mão errada...isto é nível internacional! Jogo Belga sempre sempre em falta nos rucks, a não deixarem a bola sair rápido, ou com sucessivas entradas de lado ou com o not rolling away, de resto entende-se muito bem porque levaram umas cacetadas dos Georgianos, estes belgas são demasiado ariscos.
Bem, há aqui situações que precisam de ser bastante revistas

Anónimo disse...

Também não é fácil para estes jovens jogadores integrarem-se à primeira mas vamos esperar que seja apenas isso apenas poucas internacionalizações e que agora venham vitórias, e que melhorem os erros.. Vamos para cima da Rússia, todos a acreditar..

Anónimo disse...

O Cabé falhou uma placagem incrivel.OBardy sempre esteve inscrito por Agronomia e o Tomaz é o personal trainer do Cabé. Haja juizo e um bocadinho de bom senso. Vamos apoiar os Lobos

Anónimo disse...

Meu amigo eu apoio os Lobos, se calhar mais do que o senhor até. Agora apoiar não é dizer que está tudo bem quando não está. Os erros têm de ser analisados e revistos e nao ignorados!

Anónimo disse...

Concordo plenamente, mas se o senhor ler no início verá que tal como o senhor eu comecei por revelar os erros que no meu aspecto a seleção demonstrou e deixei até mais do que um comentário, e noutro comentário finalizei dizendo que os erros tem de ser melhorados, e desejei boa sorte a seleção

Manuel Cabral disse...

Que interessante seria se uns e outros soubessem com quem estão a falar...