12 de novembro de 2012

LOBOS VENCEM E SOBEM NO RANKING IRB

A vitória portuguesa em Montevideo foi, com certeza um notável feito, que merece todo o aplauso.
Terminando o primeiro tempo a vencer, os Lobos foram ultrapassados pelos Teros, que aos 61 minutos de jogo passaram para a frente, mas os lusitanos não baixaram os braços e com dois ensaios em cinco minutos, trocaram as voltas aos donos da casa e trouxeram de Montevideo o mais apetecido troféu.

Apesar da quase total falta de informação, quer espontânea, quer a pedido, conseguimos fazer um pequeno filme do jogo, com especial atenção ao desenrolar do marcador.

Foram os sul-americanos os primeiros a marcar, logo aos 7 minutos, com um ensaio de Rodrigo Martinez, que podia ter assustado os portugueses, mas que parece ter tido o efeito contrário, logo nos seguinte sete minutos, com a transformação de uma penalidade por Pedro Leal, e um ensaio de António Aguilar, solicitado por um pontapé longo de Leal, a que o extraordinário veterano de Portugal deu o melhor seguimento.

Este ensaio de Aguilar leva-me a referir que os três "velhotes" da equipa deram uma grande lição aos que protegidos pelo anonimato comentavam e criticavam a sua chamada à seleção.
Talvez seja altura dos meninos que só falam, se calarem, e respeitarem os nossos internacionais.
Em particular no caso de António Aguilar, era bom que registassem que ele tem sido uma escolha constante dos treinadores de Portugal desde Março de 1999, quando se estreou contra a Holanda em Amsterdão.
Ao longo deste quase 14 anos, Aguilar vestiu a camisola das quinas por 76 vezes, número apenas suplantado por Joaquim Ferreira (87) e Vasco Uva (80), o que só por si seria motivo suficiente para que os que falam sem saber o que dizem, se curvem e tirem o chapéu ao jogador!

Com o resultado em 8-5 favorável a Portugal, foram os Teros quem respondeu e marcou, passando para a frente ao 26 minutos, com um ensaio de penalidade - uma das poucas vezes em que o Uruguai tirou partido da sua apregoada superioridade na formações - e respetiva transformação por Etcheverry, para um resultado de 12-8..

Apesar de algumas dificuldades nas formações, Portugal dominava nos alinhamentos, e com uma defesa quase sempre segura, não cedeu ao esforço dos uruguaios e terminaria a primeira parte a vencer por 18-12, fruto de uma penalidade de Pedro Leal (28 minutos) e um ensaio de Nuno Penha e Costa, transformado por Leal, aos 38, a fechar os primeiros 40.

Começaram melhor os Teros, que marcaram uma penalidade logo aos 42 minutos, seguida de outra aos 48 (igualando o marcador a 18), ambas por Etcheverry, e de um ensaio de Gastón Mieres transformado aos 61 pelo chutador celeste de serviço. O marcador ficava em 25-18 para o Uruguai, e poucos acreditavam que seria possível Portugal recupera e dar a volta ao resultado.

Mas foi aí que a equipa deu uma lição de esforço, empenho e dedicação, a que a mão de Errol Brain não é certamente alheia, e que beneficiou não apenas do ritmo dos que jogam em França (e Inglaterra!), mas também das tripas feitas coração de toda a equipa!

E o resultado está aí: Jacques Le Roux aos 65 minutos e Nuno Penha e Costa (de novo!) aos 70, com Pedro Leal a converter os dois pontapés respetivos, mudaram o rumo dos acontecimentos e garantiram uma estressante mas merecida vitória (Errol Brain).


Portugal começou a partida com Francisco Fernandes, João Correia e Anthony Alves; Gonçalo Uva e David Reis; Jacques Le Roux, Laurent Balangue e Tiago Girão; Samuel Marques e Pedro Leal; Gonçalo Foro, Alexandre Barros, Carl Murray e António Aguilar; Nuno Penha e Costa.

Num jogo altamente exigente, e ao contrário do Uruguai que fez quantas substituições a Lei lhe permitia, 
Portugal apenas trocou quatro jogadores a saber: Jorge Segurado entrou para o lugar de Anthony Alves, Mike Tadjer Barbosa para o lugar do grande capitão João Correia, Eric dos Santos substituiu David Reis, e, nas linhas atrasadas, José Lima entrou em substituição de Alexandre Barros.

São já 10 os jogos realizados entre Portugal e Uruguai, e esta foi a terceira vitória portuguesa, que chega num momento decisivo do rugby nacional, com a campanha de qualificação para o Mundial de 2015 a espreitar já no início do ano.

Mas antes, Portugal vai jogar com o Chile, no sábado dia 17, e é importante que a equipa continue a trabalhar duro e que os jogadores se apliquem como fizeram ontem. Foi este o desafio que eu coloquei aos jogadores! 
Para vencermos no sábado frente aos chilenos, temos que nos preparar bem física e mentalmente - qualquer coisa menos e não estaremos a fazer justiça a nós próprios (Errol Brain).

Três dos nossos representantes de ontem estiveram em Montevideo em 2007, quando Portugal assegurou a presença no Mundial, apesar de ter perdido por 6 pontos de diferença - em Portugal os (ainda não) Lobos tinham vencido por 7 ... - e nem se notou o passar dos anos.


João Correia, Gonçalo Uva e Pedro Leal são os resistentes, e para eles vai uma especial saudação do Mão de Mestre, que aproveita para renovar os parabéns que transmitiu a toda a equipa - na sua Página  do Facebook onde fizemos a transmissão ao vivo que foi possível - logo que o apito final soou.

Com esta vitória Portugal subiu três lugares no ranking da IRB, e se o resultado se renovar no sábado, Portugal, pela mão de Errol Brain, recuperará uma posição mais condizente com as suas ambições, subindo até mais outros três postos na tabela.


Vejam em www.portugalxv.maodemestre.com a lista de jogos de Portugal devidamente atualizada, bem como o frente a frente com o Uruguai, depois do jogo de ontem.


Fotos: www.rugbynews.com.uy/ e Errol Brain

1 comentário:

Anónimo disse...

Excelente resposta da nossa selecção a quem pudesse ter dúvidas - legítimas, digo eu - do desempenho que os Lobos iriam apresentar. Esperemos que dêm continuidade no sábado, o rugby português merece.

Os nossos ''veteranos'' mostraram que ainda estão aí para as curvas, oxalá ajudem a nossa selecção com toda a experiência que têm por mais algum tempo.

Obrigada também ao Mão de Mestre pelo trabalho formidável que nos apresentou, como sempre, com este excelente filme de jogo.

Saudações desportivas,
Ana Cristina