21 de julho de 2015

FRANCISCO MARTINS FALA DA SITUAÇÃO DAS SELECÇÕES DE XV E VII

Foi hoje notícia na imprensa a decisão da actual gerência da FPR, presidida por Amado da Silva, da contratação de (mais) uma equipa técnica para a selecção nacional de XV, e o afastamento dos técnicos que dirigiram nos últimos tempos a selecção nacional de VII.

Como se exigia, e porque estamos com o período eleitoral da FPR à vista, e Francisco Martins já indicou a sua intenção de ser candidato ao cargo máximo da mesma, solicitámos ao antigo manager das selecções nacionais, qual a sua opinião sobre sobre a situação a que chegámos.

Fizemos ao candidato apenas duas perguntas e estas são as suas respostas:

1 - Caro Francisco Martins, agora indicado como candidato às eleições para a Presidência da FPR, sabendo-se do teu particular interesse na actividade das selecções nacionais, gostava que me dissesses o que, no teu ponto de vista, conduziu à presente situação.

Nos últimos anos temos vindo a verificar um desinvestimento na formação a nível regional e nacional. 
A formação foi um trabalho que no passado deu muitos frutos, mas presentemente o não investimento nesta área e no desenvolvimento levou-nos à situação actual .
Também não nos podemos esquecer que durante as últimas épocas a instabilidade nas equipas nacionais (equipas técnicas),  e a intromissão constante da actual direcção, só tem ajudado a criar um clima de uma certa conflitualidade no Rugby Nacional. 
Por isso digo que temos que de uma vez por todas pacificar e planear o nosso rugby num futuro a médio e a longo prazo .
A equipa que estou a construir irá trabalhar em conjunto com todos os clubes, escolas e associações. Estamos a elaborar um projecto com participação de todos, baseado na formação e no desenvolvimento do Rugby Nacional. 
Sem bom planeamento não poderemos ter resultados a médio e longo prazo no Rugby Português.
Queremos a renovação e a pacificação do Rugby Português, não incertezas constantes como nos têm habituado os actuais dirigentes, nos últimos anos.

2 - Sendo esta uma área extremamente sensível, que medidas pretendes tomar, no âmbito restrito da actividade das selecções, e no âmbito mais geral do desenvolvimento do rugby nacional, caso sejas eleito presidente da FPR, para devolver às nossas equipas nacionais algum do brilho que já tiveram.

Os clubes portugueses, pessoas e adeptos não estão satisfeitos com a actual situação que se tem vindo a degradar ao longo de alguns anos. 
Alguns clubes nacionais e associações têm-me pressionado a apresentar uma candidatura à Federação Portuguesa de Rugby.
Reuni com muitos deles, ouvi os clubes, os seus problemas e anseios, sempre recolhendo ideias que nos ajudarão a apresentar um programa sério e muito profissional para os próximos anos numa visão a médio e longo prazo. 
Em resultado de tudo isto, tomei a decisão de avançar no tempo próprio, ou seja irei oficializar essa candidatura em Setembro/ Outubro de 2015 conforme os Regulamentos actuais.
Em Setembro apresentarei a minha equipa, recheada de pessoas extremamente válidas, pois temos trabalhado na elaboração de um projecto com o objectivo principal de, como disse, pacificar e desenvolver o Rugby Nacional
Uma das apostas principais é o desenvolvimento regional a médio e longo prazo, pois este também é o objectivo dos clubes com quem falei. 
Temos que dignificar e pacificar o Rugby Português e trazer de volta alguns sucessos que tivemos no passado, ou seja trazer de volta o prazer de jogar a nível nacional e internacional .
No entanto chamo a atenção para o facto de entender que a actual equipa dirigente não deve tomar decisões estruturantes a tão pouco tempo das eleições. 
Estamos a entrar em Agosto e portanto a meia dúzia de semanas do ato eleitoral. 
Não se devem contratar treinadores a poucas semanas de os destinos da Federação Portuguesa de Rugby serem alterados. 
As grandes decisões devem ser tomadas pela direcção, qualquer que ela seja, que resultar das próximas eleições.
É isto que acontece na política, em que o governo a pouco tempo das eleições é um governo de gestão e não toma decisões de fundo

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