3 de janeiro de 2014

DH ARRANCA COM OS DOIS PRIMEIROS DE FÉRIAS *

* António Henriques
O ano velho já se finou há uns dias e aí está um ano novinho e virgem para irmos desfolhando, descobrindo e vivendo com intensidade.
E como este 2014 vai ser bem importante para o futuro do râguebi português a médio prazo!

Em jogo vai estar, e falamos só no escalão sénior, a qualificação para o Mundial do próximo ano – está difíííííícil…. –, com os Lobos a terem que recuperar sete pontos de atraso para a Rússia (ou seja, e em contas feitas pelos dedos, terão que obter mais dois triunfos que os russos nos cinco jogos que faltam realizar, uma tarefa pouco menos que hercúlea), o seu mais direto rival na luta pelo 3.º lugar que dá acesso à derradeira fase de repescagem.
É que, pelo menos pelo que foi visto nos últimos tempos, georgianos e romenos já estão “noutro campeonato”…


Também os sevens vão lutar pela manutenção no circuito mundial da IRB na próxima época e as três etapas iniciais dão-nos esperança de que a seleção nacional possa atingir esse objetivo, o que constitui um desiderato fundamental na tentativa de qualificação, em 2015, para os próximos Jogos Olímpios do Brasil.

Internamente, ao primeiro fim-de-semana de 2014 corresponde a realização da 11.ª jornada da DH, com três partidas no sábado e uma no domingo. 
É destinada a duelos entre equipas do mesmo grupo, pelo que irão folgar dois clubes: Técnico e o recente campeão ibérico, Direito, curiosamente logo os dois primeiros classificados da tabela, que podem assim prolongar o período de recuperação dos excessos das festas natalícias.

Eis o programa completo da 1.ª ronda do ano:



AGRONOMIA-CDUP (Tapada, 14.00) 
No jogo da 1.ª volta, em 19 de outubro, os agrónomos conseguiram um triunfo surpreendente pela sua dimensão: 54-3 (com 8-0 em ensaios) – e recordamo-nos bem de ter perguntado ao telefone duas vezes qual fora mesmo o resultado, pois temeramos não ter percebido bem da primeira ocasião… –, o segundo mais baixo patamar exibicional em que a equipa de Marcelo d’Orey tombou esta época, a seguir aos 81-10 sofridos em Lisboa, diante do CDUL. 
Estranhos sortilégios do sorteio fazem com que esta seja a quinta deslocação consecutiva (!!!) do CDUP para o campeonato – não joga em casa desde a 5.ª jornada, precisamente nessa recepção ao quinze da Tapada! – tendo todas sido concluídas com derrota. 
E apesar das melhorias denotadas pelos portuenses na última viagem a Lisboa, na qual colocaram alguns problemas ao Belenenses, julgamos que os agrónomos (91 pontos e 12 ensaios obtidos nas últimas duas partidas, nas quais deixaram a ideia de serem mesmo sérios candidatos) não vão facilitar e irão somar o máximo de pontos, pelo que se aproximarão do duo da frente.


CDUL-BELENENSES (EU Lisboa, 15.00) 
Quarto e quinto classificados defrontam-se num jogo importante para as duas equipas. 
O CDUL não quererá deixar fugir a concorrência no topo com vista a ocupar um dos dois primeiros lugares no final desta fase, enquanto o Belenenses pretenderá distanciar-se definitivamente da metade de baixo da tabela. 
Os universitários – que irão cumprir dois jogos em quatro dias, pois já na terça-feira deslocam-se à Tapada (21.00) para defrontarem Agronomia em jogo relativo à 12.ª jornada, antecipado por causa da partida do próximo sábado em Reading, frente aos London Irish, a contar para a 5.ª ronda da Amlin Cup – continuam sem os lesionados Pedro Cabral e Frederico Oliveira, havendo que somar um problema físico do pilar Diogo Fialho, para lá de Carl Murray, ainda a tratar das malas no regresso de férias na sua Nova Zelândia natal.
De peito feito depois do triunfo diante do rival de Monsanto no final de 2013, a equipa de Damien Steele quer iniciar o ano com o pé direito e, já agora, ‘vingar-se’ do desaire sofrido na partida noturna da 1.ª volta no Jamor, na qual os azuis venceram (26-24), mesmo tendo feito menos ensaios: só dois contra quatro dos vencidos.
Já o Belenenses, cujas exibições esta época dentro do mesmo jogo parecem o perfil de sobe-e-desce de uma etapa dos Pirenéus na Volta a França, arrancam para 2014 com algumas novidades. 
A equipa do Restelo surgirá cirurgicamente reforçada em setores onde existia um claro défice no plantel – entram os desconhecidos sul-africanos Schreuder (pilar) e Odendaal (2.ª linha) e o bem conhecido tonguiano Willim Hafu (este jogará onde lhe apetecer e der mais jeito à equipa, como era costume…), o principal responsável pelo último título nacional conquistado por aquelas bandas, em 2008, numa fantástica final diante de Agronomia. 
E se a estes acrescentarmos o esperado regresso de Sebastião Cunha, então a equipa de Francisco Borges adquire argumentos mais que suficientes para começar a assustar os principais rivais. 
E por que não começar já a fazê-lo amanhã?


ACADÉMICA-CRAV (Sérgio Conceição, 15.30) 
Taveiro vai ser palco de um jogo curioso, previsivelmente equilibrado e que, apesar de ainda estarmos longe do final da prova, poderá representar para o vencedor – já que qualquer das equipas soma dois triunfos até aqui – um valente estímulo e empurrão para assegurar a manutenção na DH. 
O fator-casa pode revelar-se primordial, até por que os minhotos ainda não venceram na condição de visitantes e estarão lembrados de que na 1.ª volta foram batidos em Arcos de Valdevez pelos pretos por 12-10, apesar de terem marcado o único ensaio do jogo.
Quanto à Académica – que ainda não venceu um jogo no Sérgio Conceição esta temporada… – está na altura de finalmente dar uma alegria aos seus fervorosos adeptos. 
Sem jogadores envolvidos na seleção de sevens nem nos Lusitanos XV, vai ser desta?



CASCAIS-RC MONTEMOR (domingo, Guia, 17.30) 
A ronda conclui-se com o duelo que, na 1.ª volta, proporcionou a primeira vitória de sempre do RC Montemor na Divisão de Honra e na qual os alentejanos, também pela primeira vez, marcaram três ensaios numa partida na principal prova nacional.
Mas parece-nos que, desta feita, o triunfo não deixará de sorrir ao quinze da Linha que vai consolidando processos e, impulsionado pela saborosa vitória em Taveiro na última jornada de 2013, vai querer iniciar o ano em casa garantindo mais 4 (ou 5) pontos, fundamentais para manter a 6.ª posição que dará acesso ao play-off do título, claramente o objetivo máximo que a jovem equipa de João Bettencourt poderá ambicionar esta época.

10 comentários:

Anónimo disse...

O Polvo

Vitorias :

AGRONOMIA
BELENENSES
ACADÉMICA
CASCAIS

O Polvo

Anónimo disse...

nao sei onde vao ao dinheiro, mas de repente o belenenses passa a ser candidato. veremos a qualidade dos sul africanos mas nas fases estaticas serao importantes

Anónimo disse...

Triste que as equipas nao aprendam com os erros do passado e continuem a comprar estrangeiros...é o primeiro passo para o insucesso no futuro

Anónimo disse...

As aquisições, contratações e afins são um problema exclusivo dos clubes, como sempre temos afirmado aqui.

Mas, no caso do Belenenses é caso para dizer que pela boca morre o peixe. Quem há algumas semanas se queixa de ser derrotado porque o adversário tinha estrangeiros, vai buscar 3 de uma assentada é no mínimo curioso!

O Hafu é sempre um sucesso garantido, aguardemos pela prestação dos demais!

Votos de um grande fim de semana de rugby

Anónimo disse...

Nao concordo com a vinda de estrangeiros,mas qualquer um deles irá certamente promover a qualidade do rugby portugues. Os mais experientes podem ensinar...

Anónimo disse...

Parece que o Cascais não ganhavam em Coimbra há 15 anos, o que sempre quer dizer alguma coisa. E como na época passada em casa ao Belenenses - equipa que não vencia há 8 anos - e este ano repetiu o resultado, pode mesmo ser que esteja a melhorar,

Anónimo disse...

cdul 23 - 18 belenenses

Anónimo disse...

AAC 15 x CRAV 15

Anónimo disse...

CDUL 23 x Belenenses 12

Um jogo ainda marcado pela quadra natalícia, sensaboração na primeira parte, mais animado na segunda.

Apesar de muitos erros de parte a parte,o CDUL foi sempre a melhor equipa, embora se deixasse surpreender logo aos 5 min, sofrendo um ensaio.

Quanto ao Belenenses, foi confrangedor perder touches atrás de touches, de introdução própria, sem ritmo de jogo. Quanto às novas aquisições, Hafu (a jogar a centro!) lá foi tentando fazer aquilo que bem sabe, e pode ser um valor acrescentado. Os outros dois (segunda-linha e pilar) nada mostraram de relevante, a não ser os quilos a mais e barriga enorme do sul-africano... Não parecem ser uma mais valia para a equipa.

Esperamos a reacção azul, nos comentários a mais esta derrota! a quem será a tribuída a culpa desta vez :)

Anónimo disse...

Ui o polvo enganou-se...