31 de janeiro de 2013

WELLINGTON 7'S COMEÇA HOJE MESMO *


Victor Ramalho, do Portal do Rugby, líder de audiências do rugby brasileiro, fez a análise das equipas e dos Grupos do Wellington Sevens, e, com a devida autorização, fazemos aqui a reprodução do seu trabalho.
A Série Mundial de Sevens 2012-13 retorna nessa sexta-feira (bem de madrugada em Lisboa) com o Wellington Sevens, na Nova Zelândia, a quarta etapa do circuito. 
A marca da temporada vem sendo o equilíbrio pleno entre os primeiros colocados, com uma notável exceção: a líder absoluta Nova Zelândia. 
Jogando em casa, os All Blacks poderão ampliar decisivamente a liderança no circuito. Ou, os seus principais concorrentes poderão conquistar uma vitória maiúscula na briga pelo campeonato. 
Abrindo 2013, Wellington é o divisor de águas no circuito mundial masculino.

Correndo contra o prejuízo
O Grupo A do torneio é a imagem do contraste. 
De um lado, favorita absoluta, a Nova Zelândia, de outro, três das quatro seleções de pior campanha na temporada: Estados Unidos, Espanha e a decepcionante Inglaterra.
Os All Blacks chegam muito fortes ao torneio, creditados pelo título irrepreensível na etapa da África do Sul em dezembro. 
O técnico Gordon Tietjens contará com seus jogadores centrais - DJ Forbes, Tomasi Cama, Tim Mikkelson e Lote Raikabula - garantindo a força do elenco. 
O treinador anunciou apenas duas caras novas na equipa, Gillies Kaka e Rocky Khan, e ninguém tem dúvidas de que os neozelandeses são os grandes favoritos ao título em Wellington. 
A cada etapa, os All Blacks sempre produzem um grande destaque. 
Em Porto Elizabeth, foi Kurt Baker, autor de 8 tries.
Os ingleses iniciaram a temporada, como sempre, cotados para brigarem pelo título. Porém, as lesões de atletas-chave no início da campanha fizeram o time desandar e acumular resultados desastrosos, terminando 2012 surpreendentemente como a terceira pior seleção do circuito. 
Para Wellington, o técnico Ben Ryan contará com o retorno de Matt Turner, mas seguirá sem Chris Cracknell, Tom Mitchell e Ollie Phillips, o que mantém a Inglaterra longe de sua força máxima. 
Com isso, dificilmente os ingleses serão capazes de tirar a primeira posição dos All Blacks, mas têm a obrigação de garantir ao menos a classificação para os quartos-de-final.
Estados Unidos e Espanha concorrem diretamente com a Inglaterra pela vaga nos quartos-de-final, e não estão abaixo do time inglês. 
Os estadunidenses apostam na velocidade do agora badalado Carlin Isles e na criatividade de Shalon Suniula, enquanto os espanhóis no matador Pedro Martin, maior marcador de ensaios da temporada, com 16.
Equilíbrio total
O Grupo B promete grande equilíbrio, envolvendo França, Quênia, Argentina e a convidada da etapa, Tonga. 
Os franceses cresceram notavelmente nesta temporada, despertando de fato para os sevens. 
Os Bleus ocupam a segunda posição da classificação geral, e terminaram em segundo lugar na etapa passada, na África do Sul. 
Apesar da evolução, a França ainda não conseguiu quebrar o tabu sem títulos de etapas, que se arrasta desde 2005. 
O time do técnico Frederic Pomarel aposta na criatividade de Terry Bouhraoua para seguir crescendo no circuito, ciente de que é necessário dar um passo definitivo adiante.
Após um início muito bom, acumulando duas semifinais em Gold Coast e Dubai, mas perdeu o fôlego na última etapa. 
Para Wellington, a boa novidade para o o técnico Mike Friday é o retorno do astro queniano Collins Injera, líder da equipe. 
Munidos ainda dos fortes Ombachi e Ayodi, os quenianos prometem muito para o fim de semana.
Correndo para derrubar franceses e quenianos estão os argentinos, que fizeram grande campanha na África do Sul, terminando com o quarto lugar. 
Os Pumas estão apenas um ponto abaixo dos quenianos na classificação geral, e mostraram claro progresso. 
Para o torneio, o técnico Andrés Romagnoli efetuou nada menos que cinco alterações com relação à equipa que jogou em Porto Elizabeth, chamando Martin Chiappesoni, Santiago Craig, Matias Orlando, Anibal Panceyra Garrido e Javier Rojas. 
Com Matias Moroni e Nicolás Bruzzone em alta, os argentinos podem de fato pensar em ir longe.
Tonga é a quarta força do grupo. 
Seleção convidada para a etapa, Tonga tem grande potencial, tendo por espelhos seus vizinhos Samoa e Fiji. 
Para os tonganeses, o Wellington Sevens serve como preparação de luxo para o torneio da segunda divisão mundial em Hong Kong, em março, e ninguém deverá se surpreender caso Tonga saia com algumas vitórias da Nova Zelândia.
Verdes, azuis e vermelhos
Disputa acirrada pela primeira posição é aguardada no Grupo C, com África do Sul e Samoa duelando pela ponta. 
Os Blitzboks seguem com sérios problemas de lesões, e não contarão com algumas peças importantes, como Cecil Afrika, Branco du Preez, Kyle Brown e Steven Hunt. 
Sem eles, as chances do time do técnico Paul Treu diminuem muito na luta pelo título. 
O que faz aumentar a pressão sobre a África do Sul, que não vence uma etapa da Série Mundial desde a temporada 2010-11. 
Treu aposta agora em algumas jovens promessas, como Justin Geduld e Seabelo Senatla, para voltar a ser protagonista.
Campeã da etapa de Dubai, Samoa é uma montanha-russa. 
Na etapa seguinte a seu título, os samoanos sequer conseguiram avançar para os quartos-de-final, e hoje ocupam a quinta posição na classificação geral, uma abaixo da África do Sul. 
O elenco de Samoa vem sofrendo muitas alterações ao longo da temporada, mas, para dar solidez ao time, o técnico Faamoni Lalomilo irá basear a sua equipa para o restante da temporada em uma forte base de veteranos, com Ofisa Treviranus, Alafoti Faosiliva, Simaika Mikaele, Uale Mai e Lolo Lui no elenco. 
Com eles, Samoa volta a ser grande candidata a conquistas.
Gales e Canadá correm por fora no grupo, mas não são, de forma alguma, cartas fora do baralho. 
Os galeses fizeram excelente campanha em Porto Elizabeth, terminando no quinto posto.
Com James Davies em grande forma, a equipa galesa tem grande potencial de crescimento, contando com bons jovens valores.
Já o Canadá conta com o segundo maior marcador de ensaios da temporada, Sean Duke, e uma equipa em crescimento. 
Os canadenses demonstraram ao longo de todos os torneios ter muita qualidade, e precisam de mais rodagem de torneios para concretizarem as promessas. 
Os retornos de Conor Trainor e Taylor Paris inspiram os Canucks.
Fiji quer voar
No Grupo D, Fiji almeja apagar as decepções das duas últimas etapas e voltar a brigar de igual para igual com a Nova Zelândia. 
Mais do que nunca, o título para os fijianos é crucial. 
Hoje, Fiji é apontada como a seleção que pode desbancar os neozelandeses, e um título dentro de Wellington seria determinante para a seleção que ocupa atualmente o terceiro lugar geral. 
O maior problema para os fijianos nesta temporada vem sendo a rotatividade dos atletas, sempre com muitas estreias por etapa. 
E, em Wellington, isso não será diferente. Nada menos que cinco jogadores debutarão na etapa da Nova Zelândia, dificultando o trabalho da equipa. 
Cakau, Nagusa e Raqamate aparecem como os jogadores centrais dos Fijianos Voadores, que não contarão com a liderança de Botia. 
Com o grupo mais tranquilo do torneio, Fiji não deverá ter problemas para chegar ao mata-mata. 
Os problemas poderão aparecer apenas no segundo dia.
A principal adversária dos fijianos é a Austrália, que vem muito mal na temporada. 
Os Thunderbolts aparecem apenas em décimo lugar na classificação, e precisam mais do que nunca dar um sinal de reação. 
O retorno do astro Shannon Walker é o impulso pelo qual os australianos esperavam.
Na frente da Austrália na classificação está Portugal, cabeça-de-chave do Grupo D. 
Apesar da boa campanha na temporada, os portugueses chegam enfraquecidos à Nova Zelândia, perdendo três dos seus mais importantes jogadores, que estarão servindo a seleção de XV no Europeu de Nações. 
De todas as equipas presentes, Portugal é aquela que ainda não conseguiu lidar com a separação dos elencos das duas modalidades e com a profissionalização de seus elencos. Assim, as perdas de Pedro Leal, Adérito Esteves, Gonçalo Foro e Frederico Oliveira punem enormemente a equipa ibérica.

Por fim, a Escócia, última colocada do circuito, completa o grupo. 
O time voltará a ter no comando o técnico Stephen Gemmell e só pensa em escapar da lanterna da temporada. 
O Grupo D favorece as esperanças dos escoceses, que têm em James Fleming e Michael Fedo seus principais nomes.



1 comentário:

Anónimo disse...

Espanha tambem perdeu jogadores para a seleccao de XV.