6 de janeiro de 2013

MELHOR BELENENSES DA ÉPOCA MANTÉM CDUL NA LIDERANÇA *

Num jogo especial, a equipa azul foi demasiado forte para Direito, que desiludiu e deixou o Restelo vergado por mão cheia de ensaios e uma pesada derrota (36-14). 

O novel campeão ibérico, que à altura viajava em festa desde Valladolid, mesmo sem jogar, mantém-se no comando da classificação.   
   
Após um momento emotivo, com o sentido minuto de silêncio pela morte de Ricardo Sequeira – e como foi doloroso ver as lágrimas correrem pela face do auxiliar Pedro Vieira, ele que tantas e tantas batalhas travou ao lado do seu antigo companheiro na Tapada –, logo se percebeu que apenas uma equipa em campo queria mesmo muito ganhar esta partida – e estava equipada de azul.

Mais rápidos sobre a bola, mais coesos e determinados nos duelos, os homens do Restelo souberam capitalizar todos os erros adversários (e eles foram tantos!), em especial nos primeiros 40 minutos, mostrando mais “fome de bola” perante advogados que surgiram apáticos após a paragem natalícia, como que ainda empanturrados por toneladas de fritos.

Com a avançada devagar-devagarinho (e desta feita nem os Vascos se salvaram…), o habitualmente irrepreensível Gonçalo Malheiro numa tarde desastrada a chutar e a decidir (até foi tomar banho ao intervalo…) e Pedro Leal, primeiro a ponta (!) e depois como abertura, mas claramente sôfrego e sem condições físicas para ajudar a equipa, Direito teve em Adérito Esteves o único jogador que quis fazer algo.
Mas desacompanhado, isolado e atabalhoado, por vezes complicou mais que ajudou.
E assim a equipa de Monsanto foi presa-fácil de azuis que, em Dia de Reis, se exibiram a grande altura, apostados em oferecer uma robusta vitória aos adeptos em homenagem ao saudoso Ricardo Sequeira.
E para isso, para lá do muito que o pack trabalhou (acima de todos, Hugo Valente esteve incansável, indestrutível, imparável e outros “ins” que queiram acrescentar…), muito ajudou o facto de, pela primeira vez na época, terem conseguido alinhar em conjunto com os jovens irmãos Vieira de Almeida e os experientes Mateus, compondo umas linhas atrasadas de luxo.
Com estes quatro ao mesmo tempo nos três-quartos, qualquer equipa consegue milagres…
E assim não espantou que, aproveitando três-erros-três em tão-só oito minutos (!), os azuis arrancassem, inapeláveis, para a vitória.
A saber:
Aos 14’, Francisco Vieira de Almeida interceta um longo passe sem nexo de Malheiro para Adérito e só pára debaixo dos postes para o primeiro da tarde (7-3). Depois, ao minuto 21, numa jogada linda iniciada por Hugo Valente, que em força perfurou a defesa rival, deu em ‘off-load’ a António Vieira de Almeida que, colado à linha e num delicioso passe, sem olhar, que David Campese não desdenharia, transmitiu para Duarte Moreira marcar à vontade.
Com os jogadores de Direito completamente atordoados – se Martim Aguiar dispusesse de um minuto de desconto seria naquele momento – logo no lance de recomeço, a bola sobra para o n.º 8 João Barreto (belo jogo!) que foge a duas suaves, suaves, tentativas de placagem e em alta velocidade estabelece os 21-6 enquanto o selecionador nacional Errol Brain, à nossa frente, esfregava um olho.
E devia pensar cada coisa com os seus botões…
Pipoca ainda reduziu para 21-9 ao intervalo, que só chegaria após a justa exclusão do defesa azul Pedro Silva por amarelo, ao carregar ilegalmente Adérito no ar.
Mas nem desses 10 minutos com mais um jogador, Direito soube tirar partido.
A 2.ª parte começou sob intenso domínio azul, com os primeiros 12 minutos sem que os advogados pisassem sequer a linha de meio-campo, o que só conseguiram a seguir a Manuel Costa fazer 24-9 numa penalidade.
E só aos 62’ os visitantes fariam o único ensaio num imparável maul dinâmico após touche, através do entrado Diogo Coutinho (24-14).
Mas estava escrito – desde aquele triste minuto de silêncio – que o jogo terminaria em intensos tons de azul. E sem espanto aconteceram mais dois ensaios nos derradeiros cinco minutos.
Primeiro foi Diogo Mateus, a fazer uma ‘maldade’ a Luís Salema, trocando-lhe os olhos por completo e obrigando o jovem três-quartos de Direito a marcar urgentemente uma consulta ao oftalmologista para resolver o problema, e depois o suplente Diogo Miranda, a concluir uma jogada iniciada em nova deficiência técnica do mais uma vez desacompanhado Adérito (mas com alguma displicência à mistura…), a largar para a frente uma bola pontapeada desde lá detrás.
Como uma matilha, viu-se rodeado de jogadores azuis, que foram transmitindo a bola até selar os 36-14 finais, que permitem à equipa consolidar o 3.º lugar na tabela.
E aqui fica uma pergunta: há quanto tempo uma equipa de Direito, praticamente sem titulares ausentes (exceto António Aguilar e Manu Raposo), consentia cinco ensaios num só jogo?  

Nas Olaias o Técnico recebeu e venceu o CRAV, por fáceis 48-12, com 27-0 ao intervalo.
Mesmo exibindo-se longe do que já conseguiram esta época, os engenheiros dominaram como se previa, e aos 20 minutos já tinham marcado quatro ensaios e assegurado (praticamente) o ponto de bónus ofensivo.
Com Taione Vea em bom plano – não há meio do poderoso n.º 8 neozelandês, autor de um hat-trick, saber jogar a menos de 100% … – a equipa da casa chegou aos 41-0 a meio da 2.ª parte (destaque ainda para o bis do ponta Bernardo Baptista) e só aí “levantou o pé”, permitindo dois ensaios aos minhotos, o último no derradeiro lance de jogo, mas que não foi impeditivo da subida do Técnico ao 4.º lugar da tabela, andar onde os engenheiros não ‘moravam’ há muitos e muitos anos…

A jornada arrancou no sintético da Guia onde o Cascais se viu batido, sem apelo nem agravo pelo CDUP, por 61-22.
Os portuenses marcaram o primeiro dos seus nove (!) ensaios – com bis do 2.ª linha Lourenço Matalonga e do n.º 8 Martim Bettencourt – logo aos 5 minutos e se o duelo entre avançados se foi mostrando equilibrado, já a diferença entre as linhas atrasadas das duas equipas – que se apresentaram ambas um pouco ‘enferrujadas’ pela paragem natalícia – foi claramente favorável ao CDUP, que ia jogando ao (bom) ritmo do seu abertura Nuno Sousa Guedes (só para verem a riqueza do plantel portuense, o habitual titular, Rodrigo Figueiredo, por motivos escolares, só jogaria nos sub-21…).
Para piorar as coisas no quinze da casa, que cada vez mais se parece com uma enfermaria em período de epidemia, tal o número de lesionados que preenchem a lista de impedimentos, ontem foram mais três os abandonos, entre os quais os fulcrais n.º 8 Zane Winslade, logo bem cedo, e ainda o centro Miguel Lucas (de novo no ombro…).
Até ao intervalo, mais dois ensaios para os homens de Marcelo d’Orey cavavam uma distância já assinalável para claros 27-3.
O Cascais recomeçou muito bem, a pressionar e no primeiro quarto de hora marcou por duas vezes pelos avançados Francisco Sousa e José Conde, reduzindo para 27-17, mas quando a 15’ do final este viu amarelo por esmurrar um adversário (não deveria ter sido vermelho, Afonso Nogueira?), a equipa desmoronou.
O CDUP agradeceu e de imediato, com quatro ensaios de rajada, arrumaria a questão em definitivo.

A jornada apenas ficará completa a 20 de janeiro, com a realização do CDUL-Agronomia adiado devido à realização da Taça Ibérica.
E, atenção, não se esqueçam de marcar na agenda:
A DH regressa no próximo fim-de-semana, antes da paragem de 15 dias para preparação da seleção nacional e, nada mais nada menos, com o quente embate entre os dois primeiros da classificação, um aliciante Direito-CDUL.
Que por agora nada resolve, mas servirá para dar algumas pistas…

Veja os quadros com os resultados e a classificação atualizada.

* Texto: António Henriques
Fotos: Aguinaldo Vera-Cruz, António Simões dos Santos e Loja do Barão Mike

21 comentários:

Anónimo disse...

O técnico subiu para o 3o lugar

Anónimo disse...

O Direito tem é tido muita sorte, teve nos dois jogos com Agronomia e teve no 1º jogo com o Belém que jogou com uma equipa de 3 escolhas, o vasco uva, o Pipas até metem dó, o Fragoso com a mania que é estrela só sabe jogar na mama à espera que o trabalho dos ouros dê frutos para depois brilhar, quando é preciso lutar e sofrer esconde-se, o Pipoca é bom mas é na selecção já deu para perceber há muito que quando joga pelo clube finge que joga, não faz uma placagem, o Direito este ano seguramente não vai à final, a final vai ser belém vs CDUL, para a semana apanham mais um cabaz dos antigos.
Técnico em grande grande trabalho da actual direcção e se não tivessem deixado ir embora alguns dos Estrangeiros e seriam candidatos à 1/2 final.

Anónimo disse...

Aguardam-se com expectativa os comentários dos adeptos do Direito!

Qual a desculpa que vão arrnajar, depois do banho de rugby que levaram e depois de tanta sobranceria? :)

Anónimo disse...

Temos que ter cuidado com este marinheiro de água doce. Estatisticamente, em relação ao GDD, é jocoso quando perdemos e indiferente quando ganhamos. Mas na bancada parece ser o melhor amigo...

Claro que perdemos bem ( mal ) por via de vários factores entre eles o da colocação das pedras no sítio errado. O Pedro Leal devia estar como full-back e o Ferrador à ponta. É assim que sempre jogaram a vida toda. De facto o Malheiro esteve em dia mau e, entalado entre o formação muito verde ( o Manny na bancada? Porquê? Castigo por ter ido a casa no Natal?) e o primeiro centro sem força, a linha de 3/4 limitou-se a fazer nada. Também não se admite que um talonador internacional coloque tantas bolas tortas no line-out.

Enfim, vira a página e ... vamos em frente porque esse é o caminho.

Anónimo disse...

Foi um belíssimo jogo de rugby! O Direito melhor nos avançados, mas o Belenenses bastante melhor nos 3/4. Foi um justo vencedor.
Cumprimentos desportivos para todos.

Anónimo disse...

Qual jocoso, qual quê! Quem foi ao jogo percebe o que aqui é falado e que não é dito com qualquer má intenção. Aliás isto é que dá graça a uma crónica e a torna diferente de uma mera constatação de pontos marcados. Por isto e pelo óptimo trabalho, os meus parabéns ao autor.
Tenho só pena que não haja qualquer referência ao excelente jogo do nº10 azul, os seus bons chutos aliados à falta de qualidade dos que o direito fez, foi o que fez a diferença no jogo.

Anónimo disse...

Ó Manel costa não precisavas de vir aqui defender o teu filho,
:-) , toda a gente viu que fez um grande jogo, também toda a gente viu que o Direito jogou zero, e que o Belém fez um grande jogo, e como não há milagres não há a minima possibilidade de o Direito para a semana dar a volta ao texto por isso volta a levar que contar, se olharmos com atenção para o jogo facilmente constamos que não houve uma única coisa positiva em todo o jogo, são um gigante com pés de barro. é uma vergonha aquela malta continuar a ir à selecção, o Técnico que joga bem mais continua sem ninguém a calçar na selecção.

Anónimo disse...

Não sou do Direito, longe disso, mas acho que são uma equipa que merece todo o respeito e falar mal de jogadores como Vasco Uva, Pipoca ou Pipas, só demonstra um facciosismo rídiculo.

Tiveram um dia mau e o Belenenses um bom dia. Acontece, é Rugby.

Aliás o Belenenses, com todos os seus jogadores e neste modelo de campeonato é perigosissímo e sério candidado ao título.

Abraços

Pedro Silva

Anónimo disse...

1º O Bruno Rocha do Técnico vai à selecção

2º É o unico jogador (português) do Técnico que se aproveita

Anónimo disse...

Bom...comentários infantis à parte, uma coisa é certa...este campeonato está mais interessante...

Acho que o modelo novo está a resultar!

Anónimo disse...

Caríssimos, todas as equipes têm dias em que as coisas correm mal.
Jogadores que raramente falham falharam, acontece, e há que viver com isso. O Belenenses foi um justo vencedor porque quis mais, procurou mais a vitória, quis jogar mais, teve a sorte do jogo e isso empolgou-os. O 1º ensaio do Belenenses nasce de um erro enorme que aproveitaram bem. Se perguntarem se a vitória é justa, digo que é justissima mas não há razão para declarar o Belenenses campeão e o Direito condenado à descida.

São duas óptimas equipes no entanto acredito que o Direito está uns furos acima do Belenenses contudo no Domingo isso não se viu por diversas razões, a principal foi a discipliscência do GDD que vendeu facilmente a derrota

Anónimo disse...


Fair-play ... precisa-se!

Quando se ganham quando se está na mó de cima, é fácil escrever que somos os maiores e menosprezar e muitas vezes procurar gozar com os adversários.

Porém quando se perde, logo as virgens púdicas ficam incomodadas com os comentários, crónicas e relatos dos jogos!

Saber ganhar, mas sobretudo respeitar o adversário e respeitar quem, sem nada receber em troca (além da missão de informar)é que é fundamental para que o rugby continue a ser um desporto de valores.

Tenho dito!

Anónimo disse...

o tema da selecção é o que é. os seleccionadores confiam no grupo que têm e ponto final. A única crítica que posso fazer é que raramente vêm jogos das equipas ditas mais fracas...estando aí o Técnico, CDUP, Académica e afins. Vão surgindo nas equipas todas novos valores, e os jogadores tem altos e baixos. Em quase todas as equipas existem miúdos de 18-21 anos com grande potencial. Seja no clube x ou y. Era importante que do clube x ou y, partissem todos em pé de igualdade... Será que sim?

Anónimo disse...

Os pastéis já estão com a Agronomia em anos anteriores: "tá no papo...".

Até ao lavar dos cestos é vindima.

Anónimo disse...

A verdade é que este modelo de campeonato está a provar muito bem. No entanto estou convencido de que vai ser mais do mesmo - Cdul, Agronomia, Direito e Belenenses estarão nas meias finais.

Anónimo disse...

primeiro, o técnico não subiu ao 3º lugar até porque o belenenses ganhou e com ponto de bónus.

segundo, não sendo do direito, não acho que tenha sido sorte pois estavam a ser, na minha opinião a equipa a jogar melhor rugby (não a melhor) e viu-se até no jogo contra o Cdul onde jogaram bem melhor.

terceiro, não se deve andar a dizer mal de nenhum jogador muito menos de internacionais portugueses que já foram representar o país ao mais alto nível e do Vasco que é um excelentísimo jogador, capitão da selecção que ganhou recentemente o europeu sub 19 até porque não é esse o espírito do rugby.

já jogo rugby há 14 anos e acho que aquela velha máxima de que o rugby não é o futebol se deve manter e não se deve andar a criticar (apenas com a intenção de achincalhar) os jogadores

quarto, o técnico nunca na vida será candidato à meia final mas, então esperamos para ver.....

quanto ao Pipoca, esconde-se? foi considerado SÓ o 14º melhor do mundo e se diz que o nosso melhor jogador português é mau, então todo o rugby português está mal

por fim, espero que compreendam que devido a alguns jogadores mais experientes já não estarem presentes e as equipas, regra geral, têm utilizado muitos miúdos, o nível dos jogos pode descer um pouco mas, o campeonato está rrenhido, tem havido jogos bons e VIVA O RUGBY!!!

Anónimo disse...

Anónimo de 8Jan 20:36,

Curiosa a forma como - lá está - virgem ofendida - defende o GDD, os valores do rugby e, expressamente, alguns jogadores.

Depois, lá deixa cair a máscara, na forma mal educada e de desprezo quando se refere ao Técnico.

Parece, afinal, que 14 anos a jogar rugby nada lhe ensinaram...

Anónimo disse...

Recomenda-se seriamente lápiz azul neste blog...

Críticas educadas são sempre bemvindas..mas o botabaixo é de lamentar...

Anónimo disse...

Mau jogo do Adérito, acho que é um bom jogador de 7`s, mas mau no rugby de 15, pois já está com os vicios dos 7`s

Jonas Stilwell disse...

muito boa esta vitória do Belém, de forma a deixar em aberto uma luta alargada na fase final! emoção garantida até ao último jogo no campeonato português!

abraços

Anónimo disse...

Direito a pior equipa no momento!!!