27 de novembro de 2009

HAKA, SIPI TAU E OS PAULITEIROS DE MIRANDA


O Haka é o nome genérico pelo qual são conhecidas as danças típicas do povo Maori, que demonstram a paixão, o vigor masculino e a identificação com a raça. É igualmente executada para dar as boas vindas a quem chega, como para intimidar as tribos inimigas.




Executado pelos All Blacks, numa variante específica chamada Ka Mate, quanto mais agressivo, feroz e brutal, o tom utilizado, mais vai incentivar a equipa, e intimidar o adversário.

Conduzido pelo jogador mais velho, de sangue maori, as palavras utilizadas servem para estimular quem está realizando a dança, mas também para comandar a sequência dos seus movimentos.



Por outro lado, Fiji também tem a sua dança guerreira – o Cibi – que deixou de ser executada desde que foi nomeado o actual treinador da equipa, por este pertencer a uma casta não comedora de homens, e o Cibi estar directamente relacionado com a prática da antropofagia. No entanto, na despedida oficial da equipa de sevens para o Dubai, o actual presidente das Ilhas ordenou o regresso da dança, como forma de afirmação da sua cultura guerreira...


Mais moderadas as versões dançadas pela Samoa e por Tonga. Na verdade, tanto o Manu Siva Tau, como o Sipi Tau, são adaptações de danças guerreiras ao ambiente desporttivo. Mais generalista no primeiro caso, directamente adaptada ao rugby no caso de Tonga.

Aqui ficam em tradução livre e adaptada das versões inglesas, das quatro danças referidas








Apesar da tradição e do folclore, sou pessoalmente contra a execução das danças guerreiras antes do início dos jogos de rugby.

Nada tenho contra um acto de concentração e estímulo de uma equipa, mas tenho sim contra um acto deliberadamente intimidador, que o adversário fica obrigado a assistir em silêncio e reverência.

Representa uma vantagem objectiva que se dá a um dos intervenientes, em prejuízo do outro.

E hoje, aquelas manifestações, não passam de manobras de marketing, impostas por fornecedores de equipamentos desportivos.


A equipa portuguesa, os nossos Lobos tem que ter consciência disso, e dar àquela demonstração guerreira apenas o valor que ela tem, até com uma certa condescendência.


Já imaginaram a seleção portuguesa arrancar com uma dança de pauliteiros de Miranda, também ela com origens muito antigas e guerreiras?


Ou com uma interpretação mais livre daquelas manifestações bélicas como fez uma tal TV Barrosã, conforme podem ver aqui, com os meus agradecimentos ao De Lisbonne A Paris ?


Ou seja, malta, a melhor resposta que podem dar ao Sipi Tau de amanhã, é a vitória!

1 comentário:

miguel rodrigues disse...

Muito bons os 2 artigos.

Abraço