13 de novembro de 2009

FIM DE SEMANA DE GRANDE QUALIDADE


Dois jogos de grande impacto, um em França, outro na Irlanda, marcam o fim de semana do Outono Internacional.

Entretanto, se está curioso quanto ao comportamento das equipas do segundo nível da IRB, perante as equipas A, das grandes potências, não deixe de acompanhar os jogos de Tonga, Romênia e Geórgia, que defrontarão Irlanda, Itália e Argentina, todas na versão A.

E de uma ou outra maneira, estes jogos tem algo a ver com Portugal. Na verdade, se Tonga e Argentina A vão ser os próximos adversários de Portugal neste Outono, a Romênia e a Geórgia serão dois dos nossos oponentes nos jogos de qualificação do Campeonato do Mundo, a disputar em Fevereiro e Março.


Quanto a estas equipas, será uma excelente oportunidade para aferir o actual nível em que elas se encontram.



Temos depois um conjunto de três encontros na disputa da qualificação para o Mundial 2011, sendo que aos E.U.A. basta confirmar o favoritismo, neste jogo e na segunda mão da próxima semana, frente ao Uruguai, para assegurar a sua presença no evento. Enquanto isso, o Tunísia-Namibia, também em dupla jornada, vai definir quem se apura directamente e quem terá de disputar o play-off de acesso ao Campeonato.
Quanto ao resultado do jogo Moldávia-Republica Checa, ele apenas pode interessar à Republica Checa, que se ganhar todos os jogos que lhe falta realizar – Moldávia, Bélgica e Ucrânia – e se a Ucrânia perder com a Moldávia, alcançará o primeiro lugar no seu grupo de qualificação, ocupando o lugar de adversário da Lituânia, no primeiro de uma série de play offs, que levarão uma única equipa à RWC 2011. É muita matemática...



Chegamos assim aos jogos mais importantes.
Num primeiro grupo iremos assistir ao Japão-Canadá, no primeiro dos dois Testes que os canadenses farão em terras do Sol Nascente, e nos quais acredito que a vantagem vá para o lado dos visitantes, apesar da história dar essa vantagem aos japoneses.

Nos restantes jogos deste segundo grupo, a Nova Zelândia não vai ter dificuldade em vencer a Itália, apesar da ausência de Carter, suspenso por uma semana em conseqüência de uma placagem alta, efectuada no primeiro jogo da digressão, enquanto o País de Gales não deve ser surpreendido por Samoa, apesar do completo equilíbrio registado em encontros anteriores, e a Escócia, apesar de algumas dificuldades, não vai, certamente, perder contra as Ilhas Fiji.

Aproveito a ocasião para fazer uma referência à precária situação das Ilhas perante o mundo em geral – fruto da complicada situação política que o país atravessa, que atingiu o seu ponto mais crítico com a recente expulsão de diplomatas australianos, obrigados a retornar ao seu país – e perante a comunidade do Rugby, que já fez saber aos responsáveis de Fiji a sua disposição de suspender a participação das suas seleções, das competições internacionais. Aliás, já no princípio do ano Fiji correu aquele risco.

No plano interno tudo está muito complicado, com a saída nada pacífica de Waisele Serevi da condução da equipa de Sevens, depois de fortes disputas verbais entre o Mago e o Presidente da Federação, fruto da constante ingerência deste nos trabalhos daquele.
Esperamos que tudo acabe por se resolver, mas no estado actual da situação, tudo indica que viremos a ser privados do contacto com as fantásticas equipas fijianos, ao mesmo tempo que se verificará uma fuga maciça dos seus jogadores para a Nova Zelândia, Austrália e Papua Nova Guiné, na procura de trabalho, naquilo que melhor sabem fazer.

Finalmente, a cereja no topo do bolo! Ou melhor, duas cerejas e uma ginja. A ginja vai pôr frente a frente Inglaterra e Argentina, com a vantagem teórica a pender para os ingleses, mas com os Pumas a representarem uma ameaça efectiva, que poderá ser concretizada em pontos.
E as cerejas vão para os clássicos França-África do Sul e Irlanda-Austrália.
Com a vantagem teórica a pender para os visitantes, acredito que as coisas não vão ser assim tão simples, com a França a tentar aproveitar a onda de lesões que afectam o XV dos campeões do Mundo, e alguma desorientação que a recente derrota frente ao Leicester tenha deixado nas hostes dos Springboks. Mas esta derrota pode bem ter o efeito contrário, levantar o orgulho ferido e provocar uma reação positiva nos sul africanos. Estão aí todos os ingredientes para um grande jogo.

Deixei para o fim o Irlanda-Austrália, com os Wallabies ainda a saborearem a vitória frente à Inglaterra, e os irlandeses a disputar o primeiro jogo da época. Mais uma vez os números apontam para a vitória dos visitantes, mas eu tenho uma grande confiança nos irlandeses, com quase todos os seus jogadores envolvidos na disputa da Heineken Cup e da Amlin Cup, entre outras competições, ao serviço das quatro seleções regionais, em que o país se encontra dividido.
Vai ser um encontro de gigantes, mas tenho a impressão que o jogo vai marcar o final do sonho australiano, de conseguir o cobiçado Grand Slam: a vitória, nos jogos contra as quatro grandes equipas britânicas, na mesma digressão.

Confira o calendário dos jogos


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