4 de novembro de 2009
O HOMEM QUE MATOU O LEÃO!
O Campeonato do Mundo de Sevens (RWC) de 2013 já está em andamento! Terminou no passado dia 30, o prazo para apresentação de candidaturas à organização do evento, com oito candidatos a apresentarem-se à corrida. Alemanha, Argentina, Austrália, Brasil, Escócia, E.U.A., Hong Kong e Rússia, deverão agora confirmar a sua pretensão até ao dia 15 de Dezembro, sendo que a escolha final terá lugar em Maio de 2010, por altura da realização da reunião do Conselho da International Rugby Board (IRB).
O numero de candidaturas é espelho do crescente interesse pelos Sevens, ao redor do Mundo, e demonstra claramente que a recente introdução da variante no Programa Olímpico, não é, de modo algum, motivo para o cancelamento da Prova, como as declarações de responsáveis da IRB fizeram temer.
A afirmação por diversas vezes repetida por responsáveis pela IRB de que os Jogos Olímpicos serão o “pináculo” do rugby, deu espaço para algumas interpretações que afirmam que a RWC será abandonada.
Esta afirmação levantou uma polemica, já que a definição de pináculo não infere nenhuma decisão, tanto podendo ser o pináculo de um desporto que tem outros pontos altos nas Sevens World Series (SWS), Séries e campeonatos regionais, e RWC, como pode ser o ponto alto de um desporto que nada mais tem senão os próprios Jogos Olímpicos e os torneios que lhe darão acesso.
Se a segunda opção fôr escolhida, creio bem que a grande maioria dos que se emocionaram com a admissão no Programa Olímpico, chorarão torrentes de lágrimas ao verem a estrutura desportiva que foi erguida ao longo dos anos, sempre com o incontestável apoio dos eternos adeptos e seguidores, desmoronar-se em olímpicas nuvens de deserto, com um pequeno e pinacular oásis no seu meio.
Ou será que a RWC será substituída pelas SWS? Nesse caso estaremos a negar a verdadeira essência dos Sevens: um vencedor e um vencido a cada 15 minutos, e um único vencedor no final do dia. As SWS são um grande acontecimento, mas ser o primeiro classificado no ranking, ao fim dos oito torneios, não substitui a glória de ser aplaudido, como único vencedor, no final de cada um dos torneios. Os sevens são uma arena romana, e ninguém se importa com o rapaz que não foi morto pelo leão – quem fica para a história é o homem que matou o leão!
Aproveito ainda a ocasião para discordar frontalmente com qualquer competição mundial, tipo RWC ou Jogos Olímpicos, que não seja organizada para a participação de, pelo menos, 24 equipas. É muito bonito assistir às diversas afirmações, produzidas por todo o tipo de pessoas, de que afinal vencer não é tudo, para depois se pretender que na maior competição desportiva do mundo, apenas participem as 12 melhores equipas.
Não existe nenhum critério razoável que justifique essa decisão, nem o argumento da duração da competição é válido, como o prova os sucessivos êxitos do Hong Kong Sevens ou das RWC, jogados num só estádio, em três dias sucessivos.
O fato da IRB não ter introduzido nenhuma alteração, até este momento, na organização da RWC 2013, parece ser um bom sinal, mas será bom acompanhar a situação, na esperança que não haja nenhum volte face por parte daquele organismo.
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