10 de dezembro de 2014

159 JOGADORES JÁ VESTIRAM A CAMISOLA DAS QUINAS EM 7'S

Quando o jogador João Vaz Antunes - um jovem com 19 anos que foi chamado à selecção nacional de sevens em substituição de Duarte Moreira lesionado no Dubai - entrar em campo pela primeira vez no Port Elizabeth 7's, vai carregar consigo a responsabilidade de corresponder ao que os seus 159 antecessores na equipa lhe exigem, e que é aquilo que todos nós lhe exigimos - que pise o relvado com alegria, com honra e orgulho de representar Portugal!

São 22 anos de história - na verdade serão 23 anos em Maio - desde a participação no torneio de qualificação para o Mundial de 1993, que se disputou na Catânia, Itália, em Maio de 1992, e são, já contando com ele, 160 jogadores que vestiram a camisola das quinas em nossa representação, e é justo referir os 10 jovens - na altura! - que se viram metidos num torneio organizado sem qualquer qualidade, sem locais de treino, com o alojamento numa estância de veraneio especialmente aberta para receber as equipas, sem zonas de descanso, numa demonstração de manifesta incapacidade organizativa.


Hoje raramente se disputam mais de seis jogos por torneio, e a composição normal das equipas é de 12 jogadores.
Naquele tempo as equipas eram constituídas por 10 jogadores, e, por exemplo na Catânia, Portugal disputou nove jogos - quatro na sexta feira, outros quatro no sábado e um no domingo, porque fomos eliminados nos quartos de final...
E, para fazerem ideia de como as coisas foram organizadas, na sexta feira, entre o primeiro e o segundo jogo de Portugal apenas  houve um intervalo de 20 minutos.
Por isso, e por muito mais, que serviu para aplainar o caminhos dos que vieram depois, exige-se que aqueles que hoje entram em campo, os que comentam os textos que aqui se publicam, ou os que simplesmente vão assistir a um jogo de rugby, respeitem e honrem os que por lá passaram e os que trabalharam para eles.

A propósito do número de jogadores por equipa registe-se que apenas com o lançamento do Circuito Mundial se começaram a utilizar 12 jogadores, embora o Mundial de 2001 ainda tenha sido disputado por equipas de 10 jogadores.
Na Europa, apenas com a introdução do Grand Prix Sevens em 2011 se mudou de 10 para 12 jogadores.


Desse grupo fazia parte Tomaz Morais, hoje o Director Técnico Nacional, mas fica aqui a identificação completa da equipa (de cima para baixo, da esquerda para a direita):
Andy Cushing (treinador), António Moita, João Jonet, Francisco Borges, Pedro Neiva Correia, António Cunha, Nuno Mourão, João Queimado, Tomaz Morais, José Maria Vilar Gomes e Nuno Durão.

Recordo mais dois nomes que trabalharam arduamente para a formação desta equipa: o José Paixão, adjunto do Andy Cushing, e o Francisco Graça Gordo, o responsável pela saúde de centenas de jogadores de rugby, e que exerceu as suas funções de fisioterapeuta, enfermeiro, conselheiro, amigo durante muitos anos sem qualquer remuneração!

Depois destes 10 jogadores segue-se uma longa lista de mais 149 nomes, uns mais conhecidos, outros que deram menos nas vistas, mas que estão unidos pelo mesmo laço com a história do rugby português.

E o João Vaz Antunes tem que ter consciência que, para ele ter a oportunidade de representar Portugal, muitos contribuíram com o seu esforço com o seu trabalho, tanto no campo como fora dele - jogadores, treinadores, directores de equipa, fisioterapeutas, enfim, dezenas largas de homens e mulheres dos quais muitos são absolutamente desconhecidos - mas sem os quais hoje, o João Vaz Antunes não estaria em Port Elizabeth.

Podem ver a lista completa dos internacionais portugueses de sevens (Os Linces) no nosso Hot-site Portugal 7's.

A lista dos jogadores que estarão na África do Sul, apenas sofreu a já referida alteração, e você pode ver aqui a composição da equipa, tomando nota que as internacionalizações indicadas incluem todos os torneios da nossa selecção e não apenas os realizados no Circuito Mundial.



2 comentários:

Anónimo disse...

muito bom texto! dos poucos sites em Portugal com conteudo de valor! abrç e continuaçao de um bom trabalho!

Anónimo disse...

Homenagem por parte da FPR, a Francisco Graça Gordo, seria justa.