7 de dezembro de 2014

ACADÉMICA BATE AGRONOMIA, CDUP VERGA BELENENSES *

Os números exagerados das vitórias do Direito sobre o Montemor e do Técnico sobre o CRAV deixam os vencidos mais enterrados no fundo da tabela, enquanto permitem aos engenheiros reduzirem a distância para o terceiro, o Cascais.

Apesar de vencidos frente ao CDUL, os cascalenses mantém um excelente 3º lugar e vai ser interessante seguir esta luta pela posição nas próximas semanas, mas o resultado em destaque é sem dúvida a vitória da Académica na recepção a Agronomia, e a resposta dos pretos ao domínio dos agrónomos nos primeiros 40 minutos.

CDUL *26-12 CASCAIS (5-2)
O campeão nacional derrotou o Cascais, e mesmo com o bónus de ataque conquistado pelo Universitário, os cascalenses não saíram diminuídos de campo e mantém a terceira posição, agora a quatro pontos de distância do Técnico.
O CDUL continua isolado na frente e manteve a vantagem para o Direito - ambas ganharam com bónus - preparando-se agora para os grandes embates contra o Valladolid (Taça Ibérica), o Mogliano Rugby e o Caucasians de Tbilissi (1ª fase do apuramento para a Challenge Cup 2015/16).

DIREITO *69-0 MONTEMOR (11-0)
Com esta esperada e fácil vitória do Direito sobre o Montemor, os advogados aumentam a vantagem sobre o Cascais e seguem tranquilamente na perseguição ao CDUL...
O Montemor continua sem conseguir pontuar e mantém-se em igualdade de pontos com o CRAV na cauda do pelotão.

TÉCNICO *98-12 CRAV (16-0)
Aos 20 minutos de jogo já o Técnico tinha marcado cinco ensaios, garantindo a vitória e o bónus de
Foto: António Simões dos Santos/Rugby Photo Store
ataque, e ao intervalo o marcador registava 65-0, com um total de 11 ensaios.
Durante os primeiros 40 minutos o CRAV não chegou aos 22 dos engenheiros.
No segundo tempo o ritmo do jogo abrandou, o Técnico fez todas as substituições que podia fazer e a sua capacidade de perfuração baixou consideravelmente, tendo obtido apenas cinco ensaios.
Com este resultado a equipa das Olaias está na luta pelo 3º lugar, mas até defrontar o Cascais, seu concorrente directo, ainda tem que ir a Coimbra enfrentar uma Académica em crescendo, recebe o CDUL nas Olaias e vai a Monsanto defrontar o Direito...
Uma série dos diabos!

ACADÉMICA 20-17* AGRONOMIA (4-3)
Brilhante e merecida vitória da Académica no Sérgio Conceição frente a uma Agronomia que não conseguiu transformar em ensaios o enorme domínio a que submeteu a equipa da casa no primeiro período de jogo. 
Mais fortes no bloco de avançados e com grande capacidade de conquista, particularmente na formação ordenada, os agrónomos estiveram muito próximo de marcar em várias situações através de ações de jogo penetrante paradas a escassos centímetros da área de validação, pela bem organizada defesa de Coimbra. 
Apenas aos 29 minutos Agronomia inaugurou o marcador quando circulou a bola depois de ter conseguido criar algum espaço no exterior.
Aos 34 minutos Manuel Santos reduziu para 3-7, fixando o resultado ao intervalo. 
No segundo período a Académica entrou melhor e começou a mandar no jogo marcando um excelente ensaio na sequência de várias fases de jogo finalizada por João Aguiar logo aos 45 minutos.
Aos 54 minutos Rui Rodrigues marca rápido uma penalidade e passa o resultado para 13-7. 
Imediata resposta da equipa da Tapada que apenas um minuto depois desenvolve o seu perigo maul e reduz para 13-12. 
Aos 70 minutos Tomás Mendonça e Manuel Santos tiram Agronomia do jogo com um belo ensaio e respetiva transformação. 
Com 20-12 a Académica conseguiu colocar o jogo próximo da área de Lisboa durante alguns minutos mas num derradeiro folgo Agronomia faz o seu último ensaio através de acção individual de Martinus Hofman garantindo assim um precioso ponto bónus defensivo para a sua equipa.

BELENENSES 14-30 CDUP (2-4)
Excelente vitória dos portuenses no Restelo, que levou a equipa dos Universitários para o grupo do play off, deixando o Belenenses e Agronomia abaixo da sexta posição.
Se, como alguns defendem - mas sem avaliarem as consequências - a Divisão de Honra fosse agora reduzida para seis equipas, os belenenses e os agrónomos teriam que ir passar uns tempos à 1ª Divisão, nível secundário do rugby nacional...
O CDUP parece ter agora recuperado a sua competência - depois dos 80 que levou do Técnico - e saúda-se este seu regresso aos bons tempos...


(*) - Texto e classificação corrigidos

Foto de capa: Miguel Rodrigues/Rugby Photo Store

33 comentários:

Anónimo disse...

Académica foi gigante contra uma Agronomia que pensou serem favas contadas. E, em abono da verdade, se alguém mandou no jogo foram sempre os Pretos, com Agronomia a aparecer de quando em vez.
Era escusado o comportamento do banco do Agronomia durante o jogo e a conduta violenta de 2 ou 3 jogadores da equipa Lisboeta no final do jogo. Agressões violentas que não ficam bem num campo de rugby. Há que saber perder, quando o adversário foi mais forte.
Pretos numa maré de entrosamento e de espírito de equipa.
Um jogo bonito de se ver, no que ao rugby diz respeito.

Anónimo disse...

Domínio do Agronomia nos primeiros 40 minutos? estamos a falar do jogo de sábado em Taveiro? É que se estamos, eu estive lá e não foi ao Agronomia que vi dominar no jogo.

Anónimo disse...

Belenenses, Belenenses... que é feito de ti Belenenses? Como me entristece ver esta minha equipa neste estado...

Anónimo disse...

Eu defendo uma Divisão de Honra com seis equipas e meço as consequências do que digo.

Se alguém defende um DH com 6 equipas quando parece que essas equipas seriam umas e deixa de defender quando parece que essas equipas passariam a ser outras, essas pessoas não defendem esse modelo de campeonato, defendem qualquer coisa que, na sua opinião, seria boa para as suas equipas.

A diferença entre estas duas posições é completa.

Anónimo disse...

A classificação está errada! A Académica tem 22 pontos.

Anónimo disse...

Apenas referências para o seguinte. não se trata de avaliar se o campeonato deveria ser de 6, 8 ou 10 equipas, mas sim e principalmente competências, e factos são factos:
Agronomia e Belenenses nos ultimos 10 anos estiveram sempre na disputa do titulo, este ano é aquilo que se vê pode arumentar-se plantel mais fraco, muitos jovens, poucas condições, tudo isso já existiu em um passado recente com estas mesmas equipas e a competitividade manteve-se, o que se passa realmente é que a escolha de treinadores de ambas as equipas (Agronomia e Belenenses foi um tremendo erro de casting das respetivas direções apostas não de risco como alguns defendem mas totalmente descabidas, no caso de Agronomia fica á mostra que o ser treinador de jovens principalmente debaixo do patrocinio da FPR(excelentes condições de treino/trabalho) não é o mesmo que treinar uma equipa senior experiente habituada a finais, há que ter uma grande experiença a vários niveis, tecnico/ emocional/ comunicacional, liderança enfimtodo um conjunto de atributo ddos quais muitos deles apenas vem com o correr dos tempos.
Esta Agronomia não sabe o que faz em campo o pouco de bom que ainda faz é dos anos anteriores o seu mau dinamico, formação ordenada, tudo o resto está completamente descaracterizada.
Belenenses não basta ter sido um bom jogadpr internacional, carismático, para ser um bom treinador, falta tudo ao jovem treinador do Belenenses a começar pela formação necessária para exercer as funcões, falta disciplima, rigor experiência, gestão emocional,a experiênçia necessária para ultrapassar as dificeis condições de treino que o Belenenses oferece.
Este Belenenses não tem qualquer identidade joga apenas de rasgos imdividiuais(cada vez menos) não tem qualquer principio de jogo, é fraquissimo nas situações de Formação ordenada e Alinhamento , defende muito mal, sempre mal organizado defensivamente a partir de reagrupamentos do adversário , mal colocado defensivamente a partir de 2 e 3 fases do ataque adversário.
Enfim um descalabro total.

Anónimo disse...

Cascais ainda longe do alcance do Técnico que está agora a seis pontos de distância...

Se o Cascais tem 36 pontos e o Técnico 32 e se ainda sei fazer contas de cabeça sem recorrer à calculadora, a distância são 4 pontos, ou seja, a uma vitória/derrota de distância!

No campo das hipóteses, se o Cascais perder o próximo jogo e não pontuar e o Técnico ganhar com ponto de bónus, é quanto basta para inverter as posições...

Anónimo disse...

Achar que a redução para 6 equipas num campeonato que visa a regularidade é sinónimo do aumento de competitividade e interesse pelo mesmo, é um erro que nem no futebol é cometido.

Em qualquer competição como esta existem sempre duas lutas, entre as equipas que querem ganhar e entre as que se querem manter nesta divisão. Independentemente do número de equipas esta realidade vai sempre existir.

Pergunto depois se uma equipa como a Agronomia ou Belenenses (7 e 8 da tabela) descerem de divisão porque o campeonato tem menos equipas se esta realidade não será bem pior para o rugby português.





Manuel Cabral disse...

Anónimo das 8:50
Obrigado pela chamada de atenção, havia um erro sim, mas já está corrigido, assim como o texto do jogo CDUL-Cascais.
Obrigado

Anónimo disse...

Uma divisão de honra com seis equipas, disputada a 3 voltas e com uma meia-final e final. O jogo da terceira volta seria disputado por exemplo em casa da equipa cujo goal-average entre as duas fosse melhor. Ficariamos com um segundo grupo de 6 equipas espectacular.

Anónimo disse...

Rapaziada, e que tal um campeonato apenas com 4, porque só com CDUL e Direito pode parecer mal. Assim faziam com os 4 atuais classificados nas posições de topo da tabela. A 5 ou 6 voltas, por exemplo. Porque com 6, para as iluminarias que queriam ver a competição confinada a Lisboa já não dava. Arriscavam-se a ter de viajar 1 vez por ano a Coimbra e ao Porto e isso é uma chatice muito grande. Para além das despesas que acarretam essas longas viagens. Albano Tavares

Anónimo disse...

É chato, lá isso é, mas a realidade é que o rugby de qualidade está em Lisboa. Se queremos uma selecção forte terá que ser à base de 4 ou 5 clubes. É a lei da vida. Seria muito agradável ter uma equipa em Bragança e outra em Chaves, mas.... Vamos mas é pensar em estabilizar o que temos e deixarmo-nos de fantasias a pensar que os clubes da província terão nos tempos mais próximos alguma possibilidade de discutir com os mais fortes de Lisboa. Capotes de dezenas de pontos não favorecem nada o desenvolvimento do rugby.

Anónimo disse...

Não defendo uma DH com 6 equipas a 3 voltas. Defendo o modelo 6+6 que já existiu durante muitos anos.

Para o Grupo A da DH: 1ª fase com 6 equipas a 2 voltas.

Para o Grupo B da DH: 1ª fase como no Grupo A.

2ª fase: luta para o título com as 4 primeiras equipas do grupo A; luta para a manutenção/promoção ao Grupo A com a s 5ª e 6ª equipas do grupo A e as duas primeira do grupo B; luta para a fuga à despromoção para a I divisão com as 4 últimas equipas do grupo B. Tudo a 2 voltas.

PSM (Anónimo de 8 de dezembro de 2014 às 04:2)

Anónimo disse...

Albano Tavares,

Em primeiro lugar a palavra "iluminárias" não existe na língua portuguesa. Deve estar a tentar escrever luminárias.

Depois, já deve ter reparado que, se o campeonato acabasse agora, Académica e CDUP ficariam no tal Grupo A da DH com formato 6+6.

Nada tenho contra Belém e Agronomia, mas quanto mais regiões estiverem representadas nesse grupo A, melhor.

O ideal seria algo como isto: 1 equipa do Alentejo, 1 da Margem Sul, 1 de Lisboa, 1 do Centro, 1 da Região do Porto e 1 do Minho. Mas como isto é utópico, 4 de Lisboa, 1 de Coimbra e 1 o Porto seria preferível a 6 de Lisboa.

Claro que o mérito é que deve ser valorizado (já só faltava que houvesse quotas por regiões), logo se o mérito ditasse 6 de Lisboa ou 6 de Juromenha, assim teria que ser.

Pedro S. Martins

Anónimo disse...

Esta discussão sobre o numero de equipas na DH já aborrece um pouco.

O Rugby em Portugal não pode comparar com o Rugby dos mais desenvolvidos da Europa querendo a todo o custo ter um campeonato super competitivo quando ao mesmo tempo os jogadores são amadores.

O Rugby em Portugal para ter sucesso no seu desenvolvimento, terá que ter um desenvolvimento harmonioso onde todos se vão desenvolvendo gradualmente ao mesmo tempo, ainda que a velocidades diferentes.

É evidente que o Rugby não se faz só em Lisboa, basta ver a quantidade de jogadores e bons jogadores que o CDUP, deu e dá ao Rugby e ás actuais selecções para facilmente constatar isso.
Quantos mais regiões estiverem representadas na DH melhor, porque esses clubes serão centros de excelência e de desenvolvimento do rugby nessas regiões.

Dizem que é uma perda de tempo jogar-se contra o Montemor e eu digo que quem diz isso percebe muito pouco de desporto ou de desenvolvimento desportivo. Digam-me um Campeonato e um desporto em que todos os clubes estão a lutar pelos mesmos objectivos? é óbvio que os objectivos do Montemor e do CRAV serão diferentes dos objectivos do CDUL ou do Direito mas ainda assim não se pode dizer que estes clubes não estão a fazer nada na DH, eles estão a fazer o seu campeonato, estão ajudar o desenvolvimento do rugby e estão a formar jogadores para os clubes de rugby mais competitivo (quantos jogadores sairão este ano do CDUP, Montemor e CRAV para França, para o Direito, Agronomia e Belenenses?).
É evidente que estes clubes têm um papel no rugby da DH e é evidente que se não soubessem jogar rugby não teriam tantas fugas de jogadores.

O problema de Portugal querer copiar campeonatos super competitivos mas cuja realidade nada tem que ver com a portuguesa espelha-se no campeonato de sub 23e na não existência de equipas B. Quantas equipas já desisitiram do campeonato de sub 23 por falta de jogadores? e quantos jogadores deixaram de jogar por não existirem equipas B?
Em vez de se discutir a redução de equipas, em vez de se criticar a redução de qualidade das equipas por falta de estrangeiros e simultaneamente se criticar o Técnico por ter estrangeiros, mais valia todos nós descermos á terra e perceber-mos que o rugby é apenas o 15º desporto em Portugal e que precisamos ainda de trabalhar muito na base antes de sonharmos em copiar modelos competitivos vindos de países TOP no rugby.

Gaspacho Y Migas

Anónimo disse...

Continua por corrigir o erro da diferença de pontos entre Cascais e Técnico: não são 6 pontos mas apenas 4 !

É bom que haja muitas e diferentes opiniões e que as mesmas - sempre que não sejam ofensivas, possam ser publicadas. É da diferença de ideias que nasce a luz...

E é bom que se constate que a competitividade do campeonato tem baixado nos últimos anos e que este ano há equipas mesmo muito mal.

Não creio que o problema seja dos treinadores, como se afirma em relação ao Belenenses e Agronomia. É mais uma futebolização do rugby, que continua a fazer caminho, negativo diga-se.

O problema é muito mais profundo, mas pelos vistos ou não querem falar dele, ou evitam que comentários sobre o assunto nunca conheçam a luz do dia.

O problema começa na FPR, com um presidente errático, que se diz e desdiz com frequência, que promete a uns e a outros, numa Direção sem rumo e sem voz, na ausência de ideias e de um caminho para o futuro. Uma estrutura pesada, cara, com sobreposição de funções, com um Presidente e assessores a meterem-se em assuntos e tarefas que não devem.

Desde 2007 tem sido sempre a descer. Os factos assim o demonstram.

E pergunto: que modelo a 2, 4 ou 5 anos temos para o Rugby nacional? Que fez (ou faz) o Diretor Técnico Nacional nesse sentido? Para que servem os DTs Regionais, quantas vezes se deslocaram em 2014 aos clubes e que apoio lhe deram? Só para dar uns exemplo

E que faz o DT do Desenvolvimento ou Formação ou lá como se chama (H. Garcia), quantos jogadores da formação já chegaram à equipa principal de Portugal... alguém me diz?

Se a FPR estivesse cotada em bolsa, alguém se arriscaria a investir 1 euro que fosse? Se fosse uma empresa privada, há muito que já teria falido!

Que transparência há nas contas, nos contratos, nos gastos? Quanto se paga a jogadores e quais as suas obrigações? Quanto se gasta em ordenados, avenças, subsídios e outras despesas? Nem nos relatórios e contas se consegue perceber isso, perante números maquilhados e mascarados.

Por tudo isto, como querem ter campeonatos competitivos se nem sequer há ideias claras sobre o que queremos em Portugal para o rubgy! Se nem sequer há interesse (ou não é conveniente) discutir publicamente todos estes assuntos.

Como dizia, o problema não é apenas a competitividade, não é conjuntural, mas sim estrutural.

E, continuo a defender não apenas um congresso do rugby ou um encontro nacional do rugby onde, num fim-de-semana todos os que queiram ou tenham interesse, possam participar, dizer o que pensam, lançar ideias e discussões, onde se possa dizer livremente o que se pensa, sem censura ou controlo da palavra.

Um congresso ou encontro que não sirva para endeusar Diretores ou DTNs (isso foi em 2007) ou continuar com o «perdoa-me» que a imprensa promove (não é DN? não é MdM?)e onde a culpa morre solteira, mas que ponha o dedo na ferida, promova o debate de ideias, construa pontes e sirva de alicerce para construir uma estratégia de médio e longo prazo para o rugby nacional.

Estamos no final de 2014 e volta a haver Campeonato do Mundo em 2019. Estamos a tempo de fazer a necessária renovação. É este o tempo certo...

A FPR precisa de sangue novo nos seus quadros, sejam técnicos ou administrativos, precisa de credibilidade na sua direção!

A competitividade, os modelos competitivos, tudo isso virá depois. De forma natural, depois de a FPR se vir livre de interesses e compadrios, promover a transparência, e estar verdadeiramente ao serviço do rugby.

Acredito que o MdM vai publicar este comentário, que apenas pretende lançar o debate, porque é também esse o dever do Mdm: dar voz às diferentes opiniões!



Anónimo disse...

Estou à vontade para dizer, por tero nascido e vivido sempre na região de Lisboa, que comentários como "a lei da vida" são uma enorme falta de respeito por quem pratica este desporto em zonas distantes do país. E "queremos uma selecção forte" falado no plural também me parece abusivo. Eu (e não escrevo "nós")não quero seleção forte nenhuma, quero é que hajam mais jogadores e mais clubes a divertirem-se a jogar Rugby. Qualquer dia arriscamo-nos a ter o Rugby português reduzido ao CDUL, ao Direito e à Seleção. Também não faz falta mais ninguém, porque para ter "uma seleção forte" basta trazer franco-luso, aos quais depois se juntam o Gardner, o Spachuck, o Murré, o Murray, o Acosta, o Liedosn, o Pepe e o Deco. Treinados pelo Morais e pelo Scolari.

Anónimo disse...

Voltamos ao mesmo de sempre... aos iluminados que pretendem que o rugby nacional se resuma aos clubes da capital. Já enjoa, já mete nojo. O rugby de qualidade está em Lisboa? Poupem-me. Não andassem todos os clubes da capital a chular a FPR e a viver à pala dos compadrios que se conhecem e seriam tão maus ou piores do que os outros. Chega de elitismo e mania de grandezas. Façam alguma coisa pelo rugby nacioanl: CALEM AS MATRACAS.

Luis Canongia Costa disse...

Não vou voltar a comentar a questão da organização da Divisão de Honra, apenas noto que a minha previsão de queda de qualidade tem acontecido como não poderia deixar de ocorrer. O râguebi é como é...

A razão de voltar aqui a escrever é para deixar uma reflexão sobre os novos treinadores de Agronomia e do Belenenses.

Era bom que deixássemos de pensamentos dos futebóis. Um treinador precisa de tempo para se impor. Mesmo os treinadores mais experientes quando querem mudar estrategicamente as equipas levam tempo.

Veja-se o caso do Brian Smith nos London Irish que no início da época passada encetou um processo de mudança que tem um prazo de dois anos. Vai resultar? Neste momento os exiles estão no penúltimo lugar da Premiership... Smith é um antigo internacional da Austrália e da Irlanda, treinou a seleção de sevens da Austrália, os Brumbies, o Bath, foi treinador de ataque de Inglaterra, e esta é a sua segunda passagem pelos London Irish. Não tem os meios de outros, está a procurar dar a volta, consolidada, degrau a degrau.

Não conheço, como treinador o Uva, não vi nem o Belenenses, nem Agronomia, na presente época. Mas conheço o João Moura. Tem ideias, conhece o jogo. Nunca jogou ao mais alto nível, nunca viveu o balneário de uma grande equipa. Limitações, é certo. Mas se pretendemos uma nova geração de treinadores há que lhes dar oportunidades e tempo. Lá para o fim da época veremos. Para já é prematuro. O que dele conheço permite-me afirmar, sem qualquer dúvida, que tem potencial para treinar na Divisão de Honra em Portugal.

Lembro que há um ano também aqui alguém criticou o Damien Steele, que aqui igualmente defendi, porque também o conheço bem, e como no fim se viu, foi capaz de levar o barco a bom porto.

Vamos apoiar os nossos treinadores, percebendo que râguebi não é como no futebol, em que entra um treinador novo e com ele uma série de jogadores que ele conhece que lhe permitem rapidamente controlar a equipa.

Novas ideias levam tempo a cimentar.

Também que fique claro, se no ano passado tinha a certeza do sucesso do Damien, a mesma certeza não tenho quanto ao João, porque Agronomia não é o CDUL. Não por falta de qualidade do João.

Aliás o grande desafio de longo prazo de Agronomia é criar uma estrutura que alimente a equipa principal com jogadores de qualidade, de modo a poder aspirar a ter um plantel como aquele de que o CDUL dispõe.

Anónimo disse...

Não entendo que quando alguém diz que "é a lei da vida" esteja a desrespeitar alguém. Eu tb entendo isso. Se vivemos numa zona aonde não temos possibilidade de desenvolver o que quer que seja, não há mesmo nada a fazer, a não ser que se tenha o dinheiro que há nas arábias. Um marroquino do do deserto pode ser um louco por hóquei sobre o gelo, mas a tal expressão " é a lei da vida" tem todo o sentido. Ou tem o dinheiro dos árabes e faz uma pista de gelo, paga a 100 Pu 200 gajos para fazerem hóquei, ou então " é a lei da vida" e nada à fazer. Eu sei que os clubes de província deviam ter os mesmos direitos dos de Lisboa, mas sempre se disse que quem está ao pé do pote, mete a mão nele. E nisso os clubes de Lisboa, encostados à Federação têm muitas facilidades em meter a mão no pote. Não quero dizer que se lá estivessem os da proviNcia não fariam o mesmo. É a lei da vida. Se a federação fosse para o Porto, ou Coimbra, certamente as coisas alterar-se-iam. Mas enquanto isso não acontecer os clubes
de província estarão sempre tramados. E pior ainda quando passados 30 anos o número de clubes do Centro mantém-se igual. No Norte há um ligeiririssimo aumento. Na região de Lisboa e Alentejo aumentou. De resto é uma tristeza franciscana.

Anónimo disse...

Mudem a FPR para o Norte! O problema só pode estar aí! MdM, com tal mudança os clubes de Lisboa ficam desencostados da FPR e chegará o desenvolvimento do Rugby no Norte e Centro... A ver!
LB

Anónimo disse...

No Minho, o número de clubes passou de um para cinco: CRAV, Famalicão, Guimarães, Braga e Viana (este ainda sem seniores).

No distrito do Porto, o segundo mais populoso do país é que só há um clube, o CDUP, com seniores masculinos.

A melhor das sortes e mais apoio para o Sport, para a E.R. do Porto (ERP/Prazer de Jogar), para a E.R do Cerco, para os jovens que estão a tentar relançar os Pumas de Marco de Canavezes (e que precisam do apoio de quem tiver mais experiência) e que o Lousada regresse.

Infelizmente a E.R. da Câmara de Gaia não vingou, mas vai sendo tempo para que os carolas (eles existem) de Gaia, Matosinhos e Maia criem (ou recriem) clubes ou escolas de râguebi. Se possível, senhores da FPR, com o vosso apoio.

Anónimo disse...

Podes ter a certeza de que se a Federação mudasse para o Norte muita coisa mudaria. Disso não duvides. É de gargalhada essa de dizeres que os clubes de Lisboa não estão encostados à Federação.

Anónimo disse...

A Federação é que está encostada aos Clubes, que são quem trabalha a sério no desenvolvimento do jogo. Lisboa, Porto , Coimbra e Évora, entre outras cidades, têm a dimensão que têm e quanto a isso nada, para já, haverá a fazer. A dimensão do campo de recrutamento é diferente, mas tal não significa a impossibilidade de melhor qualidade e melhor trabalho noutros locais, que não em Lisboa. LB

Anónimo disse...

Pela evolução dos comentários, já era esperado que isto descambasse na guerrinha norte/sul, na argumentação fácil de que a tua galinha é melhor do que a minha! Tudo muito típico do futebol, relativamente ao qual sempre dissemos que queríamos distância porque o rugby é diferente!

Está-se a ver!

Não está demonstrado que se a FPR estivesse no norte então sim, estaríamos no melhor do mundo e o rugby atingiria a qualidade e patamares nunca vistos.

Porém, desde 1972, ano em que me envolvi no rugby, os factos revelam que, desde que nos recordamos, no principal campeonato, tirando os clubes de Lisboa e o Cascais, apenas por lá andaram (e alguns ainda andam) o CDUP, CRAV, Académica de Coimbra, Montemor, Lousã e Campomaiorense. Não tenho a certeza do S. Miguel.

Quer isto dizer que essa conversa dos clubes de Lisboa, dos apoios, etc e tal não deixa de ser uma falácia. Ou seja, em mais de 40 anos apenas seis dos clubes da divisão maior não são/foram de Lisboa.

E, não sendo eu da capital, não se esqueçam que em Lisboa embora em tese a base de recrutamento seja maior, há que recrutar atletas para CDUL, Direito, Técnico, Agronomia, Belenenses, Cascais, Benfica, Sporting, S. Miguel, sem esquecer o Oeiras, FCT, Belas, St Juliens e alguns mais.

Além disso, fora de Lisboa, pelo menos em teoria, sempre será mais fácil obter apoios das autarquias, seja ao nível de infraestruturas ou de patrocínios ou mesmo de facilidade de transportes.

E, não esqueçam as despesas que os clubes com campo próprio têm de enfrentar.

Portanto, em conclusão, deixem-se de guerrinhas, reclamem sim a presença e o apoio que deve ser dado aos clubes pelo DT Nacional e pelos DT Regionais - para isso é que são pagos - e apostem na organização, na promoção do rugby a nível local. Para isso não se precisa da FPR, mas sim de carolas.

O resto vem depois....


Anónimo disse...

Anônimo das 20.59h, a UTAD também já lá esteve.

Luís Miguel disse...

"A lei da Vida" quem diz isto é porque não é do rugby ou não sabe nada da realidade do rugby

è verdade que é muito complicado jogar ou desenvolver o rugby no interior mas não é impossível.
Já tivemos grandes equipas nos escalões seniores da Académica, do CDUP, da Lousã, o CRAV contra tudo e contra todos vai-se aguentando com cerca de 23000 habitantes…
Nas equipas de formação já tivemos grandes equipas campeãs nacionais e Ibéricas no CDUP, na Academica, no CRE….

Isto é a lei da vida?????

A lei da vida é nas formações as equipas de Lisboa n quererem sair de Lisboa para jogar… A lei da vida é as equipas do interior fazerem cerca de 1500kms por ano e as de Lisboa 500Km….

A lei da vida é aquela como aconteceu há uns anos num jogo da taça que uma equipa de Lisboa (belenenses) fez falta de comparência quando se tinha q deslocar a Vila Real porque era longe e não tinha dinheiro…

Meus amigos pensem nos valores do Rugby e depois apareçam aqui a escrever.

Luis Miguel disse...

só por curiosidade:
Numero de habitantes em Lisboa 475000; Porto:210000; Coimbra:102000; Montemor o Novo: 18000; Arcos: 22000; Lousã:18000; Evora: 57000; Vila Real: 57000; Santarem: 60000
Seria interessante a abertura de forum sobre essa discussão mas sem anonimos
Luis Miguel

José Silva disse...

Choram Choram mas no Porto com 210.000 há o CDUP! 210.000 para um clube...

Em Coimbra ha 102.000 para 2 clubes. 51.000 para cada

Lisboa há 5 Clubes DH; 3 Clubes 1ª (não se considera Cascais, CR Tecnico, Moita, Belas, Sobredense). 475.000 para 8 clubes.
59.375 por clube.

Será assim tanta a desproporção?

Talvez a diferença esteja na disseminação e "moda" do Rugby mais em Lisboa do que nas outras cidades ou quem sabe "poder de compra" ou "poder de patrocinio". Mas fora de Lisboa será mais fácil apoios das camaras e freguesias, ou não? E muitas vezes de carolas com empresas locais (vejam a camisola do CRAV)!

Anónimo disse...

CDUL mantém o nível, DIREITO ligeiramente mas fraco, TECNICO (estrangeiros) e CASCAIS (patrocinador)mais fortes, BELENENSES, AGRONOMIA, CDUP e ACADEMICA muito mais fracos, AARCOS e MONTEMOR mantêm o nível.
Resumindo campeonato mais fraco dos últimos 10 anos.


José Pedro

Anónimo disse...

Sou do Norte e a questão dos apoios é geralmente muito mal apresentada pelos clubes fora de Lisboa. A única coisa que os clubes do interior se poderão queixar - e de facto é algo de muito relevante - é a falta de capacidade de fixar gente na região, ter jogadores suficientes para treinar e jogar. Apenas isso. No que respeita a apoios os clubes da provincia têm muita maior facilidade de ter condições de treino, patrocínios e apoios das entidades locais. O CRAV é dos clubes com melhores condições e infra-estutura de Portugal e tem um excelente relacionamento com a Câmara e tem o apoio de várias empresas da região. O que não tem é gente suficiente e tem que contar com as distancias e deslocações para os jogos. Em tudo o resto, leva vantagem em comparação com os clubes de Lisboa.

Anónimo disse...

A grande diferença entre as equipas de lisboa e as do resto do país baseia-se na quantidade de viagens e no custo que estas acarretam para os clubes! Os clubes fora de lisboa têm todos os fins de semana camionetas (muitas vezes 2, 3 e 4 no mesmo fim de semana) a fazer centenas de km. Todo o dinheiro que é gasto aqui não pode ser gasto em treinadores, material de treino, jogadores estrangeiros (sendo que pessoalmente acho que esta não é a solução para o rugby nacional). São custos tão elevados que quando são adicionados aos restantes custos que todos os clubes têm, fazem com que seja difícil manter os clubes que já existem e, arrisco-me a dizer, praticamente impossível criar novos clubes que tenham por objectivo competir no escalão senior.

Nos comentários a cima tem se falado numa "Lei da Vida", acho que realmente essa lei da vida tem tido um grande impacto no rugby português e a FPR devia um papel activo nesse assunto, tentando dar as mesmas condições às equipas que competem nas mesmas divisões.

Finalizando, não queria deixar de expressar o quanto acho absurdo a divisão de honra passar para 8 ou pior ainda 6 equipas. Quanto mais afastaram as equipas de topo das restantes maior será o gap no rugby nacional. E para aqueles que fala numa "seleção mais forte" a base de seleção seria ainda menor, o que a meu ver levaria a uma seleção consideravelmente mais fraca!

JL

Anónimo disse...

Caro José Pedro, das 10 de dezembro de 2014 às 18:46

Pensava que essa conversa da treta dos estrangeiros estava ultrapassada em relação ao Técnico.

Mas, para ajudar a perceber o que é fácil, vejamos:

1. Um clube pode inscrever os estrangeiros que quiser, apenas pode é jogar com 3 ao mesmo tempo;

2. O Técnico tem inscritos 3 estrangeiros e contou em alguns jogos com o aportuguesado Joe Gardener;

3. CDUL tem 2 estrangeiros e os aportuguesados Carl e Michael Dias e, se quisermos, também o aportuguesado Acosta.

4. Agronomia tem 2 estrangeiros.

5. O Cascais tem pelo menos 1 argentino.

6. Das demais equipas não sei, nem isso é importante para o caso!

O que é importante é deixar de escrever comentários sem fundamento e perfeitamente disparatados.

Já agora, se se der ao trabalho de ir ver os boletins de jogo verá que nas primeiras 3 ou 4 jornadas, o Técnico jogou apenas com jogadores portugueses, porquanto tinha 2 atletas estrangeiros lesionados e um outro não se encontrava em Portugal.

Mas, sei, isso deve dar uma grande trabalheira....