14 de janeiro de 2013

SÃO MIGUEL VENCE SPORTING E MANTÉM VIVA ZONA SUL/LISBOA

Com a zona Centro decidida, e a vitória da AAUTAD em Braga, que adia mais uma semana a decisão do segundo classificado da zona Norte, na Zona Sul/Lisboa a vitória do São Miguel sobre o Sporting mantém viva a corrida pelas posições de topo, com cinco candidatos aos dois lugares de acesso à fase final da competição.
Uma referência pela negativa aos acontecimentos do Kellermann-Belas, que reforça a necessidade de criação urgente de um departamento dedicado às principais competições nacionais.

ZONA SUL/LISBOA
SÃO MIGUEL 25-24 SPORTING (4-3)
Os buldogues conseguiram uma importantíssima vitória sobre um concorrente direto, e mantém acesas todas as esperanças numa qualificação para a fase final da prova, apesar dos jogos em atraso que leva, dos quais se destacam os confrontos com o Vila da Moita/Beira Mar e com o Belas, que também fazem parte do grupo de candidatos.
O Sporting que ocupa neste momento um dos lugares de acesso, acaba a primeira volta com apenas uma vitória sobre os seus diretos opositores (sobre o Vila da Moita/Beira Mar, por dois pontos), um empate (FCT) e duas derrotas (Belas e São Miguel, ambas por um ponto apenas) deixando tudo em aberto para segunda volta.

OEIRAS 10-37 FCT (1-5)
Vitória da equipa que se tem mostrado mais consistente, e que ainda mantém a ambição de se qualificar para a fase final, apesar de ser das cinco da frente aquela que menos vitórias conseguiu. No entanto, sendo o seu adversário do jogo em atraso o Kellermann, não custa aceitar que os universitários da Outra Banda recuperarão o atraso, e com esse resultado, saltarão para o grupo dos dois primeiros.
Mas a verdade é que com uma vitória sobre concorrentes diretos (Belas) e um empate (Sporting), esta vitória sobre o Oeiras vem confirmar a sua inclusão no grupo dos candidatos, apesar das derrotas frente ao São Miguel e Beira Mar.

KELLERMANN 7-31 BELAS (1-5)
Jogo que fica marcado pelo abandono do campo cerca dos 50 minutos de jogo, após forte discussão entre os elementos da equipa, após terem sofrido o quinto ensaio da partida.
Esta situação não pode acontecer entre equipas que pretendem competir em provas nacionais, sob risco de tornar um dia de festa num perfeito carnaval.
Não interpretem as minhas palavras como desprezo ou desconsideração, mas a verdade é que os campeonatos nacionais devem existir para as equipas que pretendem competir com responsabilidade e vontade de melhorar dia a dia, alcançando sucessivos patamares de competência.
Para as outras equipas - e acho isso absolutamente normal e até salutar - tem que ser encontrada uma solução para que possam continuar a praticar, a fazer parte da família do rugby, mas com outros objetivos de lazer e manutenção.
A existência de um Departamento federativo que possa estar atento a estas variações e aos diversos interesses das equipas, promovendo o seu enquadramento em círculos de competência onde possam divertir-se e competir em pé de igualdade, é uma exigência que tem que ser feita e cuja resposta não pode demorar.
Quem pode ter acabado por ser prejudicado neste caso concreto é o Belas, que pode vir a necessitar dos pontos que não marcou nos 30 minutos que ficaram por jogar, caso seja necessário proceder a algum desempate para decidir as posições na tabela classificativa, como o equilíbrio que se verifica entre os primeiros pode indicar...
Note-se que o Belas tem um jogo em atraso contra o São Miguel, e neste momento o seu saldo de pontos marcados/sofridos é de 67 pontos positivos - o tempo nos dirá se mais 20 ou 30 pontos que poderiam ter marcado serão ou não importantes...

VILA DA MOITA/BEIRA MAR 15-12 ÉVORA B (2-2)
Apesar de não contar para a classificação do apuramento, uma vitória é sempre uma vitória, e vencer a uma equipa de um clube que tem outra equipa num escalão superior, é ainda melhor.
Repare-se que na tabela não oficial o Vila da Moita se encontra em excelente posição para alcançar a liderança, que já tem na tabela oficial.
Os chaparros continuam a cumprir a sua tarefa de manutenção de alguns jogadores e rodagem de outros, por forma a garantirem a retaguarda que um clube com ambições de evoluir na escada da competência necessita.

TÉCNICO B 24-17 ELVAS (4-3) *

Jogo bem disputado no Jamor com as duas equipas a procurarem a vitória, num encontro em que as duas equipas mostraram qualidade.
O Elvas apresentou apenas 15 jogadores que não viraram a cara à luta contra o poderoso pack de avançados da equipa dos engenheiros.
Destaque para os sete ensaios marcados, em especial os três obtidos pela jovem equipa alentejana.

ZONA CENTRO
AVEIRO 5-19 TOMAR (1-3)
Excelente vitória dos templários que repetiram a vitória da primeira volta e dissiparam qualquer dúvida quanto à justiça do seu apuramento, que poderia surgir em função do castigo administrativo aplicado aos moliceiros.
Mas assim tudo ficou tranquilo, e o IP Tomar assume definitivamente um lugar de destaque na competição, e qualifica-se para a segunda fase do apuramento sem deixar margem para qualquer dúvida.
O Aveiro comprometeu a sua época desportiva com as confusões administrativas que lhe retiraram à partida qualquer possibilidade de apuramento, e a pergunta que baila nos nossos lábios tem a ver com o futuro do rugby na cidade dos ovos moles.
Sabemos que a par da equipa da universidade - a que participa nesta prova - foi criado um clube que tem dedicado o seu tempo aos escalões mais jovens, e sabemos também que através do Projeto Nestum existe um potencial apreciável de jovens que já foram tocados pelo bichinho do rugby.
Como vai ser a partir de agora? O Rugby Union Aveiro (o novo clube) vai abrir-se em definitivo para a sociedade e assumir até um certo papel de liderança que se pode justificar pelas ligações à modalidade que têm já algumas dezenas de anos, ou vai ficar enquistado nos muros da universidade...?

BAIRRADA 43-0 LOUSÃ B (7-0)
Jogo de um só sentido, apesar dos esforçados serranos que se deslocaram à capital do leitão - ao qual prestaram as devidas homenagens - e que confirmou a equipa bairradina como vencedora da zona e primeira apurada para a segunda fase do apuramento, a par do Tomar.
A fraqueza desta fase pode, no entanto, prejudicar as ambições da equipa no apuramento para a fase final da Segundona, já que agora vão defrontar as equipas do Famalicão e do Guimarães ou UTAD, que estão bem mais preparadas, em função do numero de jogos que realizaram, e em especial, dos fins de semana que ficaram sem jogar.
Para que haja equilíbrio entre as equipas, estas devem ser postas em confronto com o mesmo tipo de dificuldades, mas isso não foi certamente o que aconteceu desta vez.
Este é outro dos aspetos em que a criação de um departamento próprio para as competições internas se impõe, já que o assunto atravessa todo o rugby português do Algarve ao Minho, e não pode continuar a ser tratado nos intervalos deixados livres por outros assuntos...

ZONA NORTE
FAMALICÃO 22-0 LOUSADA (4-0)
Vitória do vencedor da zona, que mantém a invencibilidade, e assegura mais um bónus ofensivo a juntar aos sete que já tinha conquistado.
O Lousada ficou em branco, o que aconteceu pela segunda vez na competição - a outra foi contra o Guimarães - e a equipa confirma-se como uma das mais fracas da zona, chegando à derradeira jornada apenas com uma vitória obtida sobre o Braga na primeira volta, com quem perdeu na segunda volta.
Claro que acreditamos que a pesada punição administrativa aplicada pela FPR terá tido a sua influência neste fraco rendimento, mas a verdade é que já na época passada tinha chegado ao final desta fase nas mesmas condições - e no ano passado não houve castigo federativo...
Ao Famalicão resta a tentativa de terminar a fase na primeira posição da tabela não oficial, já que a liderança da tabela de apuramento se encontra garantida, mas para isso vai ter que derrotar a AAUTAD e o CRAV B (jogo em atraso), que é afinal o seu grande adversário.

BRAGA 12-33 AAUTAD (1-4)
A AAUTAD continua na sua campanha pelo apuramento, que não admite vacilos, apesar de não depender exclusivamente de si própria e ter que aguardar o resultado do Guimarães do próximo fim de semana, para saber se o jogo em atraso (com a Lousada e que parece ter sido marcado para dia 26 deste mês) se reveste de capital importância.
Claro que antes disso, a AAUTAD ainda vai ter que derrotar o Famalicão...
O Braga é uma equipa em reconstrução, com grande número de novos jogadores, o que justifica o seu menor rendimento em relação ao que fez no ano passado, e espera-se que os gladiadores (!) aproveitem este ano para preparar o futuro.

GUIMARÃES 17-46 CRAV B (2-8)
Uns garranos reforçados por razão da folga da primeira equipa dos Arcos, e da vontade de manter os atletas em atividade, derrotou uma equipa de bravos que não tem ainda andamento para voos tão altos, mas que deu excelente réplica e marcou dois ensaios, o que, admita-se, não abona muito em favor dum CRAV A/B...
Em véspera de um decisivo encontro com a Lousada, os vimaranenses podem ter aproveitado para afinar a equipa para aquele importante encontro.
Recorde-se que para garantir o apuramento basta ao Guimarães derrotar a Lousada, ficando fora do alcance da AAUTAD, independentemente dos resultados que esta venha a conseguir.

* Com Francisco Paiva

7 comentários:

Paulo Fontes disse...

Caro Manuel Cabral:

O RUA - Rugby Union Aveiro é um projeto que nasce do RUA - Rugby Universidade de Aveiro e que tem como objectivo promover a modalidade em Aveiro. Faz-lo de duas formas: Criando competências para desenvolver diretamente o projecto das "escolinhas", o qual conta já com 24 atletas federados dos S10 aos S18 e mais uns quantos a participarem nos treinos. Mas está também está a fazer-lo apoiando administrativamente e financeiramente a equipa sénior do Núcleo de Rugby da Associação Académica. Apesar do tropeção administrativo o Rugby Sénior em Aveiro está bem e recomenda-se. Os 35 atletas federados representam já um máximo de sempre para a equipa aveirense.
As duas equipas partilham um logotipo, uma sigla e um projecto de desenvolvimento do rugby em Aveiro.

Abraço

Paulo Fontes

Anónimo disse...

Fantástica recuperação são São Miguel!
Começarem a acreditar mais em vocês!

Abraço

Anónimo disse...

http://www.sporting.pt/Noticias/Modalidades/OutrasModalidades/notoutrasmod_rugbyjoaofonseca_160113_105108.asp

Anónimo disse...

Não há memória de um jogador da 2ª divisão integrar os trabalhos da selecção? o melhor é rever essa fonte

Anónimo disse...

O jogador Afonso vareta hà data, ainda sub 19 e a jogar na associação prazer de jogar rugby (II div norte) foi chamado a participar pela selecção de 7's no torneio Safaricom

Anónimo disse...

Dá que pensar. Não querendo tirar qualquer mérito ao jogador do SCP mas será que o nome do clube e certas ligações e compadrios não estão a ajudar?

Acho estranho a sua chamada para observação quando por exemplo, já nem falo na segunda, na primeirona existem jogadores muito mais capazes especialmente nas 3 equipas da frente, mas essas não sendo de Lisboa ninguém as vai ver.

Miguel de Castro disse...

Já agora... Vários jogadores de escalões inferiores já passaram por períodos de observação nos Sevens... Há 2 épocas atrás, ainda com o professor Tomás Morais no comando, um clube com um nome pomposo (o Guimarães RUFC) teve 2 atletas nos trabalhos das selecções de SEVENS, tendo inclusive um atleta de nome Márcio batido o record do Foro no teste de cooper.

Ser observado num treino pode ser apenas isso, ser observado, não é sinal de muito mais, a não ser que se destaca no seu meio, mas no seio dos seleccionáveis pode não ser assim...


Além de que pessoalmente acho que estas chamadas também são "politicamente correctas" e podem ser também um "incentivo" ao trabalho do próprio clube...

Miguel de Castro
Vila das Aves