1 de janeiro de 2013

2012 - OS QUE NOS DEIXARAM

2012 foi um ano marcado pelo desaparecimento de alguns companheiros que muito contribuíram, de uma ou de outra forma, para o crescimento do rugby em Portugal.

Hoje, que um novo ano chega, relembramos alguns desses amigos, deixando uma palavra de solidariedade às famílias de todos os Homens do Rugby desaparecidos, que deixaram saudades naqueles com quem privaram.

Que descansem em paz.

VÍTOR DIAS
Tomei hoje conhecimento do falecimento do meu amigo Vítor Dias, no passado dia 2 de Janeiro, e quero expressar aqui uma profunda tristeza por ver partir um dos grandes responsáveis pela reorganização do nosso rugby, na segunda metade da década de 70.

Vítor Dias era um organizador de excelência, área em que com com ele muito aprendi, e que muito me ajudou quando, com outros companheiros, empreendi a aventura do Lisboa Sevens, mas foi no campo de jogo que o poderoso avançado começou a ser conhecido, primeiro com a camisola do I.S.Técnico, e, em 1968, com a camisola das quinas, que envergou por três vezes.

À família do Vítor e ao seu clube de sempre, o Técnico, deixo aqui as minhas sentidas condolências.



JOÃO GONÇALVES
Conheci o Gonçalves há muitos anos, numa altura épica do rugby português, em que todas as ilusões eram permitidas, e o seu regresso a Portugal, e a sua enorme dedicação ao jogo, fez-nos acreditar que o Algarve viria rapidamente, a ser uma região de melões (e laranjas...).
O João Gonçalves tinha sempre um comentário pronto, em cima dos acontecimentos, era um homem franco e frontal, e assim será recordado por todos os que o conheceram, mas não posso deixar de registar aqui um dos seus bordões preferidos, que trazia em si uma forte chamada de atenção para a Lei da Vantagem, naquele tempo pouco aproveitada, sempre que um adiantado era cometido e dele não saía nenhuma vantagem – era o famoso “avant non profitable...” que ainda hoje ecoa nos meus ouvidos.

À família do João Adelino, e ao Rugby Clube de Loulé deixo aqui as minhas sentidas condolências.


LUIS CALDAS
Chegou-nos neste momento mais uma notícia que gostaríamos de não ter recebido: Luis Caldas, a quem nos habituámos a ter ao nosso lado desde que começámos a jogar, nos anos 60, sempre tranquilo, com uma palavra amiga, deixou-nos.

A última vez que estivemos com ele foi no Estádio Universitário de Lisboa, no ano passado, em dia de jogo de Portugal. 

Luis Caldas não faltava, e sempre incentivou os mais novos, apoiou quem precisava com a sua experiência adquirida não apenas no rugby e na Federação Portuguesa de Rugby, mas também no seu envolvimento com as Lutas Amadoras e com o Comité Olímpico Português.

Estamos todos de luto e aqui deixo a minha solidariedade a sua família e todos que com ele mais privaram. 



JOSÉ VARANDAS
O rugby português foi hoje atravessado pela notícia da morte de José Varandas, antigo jogador da Académica de Coimbra, contra quem tive oportunidade de jogar por diversas vezes.

O Zé Varandas era um adversário temível! Era preciso estar sempre de olho nele, pois quem se distraía, pagava cara a distração...

Mas depois, cá fora, era o oposto - sempre na reinação, sempre pronto a longas confraternizações, que passavam invariavelmente pelo Clube de Rugby...

Recordo uma viagem a Madrid, quando a nossa seleção nacional foi defrontar a Espanha perto do Natal de 1970, feita num desconfortável autocarro superlotado, em que o Zé Varandas comandou a cantoria durante toda a longa jornada, e apesar de não ter jogado - nesse tempo não havia substituições, só jogavam 15...- foi ele quem levantou o ânimo do pessoal, desde o primeiro momento.

Hoje, e durante muito tempo, a partida do Varandas vai ser comentada nos mentideros, à volta dum copo, e muitas histórias até agora enterradas hão-de ver a luz do dia - como se fosse o próprio Zé Varandas a recordá-las.

À família enlutada e à Académica de Coimbra, junto a minha solidariedade.


JOSÉ RICARDO SEQUEIRA
Com tristeza transcrevemos a nota da FPR hoje publicada, enviando à família do José Ricardo os nossos sentidos pêsames.

Com muita tristeza, lamentamos informar todos os jogadores, praticantes e apoiantes da modalidade do falecimento do José Ricardo Sequeira.

O Rugby perdeu um grande homem que em muito contribuiu para o desenvolvimento da modalidade como jogador, professor, treinador, profissional, colega e amigo.

A Federação Portuguesa de Rugby apresenta as condolências a toda a família do José Ricardo.


* CAETANO CUNHA REIS
* GONÇALO PEREIRA "ALGÉS"
* MIGUEL "TEXUGO" COSTA

6 comentários:

Anónimo disse...

Creio que faleceu um veterano do CDUP.

No Tecnico-CDUP fez-se um minuto de silencio.

Creio que há registo disso no FB do CDUP

AC

Anónimo disse...

Miguel «Texugo» Costa, jogou vários anos a pilar pelo CDUP. Pilar do CDUP durante os anos 80 e 90, era também um grande velejador, participou inclusive nos jogos Olímpicos de Atlanta em 1996, nesta modalidade. Infelizmente um acidente o levou no passado mês de Dezembro. Uma perda sentida por todos ligadops ao CDUP e ao mundo do rugby veterano.

Anónimo disse...

e o Algés? o arbitro.

NS

Anónimo disse...

Não sabia que o Algés tinha falecido. Tambem deu muito ao rugby

Manuel Cabral disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Manuel Cabral disse...

Soube há dias que tinha falecido o Caetano Cunha Reis, 3/4 do Belenenses nos anos 60. Há uma noticia no site do Belenenses.
E o Algés, que marcou a arbitragem portuguesa durante muito tempo, chamava-se Gonçalo Pereira, e soube do seu falecimento pelos comentários aqui deixados.