23 de setembro de 2016

DIVISÃO DE HONRA ESTÁ DE VOLTA, CHEGOU A FESTA DO RUGBY NACIONAL

Começa amanhã de manhã a 59ª edição da prova máxima do rugby nacional, que agora se denomina Divisão de Honra, e dos 10 participantes na edição 2016-2017 prova, sete já conquistaram o título, seguindo na liderança geral o CDUL com 19 conquistas, e fechando o pelotão Agronomia com uma solitária vitória em 2006-2007.

Depois do Universitário de Lisboa, Direito, que levou a primeira Taça para Monsanto em 1998-1999, soma 11 vitórias, seguido pelo Benfica - agora na Primeirona - com nove títulos,dos quais o mais antigo remonta a 1959-1960, e o mais recente aconteceu já em 2000-2001.

Cascais e Belenenses estão a seguir com seis títulos cada um, depois vem a Académica com quatro vitórias, o Técnico com duas vitórias e, finalmente, Agronomia com uma solitária conquista.

CDUP, Lousã e Montemor são os três participantes na competição que nunca venceram a prova, embora o CDUP se possa gabar de ter vencido a Taça de Portugal em duas ocasiões,em 2003 e em 2007...

Com o regresso ao rugby dos clubes de um largo conjunto de técnicos que têm estado ao serviço da FPR, é natural que as equipas cresçam, se tornem mais competitivas, sem necessidade de alterações ao sistema competitivo, embora deva ser revista a questão do sorteio condicionado, já que os trabalhos das selecções vão interferir bem menos na vida dos clubes, e o nível médio das equipas estará bem mais equilibrado, com uma ou duas excepções, mas que não alteram - ou, dito de outra forma - aconselham a que não se altere o figurino da prova.

É só uma questão de bom senso e dos responsáveis pensarem primeiro no interesse do rugby nacional.

A 1ª JORNADA, JOGO A JOGO

O jogo inaugural da Divisão de Honra põe frente a frente o finalista vencido de 2015-2016 com o sexto classificado da fase de Apuramento, e se os universitários são um dos principais candidatos à corrida pelo título, os belenenses são com certeza uma permanente ameaça, que se pode tornar mais do que isso, sob direcção de João Uva na segunda época ao serviço do clube.
Um treinador novo para os universitários - Jack Farrer um jovem australiano de 31 anos, que foi Director de Rugby da Sidney University - que conta com o regresso ao CDUL de Nuno Penha e Costa depois da sua passagem por Espanha, e com a experiência de um plantel habituado a discutir os primeiros lugares.

Direito, o actual campeão nacional, recebe em Monsanto o Rugby Club da Lousã, na sua segunda época no escalão máximo do rugby nacional, depois de ter conseguido evitar o regresso à Primeirona, e mesmo considerando as alterações estruturais que os advogados sofreram, com a saída do seu treinador dos últimos quatro anos (e três títulos nacionais!) Martim Aguiar, para a selecção nacional sénior, não se antevê a possibilidade de um triunfo beirão em Lisboa.
São duas equipas com objectivos bem distintos, com Direito a lutar seriamente por um novo título, enquanto que para os lousanenses a manutenção na Divisão de Honra terá o sabor de uma vitória, embora Ethan Mathews seu treinador nos afirme que "o campeonato 2016-2017 não podia começar em melhor hora para nós. Os jogadores não apenas estão animados e ansiosos pelo início da segunda temporada na Divisão de Honra, mas também desejosos de melhorar como jogadores, levando o clube a uma melhor classificação, e deixando a nossa   marca na divisão de topo do rugby português.
Não estamos aqui só para fazer número!
Este ano o nosso plantel é uma mistura da energia da juventude com a experiência, e constituem um grupo fortemente unido dentro e fora de campo. Todas as pessoas envolvidas no clube têm a mesma visão de aumentar a união para alcançar os nossos ambiciosos objectivos".
Ethan vai ter que lidar com a saída de quatro jogadores de Coimbra, que regressam à Académica, e Urriel Torres que regressa a Lisboa desta vez ao serviço do Técnico.
Do lado dos advogados apresenta-se Francisco Aguiar, um novo treinador, mais um produto da máquina de talentos de Monsanto.
Aguiar vê sair Adérito Esteves para França e dois jogadores para a Académica, mas vai poder contar (como também o Belenenses) com os seus talentosos jogadores de sevens - com destaque para o quarteto Pedro Leal, José Vareta, Nuno Sousa Guedes e Vasco Fragoso Mendes - e com a solidez de uma equipa sem jogadores estrangeiros, com uma escola de fortes tradições e competências, e que é simultaneamente um foco de atracção para os novos talentos que vão surgindo em Portugal.

Agronomia só venceu o campeonato uma vez, mas a verdade é que a equipa é um permanente
candidato à luta pelo título, e apresenta-se este ano sob a batuta de Frederico de Sousa, um dos vários
treinadores dispensados de tarefas federativas e que regressa ao rugby dos clubes pleno de vontade de reassumir o papel de relevo que teve antes de uma menos feliz passagem à frente das diversas selecções nacionais.
No Porto Pedro Campos Costa continua a gerir os destinos da equipa que mais jovens talentos tem revelado nos últimos anos, mas que sofre na sua eficácia com o elevado número de longas viagens que faz anualmente, já que depois de duas viagens à zona de Coimbra, todas as suas outras viagens ultrapassam os 600 km na ida e na volta.
Apesar de aparentemente condenado a lutar pela manutenção, vai com certeza dar muita dor de cabeça às equipas candidatas, e nesses encontros tem todas as condições por acabar por condicionar o escalonamento da tabela classificativa, e eventualmente regressar ao grupo das seis finalistas, o que não acontece desde 2012-2013.

O Técnico depois de diversos anos a fugir ao rebaixamento - tendo sido salvo dele em 2012 graças ao alargamento da DH de oito para 10 equipas -voltou a uma posição de destaque nos últimos três anos com dois terceiros e um quarto lugar na classificação geral, e manteve para esta época o seu treinador/jogador Kane Hancy, um dos principais responsáveis por este regresso ao grupo dos grandes.
Embora a equipa não seja muito espectacular, a verdade é que os engenheiros conseguiram resultados importantes contra os mais fortes adversários, e com excepção do CDUL e de Direito (uma vitória apenas nos seis últimos jogos contra cada um deles), o Técnico equilibrou com Agronomia (3V-3D) e foi melhor que o Cascais (4V-2D), o Belenenses (5V-1D) e a Académica (6V).
A Académica tem atravessado um longo deserto, nos últimos dois anos não conseguiu melhor que uma desconsoladora oitava posição, sem quantidade de jogadores que lhe garantissem estabilidade ao longo do ano, mas com a política de afastamento de técnicos da Federação e a chegada de João Luís Pinto ao clube e à equipa, depois do trabalho levado a cabo por Jorge Sérgio Franco nos dois últimos anos, e que se mantém como técnico adjunto, espera-se que seja possível assistir a um ressurgimento do clube e das suas ambições competitivas.
Para isso muito conta o regresso à equipa de sete jogadores que se encontravam "emigrados" - Manel Queirós e Francisco Murta no Direito, Henrique Ribeiro no CDUL, João Tavares, Zé Miguel, Davis Martins e Miguel Fernandes na Lousã - e a subida de escalão de alguns Sub-18 que elevaram o número de jogadores disponíveis para um patamar compatível com as necessidades.

Depois de duas passagens pela Primeirona já este século, o Cascais, seis vezes campeão de Portugal,tem vindo a reconstruir uma equipa, e terá este ano a possibilidade de reaparecer em condições de disputar o título, sob a batuta de Tomaz Morais, mais um dos afastados da FPR, que
vem claramente reforçar o rugby dos clubes.
Terceiro classificado em 2015-2016, o Cascais surge este ano como um dos principais candidatos à luta pelos primeiros lugares, e não será admiração se em 27 de Maio estiver entre os dois finalistas da prova.
Na opinião de Morais, "este campeonato vai ser muito atractivo, a capacidade competitiva de todas as equipas é maior e a qualidade do rugby praticado vai subir".
O Montemor regressa à Divisão de Honra, depois de rebaixado em 2014-2015, e embora tenha sido indiscutivelmente a melhor equipa da Primeirona com larga vantagem, não vai ter uma vida fácil, e o seu claro objectivo para a época passa pela manutenção.
Para isso conta com os resultados de uma boa formação de atletas, que conduziram a sua equipa Sub-18 à vitória no Nacional da categoria do ano passado, e à conquista da Taça Ibérica já este ano.
João Baptista Malta, o seu treinador de seniores e de Sub-18, está consciente das dificuldades e admite que se "perspectiva uma época difícil, mas que iremos conseguir alcançar os objectivos
propostos. 
Uma vez mais no Top do Rugby Nacional, a equipa encontra-se motivada e com vontade de fazer melhor que nas épocas transactas.
Difícil porque as equipas no seu geral melhoraram os seus planteis e consequentemente o seu jogo, mas podemos e temos equipa também, para nos mantermos.
Apresentamos uma equipa com alguma experiência, que junta jovens de enorme talento, que deram as suas provas nos escalões de formação e embora não se vejam reflectidos nas convocatórias das selecções, adquirem uma larga prática nos limites que parecem ser sempre inesgotados".  
Para dar consistência à equipa, o RC Montemor vai participar na Taça Challenge, confiante que essa participação "poderá dar a oportunidade de todos os jogadores ganharem ritmo de jogo e manter todo o plantel apto a jogar quando forem solicitados".


2 comentários:

Anónimo disse...

A prova ja se chama divisao de honra ha varios anos... Alem disso o texto e confuso no primeiro paragrafo:

" e dos 10 participantes na edição 2016-2017 prova, já conquistaram o título, seguindo na liderança geral o CDUL com 19 conquistas, e fechando o pelotão Agronomia com uma solitária vitória em 2006-2007."

seria assim??: ja conquistaram o titulo X NUMERO DE CLUBES, seguindo na lideranca.....

Alguem estava com sono quando editou este texto...

Manuel Cabral disse...

Tens razão Eládio! Foram sete, os vencedores! Obrigado pela chamada de atenção,já está corrigido.