Disputa-se este fim de semana em Nairobi o Campeonato Africano de Sevens, em que participam 12
equipas nacionais divididas em
quatro grupos de três, e não como ocorre na Rugby Europe ou no Circuito Mundial Feminino, onde as mesmas 12
equipas se dividem por três grupos de quatro.
Curiosamente este sistema dos grupos de três equipas foi utilizado por
muitos anos no Hong Kong Sevens, e replicado em Portugal no Lisboa Sevens dos
primeiros anos.
Tem a vantagem de na segunda fase da prova não acontecer como recentemente
aconteceu no Europeu de Sub-18, onde nos quartos de final se defrontaram
equipas que tinham disputado a fase de apuramento nos mesmos grupos, mas tem o
inconveniente de cada equipa apenas fazer dois jogos na fase inicial da prova.
Agora no Africa Cup 7's os grupos ficaram formados da seguinte forma:
GRUPO A
|
GRUPO B
|
QUÉNIA
SENEGAL
NIGÉRIA
|
ZIMBABWÉ
UGANDA
ILHAS MAURÍCIAS
|
GRUPO C
|
GRUPO D
|
MARROCOS
ZÂMBIA
MADAGASCAR
|
TUNÍSIA
NAMÍBIA
BOTSWANA
|
Recorde-se que o Quénia é o actual campeão, tendo batido na final de 2015 o
Zimbabwé por 17-15, conseguindo dessa forma o apuramento para os Jogos
Olímpicos do Rio de Janeiro.
Os sevens têm um enorme potencial em África, como o Quénia se apercebeu bem
cedo, aproveitando essas suas características para elevar o seu estatuto internacional.
Equipas como Marrocos e a Tunísia também têm esse potencial, e apenas falta
organização e empenho das suas federações para que rapidamente se possam firmar
no mundo dos sevens.
A propósito disso, e já que estando o Circuito Mundial reservado a 15
equipas residentes, seria bem interessante a criação de um Circuito Mundial B,
com um sistema competitivo semelhante ao Circuito principal - quatro grupos de
quatro equipas, eventualmente com apenas 12 residentes e com quatro lugares em
aberto - para permitir a equipas de menores recursos e capacidade, como a
portuguesa, manterem-se em actividade e desenvolver o jogo reduzido em países
menores.
Reparem que sendo os sevens um tremendo desporto para países onde o rugby
está menos desenvolvido, acabam por ser os países mais evoluídos - com uma ou
duas excepções - a ter as melhores oportunidades de crescerem, em prejuízo dos
tais países menores, como Portugal, que agora voltou ao sistema de utilizar os
sevens como sub-produto que apenas é utilizado como estágio de desenvolvimento
do rugby XV.
Infelizmente os sábios que regem o nosso rugby continuam sem entender o que
se está a passar, e lá vamos nós às arrecuas do resto do mundo...
Se fosse possível ter esse Circuito B, com menos etapas por razões
financeiras, podem apostar que seria um sucesso tão grande como o actual
Circuito Mundial, com grandes eventos em países de menor expressão oval.
Os sevens são uma oportunidade extraordinária para os mais pequenos
enfrentarem quase de igual para igual aquelas equipas com quem, no rugby XV,
estarão condenadas a perder por três algarismos.
Isso já acontece no Quénia, onde o Safari 7's chama a atenção da população,
que esgota todos os anos as bancadas do estádio onde a prova se desenrola, e
qua aos poucos está conseguindo conquistar um lugar no mundo do rugby que era
impensável antes da aposta nos sevens.
Hoje, no final do primeiro dia, daremos informação dos resultados e do
acasalamento das equipas para os jogos eliminatórios, mas os mais interessados
podem acompanhar a prova, ao vivo, neste
link.
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