25 de setembro de 2016

RESULTADOS NORMAIS LEVAM A PIOR CLASSIFICAÇÃO DE SEMPRE

Um conjunto de resultados abaixo do que se esperava, levaram Portugal à sua pior classificação de sempre no Europeu Feminino de Sevens, terminando na 11ª posição após vitória na derradeira partida frente a Ucrânia.

Apesar disso, e no ranking geral do Grand Prix 2016, a nossa equipa ficou na mesma posição que tinha ocupado em 2015 (10º lugar) somando mesmo mais um ponto na tabela do que naquela altura (oito agora contra sete em 2015).


Acompanhámos o torneio de Malemort, como temos feito com a nossa equipa feminina nos últimos anos, e a verdade é que desde a instauração do Grand Prix em 2012, e até agora, mesmo considerando que a classificação de hoje foi a pior de sempre, é bom lembrar que nos 10 torneios realizados apenas em três - Moscovo 2012 e Brive em 2013 e 2014 - a nossa equipa venceu mais jogos do que os dois que venceu agora, e por duas vezes - Kazan 2015 e 2016 - apenas conseguiu uma vitória.

Ou seja, e sem retirar qualquer mérito às classificações obtidas nos torneios anteriores, nem sempre a uma melhor classificação final corresponde um melhor comportamento desportivo e tão somente um melhor aproveitamento da forma de disputa da prova.

Por exemplo, em Kazan, em Junho deste ano, Portugal ficou na oitava posição, tendo vencido apenas um jogo em todo o torneio, contra a Ucrânia na fase de apuramento.
Agora, em Malemort, Portugal venceu a Ucrânia duas vezes - na fase de apuramento como em Kazan, e na final do 11º lugar, e ficou em 11º da classificação...

Então, temos que ser cautelosos ao avaliar o comportamento da nossa equipa neste final de semana.

Dito isto, convém esclarecer que ficámos com a impressão que o comportamento das Lobas foi inferior ao que tem sido nos últimos meses, nomeadamente nos jogos do Torneio de Repescagem Europeu em Lisboa, e depois na Repescagem Final, ou ainda no Torneio de Kazan deste ano.

Como foi dito pelo treinador nacional, esta foi uma equipa em renovação gradual (com quatro promoções da equipa de Sub-18) e isso pode explicar em parte o que aconteceu, mas é claro que os mecanismos do conjunto não funcionaram, que a defesa esteve "cheia de buracos" e que a transmissão esteve longe dos níveis habituais, o que não se compreende apenas pela referida renovação.

Fica a pergunta se a preparação da equipa foi adequada à prova, se houve tempo de preparação de um conjunto - tendo mais uma vez em consideração que por mais importância que tenha o individual, a nossa força estará sempre no colectivo.

Mas - e este mas não é exclusivo desta equipa, antes atravessa o nosso rugby das selecções transversalmente - será que o problema fica por aqui?
Na nossa opinião, não. Nem de perto, nem de longe!

O que verdadeiramente preocupa no nosso rugby feminino (e masculino, e dos mais jovens...) é a falta de correspondência da competição nacional às exigências das competições internacionais, acontecendo por vezes que as nossas equipas nacionais se superam, atingem resultados de bom nível internacional, muito acima do que se poderia esperar, mas, dada a falta de competição interna e o reduzido número de praticantes, esses bons resultados não são consistentes, não se suportam numa base larga e competente de praticantes.

E mais grave ainda, é que os números não crescem, nem no que diz respeito aos praticantes, nem no que diz respeito aos clubes, tendo estagnado há muito tempo...

E essa é que é a verdadeira questão. E essa política é que precisa de ser revista, para que os bons resultados de algumas das nossas selecções, em alguns períodos de tempo, se transformem em resultados de um nível semelhante, por muito tempo...

RÚSSIA VENCE EM MALEMORT E É CAMPEÃ DA EUROPA
Com a vitória em Malemort a Rússia igualou a França no primeiro lugar, mas levou vantagem nos factores de desempate, já que no acumulado dos dois torneios do Grand Prix deste ano as russas conseguiram um saldo positivo de 331 pontos, entre marcados e sofridos, contra apenas 247 das francesas, e mesmo considerando apenas os jogos entre as duas equipas, as russas venceriam por 38-27...

Fiquem com o quadro dos resultados, o ranking final do Grand Prix 2016, e um resumo da participação portuguesa no campeonato da Europa desde 2003.





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