4 de março de 2016

PORTUGAL EM LAS VEGAS PROCURA RESULTADOS SUSTENTADOS

Interrompendo uma longa série de 18 derrotas a selecção nacional de sevens conseguiu duas vitórias em Sidney, na última etapa do Circuito Mundial, e prepara-se em Las Vegas para confirmar que os resultados que consegue são cada dia mais sustentados e menos esporádicos.

António Aguilar que está à frente da equipa desde o início da época, falou ao Mão de Mestre mostrando uma tranquilidade que o sentimento dum trabalho realizado sem jogos escondidos e promessas impossíveis de concretizar, lhe dá.


Sem poder recorrer a um lote de jogadores considerados de grande importância para que se atinjam os objectivos da equipa - principalmente a manutenção como equipa residente do Circuito, depois de se ter visto desaparecer o sonho Olímpico - Aguilar teve de criar uma equipa quase de raiz, a que a presença de um ou outro jogador mais experiente tentou dar a estabilidade que parece agora estar a chegar.

Mão de Mestre - Muitas novidades na equipa nesta primeira fase do Circuito Mundial, e a ausência de alguns dos jogadores que se tornaram habituais no último ano, revelam uma nova política de selecção, ou é apenas fruto de condicionantes impostas pela prioridade dada à selecção de XV?
Após o fim do Europeu das Nações veremos regressarem alguns desses jogadores ao lote dos escolhidos?
António Aguilar - É um misto das duas honestamente. Realmente alguns jogadores estão neste momento no XV quando começaram o ano com os 7's, mas não podemos olhar para as duas equipas em separado, a FPR é só uma e esse é um sentimento que queremos fazer crescer dentro do rugby português.
Infelizmente não temos uma base de recrutamento tão vasta como gostaríamos e alguns jogadores vão ter de gerir representar tanto o XV como os 7's (dependendo da altura da época e dos compromissos de ambas) enquanto temos outros que estarão concentrados apenas numa variante.
Naturalmente alguns jogadores que estão neste momento envolvidos no XV estarão disponíveis para os últimos quatro torneios do Circuito Mundial mas isso quer dizer apenas dizer que se vão juntar ao grupo que está a trabalhar muito bem desde Setembro e não será fácil ganhar um lugar nesta equipa...

MdM - Agora em Las Vegas, num grupo aparentemente mais acessível que nas etapas anteriores, a equipa vai lutar por um lugar na Cup, ou vai apostar tudo nos quartos de final da Bowl?
A.A. - Só aparentemente. Temos a Nova Zelândia que ganhou os últimos dois torneios, depois o Quénia que está muito bem e consistente este ano (apuramento para a CUP nos últimos três torneios) e a Rússia que a última vez que a defrontámos sofremos uma dura derrota. 
Não existem jogos fáceis a este nível! 
Dito isto claro que temos as nossas ambições no grupo e isso passa por disputar todos os jogos de igual para igual, o que não aconteceu nas últimas vezes que jogamos com estas equipas. 
E sendo os 7's um jogo de erros... se fizermos menos erros que o adversário todos os jogos são de uma possível vitória. 
Nós entramos em todos os jogos para vencer independentemente do adversário.

MdM - Um comentário geral ao que se passou até agora no Circuito e o que se pode esperar do que se vai seguir.
A.A. - A nossa análise é baseada em vários factores e não só nas vitórias, claro que estamos em alta competição e esse é o nosso objectivo final, mas acreditamos que melhorando e equilibrando todos os jogos em que participamos seremos mais consistentes nas vitórias. 
E isso é o que queremos! Não ganhar um jogo e depois perder três ou quatro. 
Se olharmos para a diferença pontual dos jogos nas duas primeiras etapas (Dubai e Cape Town) os resultados foram todos muito desnivelados enquanto em Sidney e Wellington já foram mais equilibrados e daí resultaram duas vitórias (Canada e Japão) mas que poderíamos ter ganho mais um ou outro jogo.
Esse é o nosso objectivo ter resultados sustentados e não esporádicos. 
Acredito que vamos manter a evolução que mostramos de etapa em etapa e acabaremos o Circuito a jogar melhor do que começámos. 
Estes jogadores tem treinado muito bem e todos querem muito um lugar nesta equipa o que aumenta o nível desta naturalmente. 
O que procuramos é criar uma cultura de trabalho e sacrifício pelo colectivo e estes rapazes melhoram neste aspecto todos os dias que estamos juntos!

A EQUIPA E OS JOGOS
A etapa de Las Vegas começa com Portugal em campo, defrontando a Nova Zelândia, que divide a liderança do ranking após os quatro primeiros torneios com as Fiji e a África do Sul, todas com 69 pontos, numa partida que tem hora marcada para hoje às 23,51 horas de Lisboa.

Mais tarde, já na madrugada de sábado, às 3,14 horas de Lisboa, os portugueses defrontam o Quénia, oitavo do ranking com 42 pontos, concluindo assim o primeiro dia da prova.

No segundo dia, às 19,32 horas de Lisboa, Portugal, 15º do ranking com oito pontos, defronta a Rússia que ocupa o 16º lugar com sete pontos.
Recorde-se que Portugal ultrapassou os russos em Sidney, graças à vitória sobre o Japão nos quartos de final da Bowl, que a Rússia não conseguiu acompanhar.
O segundo dia da competição terminará com o jogo dos quartos de final, cujo horário vai depender dos resultados conseguidos nas três primeiras partidas.

Fiquem com a equipa portuguesa, e com o quadro completo dos jogos da fase de grupos, notando a estreia absoluta de José Luis Cabral com a camisola das quinas.



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