4 de agosto de 2013

RUGBY NA GUARDA, A CIDADE MAIS ALTA DO PAÍS

O rugby chegou há três anos à Guarda através de uma iniciativa da Escola Profissional da Guarda, que tem sido o polo de formação do Projecto Nestum para o Distrito da Guarda, e reuniu este ano 15 equipas, em confronto com as três que participaram no ano inicial, dando nota do interesse da juventude guardense e da capacidade de quem está por trás da iniciativa.

Carlos Bernardo é um dos promotores e impulsionadores do desenvolvimento do rugby na cidade e dá-nos hoje uma perspectiva de como as coisas andam pela cidade mais alta de Portugal.


Mão de Mestre: Quem é o Carlos Bernardo no rugby e fora dele?
Carlos Bernardo: Sou um professor de Educação Física a leccionar na
Ensiguarda, onde exerço as funções de Coordenador do Grupo Disciplinar da disciplina que lecciono.
Sou também um dos promotores do projecto de rugby na Ensiguarda.
No Rugby sou um amante da modalidade que tem vindo aprender com todos os intervenientes com que tem lidado desde o início do projecto que a Ensiguarda tem vindo a implementar no Rugby.

MdM: Onde nasceste e cresceste e como se deu o primeiro contacto com o rugby?
C.B.: Nasci em Coimbra e cresci na Guarda.
Retornei a Coimbra para ingressar na Universidade e quando acabei a minha formação regressei de novo à cidade da Guarda.
O meu primeiro contacto com o Rugby foi na Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física.

MdM: O que fizeste no rugby na época que terminou, e o que vais fazer na próxima?
C.B.: A minha actividade no Rugby na época que terminou passou por terminar o processo de implementação do Rugby na Ensiguarda para na próxima época podermos progredir para uma fase de expansão e crescimento da modalidade tanto na escola como no distrito. 
Na época que passou participámos no campeonato de equipas emergentes e no Nestum Rugby. 
Pela primeira vez participámos num evento de Beach Rugby (Beach Rugby de Penacova) que nos permitiu praticar rugby com algumas das melhores equipas nacionais e alargar a lista de contactos para que o crescimento possa ser sólido e coerente com as condições de prática que temos. 
Na próxima época pretendemos enquadrar a nossa equipa num campeonato de sub-18, mantendo a prática de Tag Rugby e algumas jornadas da equipas emergentes, ao mesmo tempo que pretendemos potencializar a nossa aprendizagem com algumas equipas com quem temos obtido boa relações. 
No plano pessoal pretendo tirar o curso de treinadores de rugby para podermos dar o salto qualitativo que se pretende para a época que se aproxima.

MdM: Como surge o rugby na Escola Profissional da Guarda e quando?
C.B.: O Rugby na Ensiguarda surge da necessidade identificada pela direção da escola de facultar aos alunos da escola uma educação informal que permitisse o desenvolvimento de skills que são transversais à vida pessoal e profissional, que não se conseguem adquirir na educação em sala de aula. 
Tendo em conta a capacidade formativa do Rugby, aliada à inexistência de equipas de Rugby no distrito da Guarda, a Ensiguarda decidiu implementar um projeto de rugby. 
Este projeto conta com três anos de existência, com um número crescente de praticantes.

MdM: Ao longo dos anos que leva de actividade o clube teve alguma iniciativa relacionada com escalões de formação, nomeadamente na última época?
C.B.: O projeto do Rugby na Ensiguarda assenta como base de recrutamento os alunos da Escola que deu origem à equipa. 
Uma vez que o nível de ensino da nossa escola é o nível secundário, estamos um pouco limitados na implementação de escalões de formação. 
No entanto temos vindo a endereçar contactos com clubes da região para que esse processo de formação seja possível. 
O Rugby na cidade da Guarda é pouco conhecido, encontrando ainda alguma resistência na adesão das pessoas à prática da modalidade. 
Penso que com a perspectiva de crescimento que pretendemos para esta modalidade, aliado a um maior conhecimento técnico, podemos mudar a mentalidade das pessoas e inserir de forma definitiva o rugby nos escalões de formação.

MdM: Estão previstas algumas iniciativas para alargar a base de recrutamento a escolas e estabelecimentos de ensino na região?
C.B.: Ao longo da actividade do clube temos sido o polo de formação do Nestum Rugby para o distrito da Guarda. 
No primeiro torneio de Tag Rugby que organizámos contámos com apenas três equipas, para um crescimento de 15 equipas no ano letivo que passou, o que retrata que a nossa equipa de rugby trouxe mais praticantes às escolas, apesar de esses praticantes não estarem fidelizados à nossa equipa. 
Também organizámos pelo segundo ano consecutivo uma jornada do Campeonato Nacional de Equipas Emergentes que tem permitido à população da Guarda uma maior proximidade com a modalidade. 
Sendo o Rugby a única modalidade desportiva existente na Ensiguarda a nossa base de recrutamento está logo à partida assegurada. 
Adicionalmente, a Educação Física tem como base a nossa modalidade que vai permitir acrescentar mais praticantes à nossa equipa.

MdM: No escalão senior, o clube participou nas competições nacionais para equipas emergentes.
Quem foram os responsáveis pela equipa?
C.B.: Os responsáveis pela equipa foram a Direção da Ensiguarda através do Diretor Dr. Nuno Silva, o Engenheiro Ricardo Cruz como treinador e eu para as funções de treinador adjunto e diretor desportivo.

MdM: Que lições têm sido tiradas da actividade senior e como vai ser o futuro?
C.B.: A nossa participação das competições nacionais de equipas emergentes prendem-se com a logística necessária para este campeonato serem o mais adequadas para as condições que temos. 
Apesar de competirmos no escalão de sénior a nossa equipa é composta maioritariamente por jogadores sub-18, alguns de sub-20 e apenas três do escalão sénior. 
Temos vindo aprender bastante com este campeonato. 
O ambiente que se vive permite muita aprendizagem e muito convívio entre todos os intervenientes e equipas. 
No futuro pretendemos manter a nossa participação em algumas jornadas dos emergentes, mas pretendemos passar para um patamar qualitativo superior ao participar nos campeonatos de sub-18.

MdM: Como é financiada a actividade desportiva do clube? Qual o papel da autarquia neste aspecto?
C.B.: A actividade do clube é financiada através do projecto de desporto escolar. 
A autarquia tem fornecido a generalidade do transporte necessário às nossas deslocações.

MdM: Qual o papel das empresas da região?
C.B.: As empresas têm visto o Rugby com muito agrado. 
Ao apostar numa perspectiva de crescimento penso que o papel das empresas da região pode permitir um acrescento de valor na nossa equipa, com um retorno muito positivo para as empresas que nos apoiam.

MdM: Para a época 2013-14 quais os principais objectivos desportivos da equipa senior do Ensiguarda?
C.B.: Como já referi anteriormente os principais objectivos passam por permitir o crescimento sólido e sustentado da nossa equipa, para podermos a médio prazo alcançar bons resultados.

MdM: Quem vão ser os treinadores do clube para a próxima época?
C.B.: Os treinadores do clube vão ser o Engenheiro Ricardo Cruz, os treinadores adjuntos vão ser os professores de Educação Física da escola.

MdM: Quem quiser jogar rugby no Ensiguarda o que deve fazer?
C.B.: Quem quiser jogar rugby basta dirigir-se à nossa escola e inscrever-se na equipa, ou enviar um e-mail para rugby@ensiguarda.pt e manifestar o seu interesse na prática. A partir daí serão recebidos com muito empenho e enquadrados com o excelente ambiente que se vive na nossa equipa.

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