1 de dezembro de 2012

SALDO POSITIVO PARA A PARTICIPAÇÃO PORTUGUESA

A participação de Portugal no Dubai Sevens foi bastante positiva, pese embora um segundo dia só com derrotas, depois de perdermos nas meias finais da Plate frente ao Canadá por 7-28.

Foi um castigo pesado para os Linces, embora a este nível esta seja a consequência natural de erros que se cometem, faltas que não se deveriam cometer...

Não basta atitude, é necessário acertar, não perder a posse da bola, não defender com suavidade...
Uma falha individual paga-se cara, e uma doçura na defesa geralmente dá a continuidade da posse da bola ao adversário, em posição de vantagem numérica...

O Sevens - como o XV - é um jogo eminentemente de equipa, onde as falhas individuais se pagam caras, mas onde um jogador de grande classe, como o Pedro Leal é, faz a diferença.
Hoje, com a sua ausência, que julgamos ficar a dever-se a alguma lesão, Portugal esteve em desvantagem.

A FPR continua a sua política de silêncio, não dando qualquer justificação do que se vai passando, e deixando todos os que se interessam pela nossa equipa nacional na mais absoluta ignorância de tudo o que não é transmitido por outros organismos, como a IRB.
Só gostava de entender porque isso acontece...

Há mais alguma lesão na equipa? A lesão de Leal vai impedi-lo de jogar em Port Elizabeth? Quando e em que circunstâncias se lesionou o nosso playmaker?

O rugby é um jogo de equipa de equipa, mas não é razoável que não se explique ao público o que se passa com a ausência do nosso melhor jogador da variante, de todos os tempos.

Portugal já teve grandes jogadores de sevens, de que se destaca o conjunto do Cascais nos anos 80/90, mas a verdade é que nenhum deles foi tão completo como o pequeno Leal - joga à mão, joga com os pés, chuta aos postes, distribui jogo, lê o que se passa e toma decisões, ataca e defende...

A sua falta na equipa pode explicar algumas coisas, como é natural, nestas duas derrotas do segundo dia de competição, mas não pode servir de desculpa para duas exibições que nada têm a ver com as que ontem foram produzidas.

E é isto que se exige de uma equipa: que consiga resolver os problemas gerados pela ausência do seu melhor jogador, tendo embora consciência que o nível geral terá que baixar sem ele.

E Portugal não foi capaz de o fazer.

Também não serve de consolação dizermos que o mesmo aconteceu a outras equipas, com a ausência de alguns dos seus mais influentes elementos - nomeadamente à Inglaterra e à África do Sul - pois ninguém no seu perfeito juízo retirará mérito às duas brilhantes vitórias conseguidas ontem frente a esses mesmos adversários, e nós também não vamos utilizar esse cliché de termos perdido porque fulano não jogou...

Perdemos porque não soubemos aproveitar as oportunidades que tivemos, a posse de bola de que desfrutámos, cometendo erros técnicos individuais imperdoáveis, e faltas absolutamente infantis, em sucessão.
Perdemos porque os adversários simplesmente foram melhores do que nós e nós não tivemos capacidade para contrariar essa superioridade.

No primeiro dia marcámos oito ensaios, tantos quantos sofremos, e hoje sofremos também oito, mas não marcámos mais do que três. E ponto final.

Mas apesar de um dia fraco, a participação no Dubai Sevens foi positiva, sim.
Bastariam os resultados dos jogos do primeiro dia para o podermos afirmar, mas temos outros motivos para o fazer.

As exibições de ontem dos Linces foram muito superiores ao que têm produzido nos últimos meses, diria mesmo em toda a época anterior e início desta, a concentração dos jogadores foi muita, a sua determinação também.

Os novos jogadores conseguiram entrar na equipa sem que fosse possível perceber (ou quase...) a sua falta de experiência.

E os jogadores mais velhos - de que destacamos Pedro Leal e também Gonçalo Foro - até pareciam mais novos...

Foi bom ver a equipa jogar, e mesmo se os resultados tivessem tombado para os adversários, se poderia dizer o mesmo.

Claro está que é justo também fazer uma referência a Frederico de Sousa, afinal o primeiro responsável pela equipa, na derrota mas também na vitória.

Reconhecendo embora que também o treinador melhorou, aprendeu com o andamento da equipa, não podemos embandeirar em arco e pensar que tudo está resolvido.
Longe disso, mas não nos alargamos hoje na análise dessa questão, até porque não seria justo fazê-lo, num fim de semana em que todos estão de parabéns.

Vamos esperar pelo próximo torneio para saber se esta melhoria, verificada no primeiro dia de prova, se mantém, se a equipa começa a ter uma outra consistência, e - no caso de Pedro Leal continuar impedido - se o conjunto nacional é ou não capaz de reagir à ausência do seu mais destacado elemento.

Fiquem com a Ficha do Jogo contra o Canadá, último de Portugal do Dubai 7's 2012.


Fotos: Jorge Ferrari

9 comentários:

Anónimo disse...

a new beginning? seria estupendo que a injecao de juventude pudesse energizar uma equipa que estava visivelmente cansada, fisica e mentalmente, e leva-la para outro patamar onde os niveis de concentracao e que fazem a diferenca entre ganhar e perder.
tera Frederico Sousa a capacidade para elevar a equipa de 7s para esse patamar? as exibicoes do 1 dia no Dubai dao-lhe pelo menos o credito de poder continuar a tentar mas este ano tera que ser o ano em que agarra na equipa ou sucumbe. boa sorte e parabens pelo Dubai

Anónimo disse...

A questão que deixou no ar é central, do meu ponto de vista, a resposta à sua questão pode encontrá-la no fim do jogo Inglaterra - Portugal quando o Prof.Sousa apresentou aquele semblante zangado pela vitória de Portugal.
Aqueles rapazes de 18 anos , Campeões Europeus de Sub19, mostraram ao Sr.Prof. como é.
Neste fim de semana ficou bem demonstrado a capacidade do Prof. quando infelizmente, por lesão, ficámos sem o Pedro Leal.
Felizmente para Portugal, além daqueles fantásticos 4 jogadores de 18 anos que vimos a jogar no Dubai existem mais algumas dezenas do mesmo nível, fruto do trabalho dos clubes de norte a sul do País.
Todos estes jogadores merecem mais por parte da FPR.
Acredito que o râguebi português vencerá apesar de não acreditar no corpo técnico da FPR, oxalá me engane.

A opinião de alguém que quase todos conhecem

Anónimo disse...

se quase todos te conhecem sê homenzinho e assina o teu comentário

Anónimo disse...

gostei da prestacao. o frederico podia estar melhor

Anónimo disse...

o grupo de Portugal na Africa do Sul e um grupo onde podemos ambicionar um apuramento para a CUP desde que a equipa jogue de forma concentrada, como fez no Dubai. Trata-se de uma oportunidade critica para amealhar pontos que nos ponham nos lugares cimeiros e que garantem a manutencao como equipa residente. A prestacao no Dubai fez-nos saltar de penultimo para 11, ou seja, dentro do apuramento. Boa sorte para os Lobos

Anónimo disse...

o que se viu foi que realmente estes novos miúdos estao verdes mas têm muito potencial e muita vontade e já bastante qualidade, viu-se que se o Pipoca sai a equipa desce vertiginosamente, viu-se que o Frederico Oliveira está muito em baixo de forma, viu-se também que não pode ser capitão de equipa, só mesmo o Pico é que acha que sim, viu-se que não há nada piora do que um treinador que embirra com os jogadores, só assim se explica que tenha praticamente posto de parte o Adérito, é o único que dá garantias nos pontapés de recomeço, quando vai ao contacto vão logo 2 ou 3 jogadores cairem em cima dele o que permite libertar espaço para os outros e se apanha a bola com algum espaço é muito dificil de parar, sr Pico deixe de ser amuadinho, deixe de ter a mania que tem semore razão ponha os seus interesses para trás das costas e aposte no Adérito.

Luís Canongia Costa disse...

Um pequeno contributo para se perceber porque o Adérito não entra de início. Se fosse o treinador do Se7e nacional, com a equipa que esteve no Dubai, também não o colocaria no início de jogo, apesar de ser um dos nossos melhores finalizadores e ter várias características positivas (e gostar dele). A minha visão. O Adérito tem um problema grave: a defesa do ombro mais fraco - ou melhor a incapacidade de defender esse lado. Analisem os jogos e vejam. Não me lembro de perante um side step ou mesmo um swerve nesse sentido o Adérito conseguir fazer uma placagem dominante, ou mesmo parar o adversário. Contra uma equipa cansada, menos clarividente, este aspecto é menos problemático, e a sua capacidade ofensiva começa a contrabalançar. Nos Sevens, o básico é garantir que marcamos sempre que temos a bola e conseguir roubar algumas posses de bola ao adversário. O principal problema de Portugal não é propriamente o ataque, mas a defesa (veja-se desde logo o jogo com Samoa no Dubai). Com os jogadores que tínhamos no Dubai (é bom esta ressalva), à partida, comigo, o Adérito ficaria no banco. Obviamente podem, e devem haver outras opiniões, mas dizer que o Pico está a embirrar com o Adérito pode ser um exagero. Para já o que tem sido evidente é que a equipa tem evoluído e volta a ser capaz de enfrentar as mais fortes. Também é evidente que com o Pipoca em campo a equipa é outra coisa, pois ele é o maestro do nosso jogo ofensivo. Há ali potenciais sucessores, mas ainda muito jovens e inexperientes.

Anónimo disse...

caro luis costa, para chegarmos ao ponto em que vamos falar das falhas defensivas de cada um precismos de em primeiro lugar garantir que não sofremos 4 ensaios em 10 pontapés de recomeço, e aí quem ais garantias dá é sem dúvida o Adérito, quanto à defesa do ombro mais fraco qd confrontados com uma mudança de direcção ou de velocidade isso é um problema típico dos jogadores mais pesados e altos e menos móveis,õu seja foro e lucas têm o mesmo probelma compensam isso como outras caractiristicas positivas.

Luis Canongia Costa disse...

Sofrer ensaios em pontapés de recomeço é um velho problema da seleção nacional de sevens, mesmo com o Adérito em campo. A questão de base recordo era uma pretensa embirração do Pico com o Adérito. Era isso que estava em causa. Dei a minha opinião. Não entro em debate com anónimos, pelo que me fico por aqui.