O TÉCNICO FALHOU O PLENO NO CIRCUITO NACIONAL FEMININO DE SEVENS ao perder a final da 4ª etapa, frente à Agrária por 17-10, mas sagrou-se campeão com 10 pontos de vantagem sobre a segunda classificada.
A etapa de Coimbra foi participada por 15 equipas, notando-se a segunda ausência do Benfica e a terceira de Agronomia...aliás, das oito equipas que estiveram em todas as etapas, apenas o Técnico e Cascais são da zona de Lisboa, sendo três (*) do Centro (Agrária e Bairrada A e B) e duas do Norte (CRAV e Boavista).
Além destas oito equipas participaram no Circuito quatro da região de Lisboa, três das regiões ao sul do Tejo, quatro do Centro e outras quatro do Norte - ou seja, a força do rugby feminino parece estar fortemente implantada a norte do Mondego (incluindo a Agrária, logo ali a seguir ao dito...).
A região de Lisboa também não está mal, mas só se dá por isso quando jogam em casa, ou nos arredores, enquanto Loulé, Setúbal e Portalegre, merecem uma referência especial pela sua coragem e perseverança.
E outra menção para a Bairrada que apresentou sempre duas equipas, e em Arcos chegou mesmo a apresentar três!
Mas a grande referência deste Circuito vai por inteiro para o Técnico, que depois de ver a Agrária vencer o Campeonato Nacional, o Benfica vencer a Taça de Portugal de XV e o Boavista triunfar na Taça de Portugal de VII, venceu três das etapas do Circuito de Sevens, e foi, sem margem para contestação, a melhor equipa da prova.
As outras referências que devem ser feita sobre o Circuito, não são agradáveis, e prendem-se com as já referidas ausências do Benfica e de Agronomia, no campo desportivo, e pela péssima imagem que a Federação fez passar, com uma sucessão de decisões contraditórias e/ou controversas, que marcaram ainda mais porque, pela primeira vez este ano, ela fora capaz de apresentar a tempo e horas um plano e um regulamento, no campo da organização.
Infelizmente, perdida em guerras internas do tipo D. Quixote e os moinhos de vento, a FPR não foi capaz de controlar a situação e acabou por ser um espetáculo degradante de assistir, com umas pessoas a puxar para trás, parecendo que uns andam com ciúmes dos outros...
Fique com o quadro dos resultados da última etapa, e também o quadro classificativo final.
Fotos: Albuquerque Afonso e Moita Rugby Clube da Bairrada/Facebook
(*) P.S. O Rui Rodrigues da Bairrada chamou-me a atenção para o fato do Viseu também ter participado nas quatro etapas, o que é absolutamente correto - e assim consta do quadro que apresentamos.
Por distração, ao passar a informação para o texto, essa situação foi omitida, mas fica desde já corrigida com o devido pedido de desculpas às meninas de Viseu!
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8 comentários:
(Parte I)
E caiu o pano sobre o Circuito Nacional de Sevens 2012.
Alguns comentários e reflexões afiguram-se necessários, nem que seja para promover o debate e a troca de ideias. É do debate e da troca de ideias, mesmo que sejam opostas, e das críticas, sempre que construtivas, que tudo evolui, esperamos, no melhor sentido. E, aqui, o melhor sentido será a evolução e a consolidação do rugby feminino.
Em primeiro lugar, os parabéns à equipa do CR Técnico, este ano a mais combativa, consistente e regular do Circuito Nacional de Sevens. Recheada de excelentes jogadoras e com um modelo de jogo prático, aliada a uma boa condição física, a equipa cumpriu os seus objectivos.
Depois, merecem os parabéns as equipas que estiveram em todas as etapas (2 regionais e 4 nacionais) - Agrária, Bairrada, Boavista, CRAV, Cascais e Viseu, além do Técnico - o que significou também algum investimento por parte dos clubes e grande vontade e disponibilidade das atletas, que encararam a competição de forma séria.
De registar a grande evolução destas equipas - a Agrária, com uma equipa experiente, um rugby maduro e um bom modelo de jogo; o Boavista, com excelente organização e em constante crescendo; a Bairrada, já com um tipo de jogo definido, que se caracteriza pela velocidade e grande combatividade das suas jogadoras; o CRAV, equipa já com organização e que foi, diria, a surpresa positiva da época; uns furos mais abaixo, o Cascais e o Viseu, equipas em progressão e a quem o convívio com as equipas mais evoluídas ajudará a crescer.
Uma palavra de incentivo também para as equipas do Braga, Caldas, S. Miguel, CRUP, Galiza e ISMAI, que participaram apenas em algumas etapas. Constata-se que há trabalho feito e que muito há ainda para fazer, assim exista vontade das jogadoras.
Pela negativa regista-se a eliminação da Agronomia, Loulé, Vitória e, sobretudo, do Benfica, equipa com grandes pergaminhos na história do rugby feminino nacional. Desconhecem-se os motivos mas, o manter o Circuito mais competitivo e o respeito pelas equipas adversárias teria merecido outras decisões. Não será certamente por falta de jogadoras, se olharmos para o número inscritas na FPR.
Quanto ao modelo competitivo, tendo por referência um Regulamento cheio de omissões, algumas contradições e prestando-se a diferentes interpretações, sempre se dirá que merece também reflexão.
À partida, importará equacionar a necessidade da chamada Fase regional de apuramento. Se de facto é para apuramento para a Face Nacional (8 equipas), não se podem permitir faltas de comparência que, depois, não têm qualquer efeito prático. Se a Norte tudo correu na normalidade, regista-se o facto de na primeira jornada a Sul, estarem muitas equipas nas Caldas e, depois, na segunda jornada, em Loulé, comparecerem apenas o clube local, o Caldas e o Técnico.
Porventura, partir para a próxima época com 2 grupos perfeitamente definidos - A e B - tendo por base a classificação final deste ano 2012, poderá ser uma solução. Mas, claro, tal pode causar polémica, pois equipas como o Benfica, Agronomia, Loulé e Vitória, tendo sido eliminadas por faltas de comparência e a merecer tratamento igualitário, teriam de ser remetidas para o Grupo B.
Uma interpretação correcta do citado Regulamento levaria a dizer que devem ser retiradas do quadro da classificação final publicado pela FPR (e constar como eliminadas, por faltas de comparência) todas as equipas que não compareceram a qualquer uma das 4 etapas do Circuito.
(continua)
(Parte II)
Enfim, é assunto a discutir entre a FPR e todos os clubes, à volta da mesa, aproveitando para rever o dito documento, criando regras claras e práticas e um modelo de competição que permita fazer evoluir as equipas em crescimento e ser verdadeiramente competitivo para as equipas mais evoluídas.
A FPR tem um papel fundamental neste domínio e deve fazer cumprir as regras que ela própria aprova.
Alguns exemplos, para reflexão: (1) organização de etapas pelos clubes - estando sujeitas ao cumprimento de um «caderno de encargos» constatou-se que umas vezes ou não foram distribuídas águas pelas equipas presentes ou que não estava presente uma ambulância. Se o primeiro aspecto não é assim tão importante, o segundo é particularmente grave. E se houver um acidente (felizmente não houve), uma urgência, uma situação que requeira a imediata reação de equipa médica ou o transporte para um hospital?
(2) Cumprimento de regras - em cumprimento das Leis do Jogo, a FPR fez circular a informação de que é proíbida a utilização de collants/leggins, abrindo, curiosamente e em violação dessa regra, a excepção dessa utilização em campos sintéticos. Pois, o certo é que, com uma excepção, se verificou essa utilização. E sabemos como a utilização desse adereço pode dificultar uma placagem... (3) Árbitros - associado ao facto de se ter verificado a ausência de árbitros numa das Etapas, árbitros há a necessitar de uma profunda reciclagem em termos de regras em vigor no Sevens. Ou por desconhecimento ou má interpretação assistiram-se a situações, diria, por vezes hilariantes.(4) A organização da Etapa final em Abrantes, pela FPR - se no Regulamento era claro que ficaria a cargo da Federação a organização da última etapa, não se entende como foi depois realizada em Coimbra, quando já outros clubes se tinham candidatado à mesma e viram rejeitada essa pretensão.
Não pretendendo alargar-nos mais, cremos que o rugby feminino está de boa saúde, em evolução positiva. Apenas necessitará de mais organização e apoio, não tanto ao nível dos clubes, onde o trabalho de captação e de treino é notório, mas sobretudo ao nível da FPR.
Só um trabalho sério, organizado, consistente permitirá, creio, fazer o rugby feminino almejar por patamares mais elevados. E, estando nós no século XXI, já não há espaço para amadorismo, desenrascanços ou organizações em cima do joelho.
O rugby feminino está num momento crucial a nível internacional. O convite para o torneio organizado pelo IRB em Londres é prova de que se acredita nas atletas nacionais e no rugby feminino português. O campeonato da Europa está, também, quase à porta! Mais do que palavras e mais palavras, precisa-se apenas de trabalho, método e organização!
Finalmente, uma palava também para o MdM ou Mão de Mestre pela sua intervenção na divulgação do rugby nacional, em particular do rugby feminino.
E por proporcionar um espaço de debate, por vezes com reacções calorosas dos leitores e também do próprio responsável, mas é esse o preço da democracia e da liberdade de opinião.
09-05-2012
Parabéns a todas as equipas!
Boa Noite,
Viseu participou em todas as jornadas também, falta referir isso no post.
No final do texto isso já está corrigido.
E voilá o que se pode ler no site da FPR:
2012.5.7
Circuito Nacional de Sevens Feminino
«Após a conclusão das 4 jornadas que constituiram o Circuito Nacional de Sevens Feminino. A Equipa de Sevens do C. R. Técnico sagrou-se campeão Feminino após as quatro etapas realizadas.»
Se a Edite Estrela vê isto...
Espero que este texto chegue ao conhecimento dos responsáveis dos Campeonatos em Portugal (Femininos, masculinos, Sevens, etc).
Muito bem.
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