19 de novembro de 2016

PORTUGAL CUMPRE E VENCE NA SUIÇA

Um bom resultado no jogo inaugural da participação portuguesa no Rugby Europe Trophy por 10-28 frente a Suiça em Yverdon, dá tempo e espaço para a equipa se preparar com calma e tranquilidade para os restantes jogos da competição que se realizam apenas a partir de Fevereiro de 2017.

E se é verdade que os Lobos estiveram bem nos últimos 25 minutos do encontro, não podemos fingir que tudo correu bem, já que as nossas lacunas em especial nas formações ordenadas foram evidentes, contra aquela que é sem qualquer dúvida um dos mais fracos conjuntos da competição.


Portugal entrou bem no jogo, e logo no minuto inicial Francisco Bruno marcou o primeiro ensaio de Portugal, que Nuno Sousa Guedes transformou, aliás como viria a fazer mais quatro vezes na partida (uma segunda conversão, no ensaio final, e três penalidades).

Quem assistiu ao jogo pensou que aquele seria o ritmo da partida, simples e direto - formação/alinhamento, bola a girar e só pára no ensaio - mas não foi nada disso que aconteceu.
A Suiça recompôs-se na defesa, foi superior nas formações ordenadas e no desenvolvimento do jogo fechado dos avançados, e aos 55 minutos o resultado era um preocupante empate a 10 pontos, com um ensaio de penalidade obtido a castigar falta portuguesa numa formação ordenada, a recuar e a entrar na nossa área de validação.

Convém referir que a situação nasceu de um alinhamento já nos 22 metros lusitanos, que os suiços ganharam, transformaram num maul e empurraram até serem parados, em falta, já muito perto da nossa área de validação.
E, confiantes na sua superioridade na frente, os donos da casa trocaram essa penalidade por uma formação ordenada, o resultado foi como já descrevemos, e o resultado passou a 10-10, aos 12 minutos do segundo tempo.

Só então, talvez graças às substituições efetuadas no XV nacional, Portugal foi, aos poucos, assumindo o comando do jogo e depois de duas penalidades convertidas, ensaios de Vasco Ribeiro e Nuno Sousa Guedes, o marcador ficou mais colorido, com os 10-28 finais.
Chegou a pensar-se que seria possível o bónus de ataque, mas isso não aconteceu, e para ser franco, não seria justo para o esforço e empenho do XV helvético.

Uma última referência para a trapalhada da convocação/não utilização de Geoffrey Moise, por existirem dúvidas sobre a elegibilidade do jogador.
Esta situação é inadmissível, ficando no ar uma forte desconfiança sobre a competência dos responsáveis administrativos da seleção nacional.
Espera-se mais seriedade nestas matérias que prejudicam objetivamente a equipa e os jogadores.

Fiquem com o Boletim do Jogo e em seguida verifique o andamento da prova e a classificação actualizada.




11 comentários:

João Silva disse...

Sou novo por estes comentários , mas sendo este o site de referencia em Portugal não podia de deixar umas palavras . Após anos ausente do país e tendo estado ligado à modalidade , olho com alguma preocupação no estado em que está , não sei o que se passou , mas a actualidade é de colocar os cabelos em pé .

A celebração de resultados que em tempos recordo ser uma obrigação ganhar por muitos , agora celebrasse o poucochinho , ganhar à Suíça e Bélgica com os resultados divulgados , com ou sem Franceses a obrigação seria ganhar bem .

Não sei quem são esta direção actual assim como o actual treinador nacional , não me recordo deles como jogadores , mas nada teria a dizer se não fosse o baixichissimo nível apresentado pelas nossas seleções .
No XV na terceira divisão e nos sevens ao que parece desaparecemos do mapa mundial e europeu , inacreditável , aquilo que posso comentar é que com este nível de exigência e de objectivos , somos uma sombra do passado recente e basicamente desaparecemos do rugby mundial , passamos a ser uma equipa regional a custo.

Receio que poucas alegrias terei num futuro próximo , olhando para os nossos adversários direitos de outros tempos a jogar grandes jogos , jogos que interessam e a ganhar e nós com uma humilhante vitória contra a Suíça !!!! equipa que subiu para esta divisão que nos devia de envergonhar .

A confiar pelas palavras do autor da noticia , começo a perceber que à frente dos destinos da Federação encontram-se gente com algum grau de incompetência , talvez devessem pagar do seu bolso as suas viagens como a do jogador francês , talvez assim comessem a ser mais competentes no futuro .

Cumprimentos,
João Silva

Manuel Cabral disse...

Para que não restem dúvidas quanto à situação do Geoffrey Moise, aqui se transcreve na íntegra o comunicado da FPR de hoje:
Comunicado
A Federação Portuguesa de Rugby (FPR) teve conhecimento da existência de dúvidas sobre a elegibilidade do jogador Geoffrey Moïse para a partida que se vai realizar neste sábado em Yverdon, frente à Suíça. Dessa forma, numa decisão conjunta entre o atleta, o clube Section Paloise e a FPR, foi decidido, por forma a salvaguardar os interesses federativos e do próprio atleta, que o jogador não seria utilizado. Geoffrey Moïse continuará integrado nos planos de trabalho da Seleção Nacional, acreditando a FPR que será possível a utilização do atleta nos próximos jogos. José Conde, jogador que se encontrava de prevenção, foi convocado para suprimir a ausência de Geoffrey Moïse, tendo-se juntando à Seleção Nacional na sexta-feira.
A Direção
19 de Novembro de 2016

João Silva disse...

Como confirma o grau de incompetência é gritante e assumido pela federação , não fazerem o trabalho de casa em tempo e em cima do joelho convocam o jogador , como em comentário anterior , brincam com o erário público , não lhes sai do bolso , uma vergonha , por este incidente dá para ver que a qualidade destes dirigentes muito baixa .

Duarte disse...

O Geoffrey Moïse é elegível (ou não) por ascendência, logo não pode haver dúvidas quanto à sua elegibilidade: ou tem um dos pais ou dos avós portugueses, ou não tem.

Se fosse por estadia no país, ainda poderia fazer sentido falar em dúvidas resultantes de incompetência. Por exemplo: esteve mesmo o tempo todo requerido? Mas por ascendência, nunca há lugar a dúvidas.

Antes fosse incompetência...

Quanto ao jogo, nem sequer o ponto bónus conseguimos e a Suíça acabou de chegar da 4ª divisão.

O mais preocupante é que parece que os jogadores interiorizaram que jogar ligeiramente melhor que uma equipa fraquíssima é positivo e festejaram a vitória como se tivessem ganho à Espanha ou à Rússia.

Também não percebi porque é que o José Lima jogou a "águas". Alguém percebeu?

Duarte disse...

Caro Cláudio,

Viu aquele ensaio de penalidade da Suíça? Contra equipas mais fortes, seria isso, multiplicado por 2 ou 3, o que aconteceria nos últimos 20 minutos.

João Silva disse...

Estive a ver o resultado e imagens do jogo da Espanha contra o Uruguai , o que posso comentar é o seguinte , estamos a anos luz de ambas as equipas , e agora ao tomar conhecimento do que foram estas duas épocas com esta direcção , conseguiram a proeza de nos levar para um espirito de mediocridade e colocarmos onde nunca estivemos - na pré-história do rugby mundial .

Ganhar por poucos contra países sub-desenvolvidos no que toca ao rugby , talvez os ignorantes dos nossos dirigentes federativos não perceberam com nos colocam ao mesmo nível .

Enfim triste realidade , ter que ver uma modalidade que vi crescer neste momento estar em queda acentuada , os nossos dirigentes que acordem e mudem rapidamente de direção da federação , porque por este andar , estaremos a discutir a manutenção no grupo em que nos encontramos .

NOTA : tenho estado a ler alguns comentários de outras noticias para me actualizar , os lusodescendentes são muito importantes no presente e futuro , mas honestamente tínhamos a obrigação de só com jogadores portugueses ganhar e bem estes jogos .

Outro ponto , quando joguei foi nos avançados , as formações ordenados / melle como chamávamos , os pilares são muito importantes , mas o principal era os 8 avançados como um todo , pedir que venham pilares de frança para resolver as incompetência dos treinadores , é assumir que nada sabem da matéria .

Cumprimentos

Duarte disse...

O site da Europe Rugby está mal organizado. Para ver os jogos que dão em directo, ou para rever esses jogos, ir aqui:

http://www.rugbyeurope.tv/

Duarte disse...

Caro João Silva,

Não vi ninguém a falar só em pilares. Claro que a formação ordenada são 8, os segundas linhas são importantíssimos, etc. Isso toda a gente sabe.

Sucede que a selecção já jogou na mesma época com uma primeira linha só com jogadores a jogar em Portugal e com uma primeira linha formada por Francisco Fernandes, Tadjer Barbosa e Tony Martins e ainda David dos Reis a segunda linha. Foi contra Geórgia e foi lá. A diferença como seria de esperar, foi gigantesca. Os georgianos tiveram que mudar os 2 pilares ao intervalo.

João Silva disse...

Caro Duarte ,

Não confunda as coisas , todos os portugueses contam , os que jogam em França e noutros países , para que me percebe , devem jogar os melhores , mas repito com jogadores que devem ser os melhores nacionais ou deviam ser ! a jogar em Portugal temos obrigação de fazer muito melhor .

O que quer dizer é que o trabalho realizado pelos treinadores não pode ser bom para que perceba .

Cumprimentos

Claudio disse...

Caro Duarte,

Ganhar os próximos jogos é um objectivo, mas desenvolver a modalidade em Portugal também deve ser.

Por isso, tem que se dar tempo de jogo aos jogadores de Portugal, sejam eles pilares. Se para isso, temos que levar um ensaio de penalidade de vez em quanto no final da partida, não é coisa muito grave, é o preço a pagar, tal como as equipas profissionais pagam quando tomam o risco de fazer entrar jovens no último terço da partida para ajudar-os a crescer.

O principal, ao meio ver, é deixar de pensar que se pode ganhar uma partida contra equipas da segunda divisão europeia - ou mesmo contra algumas mais fortes da terceira - jogando 80 minutos com pilares e talonadores de Portugal, enquanto se tem avançados profissionais de França elegíveis e disponíveis.

Até breve.

Duarte disse...

Caro Cláudio,

Se um dos objectivos é a qualificação para a Taça do Mundo de 2019 (outro dia, o seleccionador disse que sim), acho que não dá. A Espanha, por exemplo, apresentou uma equipa fortíssima contra o Uruguai.

Mas para vencer esta 3ª divisão, se a Moldávia apresentar contra nós uma equipa fraquíssima, como a que jogou contra a Holanda, e se tivermos sorte no jogo contra a Holanda (têm uma formação ordenada melhor que a nossa, um bom n.6 e alguns jogadores de qualidade nas linhas atrasadas), pode dar.

Quando falo dos que jogam em Portugal, não estou a incluir o Francisco Domingues e o Rocha, porque esses jogam em Espanha.

Viu o jogo contra a Suíça? Na minha opinião o nosso melhor pilar foi o n.16, acho que se chama Conde. É o que estava para não ir e acabou por ser chamado por causa daquela situação estranha com o Geoffrey Moise. Pelo menos, tem mobilidade e vê-se que tem gosto em disputar os rucks. Os dois que foram titulares, tenho a certeza que deram tudo, mas têm muita dificuldade em mexerem-se