6 de novembro de 2016

CALDAS É O DESTAQUE DO DIA E ÉVORA O LÍDER ISOLADO

O Caldas venceu o Técnico em casa, quebrando a invencibilidade da equipa das Olaias, e quem mais beneficiou foi o Évora que se isolou no comando da classificação ao vencer o São Miguel em Lisboa, mas, curiosamente, a equipa alentejana sendo a que mais pontos leva marcados, não conseguiu até agora qualquer ponto de bónus.

Isso fica a dever-se aos poucos ensaios conseguidos pelos chaparros, que ocupam uma modesta quarta posição na tabela dos toques na meta dos adversários, com os mesmos 10 que o Caldas, atrás do Técnico, do Benfica e do CRAV.

O CRAV conseguiu uma excelente vitória sobre o Vitória de Setúbal, que fica sendo o mais amplo resultado da temporada e foi a primeira vez que uma equipa marcou mais de 40 pontos na prova, e os sadinos continuam só com derrotas e na última posição, enquanto o Caldas marcou o fim de semana com a vitória conseguida sobre o Clube de Rugby do Técnico, que levou os pelicanos ao grupo dos seis da frente, em igualdade de pontos com o Bairrada, e tirou os engenheiros da liderança compartilhada que mantinham com o Évora.

O Benfica venceu o Bairrada e ficou em igualdade de pontos com o Técnico na segunda posição da tabela, e os bairradinos apesar de terem conseguido o bónus defensivo, desceram um posto na tabela por troca com o CRAV, enquanto em Santarém aconteceu o primeiro empate do ano entre o Rugby Vila da Moita e o Rugby Clube de Santarém, que fez as duas equipas manterem a igualdade pontual e subirem igualmente um lugar na classificação, em prejuízo do São Miguel, que baixou ao nono posto.

Quem acompanhou o jogo do 1º de Maio, na primeira parte ficou com a impressão que o resultado final poderia ser outro, pois a vantagem de três pontos do Évora (0-3) ao intervalo permitia que os buldogues sonhassem com outro desenrolar dos acontecimentos no segundo tempo.
Mas não foi isso que aconteceu e os alentejanos foram aumentando a diferença, apenas com um ensaio de resposta, chegando aos 5-33.
No entanto o São Miguel reagiu e na parte final do encontro reduziu e chegou aos 17 pontos, evitando também que o Évora conseguisse o seu primeiro bónus ofensivo.
Marcaram pelo São Miguel, Bandeira (2E), Diogo Semedo (1E) e André Lemos (1T), e pelo Évora, Francisco Borges (1E, 2T, 3P), Duarte Leal da Costa, Frederico Couto e André Peixe, um ensaio cada.

Num sábado, finalmente já a cheirar ao tempo típico do jogo de Rugby, assistiu-se nas Caldas da Rainha a um jogo intensamente disputado, com um vencedor justo.
Bancadas razoavelmente compostas, face ao tempo chuvoso, um pitch em excelentes condições, duas equipas que deram tudo nos 80 minutos e uma arbitragem competente. O Rugby esteve mais uma vez presente.
A vitória assenta bem à jovem equipa Pelicana que acreditou e lutou pela vitória até ao fim. A coragem foi recompensada.
Duas equipas que privilegiavam, à partida, o jogo das suas linhas atrasadas, acabou por se impor a que foi mais eficaz nas disputas de avançados, quer nas fases estáticas, quer no jogo no solo.
Na verdade ambos os conjuntos cometeram inúmeros erros técnicos, sobretudo passes para diante, facto bem espelhado nas 38 formações ordenadas disputadas (18 de erros Caldenses e 20 de erros do Técnico).
Neste capítulo os Pelicanos estiveram superiores (95% de eficácia na introdução própria e 33% de conquista na introdução adversária).
Ainda que os Caldenses tenham entrado bem no jogo, aos 11 minutos os Engenheiros já tinham concretizado duas iniciativas de penetração rápida, com dois ensaios transformados.
Seguiu-se uma fase equilibrada, de jogo a meio-campo, mas onde já se começava a evidenciar a preponderância do jogo dos avançados Caldenses.
Apenas uma deficiente manipulação da oval no jogo à mão - a condição do tempo pode ter tido alguma influência - ia impedindo uma maior pressão atacante e sobretudo eficácia na concretização.
Exemplo, talvez a melhor sequência de todo o encontro, cerca dos 20 minutos, em que a oval circulou duas vezes a toda a largura do campo, após mais uma conquista de formação ordenada, sendo desperdiçada no último passe quando já se adivinhava o toque de meta.
Aos 20 minutos, Caldas RC  0-14 CR Técnico.
A segunda metade do primeiro tempo foi inteiramente Caldense. Instalados nos 22 metros adversários os Pelicanos ficaram a dever a si próprios duas ou três soberanas ocasiões de pontuar, sempre por erros técnicos na fase final de jogadas muito bem delineadas a partir de progressões seguras do pack avançado e tentativas de abertura rápida às linhas atrasadas.
Finalmente, e na última jogada do primeiro tempo e na sequência de sucessivas penalidades conquistadas nos 5 metros do Técnico, jogadas rapidamente à mão, o Caldas conseguiu o merecido ensaio, entre os postes, facilmente convertido.
Ao intervalo Caldas RC 7-14 CR Técnico.
Antevia-se um segundo tempo muito intenso. E no regresso os Pelicanos mostraram logo ao que vinham. Logo no primeiro minuto beneficiaram de uma penalidade, tentada aos postes, mas falhada.
Os dez minutos seguintes foram de domínio Caldense, e, de novo na sequência de penalidades sucessivas dos Engenheiros nos seus 5 metros, a formação ordenada do Caldas empurrou o adversário para a linha de ensaio, concretizando o toque de meta, entre os postes e outra transformação fácil.
Aos 50 minutos, Caldas RC 14-14 CR Técnico.
Os visitados acreditavam que podiam vencer, os visitantes defendiam com entrega total, procurando contrariar com ataques rápidos e num jogo de parada e resposta, acabou o Técnico por beneficiar de uma penalidade, aos 70 minutos, bem concretizada.
À entrada dos últimos 10 minutos, Caldas RC 14-17 CR Técnico.
Assistiu-se então ao verdadeiro espírito Pelicano. Totalmente instalados nos 22 metros, beneficiando de sucessivas ocasiões de criar vantagem, desperdiçadas por alguma precipitação, os Caldenses beneficiaram de uma soberana oportunidade de empatar o jogo ao conquistarem uma penalidade, facilmente convertível.
Contudo, o capitão Pelicano optou por formação ordenada e, na sequência, uma penetração do primeiro centro concretizou o ensaio da vitória.
Resultado final: Caldas RC 19-17 CR Técnico.
Vitória que assenta bem à equipa que mais quis vencer.
A Primeirona teve neste jogo mais uma demonstração que é um Campeonato muito equilibrado, e que qualquer jogo não tem, à partida um vencedor.
Como é apanágio do nosso Desporto, a terceira parte esteve ao nível do jogo. Disputada e lutada.

O Benfica venceu mais um obstáculo na sua luta pela permanência entre os primeiros, embora não
tenha evitado o bónus defensivo do Bairrada.
Com esta vitória os encarnados alcançaram o Técnico no segundo posto da tabela, e ganharam mais um ponto ao quarto classificado, que é agora o CRAV.
O Bairrada com o bónus defensivo conquistado controlou o estrago da derrota e desceu apenas um lugar na classificação, estando agora na quinta posição, com os mesmos pontos do Caldas, que fecha o grupo dos seis primeiros.
Rui Rodrigues não ficou satisfeito com o resultado e comentou que "Entramos bem focados nos objectivos traçados através de um jogo cauteloso que centrava-se sobretudo na busca de pontos mas que infelizmente não resultaram em grandes alterações positivas no marcador. 
O Benfica aproveitando bem os nossos erros de posicionamento da 2ª/3ª linha de cortina defensiva acabaria por marcar três ensaios mas nunca nos afastando da busca pelo resultado, prova disso foram os últimos 20 minutos de jogo. 
Difícil dizer que o Benfica foi um justo vencedor, porque na verdade sinto mesmo é que fomos uns dignos vencidos".

Excelente vitória do CRAV que foi a primeira equipa a marcar mais de 40 pontos num jogo deste campeonato, e que apesar de ter subido apenas um degrau na classificação, está agora apenas a dois pontos do segundo lugar.
Depois de um fraco início de prova os arcuenses parecem agora dispostos a assumir uma posição de relevo na luta pelos lugares de topo da classificação, mais condizente com a sua ambição de regresso à divisão de topo do rugby nacional.
O Vitória de Setúbal não esteve bem, continua a perder, e não fossem os dois pontos de bónus que conseguiu até agora, e registaria um nulo absoluto na contagem dos pontos, já que é o único conjunto que conta por derrotas todos os jogos realizados.
Este desempenho dos sadinos explica-se em parte pela juventude dos seus jogadores, e espera-se que com o calo que o andar da prova proporciona, os resultados comecem a surgir.

Resultado pouco habitual em Santarém, com as duas equipas a registarem o mesmo número de pontos, o que as mantém em igualdade pontual na classificação, embora tenham subido um degrau para ocuparem agora a sétima e oitava posições, com a vantagem a continuar do lado do Vila da Moita, graças a um melhor diferencial entre pontos marcados e pontos sofridos.
Em Santarém assistiu-se a um grande jogo de rugby. Tempo excelente para a prática da modalidade e duas equipas a procurar a vitória desde o início do jogo.
A investida inicial vem da equipa da casa, colocando o jogo no meio campo adversário e muita pressão sobre a sua defesa. O Moita, apesar de algumas falhas de posicionamento defensivo, conseguiu travar a investida da equipa da casa e tomou a iniciativa de jogo.
Aos 20 minutos de jogo o resultado de 3-3 espelhava o equilíbrio da partida.
Nesta fase, a equipa do Moita cresceu e colocou o jogo no meio campo do Santarém. Após bons momentos de ataque e da boa resposta defensiva do Santarém, o Moita consegue chegar ao ensaio numa excelente jogada de rugby.
O ensaio deu confiança à equipa visitante, facto que se reflectiu na investida realizada sobre a defesa do Santarém.
Quase no final da primeira parte, o Moita tira partido do seu melhor momento em campo e chega ao ensaio, explorando bem as costas da defesa do Santarém. 
O Santarém reagiu mas não pontuou até final da primeira parte. Mesmo antes do intervalo nota para a lesão do médio de abertura do Moita.
Resultado ao intervalo 3-17.
Na segunda parte, o jogo foi equilibrado nos primeiros 10 minutos e jogou-se bastante a meio campo.
A partir daqui, uma investida de cavalaria por parte do Santarém desconcertou a defesa do Moita e a equipa da casa chega ao ensaio aos 50 minutos. 
Este ensaio elevou a motivação dos seus jogadores que colocaram uma forte pressão na defesa visitante. 
Com o jogo no meio campo do Moita, o Santarém chega de novo ao ensaio, numa excelente jogada de apoio constante que quebrou por completo a defesa do Moita.
A investida do Santarém não ficou por aqui... Potenciados também pelo seu público, os escalabitanos continuaram a jogar no meio campo adversário e traduziram esse domínio em mais um ensaio. 
Foram 20 minutos demolidores do Santarém. Aos 70 minutos o resultado era de 20-27.
Quando tudo indicava que o Santarém ficaria com a vitória, eis que surge uma reacção digna de uma verdadeira equipa de rugby. 
O Moita foi buscar todas as suas forças e partiu para cima da defesa do Santarém à procura de mais um ensaio. Após algumas fases, este momento aconteceu numa jogada musculada, de verdadeiro querer. Resultado: 27-27.
Até ao final as duas equipas tentaram a vitória mas o resultado não sofreria alteração.
Excelente atitude por parte das duas equipas! Demonstraram que o rugby se joga em 80 minutos, onde a disponibilidade, o querer, o espírito de sacrifício e o acreditar são fundamentais.
Parabéns às duas equipas!

Veja todos os detalhes da classificação e resultados na página que dedicamos à prova.


2 comentários:

Rugby Eborense disse...

CRÉ - 4 Jogos / 4 Vitórias
Melhor ataque da prova
Melhor defesa da prova

Penso que os jogos se ganham com pontos, pontos esses obtidos não só através de ensaios! De qualquer forma tentaremos melhorar o score de ensaios!
Cumprimentos
Diogo Fialho

Unknown disse...

Uma curiosidade

http://www.tecnico-rugby.com/pai-e-filho