23 de dezembro de 2012

CDUL ARRASADOR PASSA RÉVEILLON NA LIDERANÇA *

Com o fácil triunfo sobre a Académica (73-5) e beneficiando da pena confirmada esta semana, pela FPR, dos dois pontos retirados a Direito por má inscrição de um jogador, os campeões nacionais atingem a paragem de fim de ano no comando da Divisão de Honra com um ponto de avanço sobre os advogados, também eles claros vencedores de Agronomia (23-14)
   
O derradeiro jogo de 2012 foi demasiado fácil para o CDUL, que logo aos 2’ marcou o primeiro dos seus 11 ensaios (!) por intermédio do n.º 8 Tiago Girão, que em velocidade passou por mais de meia equipa coimbrã sem que alguém o conseguisse, ou sequer tentasse, placar. 

Foi mais uma bela exibição do internacional português (ele sim, o autêntico neozelandês deste pack campeão nacional, em vez do apagado Daniel Faleafa, que mais uma vez passou ao lado do jogo…). 
E aos 4’ surgiria de supetão o segundo, numa intercepção do três-quartos centro Frederico Oliveira, para 14-0 no marcador com muita gente ainda a ajeitar-se e a cumprimentar o companheiro de  bancada.
A Académica ainda daria um arzinho da sua graça aos 13’ com o ponta Sérgio Franco a corresponder, em inapelável aceleração, a uma boa solicitação ao pé de Francisco Serra (esteve tão murchinho o líder dos marcadores da DH…), carimbando o seu 10.º ensaio na prova. 
Mas por aí se quedaria a ambição e o perigo dos visitantes, que passariam largos períodos de tempo a defender remetidos na sua área de 22. 
E ao intervalo, com tudo resolvido, já perdiam por 33-5, concedendo mais três ensaios, através de Coimbra, Pinto de Magalhães e Bernardo Silveira (este a receber um delicioso ’off-load’ de Girão que Kieran Read não desdenharia…).
No 2.º tempo o CDUL manteve um ritmo demasiado forte, inalcançável para “pretos” sem poder e muito menos alma, e que não seria afetado pelas muitas substituições feitas. 
E assim, com naturalidade, acrescentariam mais meia dúzia de ensaios, quase todos muito facilitados pelo adversário – mesmo ao nosso lado o selecionador nacional Errol Brain abanava a cabeça e dizia “oh, so soft tries”… –, três deles à conta de Frederico Oliveira, que nota-se ter vindo dos sevens em excelente forma física e conseguiu rápido ‘switch’ para o XV, estreando-se a marcar nesta época na DH logo com um festejado ‘poker’!
Nota ainda para o último dos 11 ensaios, conseguido em cima dos 80 minutos por Gonçalo Foro – que sentia-se procurar marcar desde o minuto inicial, mas por uma coisa ou outra, não o conseguira – numa empolgante arrancada de 60 metros ‘Gonçalo vintage’, com os joelhos levantados bem ao seu estilo – estabelecendo os 73-5 finais, possível também pelas nove conversões do jovem médio de abertura Rodrigo Ruiz, que lá vai suprindo as ausências dos mais experientes Pedro Cabral (que foi operado ao joelho mas espera estar de volta dentro de uns dois meses) e Nuno Penha e Costa.

A ronda começou na sexta-feira à noite, em Monsanto, com Direito a receber Agronomia. 
E lá chegados, deparámo-nos com duas surpresas: 
a) afinal, o esperado ambiente Taverna do Embuçado, devido ao investimento realizado no aumento de luxes nas torres de iluminação do campo (bem hajam, os míopes vos agradecem!), está transformado num feérico Pavilhão Atlântico em noite de concerto de Tony Carreira; 
b) e só uma equipa se encontrava em campo na primeira meia-hora de jogo, a que equipava de verde-e-branco, já que alguém certamente se esqueceu de dizer aos advogados que a partida tinha sido antecipada para a véspera.
E assim não espantou que os agrónomos tomassem conta das operações muito por força dos seus avançados liderados pelo excelente talonador australiano Marthinus Hoffman – ele a levar o seu pack atrás de si e a avançada contrária toda à frente –, e que dominavam amplamente nas touches, ganhando “as minhas, as deles… e as nossas”.
Fruto de asfixiante pressão alugava-se meio-campo – exceto quando Adérito Esteves, com o diabo no corpo, recebia a oval e disparava por entre adversários, ganhado 20, 30 metros num ápice, mas sem resultados práticos – e aos 21’ os visitantes venciam justamente por 6-0, com penalidades de Duarte Cardoso Pinto (a última numa falta que excluiu Luís Salema por 10’ com amarelo). 
Pena foi que continuem sem utilizar uma das suas atuais (poucas) armas nas linhas atrasadas: a velocidade de Manuel Murteira, que bem podia ter passado a noite de sexta-feira a fazer compras, que ninguém na sua equipa tinha dado pela falta…
Mas a pouco e pouco a avançada de Direito espreguiçou-se e lá acordou. 
Os Vascos (Uva e Fragoso Mendes), Alvim, Rui D’Orey e Luís Sousa pegaram na batuta, viraram a partitura e a música definitivamente mudava. 
E podem ter a certeza que não tinha nada a ver com Tony Carreira…
Toda a equipa cresceu e Malheiro reduziria para 6-3 aos 29’. 
Logo a seguir (32’), Hoffman ainda fez o primeiro ensaio da noite concluindo um bom trabalho do pack agrónomo (11-3), mas sentia-se que o cariz do jogo já mudara. 
Antes do intervalo, o centro Manuel Vilela (belo jogo de um forte candidato a ‘man of the match’) pôs as coisas mais perto, finalizando um belo ensaio para 11-10 no descanso.     
A 2.ª parte já foi quase toda pertença dos homens da casa. 
E quando, após troca de penalidades (14-13), o defesa Duarte Cortes viu um amarelo aos 59’ por falta grosseira perante o domínio advogado, Direito iria aproveitar o homem a mais para penalizar, em definitivo e na jugular, o rival. 
Em tão-só dois minutos faria outros tantos ensaios. 
Primeiro numa sucessão de mauls concluída em força por Rui D’Orey e no pontapé de recomeço num lance caricato. 
Encadeado pela luz (eu bem dizia…) Lourenço Kadosh, quando pretendia captar facilmente e sem pressão a bola, viu ela embater-lhe na cabeça e ressaltar, qual brinde de Natal para o sapatinho, perdão, para as mãos de Vasco Uva, que não se fez rogado e sem perder tempo a agradecer a inesperada oferta, voou 25 metros para o seu primeiro ensaio da época, que selava os 23-14 finais.
Uma série de erros dos jogadores advogados não provocados, alguns mesmo em cima da área de ensaio adversária, não permitiram o ponto de bónus ofensivo, pois Direito viu-se duas vezes obrigado a recuar 80 metros! Valeu à equipa da casa duas boas touches roubadas – finalmente – ao adversário e uma placagem corajosa do defesa António Ferrador a João Mestre após sprint de 60 metros, para que o resultado não sofresse alteração, mantendo os agrónomos na 4.ª posição – e já a 14 pontos do duo da frente.

Em Arcos de Valdevez o CRAV conseguiu o tão almejado segundo triunfo consecutivo ao bater o seu rival direto Cascais, por 23-21, numa partida muito equilibrada. 
Os minhotos começaram com mais posse de bola mas na primeira vez que os visitantes foram à área de 22 adversária, marcaram por intermédio de Tomás Jonet Matta (0-5). 
Mas com o seu ‘pack’ a superiorizar-se, o CRAV atingiria o intervalo já na frente, por 12-8, graças a dois ensaios de Molina e Pedro Jacinto.
Na 2.ª parte, o excelente n.º 8 Jorge Molina, que se isolou na liderança da lista dos melhores marcadores, com 11 ensaios, faria o seu segundo da tarde – e a esta hora o jogador do Dramático ainda estará para perceber como é que, de posse de bola, ela lhe foi surripiada tão facilmente pelo espanhol – e a equipa da casa chegou a 23-14. 
Mas a forte reação final dos homens da Linha valeu-lhes um ensaio (Dinis Gaspar) e o importante ponto de bónus defensivo que os mantém à frente do CRAV devido à melhor diferença de pontos, já que na 1.ª volta venceram em casa, por 35-18.
Recordamos que esta 11.ª jornada – a primeira da 2.ª volta – na qual folgaram Belenenses e Técnico, teve ainda adiado, para 19 de janeiro, o CDUP-Benfica.

Agora o campeonato é interrompido para as festas de passagem do ano, regressando a 6 de janeiro – e infelizmente para alguns, tal como nós… – exatamente no fim-de-semana no qual o CDUL viaja até Valladolid para defrontar o VRAC Quesos Entrepinares para a 33.ª edição da Taça Ibérica que os universitários já conquistaram por três vezes: 1968, 1983 e 1984. 
Veja a história da Taça Ibérica aqui, no Mão de Mestre.  

* Texto: António Henriques
Fotos: António Simões dos Santos, Aguinaldo Vera-Cruz e CRAV/Foto Beleza

15 comentários:

Anónimo disse...

os academistas falam falam falam... e levam cabaz!

bom proveito
cumps

Anónimo disse...

Tenho lido semanalmente os Artigos deste Sr.Henriques, e tentando manter calmamente alguma insenção, coisa que este adepto de qualquer clube que não o meu, não o faz.
Agronomia quando ganha ou é por algum apagão, ou pelo estado do terreno, ou pelos adversários estarem a dormir. NUNCA é por mérito próprio mas sim por demérito dos outros clubes.
Agronomia dominou toda a 1a.parte e não fosse um avant infantil dos Agrónomos em frente aos postes dos mesmos, praticamente no ultimo minuto da 1a. Parte, e o Direito ficaria sem qualquer ensaio no primeiro tempo, e não se tinha chegado perto no marcador.

A 2a. Parte confirma-se a superioridade do Direito e foram felizes na obtenção dos seus pontos.

Quem lê o Texto do Sr.Henriques concebe um outro jogo, que pouco tem a haver com o que se passou.

Aproveito para pedir ao Sr.Cabral que não censure este post como faz sistematicamente com os meus, quando deixa passar comentários de miúdos a achincalharem alguns Clubes, a quem devemos grande respeito, por tudo o que tem feito pelo Rugby Português, e ainda continua a fazer, como é o caso do Benfica, que esta com uma tarefa complicadíssima, mas tão Nobre como as que o Vosso Clube tem feito.

Anónimo disse...

Não concordo com as criticas que são feitas ao jogador Dan, 2ºlinha do CDUL, esteve pouco em evidência em jogo corrido mas é um excelente jogador e esteve bastante bem nas fases estaticas. roubando inclusive 3 bolas de introdução dos "pretos".
De resto mais um bom post.

Anónimo disse...

De facto é de salientar o jogo do jovem médio de abertura Rodrigo Ruiz, que com os seus 21 anos e vários períodos de paragem, incluindo no ano anterior, assume o lugar de Pedro Cabral e Nuno Penha e Costa (dois excelentes jogadores) da melhor forma e consegue dar um bom andamento e dinâmica de jogo a esta equipa do CDUL, que não funciona de outra maneira. Ao longo do tempo vai melhorando o seu jogo e obtendo maior respeito no meio de tantos internacionais, o que não é nada fácil, especialmente com a pressão de ter de fazer esquecer tamanhas ausências!
Dan Faleafa esteve muito bem no break down e fases estáticas, o que faz com que não concorde na totalidade com a sua apreciação!
Tiago Girão foi do outro mundo e ofereceu um senhor ensaio a Bernardo Silveira que assim se despede dos relvado Universitário!
Kiko PM, que grande jogo!

Anónimo disse...

Para onde vai o Silveira jogar?

Anónimo disse...

A placar os de Coimbra são aquela maquina. Fazem lembrar aqueles passadores de picar carne. É buracos por todo o lado.

Anónimo disse...

Pelo menos aqui no Mão de Mestre sabe~se quem é o líder do campeonaao ao findar o ano de 2012 o que já não acontece num jornal que se diz o maior jornal desportivo de Portugal que por ignorância, ou má-fé, continua a indicar o Direito como líder e isto mesmo depois de já terem sido avisados ! Triste !

Anónimo disse...

o jogador bernardo silveira está prestes a ir para inglaterra...mas para continuar os seus estudos

Anónimo disse...

Triste, triste mesmo é esta sanha de mandar bitaites ofensivos à Académica em alguns comentários aqui colocados. Os Pretos não andam bem, ninguem tenta esconder isso, mas não pretendam, à semelhança do que estão a fazer com o Benfica, fazer de nós bombos da festa. Todos sabemos que para a maioria das cabeças pseudo-intelectuais do rugby deste país, o mundo do rugby se resume ao CDUL, ao CDD e ao Agronomia, com uma ou outra investida do Belenenses e do Técnico. Respeitem pelo menos aqueles que de preto vestidos, dentro daquilo que são capazes e lhes deixam jogar, dão de si todos os fins de semana pela promoção da modalidade. Um pouco de humildade nos comentários não ficaria mal a ninguem. A menos que, como se costuma ler aqui, a mior parte dos comentários sejam de cachopos imbebrbes com pretensões a especialistas de rugby ou sejam encomendados por quem gosta de alimentar polémicas.
O rugby merece muito melhor do que esta sanha idiota de comentaristas idiotas sem noção daquilo que escrevem.

De Coimbra, um Feliz Natal e um óptimo Ano Novo a toda a família do rugby português.

Boas Festas.

Anónimo disse...

ouvi dizer que os sub 21 do cascais deram falta de comparencia com o tecnico mas nao consigo confirmar, é verdade? depois do ano passado terem feito o que fizeram voltam a faze lo?? e não se penaliza????

Anónimo disse...

Será que não foi de Coimbra que vieram os comentários ofensivos e mal educados por alguns atletas não terem sido convocados para os Sevens? Eram os melhores e com lugar garantido na equipa. Na altura deu-se razão ao seleccionador pela fraca qualidade defensiva desses atletas, o que afinal é comprovado. Nada mais.

Anónimo disse...

Quem escreve para o referido jornal é o jornalista Antonio Aguilar portanto os seus comentários sao sempre um pouco enviesados..

Anónimo disse...

Admitindo que o clube tenha dado falta de comparência (coisa que desconheço totalmente) - querem penalizar o Cascais sub-21 com quê?! A equipa está em último lugar, sem sequer 1 ponto! O que é que querem: excluir o Cascais da competição (e com isso impedir um conjunto de miúdos de competir), deixando o escalão, que só tem 8(!) clubes inscritos, reduzido a 7 clubes (consequentemente com ainda mais paragens)?! Ou tendo o clube zero pontos, será que fica muito feliz se o clube for penalizado, e com isso passar a ter pontuação negativa?! Realmente vêem-se comentários no Rugby português que mostram o grau de respeito que certos adpetos têm pelos outros clubes!!!

Anónimo disse...

Não sei se foi de Coimbra ou não que partiram essdes comentários, mas fosse lá de onde fosse, se eram ofensivos e mal educados nunca deviam ter sido colocados. Respeito e boa educação são importantes em Coimbra, Lisboa ou Alguidares de Baixo. O que não é aceitável e muito menos tolerável é a falta de respeito para com a equipa dos Pretos. Tão só.

De Coimbra, votos de um Bom Ano a todos os adeptos do jogo do melão.

Manuel Cabral disse...

Ao anónimo que já escreveu por duas vezes sobre eventuais incidentes occorridos no Sérgio Conceição.
O que tu dizes no que escreves, é grave. São acusações que pela sua seriedade não podem (ou não devem) ser publicadas sem que delas haja uma confirmação, ou que a sua fonte seja de indiscutível crediblidade.
Ora o que acontece é que a única fonte dessas acusações és tu, um anónimo que ninguém sabe quem é, que pretende acusar publicamente pessoas com responsabilidades - e mesmo que fosse um simples espectador mereceria o mesmo cuidado - mas que não queres que se saiba quem tu és, e tens a distinta lata de sugerires que eu não publico o texto para não afrontar esta ou aquela entidade!
Quer dizer, tu, que não passas dumas palavras escondidas atrás do anonimato, queres que eu te dê credibilidade e assuma a responsabilidade pelas acusações dos actos, que TU DIZES que presenciaste...
Até pode ser que as tuas acusações sejam verdadeiras, mas como queres que eu acredite num tipo que se recusa a identificar, inquestionavelmente, num caso de tamanha seriedade?
Porque não te ofereces à FPR como testemunha dos factos?
Ou em alternativa, crias o teu próprio site, escreves lá o que bem entenderes e assumes as respectivas responsabilidades...
Ah, pois, já me esquecia que há pessoas que gostam de mandar bocas, insultar e acusar, mas SEMPRE ESCONDIDAS ATRÁS DO ANONIMATO!