27 de maio de 2012

NO CONFRONTO DE "SEGUNDAS LINHAS" CDUL FOI SUPERIOR A AGRONOMIA


OS DOIS FINALISTAS DA DIVISÃO DE HONRA apresentaram-se este sábado em clara gestão de esforço e tiveram resultados opostos. 

Enquanto o CDUL (sem oito titulares) foi a Monsanto bater Direito por concludentes 41-21, já uma Agronomia ainda mais “espremida” (só com três ou quatro jogadores do seu melhor quinze) viu-se surpreendida na Tapada por uma Académica heroica e briosa, por 44-26. 

Nas Olaias assistiu-se à queda de um antigo campeão como o Técnico, que ao perder com o Belenenses (24-19) confirmou a anunciada descida à 1.ª Divisão por troca com o Dramático de Cascais. 

Com as contas todas arrumadas no grupo do título, foi possível assistir a um curioso confronto entre os dois finalistas do próximo sábado (Campo de Honra do Estádio Nacional, 16.00), que jogavam a poucos quilómetros um do outro – e ambos com quinzes maioritariamente compostos por “segundas linhas” (sem qualquer ponta de menosprezo…).

E os resultados traduziram aquilo que há muito se sabia: o plantel do CDUL, no seu todo (28, 30 jogadores…), é mais equilibrado e tem superiores armas e soluções do que a equipa da Tapada. 

Mas também importa salientar que entre os 15 melhores de cada lado, e levando em conta a experiência de ambos em jogos decisivos nos anos mais recentes, as coisas já mudam de figura…     

Em Monsanto e na despedida de Gonçalo Uva (assinou por dois anos pelo Narbonne) e de Eduardo Acosta, que vai passar a integrar a nova equipa técnica dos advogados liderada por Martim Aguiar, aos 10’ o CDUL já vencia por 14-0 com dois ensaios de Gonçalo Foro, o primeiro logo no minuto inicial. 

O ponta internacional português (melhor marcador da “final four”, com seis ensaios) pareceu ser o único dos 30 jogadores em campo que entrou bem acordado e em duas jogadas quase a papel químico e com a sua imagem de marca – bola captada, colado à linha, peito feito, joelhos bem levantados e sucessivos ‘hand-offs’ a afastar adversários – mostrou que, desmancha-prazeres, não estava em campo para colaborar em festas nem a pensar já na final de sábado.    

Mas aí Direito empertigou-se através do labor dos seus avançados e alugou-se meio-campo – precisamente aquela parte do relvado (?) que, de tanta areia, mais parece a praia de Carcavelos… sem surfistas. 

E todo esse domínio seria justamente recompensado com dois ensaios em força em tão-só quatro minutos, por Vasco Uva (o 7 dos advogados não vai em festas e joga sempre nos limites) e Acosta, que entrara em campo destacado dos seus companheiros e teve direito à maior salva de palmas da tarde por este seu derradeiro ensaio pela equipa que tão bem serviu durante largas épocas.  

Mas à meia-hora tudo iria mudar, pois o duelo de avançados foi-se equilibrando (Luís Sousa saiu lesionado na equipa da casa…) e com a entrada do abertura Pedro Cabral, que rendeu o lesionado Rodrigo Ruiz, o CDUL passava claramente a mandar no jogo. 

Até por que, sempre que a oval chegava às linhas atrasadas de Direito, era o desastre completo. 

E no meio de tanta juventude e inexperiência, nem Aguilar e muito menos Adérito, eternamente “fora do jogo”, se salvavam.

Antes do intervalo e na primeira jogada com cabeça-tronco-e-membros do CDUL, Frederico Vasconcelos marcou e com a primeira penalidade de Cabral, o jogo foi para intervalo com 24-14.

Na 2.ª parte a partida foi jogada em “ponto morto”, num ritmo próprio de ‘slow’ (Acosta bem quereria forçar o andamento para um dinâmico tango, mas faltava pulmão ao velho guerreiro) e os universitários lá foram levando a água ao seu moinho, mesmo depois da entrada do treinador adversário Aaron Jones para médio de formação – numa forma curiosa de se despedir dos adeptos. 

Uma deliciosa e bem-calibrada solicitação ao pé de Cabral permitiu a Bernardo Silveira alargar para 34-14, e um ensaio final para cada lado – de autoria de José Guerreiro (concluindo o melhor lance dos advogados) e Nuno Ferreira – mantiveram a diferença de 20 pontos, tudo o que distingue uma equipa confiante e que ainda tem algo importante para conquistar (um campeonato 22 anos depois do último que ganhou!) e outra, em fim de ciclo, a precisar urgentemente de férias… e de se repensar.   

Na Tapada registou-se o tal “sismo de grau 10” que considerávamos improvável com a surpreendente vitória da Académica por 44-26 frente a uma Agronomia cuja atitude displicente não pode deixar de ser lida e analisada pelos seus responsáveis. 

Num belo adeus de Robert Sadler do seu comando técnico, os “pretos” só tiveram 15 jogadores e no derradeiro quarto de hora, com o agravar da lesão do pilar David Martins, ficaram reduzidos a 14!

Mas até poderiam ter acabado ainda com menos uns quantos e ganhariam na mesma, tal a quantidade de brindes e bolas perdidas pelos agrónomos, que proporcionaram alguns belos ensaios de praça-a-praça. 

Pela Académica, que conclui a época de forma espantosa – única equipa com triunfos nas últimas duas jornadas! – marcaram ensaios João Paulo Lopes, Sérgio Franco, João Tavares e Francisco Serra, que juntou mais 24 pontos através de irrepreensíveis pontapés aos postes (seis penalidades e três conversões), concluindo a “final four” com 62 – menos um ponto que Pedro Cabral.           

No grupo da despromoção e apesar de ter realizado uma das suas melhores exibições da época, o Técnico (duas vezes campeão nacional, em 1981 e 1998) não evitou a mais que esperada descida de divisão ao perder com o Belenenses, por 24-19, nas Olaias. 

Os “engenheiros” tiveram o domínio do jogo em grande parte do encontro através do trabalho da avançada – e no derradeiro minuto caíram em bloco na área de ensaio azul, mas o árbitro francês não assinalou o duvidoso ensaio que poderia ter dado o triunfo (que de nada serviria face à vitória encarnada…) –, mas sempre que os azuis tinham posse de bola e alargavam o perímetro de jogo, era um autêntico vê-se-te-avias na defesa adversária.

As suas excelentes linhas atrasadas – talvez só o CDUL se equivalha neste departamento – possibilitaram aos de Belém concluírem um trajeto invencível nesta fase final (sempre com bónus atacante e um total de 45 ensaios marcados) e com quatro ensaios de bom recorte (Hugo Valente continua a fazer estragos como ponta e voltou a bisar, para 10 ensaios nesta fase) enviaram os engenheiros para o escalão inferior do râguebi nacional. 

O Benfica concluiu a época com uma boa exibição, batendo na Sobreda o CDUP, por 34-14, com cinco ensaios e mantém-se assim entre os grandes.

Texto: António Henriques
Foto: António Simões dos Santos

28 comentários:

Meloal dos Pretos disse...

Os Pretos demonstraram que apesar das dificuldades e dos condicionalismos impostos por uma série de lesões e indisponibilidades de alguns jogadores, não abdicaram da sua responsabilidade no campeonato e, com apenas 15 esforçados eaguerridos jogadores, levaram de vencida, como já haviam feito a semana passada contra o Direito, uma equipa do Agronomia que entrou em campo convencida que ia apenas cumprir calendário e sair com uma vitória fácil.
Erro de estratégia ou arrogância desmedida. O tempo o dirá.
Robert Sadler seguramente que não deixará saudades. Desejamos-lhe sorte onde quer que vá.

Anónimo disse...

Face à constituição das equipas constante no post anterior explica me sff como só jogaram 3 ou 4 jogadores da habitual equipa de Agronomia.

Anónimo disse...

Cada um gere o plantel que tem conforme as conveniencias... A Académica preferiu jogar só com os seus séniores, mesmo que só com 15 e sem poder fazer alterações... se no Agronomia só jogaram 4 ou 5 habituais, a opção foi do Agronomia, certo? Quando se entra em campo entra-se com um único objectivo: ganhar. Era o objectivo dos Pretos e conseguiram atingi-lo. O Aagronomia pelo que se viu, pensou que iam passear a sua beleza pelo relvado e sair de lá com uma cabazada das grandes à Académica... enganaram-se. Deviam ter estado atentos ao jogo dos Pretos com o Direito na semana passada.

SS
Coimbra

António Henriques disse...

Gaspar......José Maria Cortes (?)........Kadosh.......Pratas.......(talvez Tomás Gonçalves se Le Roux não estiver apto ou Diogo Coelho se estivesse a 100 por cento...). Mas talvez esta contabilidade não seja assim muito importante.

António Henriques

Anónimo disse...

Mas está tudo maluco??? Agronomia jogou com a melhor equipa possivel.

E a académica ganhou bem...

Um abraço

NC

Anónimo disse...

E se o senhor parasse de publicar no seu blog comentários que foram enviados para aqui (MdM) mas nunca foram enviados para o seu blog?

Anónimo disse...

E agora que só resta a finalissima, que futuro antevemos para rugby nacional? Colocam-se algumas questões pertinentes e muito sérias.
Vamos continuar a enterrar a cabeça na areia e pensar que está tudo bem?
Vamos fazer de conta que tudo corre às mil maravilhas e por isso mesmo, não ha necessidade de parar para pensar o futuro do rugby em Portugal?
Vamos continuar a atirar pedras unsd aos outros, numa batalha estúpida e inconsequente, em vez de juntar esforços no sentido de dar sentido ao rugby nacional?
A bem do rugby, que os jogos sejam disputados e ganhos em campo. Jogados o melhor possível e sem casos. Doa a quem doer a derrota.

Anónimo disse...

Pergunta a que gostaria de obter resposta: li no post inicial que é o adeus de Robert Sadler enquanto treinador dos Pretos. Confirma-se? Sabe-se já quem o substituirá na função?

José Alves
Lisboa

Anónimo disse...

Gostei de ler este comentário. Cinco estrelas. Alguem lúcido e com quem concordo plenamente.

Marques Leal

Anónimo disse...

"No confronto de 2ªs linhas Cdul foi superior a Agronomia", este é o titulo deste artigo.Mas as 2 equipas jogaram entre si??? Uma foi superior á outra??? Francamente...

Anónimo disse...

Estou a ver tudo azul, azul de mais. Atenção que quanto mais se sobe, maior é a queda...

Jose Silva disse...

engraçado como a Académica ganha os últimos dois jogos a feijões, sem contar para nada, principalmente com Agronomia a poupar os seus jogadores (provavelmente para não se lesionarem), e acham-se os melhore do mundo.
Quando era a doer levaram sovas e agora é que ganham?
Sejam mais humildes.

Anónimo disse...

O que a Académica fez é regulamentar. O que o Cascais fez (falta de comparência) é regulamentar. O que o Évora fez (jogar com 12 julgo que na Lousã) é regulamentar. Está tudo no RGC bem como as penalizações. A Académica não pode jogar com suplentes. O Cascais apanha falta de comparência. O Évora perde o jogo quando se lesiona um jogador e fica com 11. Uns mais sabidos que outros, lá vamos contribuindo para a descredibilização do rugby. E depois admiramos-nos quando a comunicação social não nos passa cartão. Uma vitória da Académica por tantos pontos contra um finalista do próximo Sábado seria notícia na 1ª página dos jornais, pelo menos nos de âmbito regional. Claro que nem sequer se pode falar nisso, sob pena de haver investigação para saber porque isso aconteceu com um clube que recebe tanto dinheiro públicos.

Anónimo disse...

Boatos.

Anónimo disse...

Sejasm vocês humildes ao ponto de encarar a derrota com uma Académica fragilizada e cheia de dificuldades. Ganhamos quando tinhamos que ganhar. Se foram vocês que deixaram que isso acontecesse, o problema é vosso. E tens que me dizer onde ouviste, viste, ou leste, ou quem te disse que somos os melhores do mundo. Não temos pretensões a isso. Não somos melhores nem piores... somos diferentes.

Anónimo disse...

Essa dos dinheiros públicos..... onde isso já vai.... tanto diz-se que diz-se... factos. Coisas tangíveis. Preto no branco. Já estão como o ministro e a jornalista. Queixinhas.

Anónimo disse...

Quanto é que pagam pela utilização dum estádio publico o Sérgio Conceição. O Belenenses tem de pagar pelo Estádio Nacional. Ou melhor, teria de pagar....

Anónimo disse...

Meu caro Manuel Cabral... não lhe gabo a sorte, a si e a quem gere blogues de rugby, face àquilo que tem que aturar. Anda por aqui muito ressabiado, frustrado até, que a coberto dum anonimato torpe, vil na verdade, se limita a lançar atoardas e bocas patéticas, com um propósito que eu não consigo entendere objectivos dificeis de descortinar. Serão, quiçá, as mesmas pessoas que quando instadas a colaborar activamente em prol do rugby, no se desenvolvimento e engrandecimento, viram costas porque estão indisponíveis... depois usam estes meios de discussão livre e democrática para mandar bitaites e bocas foleiras, quantas vezes incendiárias.
Procuro acompanhar o fenómeno dos blogues nomeadamente em termos de impacto desportivo na área do rugby e lamento ter que dizer isto, nem nos blogues de futebol, com tanta clubite exacerbada , a estupidez e ignorância são tão evidentes. Sempre pensei que o rugby era uma escola diferente. pelo menos no meu tempo era.
Desejo-lhe, a si e a todos os que ainda se dão ao trabalho de criar e gerir espaços como este, muita sorte e acima de tudo, paciencia. paciencia para aturar certos desmandos.
Continue o seu bom trabalho.

Marques Leal
Porto

Anónimo disse...

Não sei se são...

Anónimo disse...

Criem condições. Quem não chora não mama como diz o povo. Peçam. Exijam. Reclamem. Ou só sabem servir-se do estado para o que vos convém? O Sérgio Conceição é um Estádio Municipal, logo está ao serviço dos varios clubes e associações desportivas do municipio. Vais-me dizer que em Lisboa não há disso? Quem vive na provincia somos nós pá. Se não estão contentes com a Câmara mudem-na. De vez em quando acontecem eleições autárquicas.

Anónimo disse...

Deves estar a olhar para o céu. De facto hj está azul.

Anónimo disse...

Quem disse que a Académica não paga pela utilização do Estádio Sérgio Conceição? Paga e não é pouco.

Anónimo disse...

Paga? Só contaram pra você.

Anónimo disse...

Este Marques leal de tão puro que é faz-me vir lagrimas aos olhos. Até assina com nome falso,
Para mao conspurcar tanta pureza.

Anónimo disse...

Se metesses a viola no saco e deixasses de ser tão idiota talvez ganhasses mais com isso. Quando quiseres um encontro cara a cara com o Marques Leal, que hoje de manhã cedo ainda tem esse apelido no BI, estás à vontade. Vê lá não chores assim tanto que faças subir as águas do Tejo.

Anónimo disse...

Anónimo das 00: 25, andas a soldo de quem?

Pedro Granja
BI 1867859
Porto

(Podes confirmar o nome e numero de BI na CRCivil)

Anónimo disse...

Força belem sem o clube a apoderar se das receitas do rugby para o ano ja sem a egide do belenenses(clube de futebol) e apenas e somente rugby, vamos fazer estragos...

Manuel Cabral disse...

Esse é um tema importante - se tens mais notícias sobre a matéria entra em contato comigo por e-mail. Obrigado