Pelo interesse das declarações de Brain, o Mão de Mestre resolveu pôr à disposição de todos a referida entrevista.
Errol Brain: «Os jogadores portugueses são grandes profissionais»
NEOZELANDÊS FELIZ COM OS "LOBOS"
Domingo, 26 dezembro de 2010 | 03:53
Autor: SÉRGIO LOPES
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O novo selecionador de râguebi veio encontrar uma realidade diferente e um grupo de trabalho que o surpreendeu pela positiva.
R – O que conhecia do râguebi português antes de chegar?
EB – Sabia como tinham estado bem no Mundial, que jogaram com muita paixão, que eram amadores (o que é invulgar hoje em dia) e um amigo meu que foi treinador do CDUL (Craig Sandland) durante dois anos deu-me uma ideia de como se jogava râguebi aqui.
R – A realidade que encontrou ao chegar era, então, a que esperava, ou existem grandes diferenças?
EB – Há pequenas diferenças mas, no geral, é o que esperava. O mais difícil é a impossibilidade de passar muito tempo com os jogadores, pois eles trabalham e alguns têm muito boas posições no mundo profissional. E eu estava habituado a ter os jogadores disponíveis o tempo todo e a trabalhar com eles sempre que precisasse. Aqui temos de ser muito mais organizados. É muito importante que consigam distribuir o seu tempo entre o trabalho, a família e o râguebi. Assim, quando vimos treinar trabalhamos muito intensamente, o que é importante. São pequenas coisas de que, apesar de ter sido avisado, não me tinha apercebido verdadeiramente da dimensão antes de chegar.
R – O que mais gostou na equipa?
EB – Sobretudo, por serem amadores… (Pausa) Não gosto muito desta palavra, pois não é a mais correta. Apesar de não receberem, ou de não receberem muito, são extremamente profissionais na forma como encaram o râguebi. Isso foi muito agradável para mim. Os jogadores trabalham o dia todo e ainda se comprometem a vir ao ginásio treinar-se. E à noite, depois do trabalho, vêm a correr para o campo e trabalham no duro. Não tenho rigorosamente nada a apontar aos seus níveis de compromisso e isso é muito gratificante. Outro aspeto é que os jogadores estavam preparados para me escutar. Fiquei muito satisfeito com a forma como captaram o novo estilo de râguebi que estamos a tentar jogar e ouviram um novo treinador a tentar constantemente corrigir alguns aspetos. Foi muito gratificante e mostra-me que têm capacidade para melhorar.
R – E o que menos gostou?
EB – Das derrotas (risos). Perder com os Estados Unidos e o Canadá da forma como perdemos é muito desapontante. Porque os test-matches tratam essencialmente de ganhar. Temos de aprender com estas derrotas, mas estou confiante porque mostrámos muito bons sinais de aprendizagem e de melhorias à medida que vamos trabalhando.
R – De uma forma geral, ficou satisfeito com as exibições e os resultados destes três jogos?
EB – Fiquei contente com os jogadores que temos. Conhecia apenas alguns, sobretudo os do circuito mundial de sevens, assim como o Julien Bardy e o Gonçalo Uva, que jogam no Top 14 em França. Foi particularmente agradável conhecer os jogadores que alinham em Portugal, que mostraram que podem, de facto, ser competitivos a este nível.
R – O facto de ter feito muito poucas mudanças nestes três jogos significa que já encontrou a “espinha dorsal” da equipa que pretende nos jogos oficiais?
EB – Diria que o grupo que temos agora é o que queremos para o futuro imediato. Não quero fazer muitas mudanças ao mesmo tempo, uma vez que estamos a tentar desenvolver um estilo de jogo e os jogadores precisam de crescer nesse estilo.
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