O primeiro jogo naquele que é hoje conhecido como a Meca do Rugby, ou a Catedral, foi disputado em 2 de Outubro de 1909, entre os Harlequins e Richmond.
Mas o primeiro internacional teve lugar em 15 de Janeiro de 1910, e foi a Inglaterra a vencer, batendo o País de Gales por 11-6.
O jogo começou com 15 minutos de atraso, devido a um congestionamento de trânsito, provocado pelo excesso de viaturas à procura do estádio.
O terreno foi comprado dois anos antes pela Rugby Football Union, pela elevada quantia de 5.572£ 12s 6d.
Nem todos aprovaram a compra. Houve muitas queixas, uns diziam que era muito longe do centro, outros que estava muito perto às zonas de inundação do rio, outros ainda que estava muito longe da estação ferroviária mais próxima.
Hoje Twickenham é um dos ícones da modalidade, reconhecido em todo o mundo, recebendo em dia de jogo, 82.000 espectadores, todos sentados.
Tive a felicidade de assistir a diversos jogos na Catedral, acompanhei vários Middlesex Sevens, e pude apreciar a extraordinária camaradagem que se instala ao redor do estádio, nos parques de estacionamento, com os farnéis a saírem das bagageiras dos carros, e todos repartindo o que levaram para beber ou comer.
A primeira vez que fui a Twickenham, era Natal, em 1971. Fui de autocarro, num daqueles típicos autocarros vermelhos de Londres, levei umas boas horas a lá chegar. E quando lá cheguei, o jogo – Harlequins-Llannelli – tinha sido cancelado por causa da neve… Mas não desisti, e 20 anos depois lá estive, a assistir à final do Campeonato do Mundo, vencido pela Austrália.
Não me esqueço de certo Middlesex Sevens a que assisti. Ou melhor, a que quase assisti, distraído que fiquei com um grupo de escoceses, no parque, a bebericar uns scots, de tal forma que apenas dei pela final quando ouvi a multidão a aplaudir o vencedor.
Ou daquela vez em que viajei do centro de Londres, convidado pelo presidente dos Barbarians, em autocarro de luxo, com serviço de bar, cadeiras e mesas e almoço servido por criados de libré em pleno parque de estacionamento…
Twickenham é mais que um estádio: é um estado de espírito.
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