6 de fevereiro de 2017

CRAV BATE ÉVORA E VITÓRIA VENCE PRIMEIRO JOGO

Embora sem afetar a sua liderança, o Évora viu o seu prestígio abalado com uma derrota em casa em que poucos acreditariam, não apenas porque os chaparros têm mostrado constituir a equipa mais equilibrada da prova, mas ainda porque o CRAV não tem estado à altura dos seus pergaminhos.

Mas a história da partida desmentiu quem assim pensava, os arcuenses venceram por 16-13 e regressaram ao grupo do play-off subindo ao quinto posto da classificação, permitindo que os perseguidores directos do líder se aproximassem do primeiro, embora por enquanto a liderança permaneça nas mãos dos eborenses.


O Bairrada venceu com inesperada facilidade o Técnico por 44-12, registando oito ensaios no final, e tem agora o Évora ao alcance de tiro, apenas com quatro pontos separando as duas equipas, enquanto o Benfica conseguiu uma apertada vitória na Moita do Ribatejo por 14-10 e reduziu a distância para o topo a oito pontos.

Em Santarém os cavaleiros bateram o São Miguel por 23-15, no único encontro onde não houve lugar a um ponto de bónus, e ocupam o quarto posto classificativo, com a curiosidade de estarem a quatro pontos do terceiro, que está a quatro pontos do segundo, que está a quatro pontos do primeiro...

Finalmente em Setúbal o Vitória obteve a sua primeira vitória na prova ao bater o Caldas por 13-12, e embora se mantenha na última posição, está agora apenas a quatro pontos do nono da tabela, o São Miguel.

Foi mais uma jornada de grandes desafios, e com os destinos distintos do primeiro e do último, tudo volta a estar em aberto nas duas pontas da tabela, e ainda na definição do sexto lugar.








Duas equipas com perspetivas diferentes para esta jornada. Os Setubalenses à procura da sua primeira vitória, com a confiança que os últimos resultados permitiam, os Caldenses também à procura da primeira vitória, mas fora de casa, e que podia colocar a formação num lugar confortável na tabela.
Quando é assim, quem demonstra mais querer, vontade de vencer e “mais cabeça” acaba por triunfar. E foi o que aconteceu. O Setúbal acabou por triunfar, na bola de jogo, por 13-12, ao acreditar e lutar até ao fim. O Caldas apenas se pode penalizar a si próprio, essencialmente por falta de capacidade de decidir as melhores opções de jogo em momentos decisivos do encontro.
Não foi uma partida bonita de se assistir. Jogo confuso, cheio de faltas – técnicas e táticas e, acima de tudo muito indisciplinado. Três amarelos e dois vermelhos, estes para a equipada casa, não abonam aquilo que se pretende seja um jogo de Rugby. A arbitragem foi prejudicada por esta atitude de indisciplina, de jogo e desportiva.

Mas, indo à partida. Tarde de Inverno, com chuva e muito vento. Bastante público afeto à equipa da casa nas bancadas do bem tratado complexo desportivo de Setúbal.
O apoio à equipa da casa esteve presente, mas nem sempre com as atitudes mais convenientes.
Cabe aqui uma palavra ao que se tem vindo a assistir cada vez mais no Rugby Português, e em todos os escalões.
O que se pretende seja um facto distintivo, a festa desportiva nas bancadas a que ainda este fim-de semana assistimos nas transmissões do Torneio 6 Nações, não é seguido em Portugal. Assim a nossa modalidade estará cada vez mais em risco.

A jogar a favor do vento na primeira parte o Setúbal instalou-se no meio campo Caldense, pressionando o adversário.
Aos 9 minutos uma penalidade, por falta no ruck, foi bem transformada pelo chutador Sadino, inaugurando o marcador. Vitória FC 3-0 Caldas RC.
Seguiu-se uma fase de equilíbrio, jogada a meio-campo com inúmeros erros técnicos de ambas as equipas. O Setúbal a privilegiar o seu jogo de avançados, domínio do jogo em que dominaram, o Caldas a tentar seguir a jogar à mão mas sem êxito.

1º Quarto: Vitória FC 3-0 Caldas RC

Os Pelicanos começaram a ser um pouco mais efetivos no seu jogo e, aos 28 minutos, numa boa jogada no seguimento de conquista de formação ordenada, saída do asa do lado fechado, pontapé tático do médio de abertura a solicitar o ¾ ponta, que recebeu bem e conclui com um toque de meta de belo efeito. A tentativa de transformação não resultou.
Continuou a dominar a equipa visitante mas vários erros técnicos, nos alinhamentos e em perdas de bola no contacto não permitiram que as iniciativas de ataque resultassem. Duas faltas, por obstrução em jogadas de moule, frustraram boas ocasiões do Caldas pontuar, quando o Setúbal jogava com 14,por amarelo. A determinada e muito eficaz defesa Sadina foi preponderante nesta fase.
Galvanizada, a equipa da casa acabou por reagir e, na bola de jogo chegou ao ensaio. Penalidade a castigar uma jogada indisciplinada do centro Caldense, num ruck a meio-campo, e consequente amarelo, jogada à touche. Alinhamento, nos 5 metros, bem conquistado, maul e o toque de meta entre os postes, transformado com facilidade.

Ao intervalo: Vitória FC 10-5 Caldas RC

Tudo em aberto para a segunda parte.
Entrou um pouco melhor o Caldas. Mesmo sem nunca jogar bem, instalou-se nos 10 metros Setubalenses, mas sem nunca quebrar a defesa coriácea da equipada casa. De novo erros finais de manuseamento comprometeram a finalização.
Contudo, e aos 45 minutos, uma intercepção do talonador Pelicano quando os Sadinos tentavam sair a jogar nos seus 22 metros, foi aproveitada e o ensaio, entre os postes, facilmente transformado inverteu o resultado. Setúbal FC 10-12 Caldas RC.
Reagiu o Setúbal e o jogo passou a ser uma luta de avançados. Erros sucessivos de ambas as equipas, penalidades, e ausência de jogadas que pudessem conduzir a pontuação.

3º Quarto: Vitória FC 10-12 Caldas RC.

À entrada dos últimos 20 minutos, os sadinos apostaram tudo, refrescando a linha avançada.
Mas este último quarto foi de indisciplina. Indisciplina técnica – o Caldas aqui esteve francamente mal, cometendo faltas sucessivas nos rucks, o que lhe valeu um amarelo á primeira linha numa fase decisiva do jogo, e não sendo capaz de definir as suas jogadas da melhor forma. Indisciplina desportiva do Setúbal que viu dois vermelhos.
Foi nesta atmosfera que o jogo acabou por ficar decidido na última jogada. O Caldas teve uma penalidade já no meio campo adversário e, optou por jogar à mão. Um novo erro técnico no ruck sequente, foi aproveitado pelo Setúbal para colocar a oval à entrada dos 10 metros adversários. Uma conquista no alinhamento, seguida de maul só foi travada com nova penalidade. A transformação eficaz fixou o resultado.

Resultado final: Vitória FC 13-12 Caldas RC.

Ganhou a equipa que mais quis ganhar. Ausência de capacidade de decisão e de definição de jogo penalizou a equipa que perdeu.

Resultados e classificação detalhada na página que dedicamos à competição.

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