7 de fevereiro de 2017

DIREITO TROPEÇA NO PORTO, BELENENSES VENCE TÉCNICO (*)

Direito tropeça no Porto, mostrando que se o calendário condicionado for aplicado de acordo com os princípios que levaram à sua criação, os resultados entre os cinco melhores e os cinco mais fracos serão bem mais equilibrados e exigentes para todas as participantes.

Mas mesmo que os desníveis se continuem a verificar, não existe nenhuma demonstração sólida que leve a concluir que reduzir o numero de equipas será sinónimo de elevação do nível do rugby português...


Claro está que não será fácil que equipas de cidades, vilas ou aldeias, com reduzido número de habitantes, sistematicamente sangradas pelo apelo das cidades grandes, possam sem recurso a meios externos, disputar competições em pé de igualdade com as equipas de grandes centros urbanos, com longa tradição de prática e disseminação da modalidade

É claro que Lisboa - no caso português - levará grande vantagem sobre o resto do território nacional, porque a capital tem uma população bem maior, atrai os jovens de fora para irem viver, estudar, trabalhar nela, e Lisboa sempre foi o bastião do rugby nacional.

Mas será que pelo simples facto de Lisboa ser isso tudo, devemos abdicar de tentar tudo fazer, para levar o rugby a todos os cantos deste pequeno país?
Ou pelo contrário, devemos tentar levar a mensagem mais longe, fazer um investimento maior no desenvolvimento das equipas de fora de Lisboa?
Quando se fez um plano de desenvolvimento por exemplo do Porto, ou da Grande Coimbra, que leve ao efetivo crescimento da modalidade nessa regiões?
Porque sendo uma modalidade praticada há tantos anos no Porto ou em Coimbra, o número de equipas nessas cidades é tão reduzido?

Será por exemplo que o regulamento que trata da utilização de jogadores estrangeiros deve ter uma aplicação uniforme em todo o território nacional, ou será que a sua aplicação deveria ter em conta os problemas específicos de cada região?

Eu explico: Imaginem por exemplo a Anadia (com cerca de 29 mil habitantes), os Arcos de Valdevez (com cerca de 22 mil habitantes), a Lousã ou Montemor, com cerca de 17,5 mil habitantes.
Como podem estes concelhos, disputar em pé de igualdade um campeonato nacional de rugby com equipas de regiões com 150, 300 ou 600 mil habitantes?
Regiões essa onde se reúne a maior concentração nacional de estudantes, fonte primária de alimentação de um rugby onde a cada esquina se sente o "discreto charme da burguesia portuguesa"...

Assim, aquelas equipas precisam mais de recorrer a jogadores estrangeiros que o CDUL, o Belenenses, ou o Direito, caso pretendam ser competitivas e defrontar estes adversários em pé de igualdade...
Então será certo que a restrição de apresentar 3 jogadores estrangeiros em campo tanto se aplique ao Técnico/Agronomia/Cascais como ao CRAV/Montemor/Lousã?

A 12ª JORNADA - QUE FOI A 13ª...
A Lousã foi derrotada em Lisboa pelo CDUL por 69-0, ficando cada vez mais claro que não vai ser com a prata da casa que os beirões vão conseguir jogar de igual para igual na Divisão de topo do rugby nacional, podendo o mesmo dizer-se do Montemor que foi a Lisboa perder com Agronomia por 60-7

Em Cascais o equilíbrio foi a nota dominante, com a Académica a conseguir o ponto de bónus defensivo contra os cascalenses, ao perder por 25-21, e no Porto o CDUP quebrou a longa série de 10 vitórias que o Direito acumulava em 10 partidas e conseguiu um excelente empate a 16 pontos.

Para finalizar uma jornada em que os cinco melhores defrontaram os cinco mais fracos, o Belenenses derrotou o Técnico por 20-6, ganhando alguma vantagem ao CDUP e à Académica, mas não o suficiente para ficar fora do seu campo de tiro.

Com este conjunto de resultados Agronomia reduziu a diferença para o líder a cinco pontos e ganhou ainda um ponto ao terceiro, o Cascais, que está agora a quatro pontos dos agrónomos, enquanto o CDUL recuperou a quarta posição, ultrapassado o Técnico por um ponto.

Para o sexto e último lugar do play-off o Belenenses ganhou alguma vantagem ao CDUP e à Académica, de quem se encontra agora a quatro e cinco pontos de distância respectivamente.

Montemor e Lousã fecham o cortejo, sem alteração relativa entre si, mantendo os alentejanos cinco pontos de vantagem sobre os beirões.

Veja a classificação actualizada e o quadro de resultados completo aqui.

(*) Titulo corrigido

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