17 de fevereiro de 2017

BOLAS CURTAS DESTACA SEIS NAÇÕES DA EUROPA E DA AMÉRICA

*Eládio Ribeiro
Infelizmente começamos mais uma vez uma ronda de notícias pelo mundo do rugby para falar não daqueles que nos maravilham em campo com a sua proeza rugbística, mas falando de quem já não poderá agraciar os campos de rugby neste nosso pequeno mundo.
E se o rugby nacional viu partir o jovem ”Benny” Dourado, o rugby internacional testemunhou a partida de Sione Lauaki, antigo internacional All Black que sofria de problemas renais e do coração, diagnosticados em 2012 aquando de exames de rotina quando jogava pelo Bayonne de França.
Lauaki jogou pelos All Blacks entre 2005 e 2008 tendo ganho 17 internacionalizações pela equipa nacional da Nova Zelândia na posição de terceira linha centro (número 8).
Quem participou ou assistiu ao Nova Zelândia-Portugal, do Campeonato do Mundo de 2007, em Lyon, recordará seguramente a sua presença em campo com a camisa 8 dos All Blacks.
No primeiro jogo da segunda ronda do mais velho torneio do continente europeu a seleção irlandesa tornou-se a primeira seleção a conseguir um ponto de bônus ofensivo graças a mudança de sistema de pontos no velho torneio, fazendo-o aliás nos primeiros 34 minutos de jogo. 
Á semelhança dos mais importantes campeonatos de clubes o 6 Nações tem agora um sistema de pontuação que atribui pontos ofensivos por quatro ou mais ensaios e defensivos por derrota por sete ou menos pontos de diferença. 
Além disso o vencedor vê serem-lhe atribuídos quatro pontos pela vitória ao contrário dos antigos dois pontos. 
O empate dará a cada equipa dois pontos em vez de apenas um como aconteceu nos torneios anteriores.
A Irlanda conseguiu atravessar a linha de ensaio por nove vezes, com destaque para a proeza de CJ Stander que marcou um trio de ensaios, algo que um avançado não conseguia desde 1972, e conseguiu de forma justa o prêmio de “Man of the match”. 
Além de Stander também Craig Gilroy conseguiu um trio de ensaios e num espaço de tempo incrível com o primeiro ensaio do centro que entrou na segunda parte a substituir Henshaw a surgir ao minuto 67. 
Foi portanto um dos hat-tricks mais rápidos de que há memória no torneio. 
Finalmente destaque para o médio de abertura Paddy Jackson que marcou as nove conversões e tem sabido preencher o lugar que é habitualmente ocupado por Johnny Sexton.

A Escócia foi a França bater-se com uma seleção gaulesa claramente em melhoria de forma e podemos dizer que o jogo de Paris foi verdadeiramente um “nail-biter” com o comando da partida a mudar várias vezes. 
A luta de avançados foi extraordinária e os escoceses deram sempre boa réplica a uma avançada francesa poderosíssima. 
Stuart Hogg voltou a ser o destaque do lado escocês, mostrando mais uma vez credenciais para a camisola 15 no tour dos Lions em Junho. 
Do lado francês Kevin Gourdon foi o “Man of the match” do jogo com um jogo no solo e na placagem muito forte, mas destaco também Camille Lopez, o abertura do Clermont que parece estar finalmente a impor-se naquela posição e demonstrou que a sua evolução ao nível de clube passou também para a camisola da seleção.

O destaque da segunda ronda vai novamente para o jogo no Millenium Stadium entre Inglaterra e Gales em mais um duelo de pormenores onde as defesas se suplantaram quase sempre aos ataques, as únicas excepções acabaram por ser os ensaios de Ben Youngs para Inglaterra e Liam Williams para Gales no primeiro tempo e o “ensaio de oferta” dos Galeses aos Ingleses marcado por Elliot Dlay aos 75 para selar mais uma vitória da Rosa.
O treinador de Inglaterra Eddie Jones referiu-se à vitória dizendo que Inglaterra gastou neste sábado o seu último cartão de “fuga à prisão”, referindo-se a mais uma exibição onde a sua seleção teve de sofrer até ao minuto 75 quando o já mencionado Daly conseguiu ganhar a corrida a Cuthbert depois de um mau chuto de alivio de pressao do seu médio de abertura Dan Biggar, ao qual a defesa Galesa não reagiu. A imprensa Inglesa, nomeadamente o Telegraph utiliza a expressão “Great Escape” para falar da exibição Inglesa e fala que foi como se os Ingleses tivessem escapado de Alcatraz e pelo caminho assaltado Fort Knox.


A nível individual os destaques vão para o “Man of the match” da partida Joe Launchbury que conseguiu impor-se nos alinhamentos, ganhando as batalhas com o capitão Gales Alun Wyn Jones e Jake Ball, mas o grande destaque vai para as vinte placagens feitas sem falhar nenhuma, um sucesso de 100%. 
Destaque ainda para Nathan Hughes com 18 progressões com bola e para James Haskell que saltou do banco para substituir Jake Clifford. Do lado de Gales o destaque vai para a Terceira linha de Gales com Tipuric e Warburton a fazerem um total de 36 placagens entre os dois e a causarem muito pânico sobretudo nas recuperações de bola.

A Americas Rugby Championship Cup seguiu este fim-de-semana e nos três jogos realizados no sábado, as três equipas da casa vencerem, todas elas com pontos bônus.
No primeiro jogo do fim-de-semana os Jaguares treinados pelo legendário Felipe Contenpomi brindaram o público Argentino com nove ensaios, sete dos quais convertidos, sofrendo apenas dois ensaios e uma penalidade dos seus vizinhos do Uruguai para um resultado final de 57-12. 
O destaque deste jogo foi para o médio de formação Sebastian Cancelliere e os seus três ensaios.
Os Teros levam agora duas derrotas em outros tantos jogos, embora sempre na condição de visitante, mas jogam em casa na próxima jornada contra o Brasil. 
O XV Argentino irá ao Chile para defrontar os Condores.

No Segundo jogo do fim-de-semana os Estados Unidos venceram o Brasil com uns expressivos 51-3 vingando-se da derrota do ano passado em Barueri por 24-23. 
Os Eagles marcaram oito ensaios e não deixaram os Tupis chegar nenhuma vez a sua área. 
Os Eagles seguem agora em segundo lugar no Campeonato com os mesmos nove pontos dos Jaguares, apenas com menos dois ensaios marcados e menos cinco pontos marcados no total que os Argentinos. 
Na Terceira jornada os Eagles saem do conforto do Texas onde jogaram as duas primeiras jornadas e visitam os seus vizinhos Canucks no frio do Canadá.

O terceiro jogo teve o resultado mais curto, mas nem por isso muito equilibrado, com o Canadá a conseguir marcar cinco ensaios, quatro dos quais convertidos a acrescer à penalidade conseguida para marcar 36 pontos, sofrendo apenas 15, fruto de dois ensaios, um dos quais convertidos e uma penalidade conseguida pelos Chilenos. 
Na classificação geral os Canadianos sobem do quinto ao terceiro lugar com cinco pontos, obrigando o Brasil a cair um lugar com 4 pontos. 
Na quinta posição segue agora o Uruguai com o seu ponto bônus defensivo obtido na primeira jornada, colocando assim o Chile na última posição sem nenhum ponto obtido.


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