Por incrível que pareça, vamos chegar ao Natal e ao Ano Novo sem que os cérebros da Julieta Ferrão informem o povo quais as decisões tomadas sobre a forma de disputa das competições na próxima época.
Claro que ninguém acredita que eles não saibam, mas é chique fazer caixinha...
Mas uma coisa é certa, fala-se muito da possibilidade de transformação da Divisão de Honra em dois grupos de seis equipas, para dar mais competitividade à prova.
Ora isto é um completo absurdo, pois a confirmar-se aquilo que consta, a prova será disputada entre os seis primeiros a duas voltas e entre os seguintes seis a duas voltas também, e depois os seis primeiros jogariam com os seis seguintes a uma volta.
Ou seja haveria cinco jornadas entre os mais fortes e os mais fracos.
Expliquem-me onde está esse ganho todo em competitividade, se hoje os cinco primeiros cinco jogam a duas voltas entre si, os cinco seguintes jogam a duas voltas entre si, e depois os cinco primeiros jogam com os cinco seguintes a duas voltas.
Ou seja, os cinco melhores jogam oito jornadas com os cinco mais fracos, e um dos cinco mais fracos é o sexto melhor...
São essas menos três jornadas entre os primeiros e os seguintes que vão dar a competitividade à prova???
Só contaram para você!!!!
Na verdade desde o início da preparação da Divisão de Hona deste ano que houve a clara intenção de fazer o pior possível para justificar alterações que já se traziam na cabeça, e isso começou com o disparatado aproveitamento do calendário condicionado, para justificar o que havia que justificar.
Um calendário que foi idealizado para que a competição não fosse interrompida durante os trabalhos e jogos da selecção nacional senior, e que não tem uma única jornada em período desses trabalhos, um calendário aberrante em que tivemos equipas a fazerem o primeiro jogo em casa à sexta jornada (caso do CDUP), e outras a jogarem fora só na sexta jornada (como o Direito) ou em que temos equipas que vão passar a décima jornada sem se defrontarem (caso da Académica e da Lousã), ou outras que se encontram duas vezes até à décima jornada (caso do CDUP e do Cascais), apenas para referirmos algumas das aberrações.
Um calendário que não seguiu qualquer critério ponderado e que não foi realmente um calendário condicionado, foi sim um calendário cheio de arranjinhos e favorecimentos a uns, em desfavor de outros.
Com o único objectivo de criar uma ideia de que tudo está tão mau que só fazendo com que os melhores joguem menos três jornadas com os piores, será possível resolver o problema, mesmo que para isso seja necessário ir buscar mais duas equipas mais fracas...
O Direito (apenas referido a título de exemplo) queixa-se que não vale a pena jogar para vencer por 100 pontos, e eu até posso concordar, em parte, com isso.
Mas então expliquem-me porque não aproveita o Direito (por exemplo) esses jogos para fazer jogar jogadores mais novos, que com certeza o clube tem em abundância?
Afinal uma equipa que quer mais competição e melhor competição, tem com certeza uns 50 jogadores seniores em trabalho semanal intenso e isso seria uma excelente oportunidade de fazer alguns, que passam tanto tempo sem jogar, experimentarem como é bom estar em campo.
Mas não. Lá vamos fazer mais uma alteração sem qualquer critério objectivo, continuando com os experimentalismos que foram tão criticados ao presidente anterior - e com razão - para de toda esta treta fazerem o milagre de transformar Portugal e a sua prova máxima, num exemplo de competitividade a ser seguido por esse mundo fora!
E é tanta a inteligência - que eu saúdo efusivamente! - que descobriu que afinal bastava cortar três jornadas entre os mais fortes e os mais fracos, e ir buscar mais dois mais fracos, para que tudo fique resolvido... Tão estúpidos que os outros são...
A menos que o problema não seja a competitividade e nos estejam a vender gato por lebre...
Quando CDUL e Direito se encontram, não é o momento que está em campo, são mais de 65 anos de história e de rivalidade, que viram durante muitos anos a superioridade do CDUL ser apenas quebrada em meia dúzia de ocasiões, fruto da mania que os advogados tinham, de chatear os meninos de azul...
Hoje as coisas mudaram, e o Direito tem o seu período de longa superioridade, apenas quebrada pela teimosia dos universitários em chatear os gajos de Monsanto...
E a isto tudo temos que juntar, como por acaso, a rivalidade que decorre do facto das duas equipas se encontrarem nas duas primeiras posições da tabela no relvado, embora os seis pontos que as separam não possa tirar ao Direito a passagem do ano na liderança da prova.
Favoritismo para o Direito, mas com margem muito apertada...
Com dois pontos separando as duas equipas, que ocupam a quinta e a quarta posição classificativa, o jogo da Guia promete levar a discussão do resultado até ao último sopro da partida.
O Cascais não começou da melhor forma, tropeçou em Coimbra, mas parece ter retomado o equilíbrio e estar re-adaptado aos processos de Tomaz Morais, no comando depois de muitos anos ao serviço da FPR.
O Técnico, pouco exuberante nos seus resultados e nas exibições, tem-se mantido na parte de cima da tabela, e a deslocação a Cascais tem o perigo de ver o adversário do fim de semana passar à sua frente.
Vantagem para o Cascais, mas a margem não é muito folgada...
Depois do primeiro jogar com o segundo, do quarto jogar com o quinto, teremos no Porto um frente a frente entre o sétimo e o oitavo, separados por dois pontos apenas, e que por isso levará o oitavo de Coimbra, a ultrapassar o sétimo do Porto, caso os pretos consigam a tão cobiçada vitória.
As duas equipas têm estado bastante apagadas, e sofreram já algumas derrotas expressivas, mas a Académica venceu o Cascais em casa, enquanto o CDUP bateu os dois últimos da tabela e nada mais.
A última jornada viu os conimbricenses sofrerem uma pesada derrota em Lisboa, frente ao Direito, enquanto os portuenses se portaram menos mal frente ao Técnico embora vencidos e oferecendo o bónus ao adversário.
Favoritismo para o CDUP, embora com os pretos nunca se saiba o que dali vai sair...
Das duas, quem vencer fica em boa condição de fugir ao último lugar final na classificação, embora só com a realização do jogo de volta se vá saber o que vai acontecer.
Quer dizer, para se saber o que vai acontecer é preciso mais, é preciso saber aquilo que na Julieta Ferrão já sabem, mas não dizem a ninguém...
Para o jogo que vai oferecer um presente de Natal a beirões ou a mouflons, o favoritismo está do lado dos donos da casa, mas os alentejanos têm condições de virar o jogo a seu favor e uma vitória na Lousã seria com certeza motivo de grande festa em Montemor.
Veja aqui o quadro completo dos resultados e a classificação actualizada da prova.
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