23 de junho de 2016

DIRECÇÃO FEDERATIVA TRATA DO SUPÉRFLUO E ESQUECE ESSENCIAL

Quando se esperava que a nova gerência federativa se apresentasse ao serviço com uma atitude respeitadora dos regulamentos em vigor, deparamos com mais do mesmo numa jogada de bastidores para proceder a alterações no quadro competitivo fora dos prazos estabelecidos para a sua competência.

De acordo com o Estatuto as alterações ao regulamento da competição principal Divisão de Honra, podem ser feitas até 30 de Abril de cada ano pela gerência federativa, podendo no entanto, e de acordo com o mesmo Estatuto, ser alterado até 30 dias antes do início da competição, havendo o acordo de todos os participantes na prova.


Então, numa tentativa desesperada em fazer aprovar um conjunto de alterações que mexem não apenas com a Divisão de Honra, mas também com a 1ª Divisão, com as equipas B's e, por tabela, com a 2ª Divisão, a Direcção da FPR fez convocar uma Assembleia Geral Extraordinária para 2 de Julho.

Mas afinal quais são as alterações que a Direcção federativa não conseguiu preparar até 30 de Abril, e que quer agora fazer aprovar em Assembleia Geral?

A primeira alteração diz respeito à Divisão de Honra que se pretende aumentar de 10 para 12 equipas, num regresso ao passado que se provou inapropriado em 2000-2001, com uma primeira fase com três grupos de quatro equipas e uma segunda fase com dois grupos de seis equipas, e também em 2001-2002 e 2002-2003, com uma fase inicial de dois grupos de seis equipas e uma segunda fase com três grupos de quatro equipas.
Ou seja, o modelo das 12 equipas em grupos separados já foi experimentado da frente para trás e também de trás para a frente, e nas diversas versões foi rejeitado, mas agora, como se se tratasse de uma forma miraculosa, lá vem mais uma gaita duma experiência.

E note-se que uma das intenções iniciais da Direcção federativa, era diminuir o tempo de execução da prova, ou seja, dos oito meses que temos jogado, a Inteligência Federativa queria diminuir para quatro meses, porque era muito tempo...
Felizmente, isso os clubes já declararam não aceitar.

Depois, como a 1ª Divisão tem provado que o sistema das 10 equipas é perfeitamente adaptado à realidade nacional, agora a Direcção federativa quer aumentar esse número até 16 equipas, com a introdução das equipas B's...
Ou seja, aumentando de 18 jornadas para 30 - não conseguimos entender de que forma este raciocínio se encaixa com aquele que se pretendia seguir na Divisão de Honra...
É como calha, umas vezes é demais, outras fica em carestia...

Resta-nos esperar que haja alguém de bom senso que impeça que esta treta se concretize, e que a Direcção federativa se dedique a tratar do que precisa de ser tratado - e que não é pouco, começando na organização do rugby da 2ª Divisão e dos Emergentes, numa política séria de desenvolvimento dos Sevens, e de expansão territorial da modalidade que não cresce há muitos anos.

Continuamos, em 2016, a ter o mesmo número de equipas em competição que tínhamos quinze anos atrás. (cf. aqui).

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