2 de março de 2012

RUGBY EM PORTUGAL - O VAZIO (QUASE) COMPLETO

NEM SEI BEM COMO COMEÇAR...TAL É A SENSAÇÃO DE VAZIO a que chega quem procura encontrar o rugby português.

Tradicionalmente um desporto de "inverno", sempre nos habituámos a ter rugby - melhor ou pior - entre Outubro e o final de Maio - depois, com o aparecimento do Lisboa Sevens, era no primeiro fim de semana de Junho que se encerravam as "hostilidades".


Mais recentemente, com a aposta declarada no Alto Rendimento e na Seleção Nacional, o calendário foi, a pouco e pouco, tomando a forma de um cenário onde a única estrela é a nossa equipa representativa.

No entanto nos dois últimos anos a direção federativa atirou algum milho aos pardais, e criou a ilusão de que se interessava seriamente pelo rugby regional, pelo desenvolvimento da modalidade pelo país fora.

E num primeiro ano realizou-se um Torneio entre seleções regionais, organizado em cima do joelho e - apesar das promessas de então - sem que a opinião dos clubes ou outros interessados na questão fosse tida em conta.

Relembro a propósito que nessa altura o presidente da FPR deu um prazo para que os interessados dessem a sua opinião sobre a matéria, tendo mesmo garantido que iria decidir tendo em conta essas opiniões.

Pura demagogia, já que Amado da Silva não aguardou sequer o termo do prazo dado e publicou o regulamento daquele primeiro Torneio sem ter qualquer consideração pelas opiniões que lhe foram enviadas, sob pretexto de ser urgente tomar uma decisão e escovando a poeira dos ombros dizendo que aquelas opiniões seriam tidas em conta para o futuro...

Como se todos nós fossemos uns palermas a quem não vale a pena dar importância, numa atitude de "quero, posso e mando", que, apostaria, lhe vai acabar por rebentar debaixo da língua - como já aconteceu a outros que estiveram tempo demais no poder, sem dar qualquer importância àquilo que os clubes querem.

Já tivemos um primeiro ministro em Portugal que, também ele, "foi de vitória em vitória, até à derrota final..."

(Aliás essa não foi a única vez que o atual presidente desconsiderou a opinião dos clubes ou outros interessados - veja-se o caso da data de início da Divisão de Honra, por exemplo.)

Depois, em 2011 voltou a organizar-se o tal Torneio Inter Regional, com a última jornada a ter lugar na Lousã, com dois jogos que tiveram algum interesse competitivo e que atraíram uma bancada repleta de interessados, vindos de todo o país.

Sem terem sido brilhantes, esses jogos abriram um novo caminho de acesso dos jogadores menos credenciados, e foi também o reavivar da ilusão de que a atual direção federativa se iria dedicar de alma e coração ao rugby regional.

Mas não passou disso mesmo, de uma pura ilusão.

Para esta época, agora sem nada para esconder, o calendário das competições nacionais foi, declaradamente, organizado em redor da atividade da seleção nacional de seniores, não apenas no que respeita à Divisão de Honra, mas também com reflexos óbvios na 1ª Divisão, na 2ª Divisão e mesmo nos Sub-21.

Para tentar esconder ou diminuir o impacto deste calendário na (falta de) atividade de todos os clubes que não fornecem jogadores para os Lobos, a FPR marcou a realização do tal Torneio Inter Regional para esta altura do ano.

Recorde-se que a 1ª Divisão se encontra interrompida, com duas jornadas da Fase Inicial ainda por realizar, desde 15 de Janeiro, e que o Nacional dos Sub-21 apenas será retomado em Abril, depois da Fase Preliminar ter terminado em 15 de Janeiro também.

Ficámos então - apesar do desacordo com a forma como as competições foram organizadas - à espera deste oásis no rugby nacional, em que o Torneio Inter Regional  se poderia transformar.

Mas, mais uma vez, fomos enganados, não houve nenhum Torneio Inter Regional, não houve qualquer informação sobre o assunto, apenas se deixou escapar - uma política de informação que tem sido arremessada para cima de todos nós, para evitar assumir responsabilidades - que a não realização se deveria a falta de verba...

Mas então, pergunto eu, depois de tanto se ter criticado a anterior gerência federativa na forma inapropriada como se gastava dinheiro, o que diremos agora que se utiliza uma política de falsa informação para enganar a "malta"?

Ou seja, criam-se factos no calendário e nos planos de atividade, e depois, simplesmente, nada acontece - e mais uma vez, o silêncio é a resposta que é dada à comunidade interessada...

Quanto à questão da falta de dinheiro, fico surpreendido que assim seja, já que um gestor com créditos tão firmados como Amado da Silva, tão crítico dos seus antecessores, não iria com certeza incluir uma competição tão importante - afinal este Torneio Inter Regional para Seleções seria o pináculo da atividade regional do rugby português - sem ter o respetivo respaldo financeiro...

Isso seria uma irresponsabilidade e não podemos acreditar que o calendário das competições tenha sido organizado sem ter em consideração os seus respetivos custos e cobertura orçamental...

Mas por outro lado, ficamos sem saber o que se terá passado - a menos que este abandono não passe do cair da máscara de regionalista de Amado da Silva, agora que tem o seu posto dirigente garantido até 2015, e que, por uns anos, não vai precisar dos votos dos pequenos clubes - afinal aqueles que o içaram à cadeira mais importante da FPR.

SUB-16 E SUB-18 MANTÉM RUGBY NACIONAL EM ATIVIDADE
Mas enfim, nem tudo são desgraças - resta para nossa consolação o início da Fase Final dos campeonatos de Sub-16 e Sub-18, que terá lugar já este fim de semana.

E se já falámos dos mais novos - pela pena de Zé Campese - não podemos deixar de fazer aqui uma referência aos Sub-18, afinal o escalão mais importante dos mais jovens, o culminar de uma primeira fase na carreira desportiva dos jogadores portugueses, antes de entrarem, em definitivo, no rugby dos maiores...

Assim, e como resultado das 18 jornadas da primeira fase, o título nacional dos Sub-18 será discutido entre Direito, Académica, CDUP e Cascais, enquanto nos Sub-16 será o Cascais, Académica, Agronomia e Direito a disputar o correspondente título.

Repare que Direito, Académica e Cascais estão presentes nestas duas fases finais, e dessas equipas, Direito e Académica estarão também na disputa do título dos Sub-21, e, como que a confirmar a sua posição de liderança no conjunto do nosso rugby, advogados e pretos estarão ainda na Fase Final da Divisão de Honra - um pleno apenas para dois clubes!

Voltando aos Sub-18, a luta pela manutenção/ascensão no/ao Grupo A vai ser disputada entre as duas últimas classificadas do Grupo A desta época - Agronomia e Montemor - e as duas primeiras classificadas do Grupo B, Prazer de Jogar (Escola de Rugby do Porto) e Santarém.

No grupo intermédio, que decide os 5º ao 8º lugares, estarão o Belenenses, CDUL, Évora e Técnico.

Finalmente refira-se que a Fase Final destes escalões se disputa no sistema de todos contra todos a uma volta - três jornadas, portanto - e que você pode ver a ordem dos jogos nas páginas que dedicamos a estas competições, quer para os Sub-16, quer para os Sub-18.

Foto: António Simões dos Santos

15 comentários:

Anónimo disse...

Com sistemas destes depois querem que a seleção seja forte... puras ilusões, por este caminho o Rugby Português nunca vai passar do que é, e eu sinceramente tenho dúvidas que para o ano nos apuremos para 2015.

J Silva

Anónimo disse...

Infelizmente fala-se muito e faz-se pouco... deixem o homem trabalhar e em vez de atrapalhar, saiam de cena ou ajudem o nosso rugby. Não é com intrigas e mesquinhices que o rugby vai a algum lado. Não é verdade que o presidente esteja desinteressado dos clube, vejam só a quantidades de clubes novo que há e sigam o presidente durante um mês e vejam os fins-de-semana dele...perguntem aos clubes pequenos e de fora de Lisboa... Parem de falar sem saber. o rugby não precisa destas telenovelas.

saudações,

Tiago V. (Braga)

Meloal dos Pretos disse...

Não podia estar mais de acordo com as palavras do postador Manuel Cabral. Há que olhar de facto o todo nacional na perspectiva de dinamização do rugby, num processo cuidado e bem estruturado, que envolva todos quantos estão na disposição de levar por diante o rugby nacional. A intensa, demasiado intensa, concentração de esforços na Selecção, sem resultados pelos vistos, e com uma incidência tão grande nos clubes da capital, está a asfixiar o interesse dos pequenos clubes, e grandes de fora de Lisboa, não lhes deixando margem de progressão como acontecia anos atrás em que, de facto, tinhamos rugby do outono à primavera. E sem competição, para quê Selecção? Sempre fui um grande crítico da anterior direcção federativa e das suas posturas megalómanas e descuidadas mas esta surpreende-me... ou não, pela negativa. De facto, parece evidente que o objectivo do presidente está alcançado. Depois do clube, a federação e o rugby nacional a seus pés. Há atitudes que não se entendem. Há decisões que não se compreendem. Está na altura de parar de coçar para dentro e de olhar para a sua própria barriga e pugnar pelo relançamento do rugby nacional. Que, bem vistos os esforços de dirigentes e atletas, já merecia algum respeito por parte de quem tam nas mãos as rédeas da sua gestão.

Anónimo disse...

Mas o que interessa a quantidade de clubes novos? Estamos a tentar bater algum recorde? O que interessam clubes que 2 anos depois acabam? O que há de bom para o rugby português ter clubes que já fecharam as portas? O que interessam clubes como os Boys Just Want to Have Fun que nem formação têm? O que interessa novos clubes com 10 atletas? E os clubes que andam aqui há 75 anos a carregar com o rugby português às costas? E os clubes que tem 400 atletas inscritos? E os clubes que cedem dezenas de jogadores às Selecções Nacionais? Clubes esses que hoje em dia nem subsídios de deslocação recebem! Nem de deslocação, nem nada! Clubes que não tem 1 ajuda da FPR, nem 1 que seja.

Deixem o homem trabalhar? Mais ainda? Como é possível? Já pedir um empréstimo de €600.000, já mudou o modelo competitivo, já mudou os calendários, já naturalizou mais de 15 novos jogadores? Quem é que não está a deixar trabalhar? Pena é que o trabalho seja muito mau ... porque se houve um presidente na história da FPR com todas as condições para trabalhar é "o homem". Com esta nova lei de bases do Desporto ele pode decidir tudo, tem o direito de definir 99% do que se passa no rugby português ... poder que um Presidente da FPR nunca tinha tido no rugby português! Tem toda a liberdade! É o primeiro Presidente da FPR de rugby a receber um ordenado, ordenado esse pago por todos nós!cNão há ninguém a massacra-lo todas as semanas com Cantinhos do Presidente! Como é que não o deixam trabalhar?

"deixem o homem trabalhar" ??? Sr. Tiago V., há que saber do que se fala, não mande postas de pescada para o ar! O Sr. sabe o que é a nova Lei de Bases do Desporto? O Sr. sabe o que é aprovar um empréstimo de €600.000 numa Assembleia Geral de um desporto amador? O Sr. já foi a alguma Assembleia Geral?

Anónimo disse...

Em tempo difíceis é mais fácil criticar quem está à frente que dar soluções. Então não está à vista de todos que o campeonato está parado porque há selecção. Que os sevens vão ter daqui a algum tempo uma das mais importantes etapas de sempre. Que os clubes como o Direito, Agonomia, CDUL quase não têm jogadores porque está tudo nas selecções.

O que é que quer fazer: Promover um torneio regional quando estas duas etapas das selecções (VII e XV) se aproximam. E deixe-me adivinhar, se, por acaso, correrem mal, vem para aqui dizer que é por falta de treinos e de planeamento?

Mais, esta paragem no campeonato não é de agora!!

SR. mao de mestre, não deite achas para a fogueira criticando esta ou aquela direcção, porque essas direcções candidataram-se e deram a cara.

Esta paragem deve-se apenas ao facto de no escalão sénior haverem cerca de 40 jogadores capazes de estar na selecção. Quer uma final do campeonato sem jogadores da selecção?
Quer torneios regionais sem os melhores jogadores? Talvez, mas depois os que lá estão evoluem a jogar contra quem? jogadores do mesmo nível? Assim ninguém evolui. Velha questão da ida ao Mundial. Se só íamos perder porquê tentar ir... PORQUE SE EVOLUI A JOGAR CONTRA OS MELHORES.

Não culpe pessoas por realidades que não podem ser alterados no imediato (talvez daqui a 5 ou 7 anos com o trabalho que está a ser desenvolvido na academia possamos ter 10 ou 150 jogadores de top).

Anónimo disse...

"SR. mao de mestre, não deite achas para a fogueira criticando esta ou aquela direcção, porque essas direcções candidataram-se e deram a cara."

Isto vindo dum apoiante do presidente da FPR é um insulto para a inteligência de quem lê.

A anterior direcção (que teve uma actuação bastante fraca, na minha opinião) também se candidatou e deu a cara e quase semanalmente lá vinha o actual presidente da FPR destilar veneno e criar intrigas.

Ele agora não tem autoridade nenhuma para pedir que não façam críticas, críticas que, aliás, não são venenosas como as que ele fazia.

Anónimo disse...

Isso do se evolui a jogar contra os melhores não é bem assim, aliás é enganador, há que ter medida quando se diz isso, oque interessa jogos da DH contra equipas da Segundona como aconteceu neste modela da taça de portugal ? com massacres de 100 e tais a 0 ? vá pgtar aos clubes que depois tiveram de ir jogar jogos oficiais para o campeonato se lhes fez bem passar na taça de portugal ter X lesões e ficarem desfalcados.

isto é só um exemplo domestico deste ano, nao acredito que nenhuma equipa aprenda nada a jogar com os MELHORES quando a diferença de nivel é avassaladora, massacres de 100 e 80 e tal a 0 ou 3 são lá agora produtivos...

Anónimo disse...

Tretas... tangas... palavras de quem está por dentrop do esquema... e coça pra dentro. haja moralidade que aqui ninguem anda cego. E não nos tomem por tontos que não somos. Olhe-se para o rugby como deve olhar-se e nºão para gaudio e satisfação pessoal. Nesta condições até eu ia para presidente. Volta Didio que estás perdoado.

Anónimo disse...

todos os clubes são bem vindos, quer durem 1 ou 40 anos. Só quem pensa pequeno e a curto prazo não vê que todos os clubes e novos jogadores são bem vindos. São clubes novos que permitem adultos começarem a jogar tarde, que depois vão por os filhos em clubes com formação, que vão ver jogos de rugby, que vão aumentar o numero de federados, etc. quanto mais pessoas houver ligadas ao rugby melhor. esses clubes fecham passados 2 anos mas os jogadores vao para outros clubes.
devia-se investir no rugby escolar (ja existe), recuperar o rugby de XV nas universidades (agora é de 7 e quem joga são jogadores que ja jogam, em vez de jogarem XV e terem de formar novos jogadores - existem jogadores que começaram nos universitarios e acabaram na selecção)
burros são os que só querem que existam direitos, agronomias e cduls

Anónimo disse...

É a mania de pensarem grande que deu o que deu e o país está como está. É mais fácil aparecerem 20 clubes pequenos e daí surgirem 3 ou 4 grandes daí a uns anos, que desejarem durante anos fazerem grandes clubes que infelizmente nunca passarão de projectos. Dêem lugar a todos. Alguns ficarão. Tal como ter uma centena de miúdos a fazer rugby, sabendo-se que desses só meia dúzia atingem o escalão senior.

Anónimo disse...

Tal como acontece na Universidade, onde por vezes parece que os alunos são uma mera coincidência, porque o importante são os professores - também parece que na FPR a prioridade é garantir o tacho a uns quantos que por lá andam de volta das selecções dos vários escalões. Alguns, por serem muito espertos, até passam de treinadores a directores técnicos, garantindo com isso a sua eternização: se as coisas derem para o porto, a cabeça que rola é a do selecionador - o director técnico continua sempre. O resultado disso é que quem se lixa são os jogadores, que passam a vida nos treinos de selecção, para tentar conseguir apresentar os resultados que permitam garantir os subsídios e salários dos treinadores que vivem da FPR. E mais ainda, se lixam os clubes, que ficam sem jogadores, jogos e calendários.

Anónimo disse...

Então não se pode criticar o Amado da Silva???? Depois de tudo o que ele fez com a anterior direcção da FPR? depois de ele ter minado tudo e todos, não só com os comentários viperinos do cantinho, como com promessas vãs nas suas digressões pelos clubes de fora de Lisboa antes das eleições? Meus caros, mais uma vez o rugby, assim como o País, tem o que merece. Se as pessoas continuam a crer acreditar em tudo o que se lhes promete. Se as pessoas não conseguem aprender com o que vêm ( todos os que votaram no amado da silva, sabem ou deviam saber o que acontece na Agronomia) e votam neste tipo para presidente do que quer que seja, é porque merecem. Lembrem-se do que este tipo escreveu nos cantinhos sobre esta organização dos campeonatos nacionais. Lembrem-see não sejam mais hipócritas que ele. é que se com outras direcções as escolhas de modelos dos campeonatos eram definidas pelos clubes em assembleias, agora é o amado da silva que manda. No entanto, chamo a atênção para um PEQUENO promenor de denominador comum entre as anteriores direcções e a actual. Qual é?? claro, chama-se tomás morais. e não tenham qualquer duvida que o modelo competitivo é feito pelo tomás em função da selecção. o rugby dos clubes, aparentemente nesta fase é um empecilho que atrapalha a organização da selecção. quanto ao interesse do amado da silva pela regionalização e pelos clubes menos representativos e fora de lisboa, só acreditou quem quis. mas neste momento devem estar arrependidos, muito arrependidos. mas foram avisados. eu lembro-me de algumas conversas tidas com alguns deles na altura e o que eles dizem agoram. Só me apetece dizer..eu avisei-vos. Mas atenção, quem se atrever a criticar o amado da silva, vai sofrer consequencias porque o homem não só é rancoroso e vingativo, como tem tempo suficiente para andar pelos blogs a comentar o que se diz dele. Para quem é o primeiro presidente da FPR pago a trabalhar a tempo inteiro.... faz muito pouco e cria muitas inimizades inclusivé com os patrocinadores. Enfim... mais capitulos desta saga virão certamente. Vamos acompanhando... Saudações

Manuel Cabral disse...

Lamento que não tenhas assinado o teu comentário, mas não posso deixar de dizer que se Amado da Silva tem culpa - e disso não tenho qualquer dúvida, como se pode depreender do que escrevi e escrevo - também os clubes que não foram capazes de apresentar qualquer alternativa válida à sua candidatura, tem grande parte da responsabilidade.
Como é possível que clubes como Direito, Belenenses, CDUL, Académica, para referir apenas os mais importantes que se perfilaram ao lado de Dídio de Aguiar em Janeiro de 2010, não tenham avançado com um nome de respeito - e não as tolices que por aí andaram a circular - para se candidatar contra Amado da Silva?
Não o fizeram porque não quiseram ou porque não foram competentes para isso - mas o que fica é isso mesmo, a incompetência dos que em privado se manifestam mais contra o atual presidente, em apresentar uma alternativa.

Anónimo disse...

Caro Manuel Cabral,

porque não se candidatou?

Rui

Manuel Cabral disse...

Rui, José, António, Carlos, enfim, assinar como tu fizeste é o mesmo que escrever anonimamente, e é curioso que faças essa observação, que parece não passar de uma provocação.
Mas eu digo-te porque não me candidatei, fazendo-te uma pergunta: porque é que eu havia de me candidatar?
Porque critico a atual - e a anterior - presidência? Então será que todos os que criticam, por exemplo, o governo português, na imprensa nacional, deverão candidatar-se ao poder político?
Ou será que o direito à critica está reservado a quem pretende disputar o próprio poder?
Esse é o tipo de argumento de quem se pretende perpetuar no poder, sem ser incomodado com as vozes daqueles que têm a coragem de dar a cara e criticar quando sentem que o devem fazer.
Porque, Rui José, Carlos, António, Jeremias, sejas tu quem fores, o direito à critica e à oposição, a minha geração conquistou-o lutando contra o poder, antes do 25 de Abril, e eu tenho muito orgulho de ter feito parte dessa geração e de sempre ter dado a cara pelos meus ideais, sem ter tido qualquer pretensão de fazer carreira na política.
E as tentativas que vejo serem feitas, no sentido de calar quem não concorda, apenas podem ser conduzidas por quem tem saudades do que se passava em Portugal antes do 25 de Abril, ou noutros lugares, antes e depois dessa data.
Portanto Rui, António, Belarmino, Paulo, Pedro ou Clemente, o facto de eu criticar os erros de Amado da Silva - sempre frontalmente, sem me esconder atrás de um nome eventualmente falso, ou do anonimato - é um direito que eu tenho (e não invoco para isso os quase 50 anos que já levo a trabalhar gratuitamente para o rugby português, mas tão somente o meu direito de cidadão no pleno uso de todos os seus direitos civis ou políticos, incluindo os previstos no artº 37º do Estatutos da FPR)e do qual não pretendo abdicar.
E quanto a eventuais candidatos, sejas tu quem fores, o melhor que tens a fazer é dirigir a tua pergunta aos clubes, para que eles te expliquem porque não apresentaram nenhum às eleições que tiveram lugar em Outubro passado - não que estivessem obrigados a fazê-lo, sendo mesmo possível que esses clubes achem que o melhor para o nosso rugby é a manutenção de Amado da Silva na condução do nosso destino coletivo.