Voltou a não haver surpresas na 4.ª jornada da DH que decorreu ao longo deste sábado – e o que é que será preciso para elas acontecerem e darem um pouco de sal e pimenta a um campeonato que está assim a modos que chato e tão, mas tão, previsível? – com todos os favoritos a triunfarem com maior ou menor dificuldade.
Novidade foi o facto do CDUL, diante do Técnico e pela primeira vez, não ter feito ponto de bónus (e quanto a ter somado os quatro da vitória já lá iremos…), o que lhe valeu ser apanhado pelo Cascais que segue de vento em popa e contrariando aqueles que não anteviam grande evolução na sua associação com a GroundLink.
Refira-se ainda que com o triunfo caseiro do RC Montemor que permitiu bónus defensivo ao CRAV, passou a haver apenas uma equipa sem qualquer ponto na prova, se não considerarmos os que lhes são atribuídos quando não jogam: o CDUP.
CDUL 37-28 TÉCNICO (4-3)
CDUL 37-28 TÉCNICO (4-3)
Grande susto apanharam os campeões nacionais diante de engenheiros que, inesperadamente, surgiram reforçados por Joe Gardener como médio de abertura e – o que não será alheio a essa circunstância – realizaram a sua melhor exibição da época e que por muito pouco não saíram do Universitário de Lisboa com um surpreendente (e merecido?) triunfo.
Mas o ’forcing’ final do CDUL que virou dos 13-28 para os finais 37-28 em pouco mais de 10 minutos, acabaria por manter a invencibilidade – que não o máximo de pontos na DH – muito também pela excelência dos pontapés de Tiago ‘John Eales’ Girão, que na ausência do lesionado
Pedro Cabral, meteu 4 transformações e 3 penalidades, num total de 17 pontos!
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Foto: Luis Cabelo/Rugby Photo Store |
Com as equipas encaixadas e iguais no marcador (6-6), Bernardo Canas adiantou os da casa, mas antes do intervalo Miguel Oliveira deixava tudo de novo equilibrado, para 13-13 no descanso.
Na 2.ª parte, face à fraca atitude dos universitários e sempre mais empolgado e metido no jogo, o Técnico, com ensaios dos manos Marques, António e Duarte – que prossegue na liderança dos marcadores da prova, pois com os 15 pontos somados já tem um total de 69 – distanciou-se para 28-13 que muitos pensariam já não poder ser invertidos. Enganaram-se.
Com a saída por lesão do forte e dificilmente ultrapassável três-quartos centro das Olaias, Kirisome Laulala e, do outro lado, com a entrada do n.º 9 internacional Francisco Pinto de Magalhães (que deu um andamento bem diferente do conseguido por Francisco Bastos), o cariz do encontro mudou por completo.
A 15’ do final e aproveitando uma pausa, o regressado de castigo capitão Gonçalo Foro (jogador do ano para a FPR) chamou os seus jogadores e espicaçou-os: “Há três anos que não perdemos um jogo em casa. Se continuarem a jogar desta maneira, este recorde vai acabar hoje e agora. É isto que querem? E frente ao Técnico?”. Não quiseram e o resultado viu-se…
Ensaios de McSullea, do próprio Foro e pontapés de Girão aproximaram as equipas mas seria já em cima do final que os campeões nacionais fariam o 4.º ensaio que, injustamente, retiraria – do mal o menos – o bónus defensivo aos engenheiros.
‘Up and under’-marca-Gardener (parece que a bola desce devagarinho, de pára-quedas) seria apanhado por Tomás Noronha nos 22, com pedido de marco. O ponta do CDUL jogou rapidamente à mão, e passando por tudo quanto lhe apareceu pela frente: toda a equipa adversária incluindo suplentes, um vendedor de queijadas de Sintra e duas babás em uniforme que passeavam carrinhos com bebés ao sol lisboeta, solicitou ao pé, quem haveria de ser?, o seu capitão Foro, que depois de no último 25 de abril ter marcado um poker de ensaios ao Técnico, voltaria a enterrar, sábado, o derradeiro prego no caixão rival. Segue aviso: convém não passar pelas redondezas das Olaias…
BELENENSES 11-43* DIREITO (1-6) (Troca de campo)
A partida de Monsanto foi mais uma daquelas a que nos vamos habituando nesta DH. Pouco ritmo de parte a parte, muitas paragens, o quinze mais forte a garantir cedo o triunfo e o respetivo ponto de
bónus perante a incapacidade adversária, passando de imediato a travar às quatro rodas, acumulando erros, falhando passes e gerindo o que resta jogar a fazer contas aos minutos que faltam como um enorme fardo que há que atravessar. Se possível sem lesões.
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Foto: João Peleteiro |
O Belenenses até marcou primeiro, por Manuel Costa (autor dos 11 pontos vistantes), mas depressa os advogados impuseram a lei do mais forte perante azuis muito verdinhos. E com ensaios de Adérito Esteves, Vasco Fragoso Mendes, Pedro Leal e João Silva, atingiriam o descanso na frente por 29-11.
O 2.º tempo constituiu um pobre espetáculo face ao ritmo devagar-devagarinho-parado que mais interessava aos do Restelo, tendo Direito lá conseguido marcar por mais duas vezes, com bis de Adérito e VFM.
Mesmo assim o episódio mais destacado dos derradeiros 40’ aconteceria do lado visitante, com a entrada perto do final do treinador-flanqueador azul João Uva, cujas duas ou três faltas realizadas no solo em pouco mais de 5’ de jogo esgotaram a paciência da árbitra do ano, Filipa Jales, que lá lhe mostrou um amarelo, enviando-o de volta para o banco, desta feita não o dos responsáveis, mas sim, o do pecado (sin-bin). De onde não pode dar instruções. Ou pode?
RC MONTEMOR 29-22* CRAV (4-3)
Num jogo renhido e bem disputado, mas que não precisaria de tantos amarelos como os mostrados pelo árbitro (foram 5? 6? ou mesmo mais?), o que praticamente nunca permitiu que as equipas tivessem oportunidade de se defrontar 15 contra 15, os alentejanos marcaram primeiro (7-0), mas atingiriam o intervalo a perder por justos 17-7, com os minhotos a marcarem num ensaio de interseção por Juan Pablo Joya e noutro de penalidade.
Na 2.ª parte o CRAV esteve quase sempre na frente (17-14, 22-14, 22-19), mas a maior experiência dos homens da casa seria crucial para o desfecho final, pois aproveitando o facto de nos último 20’ os visitantes estarem sempre com 14 homens em campo, acabariam por dar a reviravolta no marcador com uma penalidade e um ensaio na denominada ‘bola de jogo’, quando se esperaria que a igualdade a 22 pontos iria prevalecer.
CDUP 13-30* CASCAIS (1-4)
O Cascais foi até Leça da Palmeira – onde na época passada deixou dois pontos por mor do empate 14-14 – mostrar que, pelo menos enquanto não lhe aparecerem pela frente adversários com maior índice de dificuldade, não vai mesmo facilitar e somou a quarta vitória consecutiva (e, mais
importante, terceira fora de casa!). Só para terem uma ideia do seu crescimento, nos jogos equivalentes da temporada transata a equipa da Linha tinha somado 6 pontos. Agora fez…19. Capice?
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Foto: CB Fotos |
Bom início de jogo dos cascalenses que marcaram um ensaio logo a abrir por intermédio de Rodrigo Ribeiro, autor dos 13 pontos conseguidos pela sua equipa na 1.ª parte, que concluiu a vencer por 13-3.
O CDUP, que mostrava grandes dificuldades nas conquistas estáticas de bola (touches e mêlées), mas de posse da bola conseguia encadeamentos interessantes e até algo perigosos, reagiu bem ao ensaio inaugural. Mas na 2.ª parte acentuar-se-iam as dificuldades físicas do quinze da casa, aproveitadas pelo Cascais para conseguir mais três ensaios: de novo por Rodrigo Ribeiro, autor de 20 pontos (e já tem 57 na prova), Miguel Lucas e um ensaio de penalidade.
Com quatro ensaios a zero e perante a travagem dos visitantes, foi então ocasião do CDUP adiantar-se no terreno e abrir jogo, o que lhe proporcionaria o ensaio de honra.
E o jogo terminaria com os portuenses em busca do segundo – que negaria o bónus ao quinze da Linha –, o que não conseguiriam devido à inflexível defesa contrária, cujos números não enganam: é a melhor da prova, pois apenas concedeu três ensaios em quatro jogos.
11 comentários:
O Joe não jogou nada. "o que não será alheio a essa circunstância" ahah foi completamente ao lado
Como é possivel com a diferença de valores individuais entre as equipas, o Cdul ver-se aflito para vencer este tecnico que se limitou a lutar e que não merecia realmente perder.
Não se pode ser treinador de um Clube e jogador ao mesmo tempo(vide Belenenses) e tambem não se pode nem devia ser permitido estar como treinador da seleção Nacional(ainda que como adjunto) e treinar um clube com pergaminhos do Cdul, que tristeza de exibição sem qualquer conceito de jogo os avançados uma lástima, enfim ou foi apenas por acaso a vitória do Cdul no campeonato, ou este ano algo vai muito mal.
Excelente a participação do Cascais até ao momento. e não se deve apenas aos reforços(claro que vieram ajudar até mais pela quantidade) do que pela qualidade, senão vejamos o unico que jogava na divisão de honra era Rafael, todos os outros competiam no Caldas, com o devido respeito não é a mesma coisa.Estão é a trabalhar bem e tirar dividendos do fraco nivel apresentado por Cdul, Tecnico,e o miseravel Belenenses
Grande jogo de rugby, pelo menos em animação, ritmo, incerteza no resultado.
A meu ver, a diferença está no "banco". Não no banco que dá apoios e patrocínios, mas no banco de suplentes.
Enquanto no Técnico a manta é curta e começa a ficar com buracos, face a tantas lesões (após 4 jogos, que se passa?)do lado do CDUL há muitos e bons jogadores prontos a entrar em campo e a manter elevado o ritmo de jogo.
Alguns não chegam sequer a jogar durante a época, ou fazem 1 ou 2 jogos apenas. Enfim, são opções pessoais. Bem poderiam ser titulares noutras equipas, mas preferem aquecer o banco ou a bancada.
Por isso, parabéns ao CDUL e também ao Técnico pela excelente atitude demonstrada equipa a quem faltaram também pernas!
Aproveito para voltar a perguntar: não faria mais sentido que os clubes tivessem equipas B, que jogariam logo a seguir ao jogo das A (como nos bons velhos tempos), permitindo mistos de experiência e de juventude, em vez de continuar com estas famigeradas experiências de campeonatos de sub-21 ou sub-23?
Última nota sobre jogadores estrangeiros. Pelos vistos calaram-se as vozes contra o Técnico, pois há por aí várias outras equipas a jogar com tantos ou mais estrangeiros que os das Olaias.
Caro anónimo das 10.00H tem toda a razão quando o Caldas correu com eles, não tinham onde cair mortos, tiveram que andar a mendigar um clube que aceitasse que eles treinassem.
Graças a Deus que o Cascais é um clube simpático e por caridade aceitou que eles por lá treinassem e a FPR, atenta ao problema, também deixou que quatro ou cinco deles integrassem os trabalhos das Selecções Nacionais (para quem diz que a FPR não está atenta aos problemas dos jogadores aqui está um exemplo do contrário).
O Cascais para que a quantidade fizesse realmente diferença já pediu e foi aceite, que jogasse com 18 jogadores, se continuassem a jogar 15 contra 15 a quantidade não se notava.
Agora mais a sério, escusam de vir tentar dividir ou criar problemas, o Cascais é um grupo coeso e onde todos sentem que são importantes. Sabemos qual é o "nosso campeonato" e não entramos em euforias pelo lugar que ocupamos mas também não pedimos desculpas, estamos lá por mérito próprio e só saímos de lá por mérito de outros que provem ser mais fortes.
Para o senhor das 9h57…
Rennie…Fazia te bem!!!
Chora Chora Chora que vão te ouvir.
Deves ter alguma coisa contra o Campeão Nacional não?
Abraços poem te bom!!!
Caro MM
Uma pequena precisão: o resultado do Técnico-Académica da 3 jornada foi 29 -11 e não 20 - 11 como aparece indicado no quadro de resultados e em consequência na contabilização de pontos marcados do Técnico na tabela da classificação.
Abs
Anónimo das 21,45
Obrigado pela chamada de atenção. Os quadros já estão corrigidos.
Abraço
O Montemor este ano não se deve aguentar... Os reforços têm muito pouca qualidade!! Pena o ponta não jogar em outra equipa mais poderosa, no entanto nota-se que vai dando uma grande alegria à equipa... que se mantenha assim!!
Anónimo das 09:57, a direcção do CDUL, o treinador do CDUL e até os adeptos devem estar preocupadíssimos com a tua análise.
Primeiro e como diria o outro, não é como se começa, é como se acaba.
Mas mesmo assim, apesar desta miséria toda o CDUL foi o Campeão Nacional com este mesmo treinador que tu dizes que é péssimo, tem 19 Campeonatos conquistados, está em 1º lugar no Campeonato desta época apesar do miserável início de época que tu descreves, é de longe a equipa que marcou mais ensaios = 25 em jogos, é o clube que tem o maior número de jogadores inscritos na FPR em todos os escalões, etc ... etc ... PÁRA TUDO por causa de ti.
Está tudo Péssimo e vai haver chicotada psicológica já! Obrigado por nos teres aberto os olhos.
Pelo que vi trocaria esse ponta por qualquer jovem promessa. De realçar a união que o Montemor tem vindo a demonstrar
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