23 de agosto de 2012

FPR LANÇA ÉPOCA DE SEVENS DOS LINCES

Com a convocatória do primeiro lote de jogadores que ficarão incluídos nos trabalhos da selecção nacional de sevens - Os Linces - a FPR dá público início à época internacional da variante, que este ano vai incluir, pelo menos e que se saiba neste momento, 13 torneios.

Nove desses torneios farão parte das Séries Mundiais - deviam ser 10, mas a Argentina desistiu de organizar a etapa a que se tinha comprometido - e terão início já em Outubro com a realização da jornada australiana, que terá lugar em Gold Coast nos dias 13 e 14.

Dos restantes quatro torneios, três farão parte do Grand Prix Séries da FIRA-AER, e o último será o Campeonato do Mundo, em Moscovo, entre os dias 28 e 30 de Junho do próximo ano.

A FPR anunciou entretanto aos clubes a sua intenção de formar um grupo fechado de jogadores para darem conta de toda esta actividade, que não poderão ser utilizados pelos clubes nas suas competições de XV.

Acreditamos que essa não seja uma decisão definitiva, e que o ponto de vista dos clubes - que não gostaram muito da ideia, com especial destaque para aqueles que mais jogadores fornecem à selecção - possa vir a ser considerado, conseguindo um certo equilíbrio entre os interesses dos Linces, dos Lobos e dos clubes.

Para já fica uma lista de 17 jogadores, que deve a curto prazo ser aumentada, onde as ausências de Gonçalo Foro, Francisco Pinto de Magalhães, Carl Murray e Hugo Valente, são as mais notórias.

Note-se que Gonçalo Foro foi uma peça fundamental na composição dos Linces durante a última época, com a presença registada em oito dos 11 torneios que Portugal disputou, assim como Pinto de Magalhães e Carl Murray que foram escolha certa nos sete primeiros torneios.

Hugo Valente também faz notar a sua ausência, já que esteve nos últimos quatro torneios disputados pelos Linces.

Dos jogadores utilizados na última época, José Rodrigues (1 vez) e Manuel Raposo (2) (incluídos na equipa de forma pouco clara), Sérgio Franco (1), Nuno Penha e Costa (2), Sebastião Cunha (2), Bernardo Silveira (3) e Veltioven Tavares (3) não foram incluídos nesta convocatória, enquanto José Lima (2) e Francisco Appleton (5) estão no momento a tentar a sua sorte em França o primeiro na esperanças do Narbonne (onde também está Gonçalo Uva) e o segundo no Pau (Section Paloise), também nas Esperanças. *

Nos últimos anos os Linces tem utilizado entre 27 (em 2008-09, 2009-10 e 2010-11) e 25 (no ano passado) jogadores, e na verdade parece que 17 nomes para 13 torneios será curto, ficando em aberto a chamada de mais alguns jogadores.

Em relação aos que agora foram convocados, convém registar que temos um conjunto de seis jogadores com muita experiência, com Duarte Moreira (totalista no ano passado com 11 participações e 27 no total, tendo-se estreado em Hong Kong em 2009, e nascido em 1988), Frederico Oliveira (10-37-Ostrava 2008-1988), Diogo Miranda (9-28-Amsterdão 2007-1988), David Mateus (9-54-Hong Kong 2002-1980), Adérito Esteves (9-52-Dubai 2005-1985) e Pedro Leal (8-52-Dubai 2004-1984).

A este conjunto juntam-se Luis Sousa (4-10-Dubai 2010-1989) e António Vieira de Almeida (4-7-Sopot 2009-1990) que se estrearam em 2010 e 2009 respectivamente, mas que deram mais nas vistas na época finda, e Martim Ávila (8-8-Elche 2011-1989), Francisco Vieira de Almeida (8-8-Hong Kong 2012-1992), Vasco Fragoso Mendes (3-3-Glasgow 2012-1993) e João Lino (2-2-Moscovo 2012-1990), caloiros do ano passado, e, finalmente, Manuel Murteira (0-2-Lyon 2011-1990).

Para completar o lote foram convocados Pedro Ávila (nascido em 1994 e jogador do CDUP), Nuno Guedes (1994-CDUP), Miguel Lucas (1994-Cascais), José Vareta (APJRugby-1994) e, quatro jogadores que ainda não vestiram a pele dos Linces.

Nota-se um bom equilíbrio entre a experiência e a juventude, e a preocupação de apostar numa nova geração para ir substituindo aqueles que vão ficando mais velhos.

Confesso que gostaria de ver Gonçalo Foro e Hugo Valente incluídos no grupo, pois Foro é um jogador de fina técnica e influência na equipa, e Valente compensa em força e capacidade atlética o que lhe falta de técnica e virtuosismo, mas no conjunto creio que é bastante equilibrado e com a experiência que os mais novos vão adquirindo, garantem a qualidade que a nossa equipa tem que oferecer.

Outra novidade interessante que não tendo nada a ver com a equipa tem a ver com a sua actividade, foi o aparecimento na cena do rugby de uma agência de viagens que oferece um pacote para quem queira acompanhar a equipa nacional ao Dubai.

Que eu me lembre é a primeira vez que uma agência aparece a oferecer serviços desta natureza e é uma excelente oportunidade para os que desejam começar a acompanhar as deslocações da nossa equipa.

Por isso aqui deixo o link para mais detalhada informação, já que gostaria de ver uma verdadeira claque (Al-qateia chama-lhe o amigo Manuel Gaivão, do Luxemburgo) a apoiar a nossa malta!

A convocatória dos sevens:


P.S. Aqueles que não gostam que eu chame Linces aos Lobos Sevens, não vale a pena irritarem-se nem encherem a minha caixa postal de insultos e reclamações.
Já expliquei por diversas vezes que o faço apenas para evitar qualquer tipo de confusão entre os dois internacionais - os que representam a nossa selecção nacional de XV e os que representam a nossa selecção nacional de VII.
Aliás nem sequer é original uma equipa ser conhecida por dois nomes, como acontece por exemplo com os Springbok Sevens que são também conhecidos pelos Blitzbokke, e assim divulgados pela própria Federação sul africana - e ninguém se ofende ou sente diminuído.
Você quer chamar-lhes Lobos? Faça favor, mas não se esqueça de separar bem se é um Lobo de XV ou um Lobo de VII. Aqui optamos pela simplicidade, e por isso um Lobo é um Lobo, e um Lince é um Lince, e há muitos que são Lobos umas vezes e Linces outras, e todos entendem o que eu quero dizer - afinal aquilo que é verdadeiramente importante.

* - corrigido de acordo com a informação fornecida pelo CDUL (ver caixa de comentários)

Foto: António Simões dos Santos

15 comentários:

Anónimo disse...

E o carl?

Manuel Cabral disse...

O Carl Murray disputou sete torneios na época passada, mas foi jogar para Inglaterra. Vou incluir o nome dele junto com o José Lima e o Francisco Appleton. Obrigado.

Anónimo disse...

O Martim é de 1989. Erro da FPR..

Manuel Cabral disse...

Correção - Segundo acaba de informar o CDUL, Carl Murray vai ficar em Portugal pelos próximos três anos, o que o torna uma ausência de peso na lista dos convocados.
Vou proceder à devida correcção no texto.

Anónimo disse...

" Foro é um jogador de fina técnica e influência na equipa" , peço desculpa mas julgo que este de fina técnica não é de todo , se é conhecido é por jogar sempre em força e de forma pouco inteligente , e influência é relativa ver os resultados no final de época que este não jogou nenhum torneio assim como o Carl Murray .

Penso como primeira convocatória é equilibrada e pretende ter pouca dependência dos jogadores que jogam xv , a formação de um grupo paralelo pode resultar como se viu no final de época .

Anónimo disse...

Queres acabar com a selecção de XV? Ou vai ter apenas jogadores que actuem lá fora?

Luís Costa disse...

Se a intenção de formar um grupo fechado de jogadores me parece correcta, o a FPR avançar para não poderem ser utilizados pelos clubes nas suas competições de XV, parece indicar o início de contratos profissionais com a FPR, o que seria excelente.

Mas será que a FPR tem dinheiro para fazer contratos profissionais centralizados?

Mesmo fazendo-o, o que será excelente, repito, parece-me inaceitável, e pouco inteligente, que os jogadores não possam jogar pelos clubes. Até porque vai contra o que é a prática corrente.

Por exemplo, na seleção inglesa os jogadores continuam a poder jogar por clubes, quando o calendário o permite. O Dan Nortan deixou o Bristol (que deixou de o querer só para jogar meia dúzia de jogos por época), mas jogou na época passada pelo Hartpury College, um clube da Division Two. (4ª divisão inglesa)

Ou seja, o que acontece na prática, é como os jogadores estão raramente disponíveis, acabam por apenas ter lugar em equipas secundárias.

Mais, em geral, o que acaba por se verificar é que os jogadores com contratos profissionais centralizados de VII nem sequer estão interessados em jogar XV, porque uma lesão pode afectar o seu rendimento físico e financeiro - fazê-los perder prémios -. Ou seja física e financeiramente deixa de ser interessante jogar XV.

Donde, é deixar os contratos centralizados implementarem-se com naturalidade. Se estes forem bem feitos, com um valor base, e prémios por jogo e resultados, penalidade por faltas, etc.. a questão de jogar pelos clubes resolve-se naturalmente.

Mas volto à questão inicial: Será que a FPR tem dinheiro para fazer contratos profissionais centralizados?

Não me cheira ...

E a amadores não se pode cercear a sua liberdade ...

Anónimo disse...

Dos jogadores convocados acho que apenas 2 terão que tb jogar na selecção de XV: Frederico O. e P. Leal (a defesa). Mas Foro e Murray farão falta à selecção de Sevens. Este quatro são os que me parece serem importantes para as duas selecções.

O que não percebo é os jogadores do grupo dos sevens não poderem jogar XV pelos seus clubes. Durante toda a época? Tb não vão jogar (Frederico e Leal) pela selecção de XV?

Anónimo disse...

Nao se percebe a falta de aposta no Murteira! Um jogador que já mostrou ser um "pénalti"! já se sabe que o pico nao gosta dele, mas engula o orgulho e meta o melhor ponta nacional!

Anónimo disse...

Sérgio franco também ficou de fora, porquê?

Anónimo disse...

O Hugo vai trabalhar para fora. Logo não vai jogar no próximo ano.
Abraço

Jose Silva disse...

realmente parece curto. penso que poderiam pelo menos criar um grupo alargado, com um grupo core e outro para as substituições ou pequenas alterações. Mas claramente a FPR quer apostar nos VII e acho até bem, porque por lá passará o mundial de 2013 e principalmente os JO, onde com uma boa preparação poderiamos fazer um bom resultado.
Mas teremos capacidade e tamanho, como país, para abdicar destes jogadores nos clubes? O que dirá o Belem com 5 jogadores?
Por outro lado, é bom focarem-se só nos VII.
Talvez uma solução mista fosse o ideal

Anónimo disse...

Atenção que uma das leis novas que entra em vigor na época desportiva que está prestes a iniciar, é a de que nos VII's poderão ser 5 suplentes e todos eles poderão entrar.

Pelo que para os torneios é bem capaz que comecem a ir 14 jogadores em detrimento dos habituais 12.

Anónimo disse...

Ainda bem que esse Pico que tem um ódio de morte à Académica não convocou nenhum jogador de coimbra, assim poderão jogar todos pela Académica..
José Maria

Anónimo disse...

A FPR irá pagar alguma compensação aos clubes? É que existe um regulamento de transferências, que foi inclusive uma das grandes alterações propostas pelo actual presidente da FPR, e se os jogadores vão assinar contratos com FPR, ela deve pagar aos clubes formadores, ou não?