16 de agosto de 2012

CIRCUITO MUNDIAL DE SEVENS COMEÇA MAL

Numa decisão inesperada a International Rugby Board (IRB) decidiu cancelar a etapa argentina das Séries Mundiais de Sevens, que se deveria realizar em Mar del Plata no fim de semana de 21 de Outubro, e que representava a evolução das séries para 10 etapas, depois de no ano passado ter crescido de oito para nove jornadas.

A organização de uma etapa do Circuito passa por um complexo processo negociado entre a IRB e a Federação interessada na hospedagem do evento e o apoio da Confederação Regional respectiva, e envolve múltiplas garantias até se chegar a um contrato final - organizar um evento desta natureza é uma coisa muito séria, envolve milhares de pessoas, dezenas de milhares de espectadores e muitos, mesmo muitos, interesses comerciais.

Portugal por exemplo, já deu provas de ser capaz de organizar torneios de grande envergadura, dos quais o último se realizou no mês passado no Algarve (Torneio de Qualificação para o Mundial de Sevens de 2013), e de que recordamos os Torneios FIRA de Juniores (Lisboa 1979 e Tróia 1989), o Torneio de Qualificação para o Mundial de Sevens de 1997 (Lisboa 1996), o Campeonato da Europa de Sub-19 (Região Centro 2009) ou o Mundial Universitário de Sevens no Porto em 2010.

Agora que a poderosa Federação de Rugby da Argentina (UAR), depois de tudo negociado (o que deve ter levado alguns anos até tudo ficar acertado) venha, a dois meses da data prevista, desistir da organização daquele que se pretende seja o Grande evento dos Sevens no Mundo, é, no mínimo, estranho.

Compreende-se que a IRB tenha saído a público defendendo a UAR, mas imagino o que seria se Portugal tivesse desistido em cima da hora, de organizar uma qualquer das competições enunciadas acima, ou o fizesse em relação às duas que terão lugar no nosso país em Outubro deste ano (Campeonato da Europa de Sub-19 e Torneio de Qualificação para o Europeu de Sub-18) - por certo a FIRA-AER não seria nada complacente com a nossa Federação!

E de tal forma a IRB passou a mão na cabeça da federação Argentina, que fica tudo na mesma para o próximo ano, com a promessa argentina de que "desta vez não falharemos!"

Voltamos desta forma a um Circuito Mundial com nove Torneios, e com um cartão vermelho para a Union Argentina de Rugby, para a Confederação Sul Americana de Rugby (CONSUR) e para a própria IRB - vamos ver o que nos reserva o futuro!

5 comentários:

Anónimo disse...

Ridiculo, simplesmente ridiculo...

Anónimo disse...

mais um sinal preocupante que a IRB e os seus dirigentes nao têm uma visão de futuro boa para o rugby mundial.continua a ser um organismo de "old farts" gerida por técnicos de 3ª categoria e com uma agenda no minimo duvidosa. A decisao de atribuir à Russia o mundial de sevens é outras das decisões muitos estranhas...nao consigo pensar num fator lógico a nao ser dinheiro...para o mundial de sevens ser na Russia.

José Lopes disse...

O rugby não é diferente dos outros desportos regidos por federações internacionais. A Argentina é uma potência mundial e o único país da América do Sul ( e não só )a ser capaz de ombrear com os outros países do hemisfério sul em que o rugby é um desporto à séria, assim sendo e tendo, também, em consideração o tamanho e valor do mercado que representa nós em Portugal não podemos, se forma séria, pretender-mos ser tratados da mesma forma.
É injusto, eu concordo mas, é de esperar e a única forma de escapar a essa iniquidade é sermos melhores, mais organizados e trabalhadores.

Manuel Cabral disse...

Lamento discordar José Lopes, mas acho que nós (e outros "pequenos" como nós) temos que exigir continuamente ser tratados da mesma forma que os "grandes"!
O facto de não sermos tratados da mesma forma não é razão para aceitarmos o facto sem reclamar.
Até porque já provámos ser capazes de organizar competições tão bem ou melhor que os "grandes", e, com toda a certeza!, nunca abandonámos o barco a meio do caminho!
A Argentina esteve muito mal e a IRB também, ao não mostrar o mínimo de reprovação pelo facto, abrindo a porta para que outras federações responsáveis pela organização de outras competições, saltem fora em cima do acontecimento...

Estevão disse...

A inclusão da Argentina no torneio do Hemisfério Sul, como a Itália no 6 Nações, é a prova que o alargamento da DH é o caminho certo! Os grandes continuam a jogar com os grandes e os pequenos também podem jogar com os grandes, para aprender e terem de ser melhores, como dizia o Tomás Morais na entrevista.