3 de junho de 2017

GPS - POR ONDE ANDA A EQUIPA NACIONAL DE SEVENS?


Depois de 24 anos de atividade, 170 torneios, 950 jogos, oito títulos de campeões da Europa, participação em cinco campeonatos do Mundo, um presidente federativo desinformado descobre que a Seleção Nacional de Sevens não é uma equipa competitiva, mas apenas uma forma de preparar e avaliar jogadores para que eventualmente venham a integrar a Seleção Nacional de XV.

Durante anos o prestígio do rugby nacional foi-se construindo em redor dos sucessos da nossa equipa de sevens, através dela o nome de Portugal foi sendo conhecido no mundo do rugby, foi através dos sevens que Portugal recebeu equipas nacionais e de convites de todos os cantos do Mundo - com destaque para o saudoso Lisboa Sevens - e foi ainda através dos sevens que Portugal recebeu os seus primeiros grandes torneios do Mundo, nomeadamente o qualificativo para o Mundial de 1997.


Tem sido através dos sevens que os árbitros portugueses têm conseguido o seu reconhecimento internacional, foi através dos sevens que os treinadores portugueses foram reconhecidos no meio, foi pelos sevens que muito jogadores portugueses chegaram ao topo do reconhecimento mundial.

Mas agora, graças à inteligência e sabedoria de um jovem presidente, que parece empolgado na destruição do rugby nacional, os sevens - que em todo o mundo são saudados e elevados, em particular após a sua integração no programa dos Jogos Olímpicos - em Portugal passaram à categoria de "processo de treino e seleção" das equipas nacionais de XV.

Claro que não é apenas o actual presidente o responsável pela situação, já que o seu antecessor e muitos dos que com ele trabalharam, se encarregaram ao longo dos anos, de preparar esta despromoção, parecendo que estavam trabalhando em equipa, mesmo se hoje alguns desses "coveiros" aparecem timidamente a sacudir a água do capote e a reconhecer o lugar que os sevens têm no mundo do desporto mundial.

Enfim, desculpem o desabafo, mas tudo o que é de mais, fede!

Amanhã e depois, em Moscovo, começa o Europeu 2017 da variante, no denominado Grand Prix Series da Europa (GPS), que terá este ano quatro etapas, que se desenrolam em pouco menos de um mês e meio.

O Circuito europeu irá de Moscovo para Lodz, na Polónia, visitando depois Clermont-Ferrand em França, e, finalmente, Exeter na Inglaterra.


O sistema de disputa do Campeonato da Europe foi alterado a partir de 2010, mas até esse ano consistia de dois torneios de apuramento, e um campeonato final, para o qual eram apurados os melhores dos dois torneios de qualificação.
Em 2011, o sistema foi alterado, a competição passou a ser disputada como um Circuito, que tem tido número variável de etapas, e Portugal, depois de vencer o primeiro GPS em 2011, passou a partir de 2014 a ter um comportamento menos bom.

Em 2011 o GPS teve quatro etapas e Portugal foi o vencedor, em 2012, com três etapas, Portugal foi segundo e em 2013 em duas etapas apenas, Portugal foi 4º..
Depois, em 2014, com quatro etapas, Portugal não conseguiu melhor que a 9ª posição, recuperou um pouco em 2015, ficando em 6º lugar em três etapas, e no ano passado, com três etapas de novo, Portugal voltou a ser 9º classificado.

Portugal não participa em nenhum torneio internacional de sevens desde Setembro, quando foi ao Quénia com uma equipa de jovens jogadores, dos quais oito faziam a sua estreia, e apresenta-se mais uma vez com uma equipa muito nova, apenas com dois jogadores com mais de 20 participações em torneios, e outros três com mais de 10 e menos de 20 participações.

Dos restantes componentes da equipa, cinco têm menos de 10 torneios nas pernas, e dois fazem a sua estreia.
Dos jogadores mais experientes e que faziam parte da convocatória para os treinos, as ausências mais sonoras são de Pedro Leal, Adérito Esteves e Nuno Sousa Guedes.

Fique com a equipa de Portugal para o final de semana, sabendo que António Aguilar, a quem deixamos aqui um abraço de solidariedade, não seguiu com a equipa, devido ao falecimento de sua irmã.


Incluída no Grupo C, a equipa nacional vai enfrentar no primeiro dia da prova a França (07,03h), a Inglaterra (09,26h), e a Bélgica (10,33h), recordando que o GPS servirá para qualificar duas equipas europeias para o Mundial 2018, em São Francisco, e o representante europeu no torneio de qualificação para um lugar de equipa residente no Circuito Mundial 2017-18.

Veja o quadro dos jogos da fase de apuramento, e depois os detalhes do apuramento para o Mundial de 2018 e para o qualificativo para o Circuito Mundial 2017-18.


APURAMENTO PARA O MUNDIAL DE SEVENS 2018 EM SÃO FRANCISCO
O Mundial de sevens disputa-se em 2018 - e não em 2017, como seria natural - porque com a introdução dos sevens no Programa Olímpico, e com a estreia da modalidade nos Jogos do Rio de Janeiro em 2016, a World Rugby decidiu que deveria haver um intervalo de dois anos entre cada um dos grandes eventos.
E assim, o Mundial de 2017, passou a ser o Mundial 2018.

Das 24 equipas nacionais que vão participar do Mundial, 13 estão já escolhidas, e são elas:
País organizador
Estados Unidos

Os oito quarto-finalistas do Mundial 2013
Nova Zelândia, Inglaterra, Fiji, Quénia, África do Sul, País de Gales, Austrália e França

Os quatro melhores do Circuito Mundial 2016-2017
Escócia, Canadá, Argentina e Samoa

Os restantes 11 participantes sairão de torneios regionais de apuramento
Europa (2), Ásia (2), África (2), América do Norte (1), América do Sul (2) e Oceania (2)

Então, Portugal pode ambicionar um dos dois lugares de acesso que serão discutidos no GPS deste ano.
Reparem que já estão apuradas as seleções da Inglaterra, País de Gales, França e Escócia (que não disputa o GPS), pelo que a tarefa de Portugal fica um pouco mais ligeira, embora a presença de França e Inglaterra no nosso grupo de apuramento em Moscovo, vá dificultar as coisas.

APURAMENTO PARA O QUALIFICATIVO PARA EQUIPA RESIDENTE DAS SWS
Para o torneio de apuramento para equipa residente do Circuito Mundial (SWS) a tarefa é igualmente complicada, embora a classificação da Inglaterra, País de Gales e França também não conte, e a estas equipas se juntem as da Rússia e Espanha, que fazem parte das equipas residentes neste momento.

Ou seja, para o apuramento para o torneio de qualificação para equipa residente não teremos que nos preocupar com espanhóis nem russos, além de ingleses, galeses e franceses...
Mas ainda sobram a Irlanda - que parece ter-se preocupado com a preparação da equipa para este duplo objetivo - a Alemanha, a Geórgia, a Itália, a Polónia e a Bélgica...

PS: Foi corrigida a localização da 3ª etapa, que não é mais em Saint-Etienne e sim em Clermont-Ferrand.

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