22 de novembro de 2014

LOBOS CONVENCERAM E AINDA POR CIMA VENCERAM!

Não, a vitória não foi uma sorte, um acidente, mas perante o que a equipa nos deu, até foi secundário!

Dizer isto de uma equipa que nos últimos cinco anos nos deu mais todos os motivos para ficarmos desmoralizados depois de cada exibição, tem um enorme significado e é desse significado que nos enchemos hoje!

A equipa jogou "à portuguesa" com determinação, com disciplina táctica, com atitude e com espírito!


E é por isso que o resultado é secundário!
Porque nós queremos mais ter uma equipa que nos leve com ela, que nos faça vibrar, que nos faça lembrar de cada linha de defesa, de cada avançada galopante com a bola na mão, mesmo perdendo, do que uma outra que ganhando, nos faça ir para o terceiro tempo falar da chuva, do vento, das férias, das viagens!

E ainda por cima da alegria de ver a alegria da equipa, do gozo de cada placagem, da pica de cada entrada na linha do adversário, hoje tivemos a cereja em cima do bolo e vencemos!

Com a vitória Portugal ultrapassa a Namíbia no ranking da World Rugby e sobe à 22ª posição, mas o que dizer dos quatro ensaios marcados? E da forma como se defendeu, que impediu que a Namíbia subisse aos nossos 22 até aos 20 minutos de jogo?

O JOGO
Foram os africanos a abrir o marcador com a transformação de uma penalidade logo aos 4 minutos, através do seu número 10, que viria a marcar mais uma penalidade e duas transformações, mas logo aos 10 minutos Nuno Penha e Costa conduz um movimento de ataque dos Lobos, cruza com José Lima que apanhou o sinal aberto e marcou, para a transformação de Tiago Girão, virando o resultado para 7-3.
Com o comando do marcador, Portugal teve um período de grande categoria, com destaque para a segurança que Francisco Pinto de Magalhães e Penha e Costa transmitiram à equipa, e à solidez da defesa primária que foi sempre agarrar o jogo dos namibianos lá longe, no ninho do seu ataque.

Aos 23 minutos a Namíbia consegue uma boa série de rucks dentro dos 22 de Portugal, até que o seu abertura tem uma boa movimentação, soltando o talonador para marcar ensaio, transformado pelo nº 10 da equipa. 7-13 no marcador, mas não estava ainda encerrado o primeiro tempo, que terminou logo após um excelente ensaio dos avançados portugueses, que após conquista de bola num alinhamento nos 22 dos africanos, criaram um maul dinâmico que só para dentro da área com Tiago Girão a somar o ensaio para os 12-13 (Girão não conseguiu a transformação) e com o apito a soar para os balneários logo de seguida.
No registo ficaram os 62% de vantagem territorial, contra os 38% dos visitantes.

Quando se aguardava uma reacção da Namíbia no arranque do segundo tempo, foi Portugal que voltou a marcar, com uma bola fornecida por Pinto de Magalhães a Penha e Costa na sequência de um ruck, que o abertura português aproveitou em pleno, fez que passava, mas não passou, entrou no buraco e deu nas costas para a entrada de Pedro Bettencourt que entrou e marcou um ensaio de belo efeito, pondo os Lobos de novo na frente, para Tiago Girão elevar para 19-13.

Aos 10 minutos uma placagem perigosa leva José Lima a um descanso forçado, mas a equipa soube controlar a situação e não permitiu que o adversário tirasse partido da desvantagem, antes conseguindo aos 14 minutos mais três pontos numa penalidade transformada por Girão e elevando o resultado para 22-13.

À meia hora do segundo tempo Gonçalo Foro segue um pontapé de Francisco Pinto de Magalhães, ganhando o ressalto e soltando com segurança para Pedro Bettencourt que acompanhou bem o movimento, e foi premiado com o quarto ensaio de Portugal e seu segundo do dia. Girão transformou mais uma vez e o marcador passou 29-13, uma vantagem que apenas um cataclismo permitiria reverter.

Ainda tentou a Namíbia e foi recompensada com um último ensaio transformado para os 29-20 finais, que marcam a segunda vitória portuguesa contra a Namíbia, e são um prémio claro e justo à forma como a equipa se apresentou.

Antes de terminar não podemos deixar de registar a forma como os oito da frente se comportaram, com largos momentos de domínio inequívoco sobre o adversário, e que foi a base de tudo o que se passou em campo.

Portugal só volta a jogar em Fevereiro, e até lá apostamos que a equipa técnica vai fazer este grupo sofrer muito, mas vale a pena, pois se confirmarem nos próximos encontros o espírito e a atitude que hoje trouxeram ao Universitário de Lisboa, vão conseguir ter a malta do rugby do seu lado!

Foto de Capa: Miguel Carmo

17 comentários:

Anónimo disse...

Portugal volta a jogar em Janeiro, não em Fevereiro. Pelo menos haverá um jogo com os Englands Studants.
Parabens Lobos. Os frutos começam a aparecer. Esperemos que continuem.

Manuel Cabral disse...

O comentário referia-se a Jogos Internacionais, e embora importante, o jogo com os England Students não é considerado um jogo internacional, sendo antes um jogo de preparação da nossa selecção.
Esse jogo não conta, assim, para o ranking da World Rugby, nem confere "internacionalizações" aos jogadores que o disputam.

Anónimo disse...

Foi em bom jogo de Portugal , mas está não era a Namíbia que jogou os outros jogos. Nós tivemos muita vontade , parabéns ao Lma e ao Avila

Anónimo disse...

Muitos parabéns, Lobos! Orgulho!

Filipe Costa disse...

Concordo, grande atitude da equipa e bastante raça a defender.

De qualquer forma, enquanto a disciplina não melhorar e o número de erros de handling não baixar drasticamente, não vamos poder ambicionar mais. É dramático ver o número de bolas "perdidas" ou deixadas cair para o chão (seja para a frente em "avant" ou para trás), não é de todo aceitável a este nível, foram mais de 30 ao longo de todo o jogo. O mesmo se pode dizer do número de penalidades concedidas, como é possível ao intervalo termos concedido 7 contra apenas 1 dos nossos adversários? Estes são os dois pontos que continuam a limitar o nosso jogo e que temos que corrigir para progredir e chegar ao nível da Geórgia e Roménia.

De qualquer forma, estão de parabéns, deu-me gozo ver a equipa jogar com tanta vontade e garra, grandes linhas de corrida, grande placagens, grandes melées é um impecável jogo ao pé. O gozo era tanto que tinha o jogo Gales - NZ na televisão e Portugal no computador e enquanto Portugal não acabou, não consegui tirar os olhos do computador.

Força Portugal!

Anónimo disse...

Claro que era Namíbia, não diga disparates, a nova zelandia e sempre a nova zelandia jogue quem jogar

Anónimo disse...

Vejam as coisas positivas pelo menos uma vez na vida!

Anónimo disse...

Grande jogo com uma equipa made in Portugal e muito jovem, deu mesmo gozo ir ao estádio. Com uma atitude que há muito não se via. Parabéns!!!

Anónimo disse...

Digam o que quiserem mas a equipa jogou bem, teve MT bons momentos de Rugby. Alguns destes jovem podem estar no Mundial de 2019.
A Namíbia não este igual aos outros jogos mas era a Namíbia.
Factores menos bons, a vinda de um pilar Francês que nem foi convocado será que tinham toda a informação sobre o rapaz? Despolis a substituição tardia de alguns jogadores da 1 linha, não tivemos um 10 de origem mas também digo Nuno P Costa fez um excelente jogo, por ultimo é ridículo colocar bilhetes a venda quando a 10 m da porta a CGD está a dar aos 5e6 de cada vez.

Anónimo disse...

Parabens pela vitoria e pela atitude viu se alegria e emtrega , claro que houve erros claro que nem tudo esta em mas serviu para calar muita gente... Eu sei que todos somos um bocado treinadores de bancada mas qie que quem e bom esta no campo e os nossos selecionadores tem provas dadas mas nao resisto em fazer um apelo para uma grande injustica , e nao digo que tenha que ser internacional mas pelo menos chamado aos trabalos da SN , nao tem fisico para pilar internacional mas como talonador esta seguramente a altura , falo do bruno raposo do direito , e o jogador que qualquer treinador gostA cumpre tudo o que lhe pedem e de uma entrega e generosodade em campo indiscuivel e tudo o qie faz faz bem , nao aparece a brilhar nos ensaios e nos passes nas costas ? Pois nao mas. Isso e porqie anda a fazer o trabalho dos outros no jogo no chao ma defesa etc raramente comete uma falta ainda vamos a tempo de corrigir uma injustoca que dura ha anos, sr joao luis pelo menos chame o para os treino depois decida em conformodade

Anónimo disse...

João Luis treinador principal, ou Tomás Morais. Ninguém duvida que esta selecção voltou a ter o dedo do Tomás.
E do Henrique Rocha que se mostra realmente um especialista na condução de homens. Nestas coisas não é só preciso saber de rugby. É preciso sobretudo saber motivar. E nisso valeu a pena regressar aos anos que antecederam o mundial de 2007. Antes um jogador mediano muito motivado que um pseudo craque que chega na véspera e, "deixa-me acabar esta porra que tenho de beber uns copos e voltar para França". Claro que não incluo aqui dois ou três que todos conhecemos.

Anónimo disse...

E precisamos de um 10 de origem com o NPC a jogar daquela maneira?

Anónimo disse...

Boas!
Com a vitória contra a Namíbia subimos um lugar no ranking!

http://www.worldrugby.org/rankings

Cumprimentos,
CF

Anónimo disse...

Do 8 ao 80 ou de bestas a bestiais

É assim que pelos vistos se está a reagir depois de um hoje em que - SIM - houve motivação, entrega, vontade de vencer.

Mas, embora concordando com um dos comentários de que jogámos contra a Namíbia e o XV com que apareceu (sem 6 dos seus melhores jogadores, mas problema deles)não gosto de embandeirar em arco.

Ganhámos, porque esta equipa era do nosso «campeonato»! E estamos de parabéns.

Mas vamos ver daqui a uns meses quando for realmente a sério! Esperando não passar, de novo, de bestiais a bestas...

Anónimo disse...

Claramente muita gente não sabe separar as águas , uma vitória importante sem dúvida ,parabéns a todos , mas misturar tudo como é vulgar em Portugal é vergonhoso , falar de grandes motivações , de craques que vêm de fora fazer fretes , agora é que é bom e que o passado recente era tudo mau , espelha bem o rugby neste momento em Portugal - medíocre

Vamos ver quando os desaires acontecerem e já aconteceram esta época como se comenta .

Great_duke disse...

Calma! Foi um excelente jogo e nada mais. Há muito para trabalhar, para evoluir, para ganhar.

Foi um primeiro passo, mas um passo importante pela motivação que dá a todos. Fiquei muito satisfeito pela atitude e alegria da equipa. O factor motivacional foi, sem dúvida, importante.

De notar muita juventude, logo bastante esperança no futuro.

Agora há que continuar a trabalhar cada vez melhor para enfrentarmos os nossos adversários do CEN em melhor situação que nos últimos anos.

Claudio disse...

Não há revolução !

O importante era ganhar este jogo e ganhamos. Podíamos até ter ganho sem garra que continuaria ser importante o ter ganho. Mas ganhamos com garra.

É importante o ter ganho antes do CEN e, para min, está vitória conta muito mais que a do ano passado com o Brazil num jogo que, ao meu ver, sem falta de respeito pelos jogadores, não passou de um jogo de "gala".

No entanto não acredito na revolução (em relação e resposta aos comentários aqui acima).

Não acredito que vamos agora jogar com uma equipa principalmente composta por jogadores de "fora" - ninguém acredita nisso de resto - mas também não acredito nessa ideia de uma seleção que se privaria agora para a frente dos lusodescendentes, se limitando a convocar aqueles de que todos "gostam".

Não acredito, porque privar-se dos jogadores de "fora" seria completamente irresponsável, tanto como privar-se dos talentos do "interior".

Acredito que vamos continuar tal como avançamos nos últimos tempos porque apenas assim podemos subir (sim avançamos nos últimos tempos, sem restados mas avançamos !).

Assim acredito que vamos continuar a convocar todos os de "fora" que se mostrarem disponíveis para vestir a camisola das quinas, desde que esses justificarem do nível de jogo exigido numa competição international o que tem a maior parte do tempo a ver com o campeonato onde jogam, mas não sempre.

Acredito que vamos continuar a convocar todos os de "dentro" com talento para evoluírem na seleção, oferecendo as esses mesmo também a possibilidade de darem nas vistas daqueles (observadores) que um dia, possivelmente, os tornaram de jogadores de "dentro" para jogadores de "fora" tal como já aconteceu várias vezes e ultimamente para o prazer de todos !

Acredito apenas que podemos melhorar alguns aspectos em relação ao passado.

Podemos trabalhar para que as relações com os clubes franceses se melhorem, mas nem sempre poderemos evitar uma chantagem de última hora por causa de uma lesão de um outro jogador da equipa francesa que tornará a presencia do lusodescendente obrigatória em terra gaulesa.

Podemos trabalhar para melhorar a escolha dos de "fora", mas nunca vamos poder evitar que um jogador interessante no papel se revele finalmente pouco útil no terreno ou pouco motivado em representar a seleção.

Podemos trabalhar a melhorar outros aspectos - acho importante trabalhar para um bom ambiente entre jogadores para que os de "dentro" não se sintam em perigo na presencia dos de "fora" e para que o de "fora" se sintam legítimos em representar Portugal - mas não acredito numa revolução e acho bem porque neste aspecto - tal como em muitos outros - as melhores soluções são geralmente as que procuram um equilíbrio. Neste caso entre os de "dentro" e os de "fora".

Acredito que vamos continuar a subir !

Parabéns Lobos !