15 de setembro de 2010

AGRÁRIA NA 2ª DIVISÃO


A FPR ANUNCIOU ONTEM QUE A AGRÁRIA DE COIMBRA, A SEU PEDIDO, disputará a 2ª divisão e não a 1ª, como estava previsto e era seu direito.

Esta situação que era já conhecida e comentada no meio, é preocupante, já que vai tirar algum do equilíbrio que se tinha na 1ª divisão, e enfraquecer o seu conjunto.


Se juntarmos a esta descida voluntária, a situação precária que a UTAD atravessa e o desaparecimento do Rugby da Linha, verificamos que na verdade a 1ª divisão está reduzida a cinco equipas, mais a UTAD e uma promovida*, que terão ainda de provar a sua competência desportiva.

A redução da 1ª divisão para sete equipas ( contando com a UTAD) trás consigo algumas dúvidas ainda não esclarecidas, das quais a mais importante tem a ver com a despromoção, ou não, para a 2ª divisão, no final do ano, da última classificada - no caso a sétima.

Enquanto se assiste a um verdadeiro êxodo de jogadores da Divisão de Honra para o estrangeiro, à procura de outros desafios (que eu saiba são sete, todos envolvidos nos trabalhos das seleções nacionais de VII ou de XV), e ao desmembramento da 1ª divisão, continuamos a ouvir falar em competitividade, ou falta dela, para as melhores equipas, redução do tempo de atividade para as principais divisões, seleções regionais, alteração do modelo competitivo, participação de equipas portuguesas na Challenge Cup, a "injusta" não qualificação para o Mundial 2011, e uma data de outras tretas.

Mas não ouvimos ainda ninguém preocupar-se com o facto de apenas termos cerca de mil jogadores seniores em Portugal, do desinteresse generalizado nas competições seniores, ou com as razões de alguns clubes que não querendo ser promovidos à Divisão de Honra "gerem" a sua participação na 1ª divisão, por forma a não serem confrontadas com aquela promoção, pelo número reduzido de árbitros, pela falta de enquadramento para os jogadores dos escalões de formação, sucessivamente perdidos para o rugby, pela falta de instalações, pela não existência de verdadeiras competições regionais, e tantas outras coisas.

Perante este espetáculo, não faz sentido falarmos em profissionalização dos clubes e dos jogadores, nem em nenhuma dose de "vitaminas" para branquear a imagem do rugby nacional.

Os anos que passaram são os principais causadores desta situação, mas o pior de tudo é que o novo enquadramento legal dos Orgãos Sociais da FPR, com a entrega de (quase) todo o poder a um único personagem - o Senhor Presidente - não vem permitir que uma solução consensual, como se impunha, para o rugby português seja tomada, mas antes a crise se agrave, e conduza a consequências absolutamente imprevisíveis.

Deixar que seja o Presidente da FPR - o atual ou outro qualquer - a conduzir este complexo problema, que se arrasta há mais de duas décadas, vai ter maus resultados, e, ou a "sociedade civil" - os clubes - começam a falar entre si, e a discutir como se vai ultrapassar a situação e encontrar os caminhos do futuro, ou a parte do bolo que tem atrativo óbvio - os sevens - vai acabar nas mãos de quem não deve, e apenas se move por razões da carteira, e o rugby de xv vai acabar onde começou - nos copos.

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