6 de janeiro de 2020

NA LUTA PELO TÍTULO AGRONOMIA VENCE TÉCNICO, BELENENSES PASSA PARA A FRENTE

Vencendo o CDUL por 42-7 no Estádio Universitário, o Belenenses aproveitou a derrota do Técnico e passou para a liderança da classificação, apresentando o melhor ataque do Grupo, com 145 pontos marcados, e ainda a melhor defesa, com apenas 69 pontos sofridos.

No que respeita a ensaios o Belenenses também é o melhor, tanto nos ensaios marcados com com 17 no registo, como nos sofridos, apenas com seis toques de meta concedidos.

Mas os azuis de Belém não se ficam por aí, e com quatro jogos disputados registam outros tantos pontos de bónus, o que mais nenhuma equipa conseguiu!
Então, a liderança parece que está - neste momento - nas mãos apropriadas, faltando apenas saber por quanto tempo isso vai acontecer!

O Mão de Mestre acompanhou duas das partidas do fim de semana - Cascais-Direito e Agronomia-Técnico - com a colaboração do Pedro Pinto Fernandes que nos dá a sua visão desses encontros.
No final a tabela classificativa atualizada.

CASCAIS 13-41* DIREITO (1-4)
No jogo inaugural desta quarta jornada, encontraram-se no campo da Guia as equipas de Direito e Cascais, ambos a não poder perder pois a derrota nesta fase pode significar perder o comboio dos da frente e consecutivamente perder o lugar na final four e luta pelo título. Previa-se portanto um jogo equilibrado, talvez a pender um pouco para o lado cascalhense fruto do fator casa e de vir de uma vitoria moralizadora contra o CDUL na jornada anterior.
Mas a realidade de facto nada teve a a ver com a previsão.
De facto, no campo, o Direito impôs-se desde os primeiros minutos e não deixou o Cascais respirar um minuto sequer.
Com avançados mais poderosos, três quartos mais rápidos, defesa mais acutilante e jogo mais abrangente, o domínio dos advogados foi claro e efetivo.
O Cascais nada pode fazer perante este adversário em tudo superior que só ofereceu um ensaio em altura de relaxe para logo minutos depois, marcar o seu quarto e atingir o ponto de bónus tao importante nesta fase.
No final do jogo o marcador apresentava o resultado de 13-41, vitória folgado e algo inesperada (apenas para os que não viram o jogo) devido à diferença pontual mas que espelha na realidade o que se passou em Cascais.
Direito, que teimosamente mantem a sua intransigente postura de jogar apenas com jogadores portugueses e amadores, continua a bater o pé a equipas pejadas de estrangeiros que muitas vezes não trazem qualidade e apenas servem para afastar os jovens da formação.
Vitória justa e sem contestação do Direito que assim se mantém, estoicamente, no grupo dos melhores.

AGRONOMIA 24-23* TÉCNICO (3-2)
Em domingo solarengo e com temperaturas invulgarmente elevadas para a época, encontraram-se na Tapada a equipa de Agronomia e a ainda invicta equipa do Técnico que acabaram por proporcionar um belíssimo jogo de rugby com um final com um misto de inesperado e desesperado que muito agradou a bem composta bancada do Campo da Tapada.
Foi um jogo com duas partes totalmente distintas e ambas bastante interessantes e emotivas.
Na primeira parte assistiu-se a um jogo de quase sentido único com Agronomia desde cedo a instalar-se no meio campo do Técnico e a ficar por lá...
Não havia Kane no Técnico (muito apagado na primeira parte) e houve uma Agronomia muito forte e dinâmica, com jogo simples e direto, a acertar nos básicos e a fazer ensaios, o primeiro deles nos primeiros segundos de jogo resultado de um roubo de bola pelo ponta agrónomo a Kane que infantilmente oferece de mão beijada esses primeiros pontos.
Mas não foi só aqui que os engenheiros claudicaram - durante praticamente toda a primeira parte a apatia dos azuis foi clara e o aproveitamento dos verdes desse estado foi evidente.
Assim foi naturalmente que os verdes tivessem chegado ao intervalo com uma vantagem de 17-7 sendo que o Técnico só marca o seu ensaio na primeira parte com Agronomia a jogar com menos um. Já a segunda parte ofereceu-nos um jogo completamente diferente.
No Técnico saiu o jovem Lucas, e Kane passa para 9, lugar onde é tubarão no oceano do rugby.
Do lado de Agronomia a poderosa primeira linha começou a mostrar sinais de cansaço e ainda por cima, o Técnico joga com o sol pelas costas, inteligente escolha de campo por parte dos visitantes. Paulatinamente o Técnico começa a subir, a impor-se, a instalar-se no meio campo dos da casa. Marca pontos, um ensaio logo na primeira jogada do recomeço, em que envolve a sua rápida linha de três quartos e assim, impondo-se também nas formações ordenadas de forma imperial, chega aos 23 pontos contra 17 dos verdes.
Nesta fase a Agronomia tinha desaparecido completamente do jogo.
Surpreendentemente e quando já quase toda a gente apostava numa vitória do Técnico, Agronomia, num ultimo esforço e encontrando forcas sabe-se lá onde, marca um ensaio, já quase ao cair do pano colocando o marcador naquilo que seria o resultado final, 24-23.
Mas não se pense que o jogo terminou por aqui.
Na realidade o Técnico não se deu nunca por vencido e aproveitando os últimos minutos do jogo carrega novamente e consegue, devido a um pack avançado ainda com folego e totalmente dominador, arrancar uma falta quase em frente aos postes.
Último segundo do jogo, pontapé quase frontal, vitória na mão (melhor, no pé...), só que não, o engenheiro encarregue da conversão desta falta, bom jogador e bom chutador, parece ter acusado a responsabilidade e falha uma penalidade fácil entregando assim a vitória a Agronomia.
Como nota final podemos afirmar que qualquer equipa podia ter levado a vitória que não cairia mal a nenhum dos dois, fica uma excelente tarde de rugby e um jogo emocionante ate aos últimos segundos.
Concluindo não poderemos deixar de falar da arbitragem excelente de Guilherme Themudo, vulgo Monas, que com muita sobriedade e acima de tudo a deixar jogar, a deixar o Rugby fluir foi, quanto a este cronista, uma das partes muito positivas presentes em campo. Sem interferir no resultado final e lendo a vantagem com muita clareza permitiu aos jogadores desenvolverem o seu rugby e a oferecer aos presentes um belíssimo encontro de rugby. Como jogador que foi (e dos melhores) sabe bem que a fluidez do jogo é muito importante e portanto não esta sempre a parar o jogo, interpreta muito bem as vantagens e valoriza o jogo. Muito boa arbitragem portanto.

NO GRUPO DA MANUTENÇÃO CDUP, BENFICA E ACADÉMICA AUMENTAM VANTAGEM
O CDUP foi a Arcos de Valdevez confirmar a liderança no Grupo da Manutenção batendo a equipa minhota por 27-12, mas os seus companheiros da metade de cima da tabela também não deixaram créditos por mãos alheias e conseguiram igualmente os cinco pontos de vitórias bonificadas, aumentando a vantagem em relação às equipas da metade de baixo da tabela.

A Académica foi a Montemor conseguir uma importante vitória por 43-15, aumentando de um para seis pontos o intervalo entre as duas equipas na tabela, enquanto o Benfica recebeu e bateu a Lousã por 60-6.

Assim, com quatro jornadas decorridas e a metade da prova à vista, tudo indica que o vencedor sairá do grupo CDUP - Benfica - Académica, enquanto os lugares de rebaixamento - direto ou com direito a play-off - serão discutidos entre a Lousã e os Arcos de Valdevez, com o Montemor numa posição intermédia, mas sem correr o risco de descida.


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