5 de maio de 2019

DIVISÃO DE HONRA: NOVE ALTERAÇÕES EM 20 ANOS

É já conhecida a decisão da FPR em relação ao formato da Divisão de Honra para a próxima época, depois de um processo em que as opções de escolha dos clubes foram muito limitadas.

Mas o mais significativo de (mais) esta alteração é que ela é apenas a nona alteração que a competição sofre, desde o ano 2000!!

E curiosamente a solução escolhida foi a mesma que fora escolhida para a época 2000-2001, e que foi repetida em 2017-2018.



Mas não se julgue que as alterações só decorreram depois do ano 2000. Embora não tenha dados em arquivo que me permitam dizer que alterações houve e em que anos, recordo claramente que nos finais dos anos 70 se fizeram experiências do género 3x4 + 2x6 ou vice versa, e que os seus resultados não foram satisfatórios para ninguém, nem ajudaram ao desenvolvimento do rugby em Portugal, tendo sido abandonadas rapidamente.

Agora o que se passou de 2017 para cá foi um completo absurdo e as alterações criaram um sentimento de insegurança em relação ao que se irá passar que tem que acabar!
Quem me conhece sabe que eu sou fortemente favorável ao sistema de todos contra todos, e acredito que a solução para o crescimento corresponde àquilo que aconteceu entre 2003 e 2016 - o alargamento do numero de equipas das duas principais divisões, jogando todas contra todas em ambas as divisões - que deveriam ter ido até às 12 na DH e outras 12 na 1ª divisão.
Não foi isso que aconteceu e eu não vou chatear insistindo nesta solução.
Mas não posso deixar de lamentar que nas hipóteses que a FPR colocou em discussão entre os clubes das 12 equipas principais de Portugal, não tenha sido incluída a possibilidade de uma competição sem grupos e grupinhos, apenas com todos jogando contra todos.

Pelo que julgo saber - corrijam-me se estiver errado - foram apresentadas aos 12 clubes apenas duas soluções: ou uma 1ª fase com 3 grupos de 4 equipas e depois 2 grupos de 6 equipas, ou o inverso, com uma fase inicial de 2 grupos de 6 equipas e uma segunda fase com 3 grupos de 4 equipas.
E pelo que julgo saber - mais uma vez se eu estiver errado, agradeço que me corrijam - quando as duas únicas opções foram votadas houve um empate com seis votos favoráveis a cada uma delas.

Perante a situação ficou a direção da FPR de decidir, e a opção final foi esta que agora se conhece - teremos uma 1ª fase com 3 grupos de 4 equipas, a que se seguirá uma segunda fase com um grupo constituído pelas duas primeiras de cada um dos três grupos da 1ª fase e que irá decidir quem vai disputar a final e o título, enquanto as restantes seis equipas constituirão outro grupo que irá discutir os últimos seis lugares da classificação e quem descerá diretamente à Primeirona (o último classificado da DH) e quem irá disputar com o segundo classificado da Primeirona (o penúltimo classificado da DH) o último lugar na Divisão de Honra do ano seguinte.

Então para finalizar, quero deixar claro que apesar de eu não concordar com este sistema é de extrema importância que não se faça nenhuma alteração dentro, pelo menos!, dos próximos seis anos!!!
Espero que os seis clubes que votaram na outra opção façam o mesmo e não venham agora argumentar com os benefícios do seu sistema!!
Caso contrário nunca teremos dados que nos permitam decidir com conhecimento dos efeitos que o sistema pode causar (benéficos ou maléficos) ao rugby nacional.

Claro está que esta minha preocupação também se estende a outras alterações que podem vir a ser introduzidas no regulamento agora aprovado, como foi afirmado pela FPR!
É importante que se volte a uma situação antiga, em que decisões desta natureza careciam de aprovação da Assembleia Geral!
Da forma como está ainda aparece aí um caramelo qualquer e inventa mais um sistema e outro, e outro...

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