5 de agosto de 2016

OS SEVENS FEMININOS ABREM AMANHÃ UMA NOVA ERA DO RUGBY MUNDIAL

Quando amanhã às 15 horas de Lisboa as meninas da França e da Espanha entrarem no Estádio Deodoro, no Rio de Janeiro, para disputarem o jogo inaugural do Torneio Olímpico de Rugby Sevens Feminino, a história do desporto mundial e em particular do rugby estará a ser escrita, com o regresso da modalidade aos Jogos Olímpicos após 92 anos de ausência.


O privilégio de participar deste evento vai ser apenas partilhado por 12 equipas, o número que o C.O.I. encontrou, em oposição ao que acontece na maior parte dos grandes torneios de sevens do mundo, e entre elas uma se destaca pela sua inesperada presença, a Colômbia.
Não que a Colômbia seja uma equipa menor na América do Sul - afinal o seu trajecto só não a conduziu a melhores lugares no campeonato sul-americano porque o Brasil tem lugar cativo no topo da classificação e a Argentina segue logo atrás - mas porque a grande maioria dos observadores (talvez mesma a sua totalidade) sempre acreditou que com a ausência das brasileiras, apuradas directamente para os Jogos por serem as donas da casa, a Argentina não iria perder a oportunidade de se sagrar vencedora do torneio de apuramento.

Mas não foi isso que aconteceu e as colombianas fizeram um torneio perfeito, vencendo os sete jogos que disputaram, enquanto as argentinas não apenas perderam o jogo final contra a Colômbia, como já tinham perdido antes contra o Uruguai.

Assim a América do Sul vai estar representada pelo Brasil - indiscutivelmente a melhor equipa feminina de sevens da América do Sul, mas que participa nos Jogos como representante do país organizador - e a Colômbia, enquanto a América do Norte será representada pelo Canadá - apurado como uma das quatro melhores equipas do Circuito Mundial Feminino - e pelos Estados Unidos, que passearam no torneio regional de apuramento, vencendo os seis jogos disputados com destaque para os 88-0 que aplicaram ao México na final.
As americanas marcaram nos seis jogos um total de 369 pontos e sofreram apenas cinco, um isolado ensaio marcado pela Jamaica.
Tanto o torneio de apuramento da América do Sul, como o da América do Norte, foram disputados por oito equipas cada um.

Na Ásia disputaram-se três torneios envolvendo um total de 11 equipas, e a qualificação foi conquistada pelo Japão, embora o Casaquistão tenha tido um excelente comportamento e tenha mesmo batido as japonesas na fase de apuramento do último torneio de apuramento, enquanto da Oceania vieram as Fiji, vencedoras do torneio de apuramento onde participaram cinco equipas, com quatro vitórias e 204 pontos marcados e nenhum sofrido...

Na Europa tudo foi mais complicado, e com 36 equipas envolvidas, não foi fácil encontrar o representante do Continente, embora o apuramento directo tenha sido apenas disputado pelas 12 que disputaram o Grand Prix da Europa, deixando as repescagens para as restantes 24.
A França acabou por conseguir o apuramento directo, e quatro equipas foram apuradas para a repescagem final, sendo uma delas a segunda do Grand Prix e as outras três as melhores da repescagem europeia, entre elas Portugal.

Finalmente em termos de apuramentos regionais em África tudo se resolveu entre 10 equipas num torneio apenas - ou melhor, tudo se deveria ter resolvido num só torneio, pois apesar da vitória sem qualquer contestação da África do Sul (seis vitórias em seis jogos, 275 pontos marcados e apenas cinco sofridos), o Comité Olímpico da África do Sul entendeu que as suas meninas deveriam ter conseguido um lugar entre as quatro melhores do Circuito Mundial, e que a vitória no torneio regional de apuramento não merecia ser recompensado com a participação nos Jogos Olímpicos...
Assim, quem representa as africanas nos Jogos do Rio de Janeiro é o Quénia, finalista vencida no Kempton Park, na África do Sul.

Resta falar do Circuito Mundial de onde saíram quatro apuradas para o Rio de Janeiro - Nova Zelândia, Canadá, Austrália e Inglaterra (Grã-Bretanha) - entre as 11 equipas que disputaram as sete etapas da prova, mais uma que disputou apenas seis etapas e outra que apenas disputou uma.

A última classificada para os Jogos foi a Espanha, que venceu a repescagem mundial, entre 16 equipas, e onde Portugal conseguiu a 11ª posição.

Em resumo, as 12 participantes dos Jogos Olímpicos de 2016 apuraram-se entre 78 participantes nas diversas fases de qualificação, que foi disputada num total de 20 torneios, entre Dezembro de 2014 e Junho de 2016.


Sugerimos a leitura do artigo do Portal do Rugby sobre o torneio feminino, em especial as prévias dos grupos de apuramento.

Foto: Portal do Rugby

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