20 de dezembro de 2015

COMPETIÇÕES NACIONAIS. E A SEGUNDONA?

Digam o que disserem, a verdade é que o alargamento da Divisão de Honra e da 1ª Divisão permitiu uma melhoria geral do rugby de competição nacional, e se eventualmente for verdade que tenha havido um abaixamento do nível das principais equipas, isso não se ficou a dever ao alargamento, e sim a problemas dos próprios melhores clubes - política de jogadores estrangeiros, dificuldades financeiras, erradas políticas de formação, falso semi-profissionalismo, por exemplo.


Hoje temos 20 equipas a disputar competições bem estruturadas e orgganizadas, e há meia dúzia de anos tínhamos apenas 15, embora o número total de equipas não tenha variado muito, pois em 2007-08 tínhamos 33 equipas em competição, em 2011-12 - último ano de oito equipas na Divisão de Honra - tínhamos 37 equipas, e em 2014-15 tivemos 37, das quais cinco desistiram antes de concluído o campeonato nacional.
Este ano temos 35 equipas em prova, o que significa que não houve crescimento do rugby senior, embora tenha havido algum nas camadas de formação.

O problema é que nós já assistimos a isto antes - um crescimento na juventude, sem reflexo nos seniores...
Só para que conste, em 1982-83, quando foi criada uma segunda divisão (hoje o equivalente à 1ª divisão) com oito equipas, tantas como na 1ª divisão (hoje Divisão de Honra), previa-se que participassem em todas as competições 36 equipas, embora ao final apenas tenham chegado 27.

Rugby Revista, início da época 1982-83
(Quer saber mais do "antigamente" do rugby nacional? Consulte a nossa Biblioteca!)

Em 1993-94, a 1ª divisão foi alargada para 12 equipas (em três grupos de quatro na primeira fase e dois grupos de seis na fase final) e a 2ª divisão foi disputada por 18 equipas (três grupos de seis equipas na fase inicial), ou seja um total de 30 equipas.
10 anos levou o rugby nacional a crescer de 27 para 30 equipas...

Mas lembrem-se também que em 2003-04 a 1ª divisão A teve oito equipas, tantas como a 1ª divisão B, e a 2ª divisão teve nove equipas, ou seja, um total de 25 equipas...
Ou seja, em mais 10 anos o rugby nacional andou para trás, de 30 para 25 equipas!

O resto fica por vossa conta - consultem o Histórico do Mão de Mestre e deixem de acreditar em contos de fadas!

Por isso tudo dizemos que houve um eventual crescimento na juventude, sem reflexo nos seniores!

SEGUNDONA - COMPETIÇÃO OU COPOFONIA?
Há diversas equipas que militam na 2ª divisão que estão realmente interessadas em competir, mas ao lado delas há outras que só jogam por causa do 3º tempo - e têm todo o direito de jogar!
Mas o rugby nacional precisa que de todas estas equipas, as que mais querem competir, o possam fazer de uma forma ordenada, sistemática e consistente.

Ou seja, é necessário fazer hoje à Segundona - o 3º nível do rugby nacional - o que em 1982/83 se fez com o 2º nível - organizar, criar uma via realmente competitiva, ao mesmo tempo que se criam condições para aquelas equipas que querem começar a jogar, ou querem continuar a jogar apenas pelo 3º tempo, que o possam fazer.

Ou seja, não basta criar uma Segundona como deve ser, é imperioso criar uma zona onde os emergentes se sintam confortáveis e possam crescer...

E é nesse sentido que o Mão de Mestre avança com uma sugestão organizativa, que tem por base aquilo que se tem passado no rugby português abaixo da Primeirona.

Vejam o quadro:


Vamos então às explicações!

Para nós a Segundona disputa-se nacionalmente, em dois grupos de seis equipas, sendo que as melhores jogam no grupo A, as outras no grupo B.

Se olharem para o que acontece hoje (podem ver aqui) verão que há 15 equipas na Segundona, e portanto, dessas 15 apenas 12 terão lugar neste esquema.
As outras vão disputar  uma competição com base regional - como acontece hoje com a Segundona! - a que chamámos grupo C.
Os grupos (regionais) deste grupo C estão indicados com seis equipas, mas esse número será variável, como acontece hoje com a Segundona.
As duas melhores de cada grupo, disputam (em round robin ou play-off) o acesso ao grupo B.

Quanto à Segundona propriamente dita, as quatro primeiras do grupo A vão disputar o acesso à Primeirona no sistema de todas contra todas (round robin), enquanto as duas últimas do grupo A e as duas primeiras do grupo B, disputam dois lugares no grupo A do ano seguinte.

Por outro lado, as quatro últimas do grupo B discutem, também em round robin, quem é rebaixado ao grupo C...

Se se verificar que não há numero suficiente de equipas para este esquema, basta retirar o grupo B e fazer avançar os dois grupos regionais, até que seja possível criar o tal grupo B.

Enfim, pode ser que existam melhores soluções, mas creio que o principal é que o terceiro nível do rugby nacional, prepare efectivamente as equipas para disputarem a Primeirona.

2 comentários:

Duarte disse...

Salvo erro, este ano há 42 equipas seniores. As equipas Sub23 são equipas seniores.

Manuel Cabral disse...

O campeonato de Sub-23 é o equivalente ao que existiu noutros tempos com a designação de Campeonato de Reservas, e que também não foi contabilizado nos números indicados.