9 de setembro de 2011

ALL BLACKS SEM SURPRESA MAS COM POUCO BRILHO

VITÓRIA DA NOVA ZELÂNDIA NO JOGO INAUGURAL do Mundial por 49-10, sobre uma Tonga que pouco ofereceu em termos de resistência, apesar de uma notável melhoria na segunda parte.

Com 29-3 ao intervalo, o destaque vai por inteiro para o trio de trás dos Blacks, que não teve descanso e devastou a defesa de Tonga.



A superoridade nas formações ordenadas e rucks foi aproveitada para fazer circular a bola e procurar a criação de vantagem nas linhas atrasadas, com a sistemática intercalação do ponta Richard Kahui no ataque pela esquerda - e quando foi solicitado pela direita, limitou-se a marcar ensaio...

A segunda parte foi diferente, e Tonga parecia outra equipa com a entrada do pilar Alisona Taumalolo - como é possível que a entrada de um pilar tenha alterado daquela forma a maneira de jogar da equipa?

Mas a verdade é que foi isso que se passou, e a sua brilhante atuação foi recompensada com um ensaio - que fez recordar o ensaio de Rui Cordeiro em 2007! - depois de uma longa série de fases e conquistas de bola junto à linha de ensaio neo-zelandêsa.

No final os 41-10 registados no marcador foram reflexo do que se passou em campo, e se a vitória dos All Blacks não sofre a mínima contestação, ficam no ar algumas dúvidas e interrogações.

Os campeões do Mundo de 1987 querem a todo o custo repetir aquele feito, agora num contexto completamente diferente daquele Campeonato por convites (veja o nosso blog com todos os resultados dos Mundiais), e deram uma forte indicação de como a equipa se vai tentar comportar nos difíceis encontros que virão, com relevo para o confronto com a França, ainda nesta fase preliminar.

Apesar do domínio neo-zelandês ao nível dos avançados, a sua estratégia parece ir no sentido da circulação da bola e na procura da criação do homem a mais, em prejuízo da luta física entre os homens da frente, mas os inúmeros erros de manuseio de bola, algumas faltas de difícil aceitação (obstrução, forças erradas da primeira linha, entre outras) fazem pensar se tal será exequível perante equipas de um nível superior a Tonga.

Pode mesmo colocar-se a questão: será que nos jogos a sério a Nova Zelândia vai adoptar a mesma estratégia?

Na nossa opinião, sim!, mas vai ter que procurar evitar os referidos erros, sob pena de sair de cabeça baixa deste Mundial - como referiu Tomaz Morais nos comentários que fez ao jogo de hoje, fica a dúvida sobre o comportamento da equipa quando for sujeita a uma maior pressão sobre os seus homens chave (McCaw e Carter)...

A mesma questão se pôs quando, no aproveitamento das directrizes da IRB, os Blacks mudaram o rugby no mundo, fazendo esquecer os aborrecidos jogos onde não se via a bola, e fazendo-a circular por todo o terreno.

Hoje, na perspectiva de um maior equilíbrio nas formações, a equipa de Richie McCaw parecem querer levar a decisão do jogo para as linhas atrasadas - e talvez as dificuldades sentidas no segundo tempo façam os jogadores de preto realizar que há todo um trabalho por fazer para guardar a Webb Ellis em casa.

Para bem do nosso jogo, assim seja!

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