23 de novembro de 2010

JOGOS TESTE E RANKING DA IRB

CONTRARIAMENTE AO QUE MUITOS CONTINUAM A PENSAR OS JOGOS TESTE NÃO SÃO JOGOS DE TREINO, sendo mesmo decisivos para a evolução das equipas no ranking da IRB, afinal a classificação que define a verdadeira posição de cada uma delas na hieráquia do rugby mundial.

Claro está que as competições regionais, ou mesmo o Mundial, definem o posicionamento das equipas, de acordo com a importância da prova, mas a verdadeira classificação global é definida aqui, e é por ela que as equipas são "divididas" por categorias, podendo dizer-se que as 10-12 do topo pertencem ao priemiro grupo (Tier 1), as classificadas entre 10-12 e 20-22 pertencem ao segundo grupo (Tier 2), e as que estão depois deste lugar (20-22) pertencem ao terceiro grupo (Tier 3).


E é de acordo com este posicionamento que a IRB faz os convites às equipas para participar de torneios, ou lhes atribui apoios.

Compreende-se então a importância de Portugal conseguir sair duma zona cinzenta (entre o 20° e o 22° lugar) para se colocar numa zona completamente classificada como Tier 2.

Com a desastrosa campanha internacional da época passada (seis derrotas em oito jogos) Portugal viu-se colocado numa incómoda 22ª posição, mas conseguiu mesmo assim - e fruto de anos de trabalho com reconhecido mérito internacionalmente - que lhe fossem atribuídos três jogos na janela de Novembro, onde as suas capacidades estão a ser testadas.

Note-se que os três adversários estão posicionados acima de Portugal na tabela, e todos eles estão apurados para o Mundial 2011, ao qual, infelizmente, nós só poderemos comparecer como espectadores.

Ou seja, através destes Jogos Teste, Portugal está a ser testado, e muito do seu futuro internacional pode depender da forma como a nossa equipa se comportar.

No quadro que apresentamos você pode observar o que pode acontecer aos Lobos, em termos de ranking, no final destes três jogos, com detalhe para as consequências do jogo com o Canadá.

Sem entrar em grandes pormenores, repare que a variação da pontuação depende do resultado de cada jogos, que tem em consideração não apenas as posições relativas das equipas em confronto - uma equipa com um ranking menor, ganha mais pontos se ganhar a uma equipa com um melhor posicionamento - mas também o resultado do próprio jogo - se ganhar por mais de 15 pontos de vantagem, uma equipa ganha mais pontos na tabela - e o resultado de cada jogo apenas afeta a pontuação das duas equipas envolvidas, na mesma relação - o que uma ganha, a outra perde.

Claro está que a posição de cada equipa na tabela é também influenciada pelas variações que ocorrem com as outras equipas, e por isso é necessário olhar também para a posição das outras equipas, e para o resultado dos outros jogos.

Quanto a Portugal e aos jogos deste mês, pode verificar no quadro que os Lobos começaram na tal 22ª posição, e que a derrota para os E.U.A. nos fez perder alguns pontos (de 61,27 para 60,63), mas não nos fez perder a posição, já que o 23° na lista é a Espanha, com uma pontuação bem inferior à nossa.
Depois, com a vitória frente à Namíbia em 20 de Novembro, Portugal não apenas recupera os pontos perdido (passando para 61,54) como sobe um lugar no ranking da IRB, por troca com o Uruguai.

Agora, dependendo dos resultados internacionais do próximo fim de semana, Portugal pode voltar à 22ª posição, ou subir até ao 19° lugar, de acordo com as variáveis que pode ver no quadro, e as outras equipas envolvidas na luta por esses lugares são a Namíbia, a Roménia e o Uruguai.

O Canadá, por seu lado, caso ganhe o jogo vai melhorar em termos de pontos mas não em termos de posição, o que já não acontece se perder, e pode mesmo descer até à 17ª posição, estando este intervalo - entre a 14ª e a 17ª posição - em disputa também em Tbilisi, onde a Geóriga defronta os americanos, com os pontos de Tonga também a terem influência neste sobe e desce.

Ou seja, do 14° ao 22° lugares, tudo pode mudar, com excepçaõ do 18° posto que pertence e vai continuar a pertencer à Rússia, que não joga este fim de semana.


Foto: Miguel Rodrigues/Blog do CDUL

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