20 de dezembro de 2015

CRAV VENCE NA LOUSÃ E GANHA ÂNIMO PARA LUTAR

Vitória justa da equipa que esteve melhor na Lousã, com o CRAV a recuperar de uma desvantagem ao intervalo (3-14) e a fazer uma segunda parte em que não deu qualquer possibilidade aos beirões de reagir, para terminar com a sua primeira vitória do ano e a reduzir a desvantagem para o penúltimo da tabela - o seu adversário do dia - para apenas três pontos.

A desvantagem dos arcuenses fica a dever-se apenas aos três pontos de bónus que a Lousã conseguiu até agora, mas na verdade a classificação está nas mãos (e nos pés...) das duas equipas, com a forte impressão que uma vitória contra terceiros - seja por parte da Lousã, seja por parte dos Arcos - pode definir a classificação final da prova.


Agronomia venceu o Técnico com (inesperada?) facilidade por 34-19, com direito a ponto de bónus, e tomou conta do quarto lugar na tabela, obrigando os engenheiros a descer, enquanto o Direito sofreu a sua primeira derrota em muitos anos (17?) frente ao Cascais por 18-19, mantendo a primeira posição na tabela, agora com apenas dois pontos de vantagem sobre o CDUL e três sobre os cascalenses.

Finalmente no único jogo da jornada, disputado hoje, o Belenenses recebeu e derrotou a Académica por 25-12, e em consequência dessa vitória subiu ao quinto lugar da classificação, que seria quarto não fossem os malditos bónus em cada vez que uma equipa não joga!
Que bom seria acabar com esta aberração!

A Académica é agora oitava na tabela classificativa, apesar de manter uns confortáveis 15 pontos de vantagem sobre a Lousã.

A propósito de Académica e Lousã, ouvimos falar do namoro dos pretos a um (ou mais) jogador dos beirões nesta altura do ano e com as equipas disputando a mesma prova e os mesmos lugares na tabela classificativa!
Pode não acontecer, mas que é bizarro, é!

Quer dizer, uns queixam-se que os clubes da capital canibalizam os seus plantéis, mas depois fazem o mesmo nas suas regiões! Só pode ser contaminação!
Ainda por cima numa altura em que as relações entre os dois clubes pareciam acalmar-se, depois de terem estado de costas voltadas muitos anos, por causa de situações semelhantes!

SISTEMA COMPETITIVO
Vamos voltar a falar na questão do número de equipas participantes na DH do próximo ano, porque a já referida afirmação de Cassiano Neves à Bola TV de que é inaceitável reduzir para seis clubes, e absurdo alargar para 12, deixa em aberto a possibilidade de manutenção das 10 actuais equipas, ou a redução para oito.

Cassiano Neves afirmou que a escolha vai depender dos próprios clubes, face a propostas fundamentadas da FPR, mas o Mão de Mestre, embora não pondo em questão a consistência das fundamentações que Cassiano Neves diz que a FPR já tem, gostaria de lembrar alguns factos da história recente do nosso rugby, e daqueles que foram realmente os efeitos do alargamento das duas principais divisões para 10 equipas cada.

Assim, vamos comparar alguns dados das classificações do último ano em que a DH se disputou com oito equipas (2011-2012) e o ano passado (2014-2015) terceira época em que a divisão principal se disputou com 10 equipas.

Em 2011-12, as quatro primeiras equipas da primeira fase da prova disputavam a fase final, e se o quarto classificado chegou ao fim da fase preliminar com 44 pontos, o quinto classificado ficou com 29 pontos, menos 15 pontos, enquanto em 2014-15 o quarto e o quinto classificado ficaram com o mesmo número de pontos, 60.
No que diz respeito à diferença no ano passado, entre o último classificado para a fase final e o primeiro não qualificado, que agora são o sexto e o sétimo, a diferença ficou-se pelos seis pontos (43 contra 37).
Ou seja, diminui a diferença entre o quarto e o quinto, como também diminui a diferença entre o último apurado para a fase final e o primeiro não apurado.

Em relação aos últimos, o sexto, o sétimo e o oitavo em 2011-12, e o oitavo, o nono e o décimo em 2014-15, as diferenças foram, respectivamente e em pontos, 16 - 14 - 9 e 27 - 26 - 18, lembrando que no primeiro ano referido se jogavam 14 jornadas, e agora se jogam 20.

Convém também lembrar que na época 2010-11 a 1ª divisão chegou ao fim apenas com sete equipas, (houve uma desistência) e que a sétima equipa não conseguiu nenhum ponto na tabela classificativa, chegou ao fim com 39 pontos marcados e 949 pontos sofridos - isto apenas entre 15 equipas (oito na DH e sete na 1ª divisão).

Hoje, com 20 equipas nas duas primeiras divisões, apesar dos desequilíbrios que ainda existem, não parece haver nenhuma equipa em risco de desistência, e é clara a melhoria geral que se conseguiu - hoje temos mais equipas e menos diferenças.

Não se esqueçam que a 1ª divisão só foi alargada um ano depois do alargamento da DH, e que isso significou que houve em dois anos quatro equipas da 2ª Divisão que subiram à 1ª divisão, mas hoje existe um grande equilíbrio entre quase todas as equipas da Primeirona.
Ou seja, apesar de ter perdido as suas duas melhores equipas para a DH, e ter recebido quatro equipas novas, os ajustamentos na Primeirona são claramente positivos.

Pode dizer-se que as melhores duas equipas da DH estão muito melhores que as restantes, mas não podemos esquecer que se nos últimos quatro anos com oito equipas, Direito e Agronomia estiveram entre as duas primeiras em três vezes, e o Belenenses e o CDUL uma vez cada, nos três primeiros anos com 10 equipas o CDUL esteve sempre entre as duas primeiras da fase inicial, o Direito esteve lá duas vezes e o Belenenses uma vez.

Então na nossa opinião não houve prejuízo real com o alargamento para 10 equipas, antes pelo contrário, e as diferenças que existem sempre existirão, aqui, em França ou na Inglaterra.
Pensar que é possível ter uma divisão em que todas as equipas têm o mesmo (elevado) nível, é fantasia, haverá sempre um grupo na frente, outro a meio e um a fugir da descida, seja qual for o número de equipas participantes.

No entanto estamos de acordo com algumas críticas que se levantam por exemplo em relação ao calendário condicionado, área que deve merecer uma melhor atenção e melhoria, como o próprio calendário de provas, que continua a sofrer alterações sem critério todos os anos, o que deve também ser revisto.

Finalmente, e já falámos nisto diversas vezes, é absolutamente prioritário definir um modelo competitivo nacional para a 2ª divisão, que continua ao Deus-dará, com alterações todos os anos.
Ou queremos puxar as equipas da Segundona para cima, disputando um verdadeiro campeonato nacional, e a suas equipas irão aos poucos constituindo uma ameaça às equipas da 1ª divisão, obrigando estas a trabalhar mais e melhor, ou continuamos na mesma a brincar às competições.

Aproveitem para consultar os dados históricos no nosso hot-site a eles dedicado.

GUIMARÃES VENCE BAIRRADA E APROXIMA-SE DA FRENTE
Em jogo em atraso da terceira jornada o Guimarães venceu a Bairrada por 34-20, embora sem ponto de bónus, e depende agora apenas de si - e de outro jogo em atraso, desta vez com o NR da Lousã - para se saber se vai mesmo lutar por nova presença nas meias finais da prova.
O Guimarães tem menos dois pontos que o NR Lousã na tabela, e o vencedor deste encontro vai perturbar a Bairrada, que está no segundo lugar com mais dois pontos que o NR - ou seja, entre o segundo (Bairrada) e o quarto (Guimarães) há quatro pontos de diferença, mas o terceiro e o quarto têm um jogo por disputar...


3 comentários:

Unknown disse...

O post tem um titulo assaz curioso. No dia em que o Cascais vence pela primeira vez em 17 (?) anos o campeão nacional, clube que vem vencendo quase tudo o que há para ganhar no passado de curto e medio prazo, o destaque vai inteirinho para a vitória do CRAV na Lousã.

Manuel Cabral disse...

Caro José Luis Saldanha, começo por te explicar que a interrogação nos 17 anos se deve ao facto de não haver registos disponíveis sobre os anos anteriores e eu estar a indicar 17 sem ter a certeza que o sejam. Podem ser 16, podem ser 18.
Quanto ao destaque no título fica apenas a dever-se ao facto de, em termos do campeonato, ser mais importante a vitória do CRAV do que a do Cascais, e de ter significado que aquela luta especifica fica mais acesa a partir de agora.
Quanto ao topo da tabela, e em particular ao Cascais, já fizemos diversos comentários ao longo da época, referindo os feitos do Cascais, pelo que não se podem queixar. Com certeza que cada equipa gostaria de ver o seu nome mais em destaque, mas isso nem sempre se justifica.
Aliás fico na dúvida se no caso de ter levado o Cascais-Direito para o título, deveria por o foco na vitória do Cascais, ou na derrota do Direito...
Mas como é óbvio não deixei de referir o feito do Cascais, e isso é que era importante.
Claro que se o Cascais me enviasse, como foi solicitado a todos os clubes, logo após os jogos, os dados referentes aos mesmos, é natural que houvesse mais referências ao clube e à equipa...
Abraço

Pedro Henriques disse...

Caro Manuel Cabral,

A publicação de opiniões com base no que se "ouviu falar" tem que se lhe diga e devia merecer algum cuidado da sua parte. Sobretudo quando o que se fala é mais do mesmo. A A Secção de Rugby da AAC é dirigida por um conjunto de pessoas sérias que prezam, acima de tudo, os valores do Rugby e o carácter dos seus jogadores para perpetuar a história do clube. É por isso que temos uma equipa sénior com média de idades de 22 anos, com todos os atletas provenientes da formação e a esmagadora maioria estudantes universitários. Todos amadores de rija cepa que jogam única e simplesmente pelo prazer do jogo. É com esses que a história se vai fazendo e estamos muitíssimo satisfeitos e orgulhosos com o que vamos conseguindo, apesar das dificuldades e contratempos. Por conseguinte, posso assegurar-lhe que a AAC não iniciou, manteve ou mantém nenhum "namoro" com atletas do RC Lousã nem nos dizem respeito quaisquer aspectos relacionados com a vida interna desse ou de outros clubes, que muito prezamos.

Com um abraço
Pedro Galveias Henriques
Vice-Presidente Competições SRAAC