20 de janeiro de 2015

DIREITO BATE TÉCNICO E AGRONOMIA PASSEIA FRENTE AO CDUP *

*António Henriques A principal consequência do conjunto de resultados da 13.ª jornada, na qual voltaram a registar-se quatro triunfos mais ou menos dilatados, foi o alargar do fosso existente entre o 3.º classificado Cascais e o 4.º Técnico, que já se cifra em 15 pontos.

Claro que os homens da Linha terão que defrontar nos dois últimos fins-de-semana da prova – tal como acabaram de fazer os engenheiros – e em jornadas consecutivas, Direito e CDUL, mas a vantagem em termo psicológicos constitui uma almofada muito… fofinha.
Que se pode acentuar de forma já definitiva, ou pelo contrário diminuir, no próximo sábado no duelo entre ambos na Guia.
Numa partida que vai começar à hora a que acaba, 30 km ao lado, o jogo de preparação entre Portugal e os English Students…

Destaque ainda para o surpreendente (pela dimensão dos números) triunfo de Agronomia na casa do CDUP, enquanto um CDUL com o dom da ubiquidade e recheado de muita juventude que deu “Acosta”, não teve problemas para levar de vencida uma Académica com mais problema que um teste de Matemática.

CDUL *40-19 ACADÉMICA (6-1)
Com nove estreantes por mor da presença, em Mogliano, do seu principal lote de jogadores – destacando-se a presença, no EU Lisboa, do sub-18 Jorge Abecassis e do sub-45 Eduardo Acosta… – o CDUL venceu sem grandes problemas uma Académica que, com 11 lesionados, não conseguiu sequer preencher o total de 23 jogadores na ficha de jogo nesta sua viagem a Lisboa.
Partida incluída numa jornada da Divisão de Honra do râguebi doméstico, convém lembrar aos mais distraídos...
Os universitários cedo fariam o ensaio inaugural (João Bau Santos) e através do labor do seu pack avançado (onde o luso-argentino e treinador dos seus sub-23 deu cartas!) dominavam a partida, conseguindo até ao intervalo outros dois ensaios convertidos.
Mas o descanso não chegaria sem que os pretos – que só estiveram dentro do jogo nos primeiros 20’ – fizessem o seu único toque de meta (por Rui Rodrigues), para equilibrados 19-13 no final dos 40 minutos iniciais.
Mas com o cansaço a acumular-se nas pernas dos homens de Coimbra, a 2.ª parte seria bem mais desigual, com os campeões nacionais a atingirem a meia dúzia de ensaios (bis do pilar internacional João Almeida que não pôde deslocar-se a Itália), enquanto os pretos se podem orgulhar de terem estabelecido o recorde de ‘drops’ desta época numa partida ao somarem 3 (dois por Manuel Pinto dos Santos e um de Rui Rodrigues), só menos um dos que os 4 conseguidos por todas as equipas nos 53 jogos das anteriores 12 jornadas!

RC MONTEMOR 11-60* CASCAIS RUGBY (1-9)
O Cascais foi até Montemor mostrar que, para lá da sua conhecida consistência defensiva, também sabe atacar. 
E num jogo de sentido único cedo começou a resolver as coisas tratando de garantir o ponto de bónus o mais rapidamente possível. 
A equipa da casa ainda foi equilibrando na 1ª parte, muito por força das oportunidades desperdiçadas pelos forasteiros, algumas mesmo sobre a linha de ensaio.
O intervalo chegou com 20-3 para a equipa da Linha que marcaram por três vezes: arrancada de João Bernardo Afonso, que regressou cheio de vontade de mostrar serviço; perfuração de Sebastião Vanzeller; e pelo capitão Francisco Sousa à saída de uma mêlée (o seu 7.º na DH).
O 2.º tempo foi arrasador para os alentejanos que quebraram fisicamente e concederiam mais 6 ensaios (bis de Facundo Gimenez) perante uma equipa que, mais cedo que o habitual, esgotou as substituições em jeito de poupança para o jogo do próximo sábado frente ao Técnico e que poderá decidir, desde já, o 3.º lugar final.
Uma palavra de apreço ainda para o RC Montemor que nunca desistiu de porfiar, acabando por conseguir o seu ensaio de honra já nos minutos finais.

CDUP 0-28* AGRONOMIA (0-4)
Uma grande postura da equipa que viajou desde a Tapada transformou um jogo que se esperava poder constituir um valente bico d’obra para os visitantes, em 80’ nos quais a superioridade agrónoma nunca esteve verdadeiramente em dúvida.
Face às condições climatéricas existentes (chuva e forte ventania), o quinze lisboeta privilegiou o jogo fechado através do seu pack e daqui retiraria fortes dividendos, pois mais pesados, coesos e experientes, os oito avançados ganharam literalmente o jogo para Agronomia. 
Dois ensaios convertidos em cada metade (Gonçalo Barros e Marthinus Hoffman no 1.º tempo e bis do n.º 8 Francisco Mira na 2.ª parte) coloriram o marcador numa vitória sem discussão e que pode catapultar a equipa de João Moura para um final de época bem mais positivo.

DIREITO 22-8 TÉCNICO (3-1)
A jornada fechou com o jogo mais aguardado do fim-de-semana, que redundou numa partida que, apesar das condições do terreno (muito pesado e difícil) acabou por ser interessante, bem disputada e jogada num ritmo elevado para os (aligeirados) padrões internos – tudo isto originando o resultado mais equilibrado da ronda. 
E que até poderia ter sido ainda mais igual, mas já lá vamos…
Os engenheiros iniciaram o jogo fortes, com uma excelente e conquistadora atitude – como aliás repetiriam no começo da 2.ª parte –, muito graças a uma avançada que se foi superiorizando na maior parte do encontro merecendo menção a bela exibição de Sam Henwood. 
Estiveram na frente (3-0, pontapé de Duarte Marques), mas iriam para intervalo a perder 7-3 graças a um ensaio do ponta António Ferrador que concluiu um lance iniciado pela quebra da linha de vantagem conseguida pelo explosivo n.º 8 Vasco Fragoso Mendes.
Os visitantes reentraram de novo a dominar e, fechando o jogo pelo seu pack, durante uma boa dezena de minutos asfixiaram os advogados ao não saírem dos 10 metros da área de ensaio contrária. 
E aí surgiria o momento-chave do encontro numa decisão estranha do árbitro Pedro Fonseca e mesmo incompreensível para quem assistia ao encontro (ou seja, benefício da dúvida deve ser dado pois só ele terá visto algo…) e que teria clara influência no desfecho final: mêlée a 5 metros das Olaias a fazer em picadinho a oposição, 1.ª linha advogada a levantar, saída de um jogador do Técnico que faz toque de meta (?)… e juiz apita para repetir a formação!
Da repetição e do ruck que se sucedeu, Direito recupera a posse de bola, e pouco depois e 100 metros à frente, surgiria o ensaio de José Maria Vareta numa jogada de 1.ª fase após uma touche. 
Ou seja, de possíveis 7-10, tivemos 14-3 para os da casa cavando um fosso já impossível de ultrapassar.
Uma interceção de Kane Hancy que, vendo que ia ser apanhado, chutou inteligentemente para o rápido Bernardo Baptista surgir e marcar um ensaio de compêndio, ainda fez luzir uma réstia de esperança para os visitantes (14-8). 
Mas nos últimos 10’ o quinze de Martim Aguiar, mesmo jogando com menos um jogador por exclusão de Vaz Antunes, soube controlar as operações e com uma penalidade de Pedro Leal e um ensaio, em cima da hora, do ponta Pinto Basto somou um triunfo justo, mas por números algo exagerados.


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