9 de novembro de 2014

SANTARÉM VENCE NA ESTREIA DO CAMPO E ÉVORA TREME NA MOITA

O Caldas foi a Lisboa bater o Sporting e subiu ao quinto lugar na tabela, enquanto os leões desceram à quarta posição, num jogo em que cada equipa dominou meio tempo.

Na Vila da Moita o Évora viu-se e desejou-se para ganhar a partida, subindo ao segundo lugar, mas o bónus defensivo soube a pouco para a equipa ribatejana que ocupa agora o sexto lugar na tabela.

Na Sobreda da Caparica o Benfica cumpriu a sua obrigação e venceu o Vitória de Setúbal, subindo ao terceiro lugar, com um ponto de vantagem sobre o Sporting.

Em Santarém os cavaleiros inauguraram o seu campo, e para a história ficará a vitória sobre o São Miguel, enquanto a Lousã continua a somar pontos, foi a Loulé vencer pela sexta vez em seis jogos e é líder isolada, comandando ainda a tabela dos pontos de jogo e dos ensaios.

RC LOULÉ 0-58* RC LOUSÃ (0-10)

A história do jogo Loulé-lousã é não ter história. Com um percurso 100% vitorioso no presente campeonato e conseguindo alguns resultados bastante dilatados, adivinhava-se que os beirões não iriam ter dificuldades no Algarve. 
Dominando em todos os sectores do jogo, com melées e alinhamentos bem coordenados, o marcador foi-se avolumando paulatinamente.
Mas nem tudo foram facilidades face à enorme garra e espirito de sacrifício que os algarvios demonstraram ao longo do jogo ultrapassando algumas vezes em generosidade um pouco as leis do jogo. Os dois amarelos foram disso prova. Mas o facto de na presente temporada estarem "noutro campeonato" não os impediu de até ao ultimo minuto lutarem com um verdadeiro espirito de rugby.
Poucos minutos antes do início do encontro tivemos conhecimento do falecimento da esposa do Jason Arnold. As nossas sentidas condolências.
José Redondo/Ricardo Rodrigues *

RUGBY VILA DA MOITA *14-15 CR ÉVORA (2-3)
Contrariando todas as previsões, que apontavam este jogo para que houvesse ponto de bónus ofensivo para o Évora, a partida foi muito bem disputada com a equipa alentejana cedo a instalar-se no meio campo da Moita, com uma perfeita circulação de bola pelos seus 3/4, ora para a direita, ora para a esquerda, mas sem nunca conseguir traduzir essa pressão em pontos.
É que o CRE apanhou uma das equipas que melhor sabe defender, e na primeira parte só por uma vez
Foto: Lightmod Photography
esse domínio se traduziu num ensaio.
Com 0-5 ao intervalo, e sob um temporal diluviano, cresceu a expectativa para ver o comportamento dos atletas naquelas condições.
E a segunda parte trouxe um jogo mais aberto, sempre com a pressão territorial a pender para os chaparros, mas foi precisamente fruto desta pressão, com a equipa toda avançada que o Vila da Moita acabou por se adiantar no marcador pela primeira vez, através de uma intercepção junto á linha de meio campo por parte do Pedro Silva, que galgou 50 marcar para marcar e transformar.
Crescia a emoção, pois não passaram 2 minutos para o CRE voltar a por ordem no jogo, e com um ensaio fez passar o resultado para 7-10.
Até que aos 56 minutos, de novo com uma intercepção, os ribatejanos voltaram para a frente do marcador por 14-10.
A partir daqui houve muito mais que o vento a empurrar o RVM para a sua linha de 22.
Aos 83 minutos, na sequência de uma mellée a 5 metros, o CRE consegue fazer o 14-15, e já nem foi necessário a bola ir ao centro. A historia acabou logo ali, não fosse o diabo tece-las...
Pela quarta vez em seis jornadas, o Rugby Vila da Moita consegue fazer ponto de bónus, e pela segunda vez consecutiva, perde por um ponto.
O CRE, foi a equipa mais equilibrada que passou pelo Gaio este ano, mas teve que suar bem a camisola para não haver surpresa na Moita.

BENFICA RUGBY *31-5 VITÓRIA RUGBY (5-1)
Em tarde de temporal com muita chuva, vento e frio em que o campo da Sobreda demonstrou logo no aquecimento das equipas que iria complicar a vida aos atletas com o decorrer do jogo, começou melhor o Benfica que logo aos 2 minutos aproveitou vários lances sucessivos após o pontapé de saída para inaugurar o marcador por Gonçalo Jorge, na ponta, que dificultou o pontapé de Tiago de Sá que falharia com forte vento a complicar.
Foto: Lurdes Lourenço
Continuou a carregar o Benfica nunca sabendo ultrapassar a linha defensiva dos sadinos, ora por erros próprios ora por boa atitude defensiva. 
Mas eis que aos 29 minutos de jogo Filipe Grenho abriu o livro, e no meio campo chutou por cima da defensa do Vitória para sobre a ponta esquerda Tiago de Sá - que excelentemente “leu” a jogada - fazer uma magnifica recepção de bola e facilmente marcar o tão pretendido ensaio. 
O mesmo Tiago de Sá converteu passando o resultado para 12-00. Mas a equipa do Vitória mostrou que não tinha vindo até à Sobreda para ver os encarnados a jogar e tudo tentou para mudar o resultado que se manteve até ao intervalo. 
No intervalo o treinador encarnado, José Mendes Silva fez várias alterações principalmente nas suas linhas avançadas, que vieram trazer mais frescura física que em tarde de temporal, que diga a excelente Filipa Jales que tão bem acompanhou e arbitrou este jogo. 
A segunda parte iniciou-se de novo com o Benfica a carregar sob os sadinos e nunca permitindo que os adversários ultrapassassem a linha defensiva encarnada, que levou a inúmeras recuperações de bola e ataques sucessivos para aos 63 minutos de jogo e o veterano (só de idade pois força tem para dar e ensinar) Jorge Bento aproveitar várias fases do ataque encarnado e marcar o seu primeiro ensaio elevando o resultado para 17-0. 
Por esta altura caiu um autentico diluvio sobre a Sobreda e aliado às faltas sucessivas defensivas por parte dos sadinos que quase em cima da linha de ensaio apenas paravam com falta os mauls dos encarnados, levaram a “puxão de orelhas” por parte de Filipa Jales que deu em poucos segundos uma aula de como não defender um maul e a cartão amarelo. 
Aproveitaram as águias para continuar a carregar sobre o Vitória que aos 72 minutos levou a erro defensivo sadino na linha de 22 defensiva para Hugo Melo acreditar e com um aproveitar de bola no chão chutar para a frente e correr literalmente contra o poste, tendo conseguido agarrar a bola e marcar ensaio. 
Tiago de Sá converteu e colocou o jogo em 24-0. Com a perspectiva do ponto de bónus, o Benfica começou a atacar de todo o lado aproveitando os magníficos pontapés de Filipe Grenho que colocavam o jogo sempre nas linhas defensivas dos sadinos, para aos 72 minutos de novo Jorge Bento marcar ensaio convertido por Tiago de Sá e o resultado mudar para 31-0. 
Mas como sempre nos habituaram os guerreiros do Vitória de Setúbal não baixaram os braços e mostraram que queriam mais do jogo e com várias fases de jogo à mão por entre as linhas avançadas, mesmo estando apenas com 14 jogadores em campo, conseguiram o tão desejado ensaio que não foi convertido pelo chutador sadino, passando o resultado para 31-5. 
A partir desse ensaio, talvez pelo frio e chuva que não paravam acompanhados à visível degradação do relvado da Sobreda, o jogo passou por fase de erros de parte a parte e já sobre o apito final, Jorge Bento veria cartão amarelo que em nada alteraria o resultado até final. 

SPORTING RUGBY 18-26 CALDAS RC (3-4)
Partida no Campo nº 2 do Estádio Universitário de Lisboa, relvado algo pesado e muito "fofo", pelas 11 horas da manhã, entre duas equipas que proporcionaram um bom jogo de Rugby.
Entrou melhor o Sporting, tendo conseguido o primeiro "toque de meta" aos 6 minutos, após boa jogada dos seus 3/4 bem concretizada à ponta.
Reagiu o Caldas, bem comandado pela dupla de médios, hoje com Salvador Cambournac a 9 e Jonathan Nolan a 10 e, fruto de 25 minutos de Rugby jogado "como mandam as regras de boa prática", obtiveram quatro ensaios, dos quais três convertidos.
O resultado ao intervalo de 26-8 - o Sporting ainda reagiu ao primeiro ensaio através de um bom pontapé de ressalto - premiava a clara supremacia dos pelicanos.
Na segunda parte assistiu-se à reação dos leões, que dominaram o jogo até aos 30 minutos tendo conseguido dois ensaios não transformados, sempre por jogadas de 3/4, claramente o melhor sector da equipa, finalizadas à ponta.
Os caldenses, com banco limitado - algumas lesões e imposições profissionais têm impedido a mobilização total da equipa - demonstraram algumas dificuldades, também físicas, tendo contudo reassumido o controlo nos últimos 5-10 minutos, inclusive ficando a dever a si próprios mais um ensaio.
Em conclusão jogo bem disputado, por duas equipas equilibradas, e que demonstraram, ainda que com modelos de jogo diferente, qualidade interessante e capacidade para disputarem até ao fim do Campeonato o acesso à poule final.

RC SANTARÉM 8-0 CR SÃO MIGUEL (1-0)
Foi em ambiente de festa pela inauguração do campo do Rugby Clube de Santarém que se realizou este encontro entre cavaleiros e buldogues. Depois dos mais pequenos dos dois Clubes terem mostrado as suas qualidades foi a vez dos graúdos se defrontarem.
Começou melhor o Santarém a empurrar o adversário para o seu meio campo tentando com um jogo dinâmico desposicionar a defesa.
Foto: Luis Cabelo
Foi sem surpresa que aos 11 min. se adiantou no marcador através de uma penalidade. 
Equilibrou o São Miguel tentando criar perigo mas o Santarém revelou-se sempre mais efetivo na tomada de decisão. 
Várias penalidades depois, não convertidas, chegaríamos ao intervalo sem nenhuma real situação de ensaio.
Na segunda parte e com a intensificação da chuva que já se verificava, o jogo ficou um pouco mais complicado para os seus intervenientes tendo o São Miguel assumido o controlo com movimentações que quebraram por diversas vezes a aguerrida defesa escalabitana
Pareceram sempre mais perto do ensaio os buldogues mas foi o Santarém a marcar o seu, aproveitando um erro de comunicação entre dois jogadores visitantes. 
O marcador mostrava 8-0 para os da casa e os lisboetas necessitavam de reagir e foi o que fizeram empurrando o adversário para os seus 22m. 
Apesar dessa pressão foi o Santarém a dispor de uma boa situação de ensaio depois de uma intercepção, mas o resultado manter-se-ia até final.
Vitória da equipa da casa num jogo equilibrado onde a derrotada poderia ter alcançado o ponto bónus.


* O Mão de Mestre associa-se às condolências do José Redondo e do Ricardo Rodrigues


6 comentários:

Anónimo disse...

Gostava de saber o porque da frase "A partir daqui houve muito mais que o vento a empurrar o RVM para a sua linha de 22" viu o jogo? O Évora ganhou na bola de jogo, podia ter perdido sim, mas n ganhou por causa do arbitro. Sempre contra o Évora este senhor...

Anónimo disse...

A crónica do jogo na Moita, é bem explicita do que se passou no jogo. Penso que o RVM é a equipe a abater.

Anónimo disse...

Equipa a bater? Porque diz isso? Eu como adepto do rugby português, estou a gostar do campeonato que a Moita está a fazer. Faz falta equipas como essa. Foram recentemente promovidos, são os "underdogs" em todos os jogos e nunca viram a cara à luta. Curioso de ver como se saiem contra o Caldas.

José Silva disse...

Até o presidente da FPR foi inaugurar o campo do Santarém, mas não havia outro arbitro para o jogo senao o treinador dos sub16 do Santarém?...

Anónimo disse...

Sr José Silva, quer com isso dizer q s. Miguel perdeu por causa da arbitragem? é muito redutor para a sua equipa que fez um jogo tão pobre... por acaso o arbitro não é treinador do santarem e para alem disso anulou 3 pontos ao santarem numa situação que não lembra a ninguém e perdou um amarelo ou vermelho a uma rasteira que por acaso até assinalou penalidade...Quanto ao presidente da fpr fez muito bem em ir á inauguração de um campo de rugby (uma infraestrutura das mais bonitas em portugal) inteiramente construído com o esforço de um clube com muito poucos apoios institucionais.. o seu clube tb já o fez? era escusado o seu comentário...

José Silva disse...

Caro Anónimo, eu não disse nada disso. Aliás, penso que as equipas se devem adequar aos arbitros já que cada um tem o seu critério e cada um vê coisas que o outro não.
De resto, não vou comentar os jogos das equipas muito menos as decisões do arbitro. Mas nada mais fácil que pedir o video do jogo e analisa-lo. De certeza que verá muito mais situações que as que enumera. Mas um resultado de 8-0 com tanta penalidade assinalada não será estranho (e não foi culpa de um relvado pesado p.ex.)?

Quando ao campo de rugby do S. Miguel (penso que se refere a isso quando diz "o seu clube", ele treina no campo do Inatel (que penso não ser nada barato) e já tem um novo espaço onde irá construir o seu próprio campo e instalações.

Veja também que não ataquei o Santarém, clube que respeito pela teimosia (no bom sentido) que tem demonstrado e que espero consiga tirar partido do novo campo. Já agora, é tanto o orgulho pelo feito como a vergonha por receber as equipas no ervário do Cnema? Na minha opinião aquele "campo" não deveria ter sido permitido pela FPR.