28 de novembro de 2014

FALTAS DE COMPARÊNCIA NA 1ª DIVISÃO AFETAM IMAGEM DA PROVA

Benfica e Santarém acabam de ser punidos com falta de comparência em relação aos jogos que disputaram na 1ª jornada da prova, e perdem pontos na classificação.

Apesar da FPR ter considerado as referidas faltas de comparência "justificadas" - o que apenas pode acontecer quando a equipa não se apresenta num jogo oficial por motivos fortuitos ou de força maior - a situação reveste-se de muita gravidade e prejudica seriamente a credibilidade que a prova conquistou na última época.

Lamentavelmente a FPR não divulgou qual o motivo destas faltas de comparência, e os dois clubes, apesar de contactados esta tarde pelo Mão de Mestre, ainda não se pronunciaram sobre as punições.


No Boletim Informativo da FPR diz-se apenas que:

A Direcção da FPR decidiu aplicar Falta de Comparência justificada às equipas do SL Benfica e RC Santarém, do CN I Divisão, nos jogos da 1ª jornada da respectiva competição.
A tabela classificativa será corrigida de acordo com o previsto no Artigo 40.º do RGC.
De qualquer modo, e segundo o Mão de Mestre apurou, a aplicação das faltas de comparência terá ficado a dever-se ao facto dos dois clubes não terem inscrito um número suficiente de atletas dentro dos prazos regulamentares, já que deviam ter 15 jogadores inscritos até 10 dias antes do início da prova, ou seja, em 24 de Setembro, e isso não terá acontecido.

Se a FPR não tivesse entendido que a falta dessas inscrições era "justificada", as consequências para os clubes teria sido bem mais gravosa, com a desclassificação da competição, proibição de participação em qualquer outra prova na época em curso e rebaixamento automático para a 2ª Divisão.

Em termos das consequências regulamentares desta situação (Artº 40º do RGC), o que está previsto é que:
1. À equipa responsável responsável pela Falta de Comparência será retirado um ponto de classificação sendo à não responsável, atribuídos 5 pontos na classificação geral da respectiva prova.

Não esclarece no entanto o Regulamento quanto à atribuição de pontos de jogo às duas equipas, mas se o critério aplicado no Campeonato da Europa de Sub-19 de 2013-14 (ver aqui) for agora utilizado, então o resultado a ser considerado para cada jogo será de 20-0 favorável (obviamente) à equipa não infractora, com a atribuição de quatro ensaios contra nenhum.

Embora aguardando a decisão da FPR sobre esta matéria, apresentamos desde já aquela que acreditamos venha a ser a classificação oficial (ver no final do texto), sendo que os efeitos práticos destas punições fizeram-se sentir mais no fundo da tabela, onde o Loulé, com o ponto de bónus a que passou a ter direito subiu à nona posição, e voltou a deixar o Vitória de Setúbal isolado com a lanterna vermelha.
Recorde-se que o Santarém jogou no Algarve, tendo sido derrotado por 19-31, mas sem que o Loulé tivesse conseguido o bónus de ataque. Agora, com a atribuição daquele bónus, o Loulé passa a ter seis pontos na tabela, enquanto o Vitória mantém os mesmos cinco que já tinha.
O Santarém perdeu apenas um ponto - de oito passou a ter apenas sete - mas mantém a oitava posição na tabela.

Quanto ao Benfica, perdeu não apenas o ponto de bónus defensivo que tinha conseguido em Évora, onde perdera por 15-14, como lhe foi retirado um ponto na tabela, deixando de ter 24 pontos e passando a ter apenas 22, mas mantém a terceira posição, agora com dois pontos de vantagem sobre o Caldas.
Quanto ao Évora, foi agora beneficiado com um ponto de bónus, aumentando a sua pontuação de 28 para 29 pontos - ficou agora a quatro pontos do líder e não cinco - e ganhando três preciosos pontos ao Benfica, alargando a sua vantagem de quatro para sete pontos.


11 comentários:

Rteixeira disse...

Diria eu, que ando nisto há pouco tempo, que esta explicação deveria ser dada pela FPR, se não na newsletter, pelo menos no sitio oficial da Federação (onde, depois da mensagem de correio eletrónico, procurei mais explicações).

Anónimo disse...

É lamentável que isto se passe pois parece-me ser uma questão de organização dos clubes e nada mais do que isso.

Não percebemos é como é que a FPR pode considerar a situação menos gravosa ou justificada. Não tem de considerar nada, ou há ou não há violação dos regulamentos e ponto final.

Até se pode dar alguma flexibilidade à questão das inscrições, desde que devidamente justificada, caso seja devida a situações de força maior.

Mas será assim tão complicado inscrever 15 atletas dentro dos prazos, 10 dias antes do início dos campeonatos?

Anónimo disse...

Anomimo das 9:22 ve se mesmo que naonfazes ideoa do que falas somos clubes amadores onde as pessoas q fazem o trabalho administrativo o fazem nos seus tempos livres e apesar disso os prazos de inscricao sao mais apertados do que por exemplo no futebol

Anónimo disse...

Anónimo das 9h22, é. E passo a explicar a razão, pelo menos no caso do RC Santarém: os jogadores é que suportam os custos de tudo o que é necessário para a inscrição, porque o clube não tem dinheiro. E, convenhamos, nem todos temos a oportunidade de poder pagar o exame médico (por exemplo) como quem bebe um iogurte, são 100 euros ou mais... Abraço

Anónimo disse...

Os Clubes foram informados das razoes que não têm que ser do conhecimento de mais ninguem, nao será.?

Anónimo disse...

Se a malta quer jogar e os clubes nao tem dinheiro, quem achas que tem de pagar o atestado medico?

Eu?
Tu?
o BPN?

Anónimo disse...

100€ um atestado médico????? há empresas que os fazem por 15€ com eletrocardiograma incluido e mesmo o seguor custa no máximo 50€

Anónimo disse...

Sim, anónimo das 17h46, isso acontece no RC Santarém... Infelizmente é mesmo assim. Todos os custos associados são pagos pelos atletas, o clube neste caso, sem dinheiro, está de mãos e pés atados, como é evidente...

Anónimo disse...

O pior nem é o Exame médico.. esse facilmente se consegue (as vezes até com facilidade a mais). O pior mesmo, na minha opinião, foi o valor dos seguros que do ano passado para este duplicou... Não há Clube amador que aguente.. Qualquer dia deixam de haver clubes..

Anónimo disse...

A opçãode seguro este ano encontrada pela FPR é de 72 euros e qualquer coisa.

Anónimo disse...

Meu caro amigo das 23:15 de 13 de Novembro:

A vida é mesmo assim e há que ser imaginativos. Todos sabemos que no rugby o lado das despesas pesa mais do que o das receitas quando colocamos ambos na balança.

Sem qualquer ponta de saudosismo, recordo que nos meus tempos de jogador o clube praticamente fornecia apenas o equipamento (às vezes nem os calções e as meias) e o campo para treinar.

Tudo o mais, deslocações, comidinha, botas, dinheiro para a gasolina e por aí fora saia do bolso dos jogadores.

Fisioterapeutas (naqueles tempos, ter um massagista era um luxo) era coisa desconhecida e, quando tocava à volta a Portugal em rugby, lá se tinha de jogar em campos pelados, que deixavam marcas no corpo.

Mas era esse prazer de jogar, esse gozo, essa alegria de ir conhecendo o país, fazer amigos de norte a sul, que nos contagiava.

Recordo campos como o do Louletano, Montenegro, Vieira de Leiria, Campomaiorense, RC Coimbra (campo do União de Coimbra), Elvas, Barreiro ou o velho campo da Lousã, só para citar alguns, onde o corpinho é que pagava!

Ainda bem que os tempos mudaram, a modalidade evoluiu, hoje há mais e melhores infraestruturas, os clubes foram de Lisboa têm apoios das autarquias.

Por isso deixo aqui um conselho à rapaziada do RC Santarém e outros: seja criativos, chateiem as empresas locais, os comerciantes, a câmara municipal, façam rifas, sorteios, festas... Existem mil e uma formas de ir juntando o dinheiro para as despesas. Isto é, no pressuposto de que todos os envolvidos gostam mesmo de jogar rugby!