21 de novembro de 2014

CASCAIS COM NOVO TESTE, AGORA NO RESTELO *

* António Henriques
Ponto prévio: Alguma alminha me poderá esclarecer como é possível que, à mesma hora a que realiza o único jogo da seleção nacional na janela internacional de novembro – e logo diante de uma Namíbia que pela quinta edição consecutiva (desde 1999) vai estar na fase final de um Mundial – estejam a decorrer três jogos do principal campeonato português, sendo que dois deles se disputam em Lisboa?

Eu sei que houve alteração do horário inicialmente previsto para o jogo de Portugal (contudo, já se sabia há mais de uma semana…), mas não teria sido possível encontrar forma de rodear a questão? Valha-me Deus, os nossos queridos clubes e, já agora, Santa Julieta Ferrão, que é quem superintende a modalidade no nosso País. Ou pelo menos devia…

Quanto à DH e com todas as equipas já tendo gozado a sua folga da 1.ª volta, pelo que todas apresentam igual número de partidas disputadas (6), as próximas três jornadas – que nos levarão até à conclusão da 1.ª metade da prova – vão englobar exclusivamente duelos cruzados, com formações do grupo A e grupo B a defrontarem-se entre si.
Encontros que prometem esclarecer/confirmar/ ou virar de pantanas o escalonamento de algumas equipas (sim, estamos a falar especialmente do Cascais que até ao fim do ano verá testada a sua invencibilidade ao defrontar de seguida Direito e CDUL…).   

O cartaz deste fim-de-semana terá duas partidas de interesse superior, com a visita da equipa da Linha ao Restelo (que finalmente volta a receber jogos da DH) e a deslocação do vitaminado CDUP às Olaias num duelo aliciante entre duas equipas que ocupam posições de acesso ao play-off do título.   
Mas eis o programa completo desta 8.ª ronda distribuída por sábado e domingo:      
              
AGRONOMIA-CDUL (Tapada, 12.30)
O líder CDUL, sem meia dúzia de habituais titulares por mor da seleção, desloca-se à Tapada onde mora uma Agronomia, com três convocados para o confronto com os namibianos, e que tarda a expressar o bom potencial de um lote de jogadores do qual haveria mais a esperar.
Os agrónomos somam dois desaires consecutivos e esta seria uma boa altura para inverterem a tendência negativa do seu desempenho mais recente. Mas olhando para o que ainda está disponível no vasto plantel dos campeões nacionais, achamos que vão ter que esperar mais uma semana…    

TÉCNICO-CDUP (Olaias, 15.00)
Este jogo servirá de homenagem a um antigo jogador das duas equipas e em que estará em disputa o troféu António Xavier, a ser entregue ao capitão vencedor pela viúva do homenageado. Este antigo jogador de CDUP e Técnico nos anos 60 e 70, engenheiro químico pelo IST, doutorado em Oxford e posteriormente professor catedrático da Universidade Nova de Lisboa, foi um dos percursores do ensino da bioquímica e biotecnologia, sendo uma referência incontornável no meio académico e da investigação científica no nosso País.
Pena que muitos do interessados em estar presentes se encontrem, a poucos quilómetros das Olaias, a apoiar a seleção nacional…
Vindo de duas saborosas e bonificadas vitórias consecutivas – e que lhe permitiram passar de último e única equipa com zero pontos para um total de 10, com entrada no lote de equipas classificadas para os play-off – o CDUP viaja até Lisboa em alta, apesar de ter ausente, na seleção, Rodrigo Figueiredo (4.º melhor marcador da DH, com 44 pontos). Pela frente encontrará engenheiros descansados por uma semana de folga, o que terá permitido ao há pouco chegado treinador-jogador Kane Hancy, trabalhar áreas em que a equipa tem mostrado, desde o arranque da época, inesperadas debilidades.
Só com um jogador envolvido no jogo de Portugal – mas é logo o pilar Bruno Rocha, fragilizando ainda mais um sector que vem apresentando tantos problemas – o Técnico parte com ligeiro favoritismo. Mas deverá encarar a partida com extremas cautelas, pois os portuenses querem manter o recente e imaculado percurso…       
ACADÉMICA-RC MONTEMOR (Sérgio Conceição, 15.00)
Certamente moralizados pelo suado triunfo de sábado passado diante do Belenenses, e pese embora todas as dificuldades que Sérgio Franco continua a ter para formar, semana após semana, um quinze credível e que justifique os pergaminhos de um dos históricos emblemas do nosso râguebi, os pretos recebem o último classificado da tabela e que nunca venceu um jogo fora de Montemor na DH.
Na época anterior a Académica ganhou por 5-1 em ensaios, o que talvez não seja fácil de igualar agora. Mas apesar da habitual entrega alentejana, no final serão certamente os homens da casa a sorrir. E até possivelmente a entrar nos ’6 da frente’ da classificação.   

DIREITO-CRAV (Monsanto, 15.00)
Na época passada e num jogo disputado igualmente na janela internacional de outono, os advogados, surpreendentemente, não somaram ponto de bónus no triunfo caseiro diante do CRAV (27-0, com 3-0 em ensaios). Ora um ano depois e de novo ‘fragilizados’ por quatro presenças no XV nacional, os homens de Monsanto terão como grande (único?) objetivo para os 80 minutos somar o mais depressa possível os 5 pontos da ordem… e correrem para a televisão para assistirem ao final do jogo no Universitário, onde estarão vários companheiros.     

BELENENSES-CASCAIS (domingo, Restelo, 15.00)
A jornada encerra com a partida mais interessante do fim-de-semana nacional (não será bem um Gales-Nova Zelândia, claro…), com um novo desafio colocado à invencibilidade do Cascais por parte de uma equipa do grupo A. Técnico e Académica já levaram para contar do quinze de João Bettencourt, faltando agora as outras três formações integrantes do ‘grupo de cima’ da DH e que serão os adversários nas próximas rondas.
Por força do seu grande início de temporada, quatro titulares (curiosamente, todos avançados) da equipa da Linha vão estar no ‘test-match’ de Portugal – contra zero dos azuis… –, o que irá por certo influenciar o desempenho do vice-líder da prova.
Mas todas as semanas a estória repete-se, procurando descobrir fragilidades no quinze de Cascais e dizendo “desta é que não passam, agora vão perder mesmo”, o que se vem provando ser manifestamente exagerado… e errado.
No outro lado estará um Belenenses em que também todas a semanas se pensa “desta é que vão arrancar uma bela jogatana e nem vai ser preciso fazer entrar o treinador para acertar as pontas da equipa”.
Pois, também aqui as previsões se têm mostrado desacertadas…
E assim o grande interesse do duelo de domingo será saber qual das equipas vai manter o registo habitual e qual irá ensaiar um novo enredo. Da resposta sairá o vencedor. 

3 comentários:

Anónimo disse...

As equipas não vão estar só sem os internacionais de XV mas também sem os de 7's. Por isso o Direito está sem 9 e não 4 titulares indisponiveis, assim como o Belenenses não tem 4 jogadores, CDUL, etc...

Anónimo disse...

O comentador tem toda a razão!

Não há meio de as coisas serem programadas com pés e cabeça. Ou seja, a FPR marca um jogo para as 18 ou 18H30 no Estádio Nacional, ao que os clubes, em cumprimento do Regulamento, marcam os seus jogos com a devida antecedência.

Depois, é a própria FPR a lançar a confusão, ao antecipar a hora do jogo!

Sim, claro, concorda-se que a hora e o local até são mais agradáveis - o rugby é para ser jogado de dia e não na penumbra da noite, num estádio vazio - e até dá na tv, mas não era possível, uma vez que fosse, ser organizados?

Com tanto assessor e pessoal, será difícil à FPR cumprir ela própria os Regulamentos?

Anónimo disse...

Os convocados para a seleção de 7's não jogaram ontem, e nem os do Belenenses podem jogar hoje?!